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segunda-feira, 11 de abril de 2016

O “Muro da Vergonha” de Brasília merece, sim, ser chamado de “Muro de Berlim”



Os eleitores brasileiros em sua maioria fizeram uma m ... quando elegeram e reelegeram Lula e Dilma e os de Brasília agiram da mesma forma quando elegeram Rollemberg

Também nós vamos dar o nosso “Adeus, Lênin” — ou “Adeus, Lula”. E vamos aproveitar também para nos despedir de Don Corleone

A confusa administração de Brasília, a cargo do governador Rodrigo Rollemberg, do PSB — e refiro-me a desencontros em várias áreas, dos quais me dispenso de falar agora; fica para outras oportunidades —, decidiu erguer um muro em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, para separar, com placas de metal de dois metros altura, defensores e opositores do impeachment. Desde logo, note-se que a escolha está errada: na matemática, na simbologia e no fato.

Erra no fato a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Melhor seria ter destinado áreas distintas da enorme Praça dos Três Poderes para os manifestantes de ambos os lados, não alimentando o que eu chamaria de “A Arquitetura do Confronto”. Não se trata de uma guerra, mas do exercício do Estado de Direito.

Erra na simbologia quando faz crer que o que estarão em disputa no próximo domingo expressam visões igualmente legítimas. Essa, no fim das contas, é a maior de todas as falácias. No dia 17, os que defendem o triunfo do Artigo 85 da Constituição e da Lei 1.079, que o disciplina, hão de enfrentar aqueles que querem rasgar diplomas legais que são pilares do regime democrático.

E erra na matemática o governo do Distrito Federal quando faz supor que a sociedade brasileira está dividida, em partes iguais, sobre o impeachment da senhora Dilma Rousseff. Não! De uma lado, estão quase dois terços da sociedade brasileira, querendo que Dilma apeie ou seja apeada do poder; do outro, menos de um terço, que defendem a sua continuidade. A burocracia do governo do Distrito Federal resolveu igualar os desiguais. E sempre que isso acontece é a virtude que se vê obrigada a ceder à indignidade do vício, não o vício às qualidades da virtude.

O “Muro da Vergonha” entrará para a história como o único legado do PT, que, infelizmente, ainda vai durar muito tempo, como uma ferida a incomodar os brasileiros. Mas um dia será uma cicatriz, da qual se tem uma triste memória, junto com a satisfação decorrente do fim da dor.  Lula e o PT separaram o Brasil entre “nós” e “eles”, de sorte, como já escrevi aqui, que o “eles” éramos nós, pessoas que o partido e seu demiurgo consideravam desprezíveis, e “nós” eram eles, os indivíduos de moral supostamente superior, acima das vicissitudes humanas, ocupados apenas em fazer o bem comum.

Erguidos os panos da República, expuseram-se e estamos longe de saber tudo —  os horrores de uma máquina organizada para assaltar o Estado brasileiro. A realidade se revelou sem véus: “nós” éramos nós mesmos, os assaltados, os espoliados, os enganados, os humilhados pelo maior esquema de corrupção da história, tome-se qualquer país como exemplo. E “eles” eram eles na sua pureza criminosa.

Muro de Berlim
Um amigo me ligou no domingo à noite afirmando que parte da imprensa — a de esquerda, oram vejam! — estava se referindo de maneira pejorativa às placas de metal, chamando-as de “Muro de Berlim”. Esquerdistas dos dias que correm não estudam. Informam-se e deformam-se só pelas redes sociais. Não usam a Internet nem para baixar livros. Contentam-se com o que outros tão ignorantes como eles próprios expelem por aí.

Alguém mais informado deve ter dado o alerta, e a metáfora foi enfiada no saco. Mas eu a recupero. Trata-se, sim, do nosso Muro de Berlim —  erguido, o original, pelo regime comunista da Alemanha Oriental no dia 13 de agosto de 1961, separando, então, a Berlim Oriental, comunista, da Berlim Ocidental, capitalista. O muro só caiu em 1989, com a derrocada da União Soviética e dos regimes comunistas do Leste Europeu.

Durante 48 anos, o muro se tornou o símbolo de um mundo falsamente dividido em duas moralidades, ambas supostamente legítimas e assentadas em justas aspirações humanas. Uma ova! No mundo comunista estavam a ditadura, o terror, o atraso, a violência, a destruição da individualidade, o esmagamento dos direitos.

Do outro lado, assentavam-se as chances de uma vida digna — o que nunca quis dizer que todos os países capitalistas tivessem ou tenham oferecido — ou ofereçam ainda hoje — condições dignas de vida a seus cidadãos. Mas, antes como agora, isso quer dizer que a democracia só é compatível com o capitalismo, embora possa existir capitalismo sem democracia. Tal realidade nos conduz ainda a outra implicação: não existe socialismo sem ditadura, embora nem toda ditadura seja socialista.

Sim, o socialismo, como alternativa civilizatória, morreu em 1989, restando, mundo afora, não mais do que aleijões morais como Cuba, Coreia do Norte ou Angola, onde autoritários disputam com ladrões para saber quem impõe com mais determinação a sua agenda. Mas o muro sobrevive nas mentalidades de grupelhos que aparelharam o Estado brasileiro, a serviço do PT, e que se organizam para cassar direitos inalienáveis do povo brasileiro.

Não se enganem: o Muro da Vergonha que se ergue na Esplanada dos Ministérios não traduz o que se passa na alma e nos anseios da esmagadora maioria do povo. Por isso mesmo, cumpre lembrar ainda uma vez: foi o regime comunista que ergueu o Muro de Berlim, não o contrário; era a tirania com medo da liberdade, nas a liberdade com medo da tirania. Porque não havemos de ter medo. Agora é hora da coragem serena.

Recomendo a todos que assistam ao filme “Adeus, Lênin”, de 2003, dirigido por Wolfgang Becker. Trata justamente da queda do Muro de Berlim e do fim do horror comunista da Alemanha Oriental. Mas não só: ali também se compreende que a pior de todas as ditaduras é aquela que se apodera da nossa consciência.

De certa forma
De certa forma, é mesmo verdade. Vinte e sete anos depois da queda do Muro de Berlim, foi preciso erguer o nosso próprio muro, simbolizando o que Lula e o PT fizeram com o Brasil nos últimos 14 anos, para que possamos derrubá-lo. Também daremos o nosso “Adeus, Lênin”. Vamos dar o nosso “Adeus, Lula”. E vamos aproveitar para nos despedir também de Don Corleone.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

Impeachment: Caça aos picaretas



Quantos picaretas haverá em um Congresso de 513 deputados federais e 81 senadores? Nos anos 80 do século passado, o então deputado Luiz Inácio da Silva acusou o Congresso de abrigar, pelo menos, 300 picaretas.  Triste ironia! Pois foi com o apoio de uma maioria deles que Lula governou duas vezes. E é a eles que Lula novamente pede socorro para evitar, desta vez, a interrupção do mandato de Dilma.

Aquele que se apresenta como “a alma mais honesta do país” recebeu plena delegação de poderes de Dilma para empenhar o que for preciso em troca de votos capazes de barrar a aprovação do impeachment na Câmara dos Deputados – de ministérios a cargos com orçamentos milionários; de liberação de dinheiro para pequenas obras a dinheiro vivo para financiar futuras campanhas.

De zica e de outras doenças, Dilma deixou de falar, reparou?  Neste momento, o estado de São Paulo vive um surto da gripe H1N1, com 534 casos confirmados e 70 mortes relacionadas ao vírus. Falta vacina nos postos médicos.

Uma multidão apinhou-se à porta de uma concessionária da BMW na capital paulista atraída por 1,5 mil doses de vacina oferecidas de graça. Cadê Dilma? O Brasil está desgovernado desde que ela foi reeleita sem saber direito o que fazer. No primeiro mandato, parecia saber. Mandou sete ministros embora em nome do combate à corrupção.

Depois, aconselhada por Lula, trouxe-os de volta. No mais, fez tudo errado e afundou o país como se vê. Errou até quando promoveu Lula a ministro na tentativa criminosa de salvá-lo da Lava-Jato – e de salvar-se. O trabalho sujo, agora, desempenhado por Lula, liberou Dilma para ficar rouca de tanto apregoar que os corruptos jamais a derrubarão – logo ela, de biografia imaculada.

Procede assim em comícios país a fora e Palácio do Planalto adentro, animados pela palavra de ordem repetida por militantes amestrados de que “impeachment é golpe”. Virou uma figura patética. Uma caricatura sem graça dela mesma.  Falta estimar o número de picaretas com direito a assento no plenário da Câmara. Mas muitos estão divididos entre aceitar pagamentos à vista ou a prazo.

À vista é o que Lula lhes promete desde que entreguem primeiro seus votos. A prazo é o que lhes prometem os que dizem falar em nome do vice-presidente Michel Temer. Por enquanto, o vice está recolhido ao silêncio. Faz acenos à distância. Esta tarde, salvo uma surpresa na qual nem o governo acredita, a Comissão Especial da Câmara aprovará o relatório que recomenda a abertura do processo de impeachment contra Dilma.

O relatório será votado no plenário da Câmara entre a próxima sexta-feira e o domingo. Ali, para que o pedido possa ser encaminhado ao Senado, serão necessários os votos de 342 de um total de 513 deputados. Os defensores do impeachment admitem não ter os 342 votos. Mas dizem dispor de 330 a 335. Será?

No fim de semana, a maioria dos deputados voou aos seus Estados para encontrar parentes, amigos e eleitores. No Recife, Jorge Corte Real (PTB-PE) reafirmou ao pai que votará a favor do impeachment como ele lhe pedira.  Convidado para ser ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR) surpreendeu o governo no sábado com o anúncio de que está indeciso quanto ao impeachment. A filha dele, deputada estadual pelo PP, é a favor.
Espera-se para breve uma nova fase da Lava-Jato. Fora outras coisinhas (alô, alô, Lula!).

Fonte: Blog do Noblat - Ricardo Noblat


Lula e Dilma (Foto: André Coelho / Agência O Globo)

Líder do PT, que nada lidera, ameaça deputados pró-impeachment: ‘Vocês não terão sossego’



O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), fez um pronunciamento nesta segunda-feira na comissão especial do impeachment com críticas à Operação Lava Jato, ao Ministério Público e ao juiz federal Sérgio Moro. "Magistrado não pode jogar para confronto social", afirmou. Ele também acusou o PSDB e o PMDB de orquestrarem o impedimento da presidente Dilma Rousseff e de golpismo contra o "povo pobre, o bolsa família e o voto popular". [é graças ao voto do povo pobre (que não por ser pobre e sim por serem vendilhões do voto, por aceitarem votar na base da troca de favores, votar no cabresto dos programas sociais – e ao voto popular, que coisas tipo Lula, Dilma, esse deputado  e muitos outros, verdadeiras amebas, são eleitos e até reeleitos.)

"Impeachment sem crime de responsabilidade é traição ao país, ao povo pobre e vocês não vão ter sossego se fizerem isso", ameaçou. O governo Dilma já espera uma derrota na comissão, mas vai adotar um discurso para tentar minimizar o revés. "Se não sair daqui com dois terços dos votos, a oposição golpista não tem dois terços no plenário da Câmara", disse Florence, em referência aos 342 votos necessários para os deputados autorizarem o processamento e o julgamento de Dilma no Senado Federal. 

Fonte: Felipe Frazão e Marcela Mattos, de Brasília


Presidiários erguem 'muro do impeachment' para separar manifestações

Objetivo é evitar confronto de manifestantes pró e contra o governo Dilma

[governo do DF agiu, por covardia, de forma ilegal; os representantes dos grupos pró-impeachment tinham requisito com antecedência a área.

Os petralhas solicitaram com atraso. Pelas regras vigentes a prioridade é do grupo que requisita primeiro.]

Um grupo de presidiários foi escalado para colocar grades em frente à Esplanada dos Ministérios que, até o próximo fim de semana, servirão de muro para separar manifestantes a favor e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Monitorados por policiais militares, os presidiários usavam camisetas brancas sobre a cabeça para se proteger do sol forte. A barreira, já usada pelo governo no dia 7 de setembro do ano passado para aplacar as manifestações contrárias à presidente durante o aniversário da Independência do Brasil, volta agora a ser erguida para evitar um eventual confronto entre os manifestantes. 
Presidiários colocam grades de ferro na frente da Esplanada dos Ministérios para dividir manifestantes pró e contra impeachment da presidente Dilma Rousseff(Alan Marques/Folhapress)
 
Do lado direito da Esplanada, ficarão os que pedem o impeachment de Dilma. Do lado esquerdo, estarão aqueles que defendem a continuidade do governo. O "muro do impeachment" só deverá ser desmontado no fim da votação pela Câmara. 
O processo deverá ocorrer entre os dias 15 e 17 de abril. 

(Com Estadão Conteúdo)