Um dos maiores desafios da eleição de 2010 era saber o que pensava exatamente
Dilma Rousseff sobre economia. Se, de um lado, ela mostrava-se crítica à
ala pró-mercado do governo Lula, encabeçada por Antonio Palocci e
Henrique Meirelles, do outro, sinalizava que manteria a política
econômica de seu antecessor, sem descer aos detalhes. Eleita, botou para
funcionar sua nova matriz econômica e deixou o Planalto, após sofrer
impeachment, como responsável por uma das mais graves recessões de nossa
história.
Ironicamente, dois anos após Dilma deixar o Planalto, Jair Bolsonaro chega
à liderança da corrida eleitoral deste ano vivendo situação semelhante.
Egresso da carreira militar, lutou contra todos os pontos relevantes do
Plano Real, mas, às vésperas das eleições, deste ano passou a renegar seu
passado. [errar é aceitável; Bolsonaro pode ter errado sobre economia no passado mas reconheceu seu erro - tanto que terá ao seu lado um economista;
ao aceitar ao seu lado um Bolsonaro está reconhecendo seus erros sobre o assunto no passado e garantindo que não vai repeti-los?]
Alegou não entender de economia e colocou a seu lado o
economista Paulo Guedes, um liberal egresso da Universidade de Chicago.
Fora o objetivo de chegar ao Planalto, é difícil encontrar algo que os
una. [Salvo engano, não está em questão um eventual casamento entre Bolsonaro e Paulo Guedes, e sim a necessidade do futuro presidente do Brasil contar com o assessoramento em assuntos econômicos de um economista e o escolhido foi Paulo Guedes.]
Mesmo tendo sido reduzida, a campanha eleitoral é longa o suficiente para
cobrar a exposição dos candidatos a temas incômodos. A propaganda de rua
começará oficialmente no dia 16 de agosto. Para efeito de comparação, foi
exatamente neste dia, quatro anos atrás, que o PSB decidiu que Marina
Silva assumiria a candidatura no lugar de Eduardo Campos, morto três dias
antes. E, diante de uma duríssima campanha de ataques, que levantou
dúvidas sobre os rumos que ela daria ao país, Marina sequer chegou ao
segundo turno, mesmo depois de uma ascensão meteórica. [Marina seria causa, se eleita presidente do Brasil, de um desastre igual ou maior que o causado pelo corrupto Lula e seu 'poste'.]
À revista Época da última semana, Bolsonaro garantiu
que já escolheu metade de seu ministério e que divulgará os
nomes um mês antes das eleições. Seria um bom caminho para o eleitor, mas
é difícil que seus marqueteiros apoiem a ideia. Em 2014, boa parte das
propagandas de ataque do PT a Aécio Neves se baseavam em uma entrevista
dada por Arminio Fraga, anunciado pelo tucano como seu futuro ministro da
Fazenda. Quanto mais nomes Bolsonaro anunciar, mais exposto a ataques ele
ficará.
Em um país com 13 milhões
de desempregados, saindo de uma das mais profundas crises de
sua história, a economia tende a assumir (novamente) papel central no
debate eleitoral. O primeiro ponto sobre o qual os candidatos
precisarão se pronunciar é se defendem uma reforma da Previdência,
e qual seria ela. Verdade seja dita, nenhum dos candidatos que lideram as
pesquisas veio a público até agora explicar de fato como pretendem sanar
o rombo crescente provocado pelo atual regime de aposentadoria, que não
condiz mais com a evolução da pirâmide etária da população. No entanto,
ao contrário de seus concorrentes, que prometem um posicionamento,
Bolsonaro arranjou um biombo para manter-se em silêncio: diz que nada
entende de economia.
Quando se candidatou pela primeira vez, Dilma beneficiou-se de um duplo wishful
thinking : os eleitores mais à esquerda acreditavam que ela daria uma
guinada à esquerda na política econômica – o que ocorreu –, e os que viam
com bons olhos o estilo Lula de manter uma condução econômica pró-mercado
achavam que ela simplesmente repetiria seu antecessor – estes se
frustraram. Hoje, parece se desenhar quadro semelhante entre
bolsonaristas: os liberais acham que ele de fato abandonará sua formação
estatista de décadas e entregará o comando da economia ao mercado,
enquanto os militaristas acham que esse flerte deve durar até a eleição e
que, depois, ele voltará a pensar no “Brasil grande”. Resta torcer para
que desta vez a campanha deixe claro qual lado prevalecerá. [uma certeza nos garante: com Bolsonaro o lema ORDEM e PROGRESSO da Bandeira Nacional voltará a ter valor, a ser cumprido;
A MORAL, os BONS COSTUMES, a FAMÍLIA voltarão a ter valor.
A economia - Bolsonaro já parte com uma vantagem de assumir que não entende nada de economia (não simpatizamos com FHC, achamos que já não tem muito controle sobre o que fala, mas temos que reconhecer que consertou o Brasil acabando com a hiperinflação e sua formação é de sociólogo) mas se dispõe a entregar o comando da economia a quem entende.]
Por: e-mail
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