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Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
domingo, 6 de maio de 2018
Bolsonaro e política economica
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Miséria explorada
O
desabamento do edifício em São Paulo ocupado por uma dissidência do Movimento
dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) explicitou o descaso das autoridades públicas
que, além de não terem programas habitacionais para combater a tragédia da
falta de moradia, não fiscalizam os pardieiros invadidos por uma centena de
movimentos ditos sociais, mas que, em sua maioria, se transformaram em milícias
urbanas, arrancando dinheiro de quem não tem nem para viver.
Por outro lado, o principal movimento, o MTST, que ganhou notoriedade pelo protagonismo de Guilherme Boulos no cenário político nacional, não atua para coibir essas verdadeiras quadrilhas que se aproveitam dos que o candidato à presidência do PSOL alega representar e proteger. [o que interessa ao Boulos é sua carreira política, que ele acredita vai deslanchar, ainda que sob o patrocínio do PSOL e pós desmonte da farsa Lula e inicio da revelação de que os tais movimentos sociais são verdadeiras quadrilhas - aliás o exército do general da banda Stédile não faz nada de efetivo para defender Lula e o exército do coronel Boulos, também ficará omisso? - que extorquem os que nada possuem - apesar de entre os realmente necessitados de moradias, existe dezenas de invasores profissionais.]
Por outro lado, o principal movimento, o MTST, que ganhou notoriedade pelo protagonismo de Guilherme Boulos no cenário político nacional, não atua para coibir essas verdadeiras quadrilhas que se aproveitam dos que o candidato à presidência do PSOL alega representar e proteger. [o que interessa ao Boulos é sua carreira política, que ele acredita vai deslanchar, ainda que sob o patrocínio do PSOL e pós desmonte da farsa Lula e inicio da revelação de que os tais movimentos sociais são verdadeiras quadrilhas - aliás o exército do general da banda Stédile não faz nada de efetivo para defender Lula e o exército do coronel Boulos, também ficará omisso? - que extorquem os que nada possuem - apesar de entre os realmente necessitados de moradias, existe dezenas de invasores profissionais.]
O máximo que Boulos conseguiu fazer foi uma declaração de solidariedade, e garantir, estranhamente, que nunca havia ouvido falar nesse movimento que extorquia dinheiro dos sem teto que ele pretende liderar. E ainda deu-se ao luxo de criticar “os que querem se aproveitar de uma tragédia para fazer política”. Se não sabe da existência desse e de outros movimentos semelhantes, no mínimo é um relapso, pois deveria ter informações sobre os que atuam no seu terreno, desmoralizando uma campanha que se anuncia como séria e defensora dos direitos humanos dos que não tem casa para morar.
Boulos e seus assessores tinham, na verdade, obrigação de denunciar esse tipo de gente que se aproveita da miséria alheia. Poderiam aproveitar o acesso que têm às autoridades para propor uma campanha conjunta de moralização desses cortiços, ocupados muitas vezes por quadrilhas de bandidos que encontraram neles um novo filão para ganhar dinheiro ilegalmente, da mesma maneira que vendem drogas dentro das ocupações e facilitam instalações clandestinas, os chamados gatos, que acabam provocando tragédias como a do edifício Wilton Paes de Almeida. Esses grupos, que no limite são ligados a facções criminosas, assemelham-se às milícias que atuam nas comunidades pobres e favelas do Rio, e precisam ser combatidos. A união de milicianos com traficantes, que a polícia paulista está investigando e a intervenção no Rio está combatendo arduamente, é uma ameaça a toda a sociedade.
Se Guilherme Boulos não se dedicasse tanto à política partidária, e tivesse uma visão mais ampla do que seja uma verdadeira ação política, não permaneceria em Curitiba prestando homenagem a Lula, esperando receber migalhas do espólio do lulismo. E usando os miseráveis que o seguem com fins partidários, colocando-os à disposição da luta política do ex-presidente. O presidente Michel Temer, já escrevi aqui, não deveria ter ido aos escombros, por ser uma clara ação política indevida, num ambiente hostil. Mas Boulos tinha obrigação de lá estar presente, e de denunciar a extorsão que estava em curso, distorcendo o sentido da ação social que ele alegadamente lidera.
Dizer que nunca ouviu falar desse movimento, e de diversos outros espalhados pelo país, não é suficiente para expiar sua irresponsabilidade. Afinal, um verdadeiro líder tem obrigação de denunciar os que se aproveitam de situações miseráveis para explorar o próximo. Ou basta denunciar as autoridades burguesas e os capitalistas desalmados para justificar sua atuação política?
Merval Pereira - O Globo
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Vidas blindadas
Não seria melhor blindar tudo numa cidade que, apesar da intervenção federal, já teve 42 PMs assassinados em 2018?
A
novidade só podia mesmo vir dos Estados Unidos. Motivado pelas frequentes
fuzilarias em escolas de seu país, o artista gráfico e veterano de guerra Dave
Hollenbach deu entrada com um pedido de registro no U.S. Patent & Trademark
Office (equivalente ao nosso INPI, Instituto Nacional da Propriedade
Intelectual): a patente de uma carteira escolar blindada. De altura ajustável para
acompanhar o crescer das crianças, a ideia é fazer do móvel um bunker
individual, que as acompanharia até o ginásio.
À
primeira vista, trata-se de uma carteira convencional, com cadeira e mesa
fechada até o chão. Só que o tampo é duplo. Se um atirador irromper na classe,
garante o inventor, uma mola de fácil manejo faz saltar um segundo tampo, que
trava na posição vertical. Vira escudo. Composto de fibra de vidro de densidade
máxima, ele é do mesmo material blindado da parte frontal da carteira. Segundo
Hollenbach, o conjunto foi testado para aguentar até 30 disparos de pistolas e
fuzis de assalto. Não fala em metralhadoras nem bazucas.
Como cada
carteira/escudo sairia em torno de US$ 700, a solução, embora tentadora para um
Rio à beira da insânia, seria cara demais para os cofres saqueados da cidade.
Por ora, o foco do prefeito Marcelo Crivella se concentra na blindagem dos
muros externos da rede de ensino municipal. Anunciado em abril passado na
esteira da morte da menina Maria Eduarda (baleada no pátio da escola Daniel
Piza, em Acari), esse projeto de fortificação entra agora em fase de licitação.
Segundo reportagem de Luã Marinatto, do jornal “Extra”, a argamassa especial de
blindagem acaba de passar em testes de resistência a tiros de fuzil disparados
de 15 metros de distância. Pelo menos é o que diz o burgomestre.
Mas e as
janelas das escolas? E os telhados? E as várias Faixas de Gaza que brotam sem
avisar no trajeto a ser percorrido pelas crianças — na rua, no ponto de ônibus,
na van, no bairro, na Linha Amarela, na Linha Vermelha, em qualquer canto. E
por que apenas escolas (elas são perto de 400 situadas em regiões dominadas por
milícias e/ou tráfico)? E os hospitais? E o céu e o mar? Não seria melhor
blindar tudo numa cidade que, apesar de estar sob intervenção federal, já teve
42 policiais militares assassinados em 2018? Ou melhor não fazer nada, visto
que argamassa não erradica violência? Entende-se
a complexidade do problema e a dimensão da encrenca. Por vezes, soluções
paliativas podem injetar alento pontual, ajudar a respirar quem precisa de gás
até a desilusão seguinte. Esta
semana, coube à repórter Berenice Seara revelar que as cinco câmeras da
Secretaria de Segurança instaladas no trajeto da vereadora assassinada Marielle
Franco e do motorista Anderson Gomes foram desligadas 24 ou 48 horas antes do
crime. Uma delas, com imagens em 360 graus remetidas ao sistema do Centro
Integrado do Comando e Controle (CICC), fica em frente ao local dos disparos
contra o carro da vereadora. Os autores e mandantes da execução — e do
desligamento das câmeras — continuam anônimos e soltos por aí.
Assim
como não há proteção do cidadão contra a ausência de políticas públicas, também
não existe blindagem para políticos contra a impopularidade que arrebanham. Um
assessor do presidente Michel Temer destacou-se esta semana ao desfraldar uma
maleta para desviar objetos arremessados contra o chefe que visitava as ruínas
do edifício implodido pelo fogo no centro de São Paulo. Feito
mágica, a maleta executiva desdobrou-se em duas, como o tampo da carteira
escolar idealizada por Hollenbach, e ajudou a evitar que peças voadoras
atingissem o alvo. Mas nada pode contra a impopularidade do presidente. Falta a
Temer, e a tantos nas muitas esferas do poder nacional, a argamassa com que se
constrói uma biografia: credibilidade.
_____________
Em tempo:
para não perder o gancho e porque hoje é domingo, vale mencionar o caso do
energúmeno Scott Pruitt, secretário (ministro) do Meio Ambiente de Donald
Trump. Ao assumir o cargo, Pruitt enumerou sua lista de necessidades:
trancas
biométricas nas portas do gabinete;
varredura
permanente contra aparelhos de escuta em suas salas;
proteção
24 horas por 20 agentes de segurança;
assentos
com revestimento à prova de balas em carro blindado de última geração;
cabine
telefônica à prova de som no gabinete (US$ 43 mil);
duas
mesas executivas blindadas ao estilo Hollenbach (US$ 70 mil) para o trabalho.
Os dois
últimos itens lhe foram negados. Pruitt continua à frente de uma das pastas de
maior consequência para o planeta, apesar de envolto em escândalos.
Dorrit
Harazim é jornalista
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Ocupações criminosas - as máfias que exploram os sem-teto e o risco de novas tragédias em prédios invadidos
Descaso, desespero e oportunismo
Tragédia em prédio no centro de São Paulo expõe a situação precária de milhares de pessoas sem moradia, atesta fracasso do poder público na proteção dos cidadãos e revela o submundo das máfias que fazem das ocupações um negócio lucrativo
Cães farejadores localizaram na sexta-feira 4 o primeiro corpo sob o escombros do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, que desabou por causa de um incêndio na madrugada de 1º de maio. As buscas por vítimas soterradas na tragédia são apenas uma das inúmeras consequências de um desastre que expôs as fissuras de um sistema falho em muitos aspectos. Além de exibir um erro geral de controle de segurança sobre uma ocupação de sem-teto que sequer deveria existir naquele local, a queda do edifício trouxe à tona o descaso das autoridades diante do grave problema da falta de moradia na cidade de São Paulo, metrópole onde milhares de pessoas vivem em situação de abandono em dezenas de imóveis ocupados. Havia motivos de sobra para evacuar o prédio ou fazê-lo passar por uma completa revisão de segurança há pelo menos um ano. A Prefeitura, os bombeiros e os órgãos fiscalizadores sabiam disso.Antes que a poeira baixasse sobre os escombros que engoliram no mínimo seis pessoas e deixaram outras 372 sem abrigo — incluindo cerca de 40 crianças e adolescentes —, veio à tona também uma estrutura de negócio que acompanha algumas ocupações na qual se cobra para oferecer muito pouco em troca. Paga-se para viver em extrema precariedade, sem qualquer proteção e sob o evidente risco de morte. As famílias ocupantes dos “apartamentos” do prédio, localizado no Largo do Paissandu, um dos pontos mais movimentados da cidade, pagavam uma taxa que variava de R$ 160 a R$ 400, de acordo com as condições de cada um. Pela média, eram arrecadados ao menos R$ 30 mil por mês dos moradores, na maioria trabalhadores informais que atuam como vendedores ambulantes, balconistas, carroceiros e na faxina de prédios e do comércio da região. O objetivo da coordenação do Movimento Luta por Moradia Digna (MLMD), um dos diversos que atuam na cidade, seria manter uma portaria em funcionamento, pagar taxas de luz, água e os custos dos advogados que atendiam à ocupação do Wilton Paes de Almeida. Era uma conta salgada e sem contrapartida.
Seu coordenador, Ricardo Luciano Lima, já aplicou calote no pagamento de tarifas públicas. Mesmo cobrando taxas de R$ 300 por quarto em um prédio invadido no Largo do Belém, em 2016, ele foi denunciado por ligações clandestinas de água e acabou condenado em primeira instância a um ano e dois meses de reclusão em regime semi-aberto. Lima não vive no prédio, mas em outra ocupação na Zona Leste. “Ninguém paga aluguel. É tudo para manutenção. Aqui não tem milionário”, diz ele. Eventuais atrasos no pagamento das taxas não eram tolerados por mais de três ou quatro dias até “ordens de despejo” fossem executadas. Quem era removido tinha seus poucos pertences jogados na calçada.
O valor mais alto cobrada no prédio estava além do dobro de ocupações mais estruturadas, como as da Rua Mauá e da Av. Prestes Maia, as maiores da cidade — juntas, elas abrigam 3 mil pessoas. Organizados, nestes locais há extintores em todos os andares e grupos encarregados da limpeza e manutenção. Algo bem diferente do Largo do Paissandu, onde o lixo se acumulava no poço do elevador — o que ajudou a propagar as chamas que, ao atingir temperaturas superiores a 600º C comprometeram a resistência das estruturas metálicas, que suportaram por cerca de uma hora e meia, antes de ruírem. Dois prédios vizinhos foram atingidos e correm o risco de cair. A primeira igreja luterana de São Paulo, erguida em 1908, foi destruída. Restaram apenas o altar e a torre, que também está condenada.
O chocante desmoronamento do edifício em chamas foi acompanhado de uma cena dolorosa: as imagens do morador Ricardo Pinheiro, filmado tombando junto com o prédio no momento em que seria içado por uma corda lançada pelos bombeiros. Moradores contaram que Tatuagem, como era conhecido, ajudou a tirar crianças do local. Os bombeiros acreditam ser de Ricardo o primeiro corpo resgatado. Além dele, podem estar sob as lajes Selma Almeida Silva e seus filhos gêmeos, Wendel e Werner, de 9 anos. Também está desaparecido o casal Eva Barbosa Silveira e Walmir Souza Santos, que ocupava uma área no 8° andar do prédio.
A evacuação rápida e a pronta ação dos bombeiros salvaram vidas. A manicure Michele de Oliveira Silva, de 35 anos, morava com o marido e a filha no quinto andar — local onde o fogo começou — e afirma que os acontecimentos foram muito rápidos. Segurando uma boneca nos braços, ela lembra de cenas da tragédia. “Eu ouvi ‘pum’ e aí todo mundo começou a gritar ‘tá pegando fogo’”, afirma. Depois disso, Michele diz que as pessoas começaram a correr e as chamas passaram a consumir a fiação do prédio. Durante a fuga, a manicure afirma que o marido dela teve que quebrar uma porta que estava trancada com cadeado e que os vidros da fachada do prédio começaram a quebrar por causa do calor. Porém, a angústia dela não acabou quando finalmente conseguiu descer as escadas com a família e chegar até a rua. “Quando descemos, meu marido voltou para pegar a roupa e fiquei preocupada. Eu falei ‘já morreu’. Mas depois ele desceu vivo, graças a Deus”, afirma a mulher fechando os olhos e levando a mão ao coração.
Depois de passar pelo trauma, Michele perdeu roupas, documentos e outros objetos pessoais. “Fiquei na rua aqui. Estão ajudando a gente dando alimento e roupa”, mas mesmo com a solidariedade das pessoas, ela não sabe ao certo qual será seu futuro. A única coisa que ela afirma ter certeza é que não quer ir para um albergue: “Lá é ruim. Eles roubam as coisas da gente. Eu já morei em albergue e quando a gente volta do trabalho, não tem mais nada.”
(...)
... edifício inadequado até para quem não tem onde viver. Por isso estava em poder do MLMD desde 2010. Dois integrantes de movimentos sociais afirmaram, sob condição de anonimato, que o nível de organização desse movimento é mínimo. Ele não participa ativamente das reuniões com os órgãos de habitação. “O que não adianta é culpar as vítimas. Nós queremos que se façam vistorias nos prédios ocupados e que eles sejam transformados em moradias definitivas”, afirma Benedito Roberto Barbosa, advogado da União dos Movimentos de Moradia de São Paulo (UMM). “Não se pode criminalizar as ocupações e transformar vítimas em culpados”.
(...)
Proprietário do edifício, a União solicitou que a Polícia Federal também atue no caso. Outra frente de investigação tenta vasculhar possíveis vínculos de algumas ocupações com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Prédios ocupados são territórios quase inexpugnáveis para a polícia e, eventualmente, servem de esconderijo para drogas e armas. Em 2016, o Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) desbaratou uma quadrilha ligada ao PCC sob a fachada do Movimento Sem Teto de São Paulo (MSTS), que ocupava o Cine Marrocos, no Centro. Vinte e oito pessoas foram presas.
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