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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Conexão Argentina

Ministério Público de São Paulo e procuradores da Lava Jato investigam a relação entre empresários argentinos que se favoreceram de negócios com a Petrobras e imóveis no condomínio onde fica o tríplex de Lula

As investigações do Petrolão desembarcarão, em breve, em países vizinhos. Trata-se da “Conexão Argentina”: a ligação entre empresários próximos aos ex-presidentes daquele país Néstor e Cristina Kirchner e personagens ligados aos desvios na estatal brasileira durante as gestões petistas. Delegados e procuradores da Lava Jato focam principalmente na venda de ativos da Petrobras ao kirchnerista Cristóbal López. 

Em 2010, ele adquiriu uma refinaria, estoques de petróleo e cerca de 350 postos de gasolina da estatal por um terço do valor, numa transação com forte suspeita de irregularidades, entre elas  pagamentos de propina. Dois documentos obtidos por ISTOÉ mostram que Cristóbal López e investigados da Lava Jato utilizaram os mesmos intermediários e rotas para ocultar recursos com origem ilícita. 

No primeiro documento, o juiz Cam Ferenbach, do estado americano de Nevada, além de detalhar a suspeita parceria de López com Lázaro Báez, pivô de um dos principais escândalos de corrupção das gestões Kirchner, sugere também como ele teria aberto a offshore Val de Loire. Num despacho de 27 páginas de uma ação movida pelos credores da dívida argentina, o juiz diz que a companhia-lavanderia de López foi criada pela M.F. Corporate Services, em Nevada. A mesma MF está por trás da offshore Murray, alvo da última fase da Lava Jato. Proprietários de uma dezena de imóveis, inclusive um tríplex vizinho ao atribuído à família do ex-presidente Lula, os sócios da Murray buscaram se beneficiar do anonimato, garantido pela legislação estrangeira, para esconder propina da Petrobras. Há fortes indicativos de que os seus beneficiários, de fato, sejam ligados ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Em outro documento, a ex-responsável pela M.F. Corporate, de Nevada, Patrícia Amunategui confirma que empresas, como a Val de Loire, de Cristóbal López, e a Murray, investigada na Lava Jato, são de fachada. Patrícia diz, no depoimento às autoridades americanas em setembro de 2014, que a MF era um braço em Nevada da panamenha Mossack Fonseca, conhecida mundialmente por auxiliar corruptos e sonegadores. E vai além. Afirma que a MF contava até com empresas de prateleira para atender a demanda. Se um cliente precisasse de uma offshore em menos de um dia, eles já tinham uma para pronta entrega. 
PREJUÍZO
Petrobras assumiu perdas de mais de US$ 50 milhões com a venda da
refinaria de San Lorenzo para empresário argentino

Em 2014, ISTOÉ detalhou os negócios camaradas do empresário kirchnerista Cristóbal López com a estatal brasileira. Como parte do plano de desinvestimento, a Petrobras colocou ativos na Argentina à venda. A refinaria de San Lorenzo, seus estoques de petróleo e 360 postos foram comprados pela Oil Combustibles, do Grupo Indalo - de Cristóbal López - em 2010. A companhia desembolsou US$ 110 milhões. Avaliações de consultoria independentes, como a Ernest  Young, estimaram os bens em aproximadamente US$ 350 milhões. É praticamente uma Pasadena ao contrário. Para adquirir a refinaria americana, a Petrobras pagou elevado sobrepreço. Na venda da argentina, recebeu menos de um terço do valor de mercado. A própria estatal reconheceu os prejuízos em comunicado enviado a Securities and Exchange Commission (SEC), agência americana reguladora do mercado de capitais. Afirmou, em cálculos otimistas, que as perdas alcançaram US$ 55 milhões, o equivalente a R$ 220 milhões. O fato é que, como ficou claro nas investigações do Petrolão, algum apadrinhado recebeu e repassou recursos para que um negócio tão controverso como este pudesse ter ocorrido. Em breve, a Lava Jato poderá responder.  

Integra na Isto É - http://www.istoe.com.br/reportagens/445931_CONEXAO+ARGENTINA?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage



 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

PF diz ter “alto grau de suspeita” sobre tríplex de Lula no Guarujá

Imóvel está registrado em nome da OAS, umas das empreiteiras do clube do bilhão. 

Investigadores têm dúvidas sobre a real titularidade do apartamento

Documento assinado pela delegada da Polícia Federal Erika Marena elenca o tríplex do ex-presidente Lula no condomínio Solaris, no Guarujá (SP), como um dos imóveis que indicam "alto grau de suspeita" quanto à real titularidade. No organograma dos policiais, a unidade residencial é registrada como de propriedade da OAS, investigada por integrar o clube do bilhão de empreiteiras e que já teve seus executivos, incluindo o ex-presidente Leo Pinheiro, condenados na Lava Jato pelo juiz Sergio Moro.

Nesta quarta-feira a PF deflagrou a 22ª fase da Lava Jato, batizada de Triplo X, que investiga a atuação casada entre a offshore Murray, criada pela empresa Mossack Fonseca no Panamá, e a empreiteira OAS. As suspeitas são de que imóveis no condomínio Solaris, construídos pela OAS, possam estar sendo utilizados para camuflar o pagamento de propina do escândalo do petrolão. Segundo o delegado Igor Romário de Paula e o procurador Carlos Fernando Lima, o apartamento de luxo do ex-presidente petista é alvo de investigação.

Em abril do ano passado, VEJA revelou que, depois de um pedido feito por Lula ao então presidente da OAS, Léo Pinheiro, a empreiteira assumiu a construção de prédios da cooperativa. O favor garantiu a conclusão das obras nos apartamentos do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, enquanto outros cooperativados ainda aguardam - e brigam na justiça - para conseguir receber seus imóveis.

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As atividades da OAS e o estreito relacionamento da empreiteira com próceres do PT, em especial o ex-presidente, estão há tempos na mira da Promotoria de Justiça de São Paulo. Conforme revelou VEJA, no processo que tramita em São Paulo e não tem relação direta com o escândalo de corrupção da Lava Jato, Lula será denunciado por ocultação de propriedade. A cooperativa habitacional de bancários deu calote em seus associados enquanto desviava recursos para os cofres do PT. A Bancoop quebrou em 2006 e deixou quase 3 000 famílias sem seus imóveis, enquanto petistas graúdos, como Lula, receberam seus apartamentos.

Ao listar diversos apartamentos que seriam objeto de possíveis irregularidades, a PF destaca que "manobras financeiras e comerciais complexas envolvendo a empreiteira OAS, a cooperativa Bancoop e pessoas vinculadas a esta última e ao Partido dos Trabalhadores apontam que unidades do condomínio Solaris, localizado na Av. Gal. Monteiro de Barros, 638, em Guarujá-SP, podem ter sido repassadas a título de propina pela OAS em troca de benesses junto aos contratos da Petrobras"

Depois da observação da delegada Erika Marena, a PF lista o tríplex de Lula, identificado como a unidade 164 da torre A do Solaris, como um dos alvos suspeitos.
"Além das inconsistências já detectadas quanto ao imóvel que pertencera a Marice Correa de Lima, igualmente chamaram a atenção outros imóveis do mesmo condomínio que indicaram alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade", diz a polícia. O nome de Marice já havia aparecido em depoimentos do doleiro Alberto Youssef, que apontou o PT como beneficiário direto do dinheiro sujo do petrolão. Ele disse, por exemplo, que a sigla recebeu propina em uma obra da empresa Toshiba, a licitação da casa de força do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e, segundo seu depoimento, foram entregues 400.000 reais à cunhada do tesoureiro petista, Marice. As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público já haviam mostrado "inconsistências fiscais" nas declarações de Imposto de Renda de Marice e indicativos de que parte de seu patrimônio pode ter sido construído a partir do pagamento de propina envolvendo a construtora OAS.

Fonte: Revista VEJA
 

 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

O tríplex de Lula

O  tríplex de Lula: o homem agora está em busca de cabeças… Está com sede!

Acho, sim, que o promotor Conserino deveria ter ouvido os investigados — por mais que já reúna elementos — antes de deixar claro que vai denunciá-los. 

O PT certamente vai acusar a sua suspeição. Mas isso tudo não é problema da VEJA ou de qualquer outro órgão de imprensa, que devem publicar aquilo que sabem

Luiz Inácio Lula da Silva está agora na fase do “Terror Judicial”, conforme anunciou aos blogueiros sujos de dinheiro público. Segundo entendi, é alguém falar dele, e pimba! Tome processo! Ok A Justiça existe, entre outras coisas, para isto: para que os que foram agravados peçam a punição dos culpados. Vamos lá. Desta feita, o petista promete processar a VEJA —  claro!… —, e sua defesa acena com medidas contra um promotor. Qual é a questão da hora?

Em entrevista à VEJA desta semana, o promotor Cássio Conserino, do Ministério Público Estadual de São Paulo, afirma que Lula e sua mulher, Marisa Letícia, serão denunciados por lavagem de dinheiro. Não! O caso nada tem a ver com o petrolão a não ser lateralmente.  A Bancoop, cooperativa habitacional dos bancários, que era dirigida por João Vaccari Neto, pegou o dinheiro dos mutuários, transferiu para o PT e deu um beiço em 3 mil associados, que nunca viram seus respectivos apartamentos.

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Muito bem! Lula agora nega ser o dono do apartamento e afirma que havia apenas uma opção de compra, que não foi exercida. Ocorre que, em 2006, ele próprio declarou a tal cota em Imposto de Renda. Em 2010, sua assessoria confirmou que ele era proprietário do imóvel.

Alguns fortões do PT, no entanto, tiveram sorte diferente. E Lula é um deles. O prédio do Guarujá em que está o tríplex cuja cota ele havia comprado e alguns outros foram concluídos. A tarefa ficou a cargo da OAS, empreiteira que é uma das estrelas do petrolão. A empresa bancou também a reforma do imóvel, de 297 metros quadrados.

À VEJA, afirmou o promotor que investiga o caso:  “Há fortes elementos, provas documentais e testemunhais, que mostram que o ex-presidente Lula e a ex-primeira-dama tentaram, com a ajuda da OAS, ocultar patrimônio e, por isso, incorreram no crime de lavagem de dinheiro. A empreiteira praticou crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica”. Mais adiante, disse: “Lula e dona Marisa serão denunciados. Brevemente, eles serão chamados a depor”.

O Instituto Lula emitiu uma nota a respeito em que se lê o seguinte trecho:  Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva examinam as medidas que serão tomadas diante da conduta irregular e arbitrária do promotor Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo. O promotor violou a lei e até o bom senso ao anunciar, pela imprensa, que apresentará denúncia contra o ex-presidente Lula e sua esposa, Marisa Letícia, antes mesmo de ouvi-los.”

Mais adiante, a ameaça é dirigida à revista: “Quanto à revista Veja, que utilizou a entrevista do promotor para mais uma vez ofender e difamar o ex-presidente Lula, será objeto de nova ação judicial por seus repetidos crimes.”

Vamos ver Na concepção jornalística do petismo, se um promotor que investiga um ex-presidente anuncia que vai denunciá-lo por lavagem de dinheiro, a informação deve ser amoitada. Isso, claro, se o alvo for um “companheiro”. Se for alguém da oposição, o site do PT já aproveita e decreta a condenação do vivente. Ora, a revista cumpriu apenas a sua obrigação.

Como se sabe, aqui eu falo tudo. Acho, sim, que o promotor Conserino deveria ter ouvido os investigados — por mais que já reúna elementos — antes de deixar claro que vai denunciá-los. O PT certamente vai acusar a sua suspeição. Mas isso tudo não é problema da VEJA ou de qualquer outro órgão de imprensa, que devem publicar aquilo que sabem. Ponto.

Na nota, os petistas admitem que Lula tem a tal cota, mas continuam a dar a entender que ela não foi exercida. Diz o promotor: “Há diversas testemunhas que relatam as visitas do casal presidencial ao prédio. Mas não é só isso. Ouvi os funcionários e funcionárias da OAS, ouvi o dono da empresa contratada para reformar o tríplex, e todos confirmaram que dona Marisa acompanhou pessoalmente o cronograma das obras”.

É muito provável que os advogados de Lula tentem recorrer à Corregedoria do Ministério Público Estadual para tirar Conserino do caso. Não sei se consegue. A ameaça à VEJA já virou uma espécie de clássico. Lula acha que jornalismo maiúsculo é aquele exercido pelos blogueiros oficialistas, alguns deles financiados por estatais.

Afinal, naquele grupo, ele pôde dizer, sem ser contestado, que é a pessoa dotada da maior honestidade do mundo — segundo ele, mais do que qualquer um dos presentes que lhe puxavam o saco. Neste particular, vamos convir, ele estava certo, né? Naquele grupo, Lula era, sem dúvida, o mais honesto, se é que vocês me entendem.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
 

terça-feira, 19 de maio de 2015

Documentos que comprovam que OAS bancou obra do triplex de Lula no Guarujá podem incluí-lo na Lava Jato. Ou do Lulinha, apelido carinhoso que Lula usa para tratar o filho Fábio



Sabe aquele triplex de luxo, no edifício Solaris, na belíssima Praia das Astúrias, no Guarujá (litoral de São Paulo), financiado pela problemática Cooperativa Habitacional dos bancários (Bancoop) e cheio de benfeitorias bancadas pela empreiteira OAS? A crença maior nos bastidores do Judiciário é que este seja o maior calcanhar de Aquiles de Luiz Inácio Lula da Silva - proprietário do imóvel junto com o filho Fábio (que odeia ser chamado de Lulinha pela mídia adversária ou inimiga).

Lula tem grandes chances de ter o nome efetivamente envolvido em algum processo da Lava Jato, caso dirigentes da construtora baiana entreguem ao Ministério Público Federal as planilhas das obras que beneficiaram o rico patrimônio da família da Silva. A mídia petista tentou negar, mas Lula comprou o imóvel, ainda na planta, em 2006, pela bagatela de R$ 47.695,38 por Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa Marisa Letícia. Em 2010, cada morador desembolsou mais R$ 120 mil para a OAS terminar a obra. Hoje, o  apê de Lula, reformado pelo filho Lulinha, com 297 metros quadrados, á beira mar, com elevador privativo a partir do 16o até o 18o, vale em torno de R$ 1,5 milhão. Há corretor que avalie em R$ 1,8 milhão.

Ainda persiste o temor de que o dirigente Léo Pinheiro, da OAS, revele detalhes sobre como ajudou a bancar a obra no triplex de Lula. Quem também tem um apê no mesmo prédio é o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que presidiu a cooperativa habitacional dos bancários, respondem a processos por problemas durante sua gestão. Também são investigados os ex-dirigentes da cooperativa que desde a sua fundação (em 1996) participaram da gestão da BANCOOP: Ricardo Berzoini, como Diretor Financeiro, João Vaccari Neto, que chegou a presidi-la e o já falecido Luiz Gushiken.

Desastrada operação da República dos Sindicalistas do PT, a Bancoop pegou mais de R$ 100 milhões, de 15 mil famílias, e simplesmente quebrou, sem concluir os empreendimentos imobiliários de Torres de Pirituba, Casa Verde, Butantã, Ubatuba e Praia Grande. A cooperativa quebrou, deixando uma dívida de R$ 86 milhões (em valores atuais). Pelo menos 3.100 cooperativados reclamam, judicialmente, de obras que não ficaram prontas ou que não receberam posso definitiva ou escrituras dos imóveis. 

Dos 57 empreendimentos tocados desde o ano 2000, 14 ainda estão inacabados. Por isso, João Vaccari Neto, ex-presidente da cooperativa, responde pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. O MP denunciou que a cooperativa desviou dinheiro para o PT. O promotor José Carlos Blat define que "a Bancoop era um verdadeiro balcão de negócios a serviço de uma organização criminosa".

Uma outra operação da Bancoop também chamou a atenção do MP. O braço direito de Lula, Freud Godoy, recebeu da cooperativa pagamentos de R$ 1,5 milhão, entre os anos de 2005 e 2007. Freud teve sua empresa contratada por Vaccari para prestar serviços de segurança aos empreendimentos (a maioria então inacabados) da cooperativa. Freud tem excelência no assunto, pois prestou os mesmos serviços na sede nacional do PT, em Brasília. Freud tem importância na história petista, pois era um dos amigos do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel.

Fonte: Blog Alerta Total – Jorge Serrão