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sábado, 26 de maio de 2018

Crise dos caminhões [e manobras escusas de Maia] acentua[m] falência de Temer




Crise dos caminhões acentua falência de Temer... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2018/05/25/crise-dos-caminhoes-acentua-falencia-de-temer/?cmpid=copiaecola
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Crise dos caminhões acentua falência de Temer


Vão relacionadas abaixo nove evidências de que o governo de Michel Temer vive um ocaso em que, enfiado numa trincheira de fantasias, acelera o seu derretimento:

(... )

5. Rodrigo Maia, o presidente da Câmara, enxergou no derretimento da autoridade de Temer uma oportunidade a ser aproveitada. Enfiou no projeto de desoneração da folha salarial das empresas uma isenção do PIS e da Cofins sobre o diesel. Uma coisa compensaria a outra, disse Maia. E os caminhões voltariam a circular. O Planalto tratou a proposta de Maia como uma “pauta-bomba”, semelhante aos pavios que Eduardo Cunha costumava acender contra Dilma Rousseff. A adesão dos líderes de partidos governistas à ideia de Maia potencializou a impressão de que a base congressual de Temer está estilhaçada.

6. Carlos Marun, foi enviado por Temer à Câmara, na noite de quarta, para tentar desarmar a bomba de Rodrigo Maia. Suprema ironia: sob Dilma, Marun era general da tropa de Eduardo Cunha. Dedicava-se a acender o fósforo. Hoje, promovido a coordenador político de Temer, Marun revelou-se um fiasco na tarefa de desativador de artefatos. Avisou a Maia que a isenção do PIS-Cofins produziria um rombo fiscal de R$ 12,5 bilhões, não de R$ 3 bilhões como a Câmaera estimara. Os deputados fizeram ouvidos moucos, ativando a bomba. “Vamos corrigir no Senado”, disse Marun, acusando Maia de fazer “populismo”.

7. Eunício Oliveira, o presidente do Senado, estava tão preocupado com a crise que voou na quinta-feira para o seu Ceará. Faltava querosene de aviação em Brasília. Mas Eunício, um milionário que dispõe de avião próprio, manteve o hábito de decolar de Brasília nas asas da Força Aérea Brasileira, com todas as comodidades que dinheiro público pode proporcionar. Na Capital, Eunício é um apoiador de Temer. No seu Estado, é um aliado do PT. O senador tenta a reeleição pegando carona no prestígio do presidiário Lula entre os eleitores sertanejos. Ao ser alertado para o fato de que o custo do seu alheamento poderia ser alto, Eunício retornou às pressas para Brasília. Em tempo para acompanhar os desdobramentos de uma decisiva rodada de negociações realizada no Planalto.

8. Eliseu Padilha, o negociador, coordenou a mesa em torno da qual sentaram-se os representantes do governo e hipotéticos porta-vozes dos caminhoneiros, sobre cujas boleias paira a sombra do baronato empresarial do setor de transporte de carga. Autorizados por Temer, os ministros cederam em 12 pontos. Entregaram do congelamento do diesel por 30 dias até R$ 5 bilhões em subsídios para atenuar o peso dos reajustes do combustível ao longo do ano. Redigiu-se um acordo. Mas nem todo mundo assinou. E quem subscreveu não falava pelos que estão sublevados nas estradas. Deu no que está dando.

9. Nesta sexta-feita, com as estradas ainda bloqueadas, o desabastecimento a pino, Temer voltou aos holofotes para avisar que o governo “agora terá a coragem de exercer sua autoridade em defesa do povo brasileiro.” O inquilino do Planalto trabalha com uma verdade própria. Por isso, ainda não percebeu que um presidente assessorado por um serviço de informações imprestável, sem liderança parlamentar e cercado de auxiliares que se desligaram da realidade já não tem condições de defender nem a si próprio. A autoridade presidencial derreteu faz tempo.




 


A falta que um governo faz

O Brasil mostrou-se vulnerável. Um plano elementar de defesa garantiria com escolta armada a saída dos caminhões com combustível

A crise que paralisa o país neste ano eleitoral é um estímulo para que as pessoas compreendam a falta que um governo faz num país.  O governo tinha condições de prever a paralisação. Possui recursos para a inteligência e, sobretudo, tinha uma posição privilegiada para entender a evolução da crise: desde julho do ano passado estava negociando com os caminhoneiros.  Portanto, falhou nesse quesito. Sua saída seria ter um plano para permitir que, apesar da greve, o país funcionasse no essencial. Mas nunca se aprovou uma estratégia de defesa nacional, apesar de o projeto ter uma década de existência. [civil na Defesa - só agora decidiram colocar quem entende do assunto, um general - só pode resultar no  que estamos vendo e sentindo.]

O Brasil foi pego de calças na mão. Mostrou-se um país vulnerável. Um plano elementar de defesa garantiria com escolta armada a saída dos caminhões com combustível. Isso aconteceu em Curitiba e, parcialmente, deu certo para manter o transporte urbano em ação, aliviando o peso dos que se deslocam para trabalhar. O Brasil poderia estar menos dependente da gasolina. Mas congelou o projeto que impulsiona os biocombustíveis. Seduzidos pelas descobertas do pré-sal, acorrentamos nosso destino ao combustível fóssil.
 
Da mesma forma, o Brasil poderia ter mantido e desenvolvido suas ferrovias. Mas caiu na ilusão tão comum no Novo Mundo: uma nova opção tecnológica remete as outras para os museus. [biocombustível é apenas uma alternativa, sujeita as mesmas limitações dos combustíveis fósseis,  que também pode falhar; o que tem que ser priorizado é o transporte ferroviário, para cujo desmonte JK deu o pontapé inicial, o Governo Militar adotou algumas medidas que valorizaram mais ainda o transporte rodoviário aumentando nossa dependência e FHC com a privatização fajuta acabou de vez com o que ainda restava.
O transporte  ferroviário reduz custos, é mais seguro e deve ser prioridade tanto para transportar cargas quanto passageiros.
Brasília é um exemplo: grade parte pessoas que moram no entorno do DF e trabalham em Brasília poderiam ser transportadas por trens, só que o governo não se interessa no que é melhor para a população.
Prefere pagar resgate a caminheiros (sem esquecer que vez ou outra é extorquido pelos baderneiros, também chamados  de rodoviários, que paralisam  os ônibus urbanos.]

O preço da gasolina não precisava ser tão alto. Cerca de 45% são impostos. A máquina dos governos em Brasília e nos estados não dispensa esse dinheiro porque jamais soube reduzir seus custos. Os políticos e a elite burocrática ainda não caíram na realidade. A máquina administrativa é de um país ilusório, muito mais rico do que o país de concreto, que todos habitamos de carne e osso.  É esse país da fantasia que precisa desaparecer com a sua máquina do Estado catapultada para o mundo real. Vivemos um momento de avanços tecnológicos que poderia tornar o enxugamento dos gastos mais fácil que no passado. o ceio que gastando mais com o país e menos com o seu governo arriscaríamos a competência ou mesmo a dignidade dos cargos.

No país real, a dignidade de uma elite governante também se mede pelo seu esforço em ser austera, pela decisão de compartilhar nossas limitações cotidianas. E não por construir um oásis particular no deserto de nossa desesperança. A ausência de um governo revela também a nossa fragilidade quando não dispomos desse instrumento. De repente, o Brasil parou, somem os alimentos, em alguns lugares também a água mineral. É como se o país trocasse de mãos. Não só estradas, como refinarias foram bloqueadas. Uma coisa é fazer greve, outra intervir na vida dos outros e do próprio governo. Os lances ilegais não foram punidos, [e com certeza não serão; o que mais acontece é em greves a Justiça fixar multas com valores vultosos a ser aplicada em sindicatos caso os grevistas não voltem ao trabalho ou mantenham percentual mínimo da frota, nada disso é feito, os grevistas voltam quando colocam o governo e a justiça de joelhos e as multas não são cobradas.
Se as multas fossem cobradas o 'sindicato dos rodoviários do DF', epa.... dos baderneiros, já teria vendido até o uniforme dos seus filiados  para pagar multas e não conseguiria.]  nem apurados os indícios da presença das grandes empresas na greve. Paradoxalmente, num momento de fragilidade como esse a sociedade encontra uma possibilidade de mostrar sua força.

Para muitos, o que se passa no universo político não interessa, o melhor é deixar de lado e cuidar da própria vida. Mas eis que uma paralisação como essa revela claramente que não existe vida própria, blindada contra os descaminhos da elite dirigente. Gasolina, alimentos, água de beber tudo isso invade a existência pessoal com seus vínculos familiares.  A greve foi um momento em que nos sentimos muito sós. Mas abre a chance de nos reunirmos em torno da ideia de um país, uma cultura, enfim, de retomar algum nível de sentimento nacional. Isso passa por uma grande sacudida no país da fantasia.


Fernando Gabeira - O Globo



Decisão atrasada, mas acertada [governo acovardado reluta em usar a força que dispõe]



O governo Temer deu, afinal, as condições legais para a intervenção das Forças Armadas na greve dos caminhoneiros, permitindo inclusive a chamada “requisição de bens", isto é, que os caminhões sejam tomados para garantir o abastecimento. Está começando a ser desmontado o bloqueio das estradas, em situação ainda caótica, mas o governo deveria ter feito essa intervenção antes de qualquer acordo. Teria dado uma demonstração de força e garantido uma perspectiva de solução.   Fazer agora com os ânimos exaltados é muito perigoso, embora o bom senso pareça estar prevalecendo nos primeiros momentos. Nesses casos, o governo reprime e depois negocia, mas antes é preciso demonstrar que tem força para impedir os bloqueios ilegais. Sem isso, é pedir para sofrer mais pressão.

[Temer já foi autorizado até pelo Vaticano a usar a força necessária para desbloquear as estradas - em um excesso de prudência e tendo lembrado que já teve um decreto nomeando um ministro 'revogado' pela presidente do STF, decidiu para usar as Forças Armadas no desmonte do 'lock-out' que bloqueia as estradas, consultar previamente um ministro do Supremo e recebeu o 'amém' para usar o poder que a Constituição lhe atribui]


O acordo com o governo não funcionou por duas razões: os caminhoneiros reunidos no Palácio do Planalto não eram completamente representativos da classe, e a Câmara, depois da trapalhada nas contas do deputado Rodrigo Maia, aprovou o fim do tributo PIS/ Confins sobre o frete, e os caminhoneiros colocaram a condição para acabar com a greve, impossível de ser atendida, de aprovação pelo Senado da medida.   Com os ânimos exaltados, a entrada das Forças Armadas no conflito é uma medida temerária, depois de um acordo fracassado. Nas greves anteriores houve negociação, no governo Dilma, por exemplo, uma das greves durou 12 dias. No governo Fernando Henrique, ela acabou em três, quatro dias, depois de o presidente anunciar que desbloquearia as estradas, se necessário, com a ajuda das Forças Armadas.

Era o que o governo Temer deveria ter feito antes de negociar um acordo que não é possível cumprir sem a aderência das lideranças dos caminhoneiros autônomos. O acordo fechado no Palácio do Planalto interessa mais às grandes transportadoras do que aos autônomos. Soube-se no meio do dia de ontem, quando a situação ainda era de tensão máxima, que no acordo firmado os ministros Eliseu Padilha e Carlos Marun prometeram contratar sem licitação as frotas das cooperativas e entidades sindicais que aceitaram suspender a paralisação.   No documento, revelado pelo site O Antagonista, o governo diz que vai editar uma Medida Provisória para “autorizar a Conab a contratar transporte rodoviário de cargas, dispensando-se procedimento licitatório, para até 30% de sua demanda de frete”.

No item K do acordo, autorizado por Michel Temer, os ministros dizem que vão “buscar junto à Petrobras a oportunização aos transportadores autônomos à livre participação nas operações de transporte de cargas, na qualidade de terceirizados das empresas transportadoras contratadas pela estatal”.  Ficou muito claro nesse acordo que as grandes transportadoras estavam por trás da greve e dos termos da rendição do governo. Um dos pontos foi a desoneração da folha de pagamento, e só empresas grandes têm folha de pagamento.

É sabido que uma greve desse tipo terá sempre um final vitorioso para os grevistas, pois é impossível resistir à paralisação literal do país. Hoje eles conseguem paralisar o país com muito mais facilidade. Há muito mais caminhoneiros, pois sucessivos governos financiaram caminhões em condições vantajosas, e a tecnologia ajuda a unir os manifestantes mais rapidamente.  A tecnologia dá também uma característica nova a essa greve, pois o abastecimento das cidades é atingido mais de imediato porque não há mais necessidade de estoques. O processo just in time permite baratear o custo da distribuição à medida que as entregas são feitas de acordo com a demanda, mas também provoca o desabastecimento pela falta de entrega da mercadoria a tempo e hora.

A indústria automobilística parou justamente por esse efeito colateral da greve.
Mas, já que o governo vai ter que ceder, que o fizesse em posição de autoridade, exigindo o fim dos bloqueios ilegais antes de qualquer coisa. A população, que no começo apóia os grevistas, com o passar do tempo vai sentir na pele os efeitos dessa paralisação no seu cotidiano, e não é possível sustentar uma greve impopular por muito tempo.   É uma situação delicada, muito difícil mesmo, especialmente para os caminhoneiros autônomos. O aumento diário impede que seja planejado o trabalho, que seja cobrado preço justo, pois nunca se sabe qual será o preço do diesel. Isso não dá, no entanto, o direito aos caminhoneiros de impedir o direito de ir e vir dos cidadãos, e nem a legitimidade de algumas reivindicações permite à categoria fazer exigências absurdas.

Caminhões vazios chegam ao posto de distribuição escoltados pela PM

Os caminhões-tanque vazios chegaram ao posto de distribuição para abastecimento e a previsão é de que, depois de cheios, sigam para postos de gasolina no DF

Caminhões de combustível vazios chegam ao posto de distribuição da Petrobras localizado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) escoltados pela Polícia Militar. Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados do DF (Sinpospetro-DF), Carlos Alves dos Santos, os veículos estão chegando para serem reabastecidos e em seguida distribuírem o combustível pelos postos do Distrito Federal.  

 Carlos, no entanto, alerta que os motoristas só devem conseguir abastecer no início da tarde e que mesmo com a passagem dos caminhões nos pontos controlados pela polícia, a situação deve continuar crítica . “Até que os caminhões sejam cheios e cheguem aos postos demora. São 322 postos em Brasília, fora o entorno. Não vai ter gasolina para todos, mesmo com essa escolta”.

O presidente do Sinpospetro-DF acrescenta ainda que mesmo com a passagem dos caminhões garantida pelas forças policiais serão necessários de quatro a cinco dias para que a situação da distribuição se normalize no DF. Na noite de ontem alguns postos receberam combustível, cerca de 5 a 10 mil litros cada, mas o estoque acabou rapidamente. “A situação continua a mesma, o pouco que chega está saindo muito rápido e os postos que receberam alguma coisa ontem, já estão vazios de novo”, afirma Carlos.

O sindicato ainda não tem informações sobre quantos postos foram abastecidos na noite de sexta e de quantos poderão ser abastecidos com os caminhões que chegam durante a manhã de sábado. Muitos motoristas se arriscam e permanecem em filas de postos desabastecidos esperando a chegada dos caminhões.

Correio Braziliense