Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador racista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador racista. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Revista Oeste - Carta ao Leitor

Edição desta semana mostra a escalada do autoritarismo do governo, com o uso da Polícia Federal e um pacote de medidas inspiradas no comunismo, em consórcio com o Supremo Tribunal Federal

  União Soviética | Foto: Photogid/Shutterstock
 
Desde a campanha eleitoral de 2018, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi atacado por seus adversários diariamente nas redes sociais, em colunas de jornais e nas ruas, onde, em setembro daquele ano, sofreu um atentado à faca — já precisou de sete cirurgias e convive com problemas frequentes.  
Bolsonaro foi chamado de “genocida”, “fascista”, “nazista”, “misógino”, “racista”, “homofóbico”, entre outros termos. 
Uma jornalista da Folha de S.Paulo reuniu uma centena de ofensas, incluindo palavrões, em um único artigo. Outro colega escreveu que desejava a morte do presidente da República em meio à pandemia. 

Quando todos os xingamentos foram esgotados, as redações decidiram adotar a expressão “aquele que não se pode denominar”, porque não é gente. “Já há algum tempo a desumanização e a criminalização do ‘bolsonarismo’ virou moeda corrente na linguagem da imprensa, dos tribunais superiores e da bancada parlamentar filopetista”, diz o artigo de Flávio Gordon. 

Julho de 2023. O presidente Lula e o ministro Flávio Dino lançam um pacote de medidas para prender quem insultar a mais alta casta de Brasília. As condenações devem ser duras — nada de tornozeleira eletrônica, e sim cadeia, além do confisco de bens. Integram o seleto grupo de pessoas especiais o próprio Lula, o vice-presidente, o procurador-geral da República, os presidentes da Câmara e do Senado, e os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A inclusão dos dirigentes do Congresso Nacional é estratégica, porque tanto o deputado Arthur Lira (PP-AL) quanto o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) estão sob pressão. O primeiro foi encurralado pela própria Polícia Federal e pelo Supremo às vésperas de votações importantes para o governo — e cedeu. O segundo terá de analisar um pedido de impeachment do ministro Luís Roberto Barroso.[pelo comportamento padrão do senador Rodrigo Pacheco (o omisso) ele sentará sobre o pedido.]  .............

CONTEÚDO GRATUITO - Revista Oeste
 
 

domingo, 9 de julho de 2023

IMC - Índice de Massa Corporal - Racista? - Ideias

Eli Vieira - Gazeta do Povo

Saúde

Associação Médica Americana critica o uso do IMC para indicar obesidade, citando “prejuízo histórico” e “racismo”

Críticas à dependência do índice de massa corporal (IMC) na saúde surgem na Associação Médica Americana, acendendo debates sobre obesidade, discriminação e novas métricas.| Foto: Eli Vieira com Midjourney

Resumo da reportagem

  • Entidade médica americana importante critica o uso do IMC para diagnóstico de obesidade, especialmente a mórbida, citando fatores que podem distorcer a interpretação.
  • Conselho técnico da entidade alega que o IMC já foi usado para fazer “exclusão racista”.
  • A mudança de atitude pode ser mais um fruto da influência do ativismo identitário dentro da ciência e da medicina.

Um novo relatório do Conselho de Ciência e Saúde Pública da Associação Médica Americana (AMA), apresentado no mês passado na reunião anual da entidade, em Chicago, ofereceu críticas ao uso do Índice de Massa Corporal (IMC) para conclusões a respeito do sobrepeso e da obesidade.

Para o conselho da AMA, a interpretação do IMC, que é calculado com a massa em quilogramas dividida pela altura em metros elevada ao quadrado, pode ser afetada por fatores como “várias comorbidades, questões de estilo de vida, gênero, etnicidades, fatores de mortalidade medicamente importantes determinados pela herança familiar, duração de tempo que uma pessoa passa em certas categorias de IMC e a acumulação esperada de gordura que vem com o envelhecimento”. Especialmente a interpretação do que significa ter um IMC classificado como “mórbido”.

“Além disso”, acrescentou o relatório, “o uso do IMC é problemático quando é para diagnosticar e tratar indivíduos com transtornos de alimentação, porque não captura toda a gama” desses distúrbios. Entre os motivos citados para mudar as diretrizes estão “o prejuízo histórico [causado pelo] IMC” e “o uso do IMC para exclusão racista”.

Não é afirmado que o IMC é inútil, mas que ele pode ser complementado com medidas da gordura visceral (dos órgãos internos), índice de adiposidade corporal, composição do corpo, massa relativa de gordura, circunferência da cintura e fatores genéticos ou metabólicos.

O conselho reconhece que o IMC “é correlacionado significativamente com a quantidade de massa de gordura na população em geral”, mas afirma que o índice perde a capacidade de fazer previsões quando aplicado em indivíduos. Por essa razão, “o IMC não deve ser usado como critério único para negar reembolso em seguros de saúde”.

IMC racista?
As recomendações podem ter sofrido influência do ativismo identitário, cuja expressão entre ativistas contrários à “gordofobia” com frequência acusa os médicos e cientistas de exagerarem os riscos da obesidade. Este mês, o Journal of Ethics, revista de ética da AMA, publicou um artigo de Sabrina Strings, professora de “Estudos Negros” na Universidade da Califórnia em Santa Barbara. Ela afirma em seu resumo que “o IMC é uma continuação das normas supremacistas brancas de corporeidade” e que a medida é parte de uma “causa branca de saúde e beleza” que é “pseudocientífica” e “ajudou a forjar concepções opressivas da gordura como um indicador de má saúde e qualidade racial ‘baixa’”.

A Fundação Contra a Intolerância e o Racismo (FAIR), uma organização americana que faz oposição ao identitarismo e à sua abordagem dos problemas sociais, criticou o relatório da AMA. “A obesidade não é consertada pelos magos da DEI [sigla para programas de diversidade, equidade e inclusão, que introduzem identitarismo em empresas e na academia] na AMA que dizem que medidas de IMC são ‘racistas’”, rebateu a entidade, via Twitter. “Os pacientes querem médicos que os inspirem a prosperar para a melhor saúde, não que promovam ‘adoçantes’ artificiais como as novas falsas medidas que distorcem a verdade”.

Veja Também:

Sobrepeso e obesidade apresentam riscos à saúde
O conselho da AMA reconhece que o IMC referente a cada faixa etária é o “padrão ouro” para aferir obesidade em crianças.

Os efeitos da obesidade infantil foram evidenciados numa revisão de pesquisa publicada em 2003 por John Reilly, professor de ciência do exercício e saúde pública na Universidade de Strathclyde em Glasgow, Escócia, e sua equipe. Eles analisaram 65 trabalhos de alta qualidade. Avaliando cinco fatores de risco para o coração e o sistema circulatório, constatou-se que 58% das crianças obesas entre cinco e dez anos possuem pelo menos um desses fatores, como o colesterol alto. Um quarto dessas crianças obesas possuíam dois ou mais desses fatores. 
Em comparação com crianças não obesas, as obesas possuem 43 vezes mais chance de apresentar três fatores de risco cardiovascular.

A obesidade infantil também aumenta a probabilidade de problemas psicológicos e psiquiátricos, além de aumentar o risco de asma, diabetes de ambos os tipos, e tem impactos sociais, como renda mais baixa no futuro.

Excesso de peso e obesidade foram repetidamente ligados a uma inflamação crônica do corpo. Isso pode explicar em parte por que indivíduos com IMC alto são mais susceptíveis à Covid-19: o excesso de peso já sobrecarrega o sistema imunológico.

A prevalência de obesidade na idade adulta é alta: até 70% das crianças obesas e 85% dos adolescentes permanecem obesos ao amadurecer.  
Essas pessoas têm o dobro do risco de morrer nas três primeiras décadas da vida adulta quando comparadas àquelas com IMC de 19, dentro do intervalo considerado saudável. 
O excesso de peso é caracterizado por um IMC maior que 25, e a obesidade, a partir de 30 (obesidade mórbida, a partir de 40)
O IMC não é o único método para medir obesidade, entretanto. 
Existem outros métodos, como a razão entre a circunferência da cintura e do quadril, que são úteis especialmente para pessoas que pesam mais por outras razões, como os fisiculturistas.
 
Uma década após o estudo dos pesquisadores escoceses, os endocrinologistas americanos Rexford Ahima e Mitchell Lazar, da Universidade da Pensilvânia, publicaram uma atualização na revista Science. Eles confirmaram que a obesidade é um fator de risco para os problemas já citados, além de câncer, apneia do sono, doença hepática gordurosa, artrite e outros, levando a deficiências e maior mortalidade.  
Um IMC muito baixo, de 18,5 ou menos, também está ligado a doenças relacionadas à desnutrição.

Pode haver saúde no sobrepeso, mas é raro
Ahima e Lazar destacaram um aspecto intrigante: em um estudo com milhões de indivíduos, a obesidade leve não foi ligada a uma maior taxa de mortalidade, e até mesmo o sobrepeso foi vinculado a uma taxa de mortalidade menor. 
 Estes resultados causaram espanto na comunidade científica na época, contudo, existem questionamentos metodológicos sobre a forma como os IMCs foram agrupados, além de omissões de fatores como perda de peso e histórico médico.

Não é completamente inesperado que um IMC dentro da faixa do sobrepeso possa estar associado a um estado de saúde, uma vez que o IMC é um instrumento que considera apenas o peso, sem levar em conta a composição de gordura no corpo, se essa gordura é visceral (localizada entre os órgãos, principalmente na região abdominal) ou subcutânea (imediatamente abaixo da pele). 
O ponto crucial trazido por Ahima e Lazar é que cerca de 10% das pessoas classificadas com sobrepeso e tecnicamente obesas (mas com IMC abaixo de 40) parecem saudáveis porque se exercitam e têm boa tonicidade muscular, possuindo mais gordura subcutânea do que visceral. Ou seja, esses casos são exceções, e não um pretexto para autodiagnóstico ou inatividade física. 
E mesmo esses casos não estão isentos de riscos.
 
 Eli Vieira, colunista - Gazeta do Povo - Ideias
 
 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

O culto inculto à ignorância e à mentira - Alex, PhD

Eu não quero politizar, mas dá muita pena constatar o que acontece, faz décadas, ou melhor, não acontece no âmbito cultural em nosso país.

Não desejo ser uma espécie de elitista, mas abomino a tal cultura “popular”, quando se refere a algo que claramente tem padrões medíocres e risíveis, mas, uma vez que se originou no seio popular, é classificado por muitos como sendo artefato cultural genuíno, de valor. Como nos falta - isso que tenho 5.7 e procuro avidamente aprender - ensinar aos jovens os esteios na literatura, nas artes, na música, enfim, os grandes clássicos atemporais!

Poucas coisas me comovem tanto quanto ver diariamente nas redes sociais, muitas vezes perdidas entre xingamentos, pessoas com pouca instrução escolar, sadiamente interessadas em aprender com o que leem e expondo ideias próprias, racionais e coerentes. Essas pessoas venceram as dificuldades, aprenderam com a vida e usam a internet como ela deve ser usada. Alguém escreveu e eu assinaria embaixo: com a internet, ser ignorante é uma escolha.

Contra isso lutam os movimentos de justiceiros sociais tentando enquadrar a cultura inspirada nos clássicos como racista, homofóbica, escravista, fascista… dureza.

Outra dificuldade mastodôntica, é ensinar quem irá transmitir os essenciais ensinamentos culturais de valor inquestionável aos jovens.

Lastimo muito pelo Brasil de hoje.

Bolsonaro, evidente que no sentido de estofo cultural, não era nenhuma Brastemp. Aliado a isso, seu trabalho na área da educação foi muito ruim e/ou não conseguiu mover as peças no tabuleiro dos reis e das rainhas progressistas que mandam na educação e no “cultural brasileiro”.

Mas não há nada que não possa ficar pior, e o pior, para a alegria de Murphy, realizou-se: Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível”.

Sagrou-se “vitorioso” um semianalfabeto que se orgulha de não ter estudado e de não ler.

A língua portuguesa para esse cidadão, é tão perigosa como um pequeno lago abarrotado de piranhas.

Um analfabeto em história e em tudo que tangencie, com honras - sem dúvida - a alta cultura. Sou preconceituoso sim com um presidente que seguramente ajudou a forjar uma atmosfera cultural que se orgulha da ignorância.

Hoje, na Argentina, esse contumaz comedor de “s”, além de semianalfabeto, um mentiroso inveterado, junto ao seu parceiro na ideologia do fracasso a la Gardel, afirmou que a economia argentina foi “outstanding”, quando na realidade, a inflação quase chegou aos 100%, e a pobreza atingiu quase 40% da população.

O energúmeno afirmou que não só a economia hermano acabou 2022 numa situação privilegiada - ele diria e escreveria “previlegiada” -, mas também a política e o futebol foram bem-sucedidos.

Não, não sou preconceituoso, mas tenho preconceito com um semianalfabeto que quer “o pobre comendo uma picanha e tomando uma cervejinha no final de semana”, quiçá assistindo um show de funk.

Ensino duro de qualidade, eventos culturais de qualidade, fora aqueles dos amigos da seita ideológica rubra, nem pensar. Aliás, com a qualidade, eles correriam o perigo de efetivamente pensar! 
Se não aceitar a conformidade com o baixo nível, se não querer me fazer de idiota é ser preconceituoso, sim eu sou preconceituoso.

Com um semideus - opa, semianalfabeto - no topo, orgulhoso de suas mentiras e de sua ignorância, toda uma nação, tristemente, é encorajada a ser, ainda mais, inculta e idiota.

 Alex Pipkin, PhD


domingo, 21 de agosto de 2022

Contra os fatos: etiquetas e narrativas, nascidas umas para as outras. - Percival Puggina

Como eu não nasci ontem, tenho a vantagem de não usar fraldas na memória. Falo do que vi. Quase sem exceção, o mesmo jornalismo que faz campanha contra o presidente da República atacava-o quando candidato ao pleito de 2018
Colavam-lhe etiquetas, diziam-no homofóbico, racista, misógino e perigosamente agressivo. 
A maioria do eleitorado não lhes deu crédito.
 
Eleito, Bolsonaro virou a Cartago dessa mídia. Tinha que ser derrotado! Destituído, preferivelmente. E a luta dos companheiros continuou implacável. 
Quantos foram afastados das redações por marcharem de passo errado com o batalhão? Era preciso haver unidade em relação aos objetivos comandados!

Desmentidas, as velhas e inúteis etiquetas foram rapidamente deixadas de lado para serem esquecidas pois eram testemunhas da derrota. Essa esquerda malsã, porém, não faz políticas sem etiquetas. Logo, Bolsonaro passou a ser acusado, inutilmente, de negacionista, genocida e fascista. Também por aí a tarefa não ia bem; a CPI foi um fiasco, o depois chegou e a gente viu. A eleição se avizinhava.

Resolveram, então, atacar Bolsonaro por se constituir num perigo à democracia e ao estado de direito. 
Não há matéria na imprensa mencionando o presidente da República e a eleição de outubro sem que esse risco e a necessidade de proteger a nação contra algo terrível, medonho, não se faça presente. 
Para que a derradeira etiqueta funcione, há que aplicar-lhe camadas e mais camadas de adesivo.

É isso que explica:

  1. o convite aos embaixadores para encontro com o ministro Fachin quando este presidiu o TSE;
  2. as mal redigidas cartas pela democracia e pelo estado de direito;
  3. a ausência de qualquer menção a longa história do ininterrupto anseio por maior transparência no sistema eleitoral, que já conta décadas e tem sido constante nos últimos quatro anos;
  4. o abandono à própria sorte da lógica mais rudimentar: golpistas pedem eclipse, ocultação. Não pedem transparência; menos ainda se o fazem, ordeiramente, por anos a fio;
  5. as fileiras cerradas para impor silêncio a sociedade sobre algo que lhe foi teimosa e autoritariamente recusado;
  6. a “pompa e circunstância” que marcou a sagração de Sua Alteza Eleitoral na presidência do TSE;
  7. o silêncio sobre o gritante paradoxo de estarem o estado de direito e a democracia, o devido processo, a Constituição, as boas leis, os direitos humanos e a liberdade sendo feridos em alegada defesa do estado de direito e da democracia.

Como de hábito, a ausência de qualquer elemento probatório que justifique a etiqueta não é suficiente para silenciar os ataques determinados pela cartilha. Sempre há um senador pronto para transformar os tribunais superiores em puxadinhos de seu gabinete.

Ontem (19/08), em poucas palavras, falando em Resende, Bolsonaro desfez a narrativa e a etiqueta foi para a lixeira.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Emporcalharam a imagem do Brasil? - Alex Pipkin

Não, não se preocupem. O Brasil continua lindo…

A imensa maioria dos cidadãos estrangeiros que pensa no país, credita a imagem da nação verde-amarela, a marca-país, associada aos 5S.

Não se trata de uma ferramenta de gestão, mas ao glorioso Soccer, ao futebol, ao Samba, à Sand, areia das praias do Rio de Janeiro, do nordeste e de Santa Catarina, à Sensualidade da mulher brasileira e, de várias formas, entre essas algumas que gostaríamos de estar completamente desfocadas de nossa imagem, ao Sexo.

O país é lembrado e ovacionado pela “alegria de viver” dos brasileiros, ainda que esses enfrentem severas dificuldades econômicas e sociais.

Muitos desses forasteiros americanos e/ou europeus, ainda pensam que nossa capital é Buenos Aires, e no imaginário, o Brasil é o país tropical das belezas naturais e, com certeza, da miscigenação de raças que produziu a beleza feminina.

Para além dessa imagem estilizada, evidente que existe uma série de coisas boas e ruins que melhor nos definem.

Eu fico incrédulo quando assisto a um canal televisivo e/ou leio alguma matéria referente a imagem brasileira lá fora.

A “honesta e imparcial” grande mídia, aqui e seus associados no exterior, têm retratado o PR eleito democraticamente, como um autoritário, odeio o termo, mas vai lá, nazista, racista, homofóbico, misógino, exterminador, “militar” (risos), e um ser abjeto que não gosta de gente.

Já havia lido uma crítica a Bolsonaro no WSJ, e semana passada, li um artigo no The Economist, que o reportava como o Trump dos trópicos, dando a entender que o PR prepara um golpe caso não venha a vencer as próximas eleições. Claro que eu não me surpreendo. Desde o primeiro dia de seu governo ele vem sendo perseguido, em especial, pela esquerda abutre, que quer retornar a cena do crime, pela grande mídia que perdeu o controle da “verdade” de suas reais narrativas, e pelos ministros do “STF”, mergulhados em seus vergonhosos ativismos e em suas nefastas ações político-partidárias.

Trabalhei muito tempo com estrangeiros e ainda tenho contato com alguns.

Confesso que foi uma tarefa hercúlea tentar explicar como Lula da Silva, condenado em várias instâncias da justiça, e pelo próprio STF, teve seus julgamentos anulados pelo ministro Fachin, por meio de uma mera manobra e artifício processual, permitindo que o ex-presidiário se tornasse elegível e concorresse à presidência.

 Surreal!

Esse ministro é notoriamente um notório ativista de extrema-esquerda, juntamente com seus colegas Luís Roberto Barroso, o “iluminista”-ativista, Alexandre de Moraes, homem de confiança de Alckmim, vice de Lula, e o ex-advogado do PT, Dias Toffoli.

Esses ministros vêm abertamente criticando e atuando contra o presidente, no Tribunal e em eventos no exterior, na Inglaterra, nos Estados Unidos, em Portugal e mundo afora.

A pergunta que não quer calar é se é possível que esses ministros avaliem e julguem qualquer coisa com a devida imparcialidade? Você deve saber a resposta.

No que diz respeito à imagem do Brasil, parece que qualquer estrangeiro percebe o cheiro podre da “descondenação” de um criminoso para concorrer ao cargo máximo da nação.

O ministro Fachin já havia se reunido com embaixadores, a fim de afirmar a segurança e a lisura das urnas e da votação no Brasil. Indago se chamar embaixadores é uma prerrogativa do TSE.

Confesso que não gosto dessa ladainha sobre as urnas, já que o TSE poderia ter resolvido “tecnicamente” a questão, porém, dentro de um sistema democrático, qual é o abissal problema de se solicitar um aperfeiçoamento da segurança do sistema de votação?

Muitos indivíduos têm a mesma dúvida do PR, e se a Corte Superior e o TSE agem como os fatos demonstram, aparenta ser crível duvidar.

Ontem o PR se reuniu com embaixadores para expor sua visão, embasado em fatos e em dados relacionados à urna eletrônica e a atuação dos ministros.

Não, não seja suscetível a narrativa da “grande mídia”, dos semideuses rubros do STF e dos justiceiros sociais, de que o “grande homem mau” emporcalhou a imagem do país no exterior.

Num país em que Alexandre, O Grande, comanda a ditadura da toga, em que só tem liberdade de expressão e de opinião o lado alinhado as (más) ideias e visões do demiurgo de Garanhuns, é imperioso ouvir e refletir sobre aquilo que o “outro lado” pontua. 
Não esqueça que nesse mundo “moderno”, da pós-verdade, a verdade teve seu significado alterado, pois aqueles que falam a verdade sobre os mais variados temas têm sido acusados de espalhar discurso de ódio e desinformação.

Neste sentido, contra fatos não há argumentos, e é bom enfatizar que a economia brasileira vem performando acima das economias mundiais, em um contexto de pós-pandemia e de guerra.

Apesar da inflação alta, o país vem crescendo acima das previsões, fruto de reformas estruturais que precisam ser aprofundadas. As projeções internacionais são otimistas nesta direção.

A corja que emporcalhou a vida dos brasileiros, econômica, social e moralmente, e que respingou no mundo, manobra o sistema para que retornem a cena do crime aqueles que o roubaram.

Não se apoquente! Os gringos comem, escutam, leem e assistem também o lado oposto da narrativa armada, da “verdade contemporânea”. O Brasil continua lindo, e sem as emporcalhadas e sanguinárias foice e martelo, ficará ainda mais belo.

Alex Pipkin, PhD


quarta-feira, 13 de julho de 2022

O voto da sabedoria popular - Alex Pipkin, PhD

O eleitor brasileiro médio possui um nível de escolaridade que gira em torno do ensino fundamental e do ensino médio. Como escrevi dias atrás, não resta dúvidas de que a grande massa do eleitorado “vota com a barriga”.

Por outro lado, parece impressionante como se conversa com determinadas pessoas com um certo grau de discernimento e se verifica certo nível de convergência no que se refere a políticas que deveriam ser adotadas no país. Como nessas terras, seguramente, uma das palavras mais entoadas é democracia, reputam como algo positivo o rodízio do poder e de plataformas políticas diferentes.

Honestamente, faz muito mas muito tempo que não se vê nada diferente do que se passou a presenciar a partir da eleição do PR atual. Apesar de se mostrarem como partidos e linhas ideológicas diferentes, o que sempre se presenciou na sociedade brasileira do “rent-seeking”, foi sua formatação, sendo administrada, adornada e bajulada pelo velho e sempre atual estamento burocrático.

A própria Constituição de 1988, reflete uma visão de mundo coletivista, que prevê direitos e mais direitos, mas ao mesmo tempo, não dá conta com os deveres dos cidadãos.

Diga-se de passagem, o quão estarrecedor é quando uma Suprema Corte, ativista e política, rasga sistematicamente à Constituição, e elimina os direitos e as liberdades individuais, a pretexto de estar zelando “pela democracia e pelo Estado de Direito”.  
Eles estão fazendo política partidária e desmantelando as preciosas liberdades individuais.

Oh, quão nobres são todos aqueles visionários que querem um mundo melhor e mais justo, matando a galinha dos ovos de ouro, ops, os empresários de verdade - não os do compadrio - e as pessoas, que criam empregos, renda e riqueza!

Oh, quão sábios são todos aqueles visionários que querem o protagonismo cada vez maior do Estado, frente a submissão contraprodutiva e ineficiente do mercado. Estado esse intervencionista, fechado, amarrado e capturado.

A turma que quer retomar ao poder, é aquela que deixou o país em frangalhos, que mentiu para o povo e cometeu o maior assalto aos cofres públicos da história mundial, com a corrupção - que o eleitor médio não tolera -, e que classifica o PR atual como uma ameaça à democracia, já que ele atua - no imaginário desses artistas - como racista, homofóbico, autoritário…

Essa turma quer o coletivismo igualitário para o povaréu, embora sua cúpula, como sempre se constatou - deseja continuar gozando dos prazeres que só a economia de mercado é capaz de produzir.Muitos que penderão para a chapa rubra, tem ido às ruas e/ou se manifestado contra o tal capitalismo.

O capitalismo malvado, de acordo com esses, privilegia unicamente os resultados para os acionistas, mas eles são sabem o que dizem. O acionista e a sociedade somente se beneficiam porque no sistema capitalista o soberano, que é quem decide o que comprar e/ou não comprar, é o consumidor.

As narrativas e a nomenclatura são belas, agora tem que valer o capitalismo das partes interessadas, que na prática significa que o Estado decide ao invés dos consumidores, reformando o capitalismo para uma forma de coletivismo “mais igualitário”.  Um dos lados não é, não pode ser, e não foi perfeito, porém, mal ou bem, foi um importante divisor de águas.

Penso que o eleitor brasileiro médio não queira o socialismo.

Somente o desejam e o diferenciam os que estão a serviço do poder e da ambição.

Afora aqueles catequizados pela religião ideológica extremista de todos os lados - que as redes sociais jogam gasolina -, mesmo deixando a barriga escondida -, a opção parece ser facilitada:

Qual dos dois candidatos parece ser mais confiável e autêntico?

Qual dos dois candidatos não perverteu a linguagem e, portanto, fala a verdade?

Qual dos dois candidatos nomeou profissionais (não cabide de emprego e corrupção) para os ministérios e foi mais competente na gestão?

Qual dos dois candidatos, proporcionalmente, construiu as bases para um crescimento mais sólido e sustentável?

Qual dos dois candidatos fez - não só verbalizou - pelas liberdades individuais?

Com quem o povo gostaria de estar mais ao lado?

Reflita.

 Alex Pipkin, PhD

 

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Walt Disney se revira no túmulo - Dagomir Marquezi

 Ilustração: Lézio Júnior

Se você dirigir para o norte de Los Angeles e pegar a San Fernando Road, chegará à cidade de Glendale. Na esquina da San Fernando com a Glendale Boulevard, vai encontrar à direita o Forest Lawn Memorial Park.

Quando os dias estão calmos em Glendale (e geralmente estão), o visitante que entra no parque consegue ouvir o som de algo fazendo um ruído surdo sob a terra. Provavelmente seja o cadáver de Walt Disney se revirando no túmulo ao ver o que estão fazendo com seu reino de fantasia

Um dia esse pessoal woke talvez decida destruir tudo o que Walt Disney produziu desde a década de 1920, por causa de seu conteúdo “machista, homofóbico, racista” e uma longa lista de pecados imperdoáveis aos olhos dessa gente. E todas essas obras “fascistas” serão substituídas por novas versões dos grandes clássicos de papai Walt Disney. 

Aqui vão algumas sugestões de releitura dos inocentes desenhos animados do passado, segundo o ponto de vista desses extremistas da chatice.

Afronegrapreta e os 7 anões LGBTQIA+
Era uma vez, num reino distante, uma rainha muito má e muito, muito branca. A Rainha Má e branca tinha adotado uma menina de extrema beleza conhecida como Afronegrapreta, a quem maltratava e enchia de afazeres domésticos. Mas Afronegrapreta não se importava. Mesmo explorada pela madrasta e vítima da mais-valia, passava o dia trabalhando alegremente. Em seu coração batia a esperança de um mundo mais justo e solidário.

A Rainha às vezes se trancava sozinha em seu quarto, onde guardava em segredo dentro de um armário um Espelho Mágico. — Espelho, Espelho meu — dizia a Rainha Má. — Existe em todo reino alguém mais bela e mais branca do que eu?

E o Espelho sempre dizia que não havia outra mulher mais bela e muito menos mais branca que Sua Majestade. Mas um dia a resposta foi diferente: — Jamais haverá alguém de pele mais alva que a sua, Alteza. Sois a soberana absoluta da brancura. Quanto à sua gloriosa beleza, tenho más notícias. Um Espelho Mágico jamais mente. Eu sou obrigado a revelar que já não és a mais bela desde que adotaste aquela menina como enteada.

A Rainha ficou indignada.

— Mas… aquela criadinha é negra!

Sim, Majestade. Mas um Espelho Mágico como eu não obedece às mesmas regras ditadas pelo racismo estrutural de Sua Alteza.

Com o olhar em chamas, a Rainha bateu a porta do armário na cara do Espelho Mágico e jurou para si mesma que iria dar um jeito nessa situação. Chamou seu Segurança/Instagrammer e ordenou a ele que cancelasse sem dó nem piedade sua enteada/criada Afronegrapreta. 

Passarinhos ouviram a ameaça pela janela real e correram para contar a notícia aos esquilinhos, que por sua vez contaram para os coelhinhos, que avisaram Afronegrapreta do perigo que ela corria. A mais bela do reino apagou todos os seus perfis nas redes sociais e saiu em desabalada carreira pela floresta sem olhar para trás. 

Já exaurida pela fuga, a menina encontrou uma casinha entre as árvores e desmaiou antes de conseguir chegar à porta. Quando despertou, percebeu que estava próxima de um ser de baixa estatura cujo tamanho não deve ser percebido como um fator de exclusão ou preconceito.  — Onde estou? — perguntou Afronegrapreta, espantada — Quem é você?

— Sou um dos anões da floresta — respondeu o estranho.

Já ouvi falar de vocês! — disse a garota, com um sorriso. Atchim, Espirro, Zangado, Soneca, Dunga, Feliz e Dengoso!

Não mais — disse o ser humano verticalmente limitado — Esses anões velhos foram embora, ainda que a palavra “velho” seja aqui usada sem intenção de ofender os idosos, já que não somos adeptos do etarismo. Agora estamos nós, os mais jovens, todos parecidos em sua diversidade, mas com características identitárias distintas. Eu sou Kink. Quero lhe apresentar meus amigues, cada um/uma/ume com sua própria característica de comportamento sexual.

E então os amigxs Anõx de Kink foram saindo um/uma/ume a um/uma/ume da casinha, alegres e vestidos de acordo com sua própria identidade. Kink os apresentou. — Esta é Florisbela, e ela é lésbica. Ronilson é gay. Jãomaria é bissexual. Guilhermine é transgênero. Fred é queer. Marcianita é um questionando. Bibiane é intersexual. Somos um coletivo LGBTQIA+ consciente e ativo na luta contra a bifobia, homofobia, lesbofobia e transfobia. 

                                   Ilustração: Lézio Júnior

Afronegrapreta ficou encantada com toda aquela diversidade e resolveu morar na comunidade LGBTQIA+. Passava seus dias lavando louça e preparando as refeições para seus amiguinhes. Um dia, a Rainha Má descobriu que sua enteada vivia feliz na floresta. Demitiu o Instagrammer/Segurança por justa causa e resolveu cuidar pessoalmente do assunto.

Usando de uma poção mágica, a Rainha Má se transformou em uma senhora de idade avançada (sem perder sua brancura característica) e foi até a casa dos anões LGBTQIA+. Aproveitando um momento em que Afronegrapreta estava só, a falsa velhinha ofereceu à garota uma maçã. Que a garota inocentemente aceitou.

Anos se passaram até que um dia surgiu um Príncipe hétero, branco e louro, que se apaixonou perdidamente pela mais bela do reino

Assim que mordeu o fruto, Afronegrapreta caiu ao chão. Antes de desmaiar (de novo), observou a velha senhora se transformar em sua odiosa madrasta.  — Ha-ha-ha gargalhou a Rainha Má e Racista — Você é muito ingênua mesmo, menina! Mordeu sem pensar a maçã que eu lhe dei, sem imaginar que ela foi criada a partir de sementes transgênicas e envenenada com agrotóxicos! Hahahaha! Agora você vai dormir. E só despertará com o beijo de puro amor de algum Príncipe encantado, desde que seja hétero, branco, louro e de olhos azuis! Hahahaha! Tolinha!

E, enquanto a Rainha se afastava com sua risada de vilã, Afronegrapreta caiu num sono profundo. Foi cuidada pelos anões identitários enquanto permaneceu desfalecida.  Anos se passaram até que um dia surgiu um Príncipe hétero, branco e louro, que se apaixonou perdidamente pela mais bela do reino. Gentilmente o príncipe encantado se ajoelhou ao lado de Afronegrapreta e beijou com doçura, delicadeza e afeto os lábios adormecidos da linda garota.

A magia funcionou, conforme havia previsto a Rainha Má. O beijo de puro amor despertou Afronegrapreta, que olhou espantada para os olhos azuis do Príncipe apaixonado na sua frente. Ele sorriu e se preparou para carregar a moça desperta em seus braços direto para o altar. 

Mas o que o Príncipe ganhou foi uma bofetada no rosto e a fúria de Afronegrapreta. — O que você está pensando, seu cafajeste?! Aproveitou-se da minha condição para abusar de mim! Eu estava adormecida, como poderia me defender? Quem te deu autorização para me beijar? Isso foi um estupro! Meu corpo, meus direitos! Não é não!

O príncipe foi imediatamente preso e sumariamente cancelado nas redes sociais. Já vendeu três castelos para poder pagar os advogados.

Pinóquio
Vivia numa cidadezinha da Itália um carpinteiro chamado Gepeto. Ele queria muito ter um filho. Um dia, montou um boneco, a quem chamou de Pinóquio. Por ser um homem bom e honesto (e não utilizar na sua oficina mão de obra escrava de refugiados muçulmanos vítimas do sionismo), a Fada Arco-Íris deu vida ao boneco Pinóquio. E entregou a ele uma Libélula Falante, que serviria como sua consciência, pronta a lacrar a qualquer deslize verbal do menino.

Gepeto ficou muito feliz com a transformação. Mas logo enfrentou problemas. Pinóquio se envolveu com desajustados, todos vítimas da desigualdade social e da exploração capitalista.

Além disso, o boneco que virou menino dizia muitas mentiras. O que quase levou Gepeto a ter de depor na Comissão de Inquérito das Fake News, instalada no Supremo Tribunal Federal da Itália. Pior: quando mentia, o nariz de Pinóquio crescia. A Libélula Falante disse que aquilo era inaceitável, pois lembrava um estado de ereção típico de machistas agressivos e assediadores.

A Libélula Falante percebeu que ia ter muito trabalho com Pinóquio. Convenceu Gepeto a deixar pra lá essa história de filho. Gepeto então desmontou Pinóquio e o usou no fogão a lenha para esquentar seu fetuuccine al pomodoro.

A Rainha Leoa
Nos confins da África vivia o Rei Mufasa com a Rainha Sarabi.
Todos os animais obedeciam ao rei, que ditava as regras de cima de uma grande pedra. Mufasa tinha um irmão chamado Scar, que invejava seu poder.

A floresta se encheu de alegria quando nasceu o pequeno Simba, filho de Mufasa com Sarabi. E todos passaram a saber que o trono teria um herdeiro. 

Mas o malévolo tio Scar provocou a morte do irmão Mufasa e ainda fez a culpa recair sobre o pequeno Simba. Quando Scar se preparava para tomar o poder, a Rainha Sarabi revelou que estava por trás do plano. Ela costumava assistir à série O Conto da Aia no serviço de streaming por satélite da selva e havia se tornado uma feminista ultrarradical.

Sarabi se amaldiçoou por não ter dado cria a uma fêmea. Cercada por leoas militantes, inspirou todas as fêmeas do reino, que expulsaram seus respectivos machos. Foi declarada então a Rainha Leoa. O pequeno Simba foi entregue a humanos para ser exposto num zoológico. Scar foi atirado de um penhasco.

Sem machos, as fêmeas de todas as espécies pararam de procriar, causando uma extinção em massa na floresta. A culpa pela catástrofe ecológica africana foi atribuída pela grande imprensa ao presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. 

Leia também “Óvnis invadem o Senado”

Dagomir Marquezi, colunista - Revista Oeste


Imprensa em campanha - Revista Oeste

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

Na terça-feira 7, leitores dos principais jornais impressos ou os que navegam por grandes portais de notícias toparam com a novidade: uma tarja preta no alto das páginas com os dizeres “Dia Nacional da Liberdade de Imprensa — Uma campanha em defesa do jornalismo profissional”. Mais uma ideia do “consórcio” um aleijão jornalístico que, durante a pandemia de coronavírus, unificou o noticiário e as opiniões dos principais veículos de comunicação.

A efeméride era o que menos importava nessa campanha. Nenhum jornal ou emissora de TV jamais celebrou esse dia. A data nunca foi lembrada nas salas das faculdades de jornalismo. 
A comemoração insincera não passava de outra provocação ao presidente Jair Bolsonaro, alvo da maior perseguição coletiva registrada nas redações desde o violento antagonismo que levaria Getúlio Vargas ao suicídio. [inclusive, jornalistas da velha imprensa, da mídia militante,   sugeriram ao presidente Bolsonaro que se suicidasse e um desejou que morresse.]

Também foi um ataque aos novos produtores de conteúdo que hoje predominam nas redes sociais e deixaram a velha imprensa para trás: os “blogueiros” — como são chamados pejorativamente. A perda de mercado publicitário em novas plataformas perturba os ex-gigantes da imprensa, que não sabem como reverter o quadro. Daí a soberba na frase: “Em defesa do jornalismo profissional”.

A abertura do Jornal Nacional, da TV Globo, naquela terça-feira foi um retrato de como os jornalistas vivem num mundo paralelo. 
Heraldo Pereira e Renata Vasconcellos ficaram em silêncio durante um minuto. 
Não anunciaram a tradicional escalada de manchetes e entreolharam-se duas vezes. Parte do público certamente não entendeu nada. Provavelmente, alguns telespectadores tentaram, sem sucesso, aumentar o volume do televisor.

Para o brasileiro que não frequenta redações, aquilo não fez o menor sentido. Mas, para os editores da Globo, o intuito era comover colegas de profissão — e tentar irritar Jair Bolsonaro.

“Despiora”
Depois de toda a histeria com as manchetes de festim da covid, tem chamado a atenção o malabarismo da imprensa com o noticiário econômico. 
O país reagiu com resiliência ao lockdown político de governantes determinados a sangrar o governo federal. O fôlego da economia surpreendeu bancos e consultorias de investimentos, e, apesar dos prognósticos dos especialistas de redação, não houve a anunciada recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1% e deve chegar a 2% em dezembro
Esse número pode ser ainda melhor, porque houve reaquecimento da indústria; depois de um período de falta de insumos chineses, o setor de serviços está a todo vapor e o agronegócio espera por uma safra boa nos próximos meses.

Outro dado importante: o desemprego caiu e o volume de empregos com carteira assinada está aumentando foram 200 mil contratações em abril. As contas públicas também estão em ordem: o superávit primário foi de R$ 39 bilhões até abril. Segundo o Banco Central, o saldo positivo em 12 meses foi de R$ 138 bilhões — 1,5% do PIB. 

São números que mostram resistência ante a inflação galopante, um drama global pós-pandemia e uma guerra em curso na Europa há três meses.É aí que começa o festival de conjunções adversativas que precede algo desagradável. Tornou-se quase impossível encontrar uma manchete sem “mas”, “porém”, “entretanto”. Surgem aberrações como “despiora” da economia e a tristeza no semblante da apresentadora da CNN ao comunicar que, “infelizmente, vamos falar de notícia boa”.

A politização da morte
Durante dois anos, os jornais estamparam nas primeiras páginas os números de mortos pela covid e destacaram o que havia de mais mortal no vírus chinês. Em nenhum outro país do mundo o presidente da República foi responsabilizado pelas mortes decorrentes da pandemia de coronavírus.  
No Brasil, o jornalismo de necrotério colocou na conta de Bolsonaro os mais de 600 mil mortos. Nessa época, o adjetivo genocida foi acrescentado aos já usados fascista, racista, misógino e homofóbico, fora o resto.
Com o arrefecimento da pandemia, os veículos de comunicação saíram em busca de novas acusações. 
O presidente foi acusado pelas secas no Sul, pelas enchentes no Nordeste, pela alta no preço dos combustíveis, pela chegada da varíola dos macacos, pela teimosia da Ômicron, pelo que não deu certo na Cúpula das Américas e pela pobreza e pela fome que nunca abandonaram o país.

A mais recente acusação responsabilizou o chefe do Executivo pela morte do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira, assassinados por praticantes da pesca ilegal numa reserva indígena da Amazônia. Mesmo quando o caso foi solucionado, os jornais continuaram a insinuar que Bolsonaro era o culpado pelo crime.

Desde sempre a Amazônia sofre com o narcotráfico e tem a presença de garimpeiros e pescadores ilegais. Como lembrou Rodrigo Constantino nesta edição de Oeste, “quando a missionária Dorothy Stang foi morta, com sete tiros, em 2005, ninguém achou prudente culpar o então presidente Lula pelo episódio”.

Indulto a Lula
Em maio, a edição 112 de Oeste relembrou o memorial de escândalos que marcou a era petista no Palácio do Planalto
 Não é exagero afirmar que nunca se roubou tanto dos cofres públicos. 
A reportagem citava personagens que um eleitor de 16 anos, apto a votar pela primeira vez em outubro, não conheceu. Mas os jornalistas sabem — ou têm a obrigação de saber — quem são esses personagens do submundo do poder: Delúbio Soares, Marcos Valério, João Vaccari Neto, Pedro Barusco, Nestor Cerveró, Renato Duque e tantos outros.

Na quarta-feira 15, a Folha publicou em seu site uma reportagem que tentava explicar por que Lula era inocente sem ter sido inocentado

Como pode um articulista que assistiu a horas de depoimentos da CPI dos Correios aceitar a volta de Lula e do PT ao poder? 
Como é possível um jornalista que acompanhou sete anos e 79 fases da Operação Lava Jato aceitar que o grupo condenado por formação de quadrilha retorne à cena do crime? 
Qual a lógica em defender a liberdade de imprensa e apoiar um candidato que promete censurar os meios de comunicação em seu programa de governo?
 
Há duas possibilidades de respostas: 
1) os jornais, as rádios e as TVs viveram mais de uma década de bonança com as verbas de publicidade da Secretaria de Comunicação da Presidência repassadas por Lula e Dilma Rousseff; 
2) #EleNão — o discurso de que Bolsonaro não pode exercer a Presidência da República simplesmente porque os jornalistas não gostam do jeito dele.

A aversão ao presidente nas redações é tamanha que o termo “bolsonarista” é usado como uma espécie de xingamento. Por exemplo: o deputado condenado é “bolsonarista”, o empresário, o blogueiro, o cineasta cujo filme o crítico não aprova etc. Não há arquivo de textos da velha imprensa citando empresários “lulistas” ou banqueiros “dilmistas”.

Na quarta-feira 15, a Folha publicou em seu site uma reportagem que tentava explicar por que Lula era inocente sem ter sido inocentado. “Lula é inocente? Sim. Não há nenhuma sentença válida atualmente contra o ex-presidente.” Segundo o palavrório, o ex-presidente chegou a ser condenado pelo então juiz Sergio Moro e por Tribunais Superiores na Operação Lava Jato, mas os processos foram anulados pelo STF. O jornal avisa que se amparou em “razões técnicas”: 1) “a parcialidade de Moro para punir o petista”; 2) “as causas deveriam ter tramitado no Distrito Federal, não no Paraná”.

O parágrafo seguinte pergunta e responde: “Lula foi inocentado? Não. Nos principais casos contra o ex-presidente e na acepção mais comum da palavra ‘inocentado’, que corresponde a absolvido, não é correto empregar o termo para se referir à situação de Lula”.

Como observou o jornalista J.R. Guzzo nesta edição de Oeste, sempre que você ler no jornal ou ouvir na televisão algo que não entende, ou que lhe parece uma cretinice, fique tranquilo — é você quem está com a razão, e não eles.

Em maio deste ano, a revista Piauí foi ainda mais explícita na campanha pelo ex-presidente. “Quando anoitecer será tarde demais para descobrir que Jair Bolsonaro cortou a energia da democracia e mergulhou o país na escuridão do autoritarismo”, afirma o texto de abertura. Depois de reconhecer que existem apenas dois candidatos com chances de ganhar as eleições, o articulista conclui que, “se ganhar, Bolsonaro não convidará seus adversários para a noite de autógrafos”. São quase 1,4 mil palavras. Não há uma única explicação para que a redação da Piauí enxergue em Bolsonaro o carrasco da democracia.

Pesquisa do dia
Outro fenômeno desta eleição é a multiplicação de pesquisas eleitorais — algo jamais visto no noticiário. São vários levantamentos semanais, feitos por institutos de todas as partes do país, alguns deles absolutamente desconhecidos, financiados por bancos, consultorias, corretoras do mercado financeiro, empresas de comunicação e até do ramo imobiliário. Os registros são feitos praticamente todos os dias no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na quarta-feira 8, havia mais de cem pesquisas registradas em seis meses.

Se no passado esses resultados eram guardados a sete chaves por jornais e emissoras de televisão até o horário nobre para ser divulgados, hoje são publicados a qualquer hora do dia nas redes sociais. Tampouco são exclusivos para os jornalistas — clientes de bancos e consultorias, por exemplo, recebem os números via WhatsApp ou conta de e-mail, de acordo com o seu perfil.

A quantidade de números é tamanha que o UOL criou um “selo de qualidade”. O portal considera confiáveis, por exemplo, as pesquisas do Datafolha, que faz parte do mesmo grupo empresarial. O jornal O Estado de S. Paulo fez pior: inventou o que foi batizado de “agregador” de pesquisas. É uma espécie de liquidificador das diversas sondagens realizadas em determinado período. Feita a mistura, chega-se a um número mágico. Em seis meses, foram trituradas 60 pesquisas de 14 institutos.

Tudo somado, fica evidente que Lula seria eleito no primeiro turno se a eleição fosse hoje. O problema é que está marcada para outubro. Caso ocorra o contrário, os fabricantes de porcentagens dirão que pesquisa é um retrato do momento. Sairão de cena por alguns meses para retomar a sequência de erros grosseiros na eleição seguinte.

Leia também “O golpe que nunca existiu”

Branca Nunes - Silvio Navarro, colunistas - Revista Oeste