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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O maldito revanchismo

Ah! O Revanchismo

Instados por vasta e avassaladora campanha publicitária do governo imperial para descobrir o destino de 140 desaparecidos na luta subversiva, temos aguçado a nossa atenção.

Clamamos em vão, ora pelo João, ora pelo Pedro, ora pelo Antonio, e pelos outros cento e trinta e sete desaparecidos. Infelizmente, só ouvimos os lamentos do Paulo Macena, do Carlos Argemiro, do Edson Régis, e das outras cento e dezesseis vítimas do terrorismo, estes, desconhecidos, personagens do limbo da obscuridade. De fato, eles compunham um grupo de “celerados mercenários” a soldo das forças “ditas” legais. Não tinham família, eram crias de incubadeira, e, portanto, faces sem passado. Cremos que seus “ais” e “lamentos” eram mais agonizantes, por não terem eles, ou as suas famílias, recebido qualquer homenagem ou recompensa, como os seus algozes, sejam eles “aparecidos” ou desaparecidos.

Chorosas mães clamam de saudade por filhos e filhas, por parentes que eram poços de virtudes, indivíduos de reconhecidas qualidades humanitárias, verdadeiros anjos caídos no inferno da ditadura.
Inocentes, puros nos gestos, castos nos pensamentos, querubins que merecem, como bem-aventurados, o aconchego de seus amigos. Que importa, se nos seus sonhos pretenderam tornar esta Nação uma comunidade de “zumbis” nos moldes russos. Não importa se, inadvertidamente, pegaram em armas, para impor seus ideais, e no seu propósito, desacataram as leis e promoveram a desordem.

Muitos buscaram preservar o honrado nome de suas famílias, conscientes de suas insanas aventuras, de sua decisão de matar, de seqüestrar, de assaltar bancos, e de praticar atos terroristas, ações abominadas, inclusive, por seus diletos pais. Por isso, para não macular seus antepassados, por respeitarem ao extremo seus ascendentes e descendentes, buscaram o anonimato, usaram falsas identidades e falsos documentos, cientes de que cometiam hediondos desatinos.

Muitos morreram, não portando os seus verdadeiros nomes, e foram enterrados, o João com o nome de Pedro, o Antonio com o nome de José. Alguns, por não serem reconhecidos, seus corpos não foram reclamados, nem pranteados e jazem em cova rasa, como indigentes, com o nome que escolheram. Portanto, não estão desaparecidos.

Ao longo das últimas décadas, na medida em que os arautos e agentes da subversão colocavam suas cabeças de fora (e viva a Lei da Anistia), e ao mesmo tempo em que ocupavam postos de relevância na estrutura do governo, recrudesceram os seus ataques e tornaram–se visíveis as suas ações de desmoralização da Forças Armadas.
Se no início, titubeantes, a liberdade de atuação ao abrigo da legalidade e a impunidade deram-lhes a confiança necessária para alçarem novos vôos. Daí à prática de solertes arbitrariedades foi um passo.

A máquina estatal, sob a pecha de atos do desgoverno vem cobrindo de legalidade o seu universo de ilegalidades. Pois, colocou-lhes nas mãos diversos instrumentos de manipulação. Com recursos a perder de vista, falando em nome da sociedade, eles concretizam barbáries com a desfaçatez dos que nada temem. Diante de fatos consumados e insanos, a sociedade se aquieta e aceita, uma vez que advindos do “governo”. Juntam-se num mesmo pacote de ignomínias, o politicamente correto e a aceitação absurda da injustiça.

Beneficiados por uma estrutura em torno omissa, conivente ou complacente adquiriram poderes sem limites e não raro extrapolam. Sem freios, libertos de conceitos e padrões que possam obstar seus projetos, seguem em frente.

Se alguém perguntar, mas por que tanto revanchismo?
Poderemos responder que duas são as causas. A primeira refere-se ao partido que abrigou como suas as propostas de comunização do País. A imagem daqueles aventureiros adequava–se como uma luva às ambições partidárias. Não importando se, originalmente, os “heróis” eram do PC, do PC do B, trotskistas, e qualquer sigla de esquerda, todos cabiam na legenda do PT.
Por isso, vivamente, o PT, entendeu que mantendo o revanchismo alimentaria o status do próprio partido, e da maioria de seus políticos, que ganharam dimensões heróicas, agentes de criminosas façanhas cantadas em prosa e verso, e que muito bem disseminadas e distorcidas pela mídia, causam ótima repercussão junto à opinião pública.
A segunda refere-se à sustentação da própria ideologia marxista–leninista, que sempre entendeu ser o segmento militar o seu grande oponente no Brasil, e atua, permanentemente, de forma a aniquilá–lo, para que no futuro, não venha obstar–lhe o caminho.
Destarte, estamos diante de duas grandes e mortais motivações, e precisamos de mais? Daí dá-lhes campanhas e mais campanhas.
Ambas vertentes unem-se para o enfraquecimento do segmento militar, que após tantos revezes, tornou–se um ridículo adversário.

Brasília, DF, 21 de outubro de 2009
Fonte: Ternuma Regional Brasília
Por: Gen. Bda Refo Valmir Fonseca Azevedo Pereira

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O dispositivo militar do Jango

Os Generais do Jango

Pinçando os fatos históricos, cada um com as suas observações e convicções, vejamos alguns aspectos e procedimentos da cúpula militar no entorno do dia 31 de março de 1964.

Mourão, Assim como o governo Lula/Dilma/Tarso vem fazendo sistematicamente, quer fazendo massiva propaganda sobre os desaparecidos políticos e diz aos militares que se deve esquecer o passado (dito pelo Gen Albuquerque, excomandante do EB, em palestra no Clube Militar), quer alimentando as invasões pelo MST, afrontando o direito de propriedade, como parte da pressão de base, quer se imiscuindo nos outros Poderes, com a capa protetora da democracia, mas usando-a de forma fraudulenta, impondo amarras na cúpula do Judiciário, nomeando a sua maioria pelo longo período de governo, advindo da famigerada reeleição, e outras amarras no Legislativo, como no recente escândalo envolvendo o presidente do Senado, já na gaveta, abafado pela mudança de foco para o caso Zelaya e o espetáculo teatral das Olimpíadas de 2016.

Na Chefia do Gabinete Militar estava o Gen Bda Argemiro de Assis Brasil, de 18/10/63 até 31/03/64. Segundo consta, montara um plano para colocar oficiais generais nos principais cargos que fossem ideologicamente afinados com o presidente Jango, garantindo o tal Dispositivo Militar, que, no momento crucial fracassou totalmente.

Em 30 de março de 1964, houve a reunião no Automóvel Clube do Brasil do presidente Jango com os sargentos. Embora mais um fundamento para o desenlace do dia seguinte, não foi a gota d'água, pelo exíguo tempo entre esse acontecimento e o seguinte, com as tropas do Gen Mourão em marcha para o combate.

A despeito do rastilho de pólvora já aceso, pairou dúvida quanto à ida de Jango ao evento. Observe a entrevista de Raul Riff: “Quando o Jango estava se arrumando para ir à reunião dos sargentos no Automóvel Clube, estavam no quarto com ele o Tancredo, o general Assis Brasil e eu. Não me lembro se ele convocou ou se foi ocasional o fato de nós três estarmos lá. Quando ele já estava quase saindo virou-se para nós e perguntou: "O que é que vocês acham? Vou ou não ao comício?" Tancredo foi contra: "Não deve ir porque realmente é uma coisa que não agrada à hierarquia militar. Politicamente não é aconselhável."

Aí o Jango virou-se para o Assis Brasil: "O que é que você acha?" Assis Brasil, que como militar tinha uma opinião que pesava muito, disse: "Não; acho que não pode deixar de ir, porque seria uma falta de consideração, de atenção com os sargentos que promoveram essa reunião." Por fim, virou-se para mim: "Ryff, o que é que tu achas?" Respondi: "Estou de acordo com o Tancredo. Acho que não é oportuno." Ele acabou indo.”

Apesar de toda a lealdade do Gen Assis a Jango, as palavras da filha do ex-presidente, Denize Goulart, não demonstram reconhecimento, nem respeito: “Depois do golpe, quando estávamos no exílio, o general Assis Brasil foi nos visitar no Uruguai. Minha mãe, ao encontrá-lo diante dela, não se conteve e falou: "Piá merece é isso!" e esbofeteou o general!!!” E arrasa: “Ainda há pouco citei o Castello Branco, que era conspirador, mas estava próximo ao presidente. No Chile aconteceu igual: o Augusto Pinochet era o general mais submisso ao Salvador Allende, mas derrubou-o...” (Portal do PDT)

Obviamente, confunde, no militar, a lealdade às pessoas, com concordância ou discordância aos atos postos em prática pela autoridade.

Cargos militares têm que ser ocupados por militares, sem que isso signifique, por um lado, subserviência, prevalência dos interesses pessoais, prêmios de consolação, acomodação, omissão, fraqueza, ou por outro, respaldo, afinamento com as posturas de governo e coparticipação nos riscos. Ter percepção sobre os desvios de conduta no macro e no micro, aceitar ou reagir, gerando uma pequena crise, pela saída, esclarecendo as razões, ou uma crise à altura do desvio constitucional, aceito mansamente pelos outros Poderes, alijando o Executivo infrator, em respeito concepção do Estado.

O Gabinete Militar, criado em 1938 foi designado Casa Militar em 1992, e em 1999, Gabinete de Segurança Institucional. O desmonte das Forças Armadas.

Como ministro da Marinha estava o Almirante Sylvio B. Motta (15/06/63 a 27/03/64) que substituíra o Alte Pedro Paulo Suzano (24/01/63 a 14/06/63), quando ocorreu uma reunião de marinheiros no Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro no dia 25 de março de 1964, em prol de uma associação de classe, reivindicações, apoio às reformas de base, etc. Não concordando com a ocorrência, o ministro emitiu ordem de prisão dos infratores para execução por parte dos fuzileiros navais, cujo efetivo aderiu aos demais, apoiado pelo Alte Cândido Aragão. Afinados Jango e Aragão forçaram o pedido de demissão do ministro que foi substituído pelo Alte Paulo Mário da Cunha Rodrigues (27/03/64 a 31/03/64).

Acomodação, liberdade aos presos, manifesto de repúdio pelo Clube Naval; almirantes e oficiais contra a anarquia reinante, demonstrando a insatisfação, dando a lição, não só refutando a indisciplina, incentivada ostensivamente, diferente de hoje, camuflada pelo viés ideológico de juízes, exarando sentenças não compatíveis com as atividades militares em tempo de paz, como preparação, por serem próprias e adequadas aos momentos de guerra. Avançar sob os fogos, zumbido da morte dos rojões e a metralha das armas inimigas serão o desafio a vencer, fora dos gabinetes, togas, cafezinho e ar condicionado.

No Ministério da Guerra, o Gen Ex Jair Dantas Ribeiro (15/06/63 a 31/03/64) e no Ministério da Aeronáutica, o Brigadeiro Anysio Botelho (15/06/63 a 31/03/64) que estavam presentes, juntamente com Alte Sylvio Motta, ministro da Marinha, no comício da Central do Brasil em 13 de março de 1964, onde os discursos e as faixas empunhadas pelos manifestantes, "Jango em 65 Presidente da República: Trabalhadores querem armas para defender o seu governo". "Sexta Feira, 13, mas não é de agosto", "Brizola 65 - Solução do povo", "Jango - Abaixo com os latifúndios e os trustes", "Jango - Defenderemos as reformas à bala". (...)

As Ligas Camponesas, espúrias como o MST de hoje, invadiam as propriedades e barbarizavam. Guerra civil, fechamento do Congresso e plebiscito foram temas.

Oficiais e sargentos foram designados para representares as suas organizações. Aproximadamente 2.500 soldados da Polícia do Exército e do Corpo de Fuzileiros Navais guarneciam o dispositivo.

Dos ministros, nem todos se curvaram. O das Relações Exteriores, Araújo Castro, declarou que comparecer a comícios não era sua obrigação e ficou no Itamaraty.

Do Gen Jair Dantas Ribeiro, há que se buscar um depoimento, ao que parece isento: “A 14 de setembro de 1962, uma greve nacional, articulada com o apoio do comandante do III Exército, general Jair Dantas Ribeiro, obrigou o Congresso a aprovar a emenda Valadares, que determinou a antecipação para janeiro de 1963 da realização do plebiscito sobre o parlamentarismo, marcado para 1965.”

Em “A sociedade cindida”, por Jacob Gorender que completa: “O que chamamos de golpe militar teve inequívoco e poderoso apoio social. Funcionou como contra-revolução preventiva.”

O militar não jura fidelidade aos homens no governo,
mas à Pátria; se compromete em solene juramento a defendê-la, com o sacrifício da própria vida.

A continência à Bandeira Nacional consubstancia esse respeito ao símbolo, mas é impessoal quando se presta à autoridade, civil ou militar, que obrigatoriamente deve estar no mesmo contexto de defesa da concepção do Estado brasileiro, nascido da conjunção entre o homem e a natureza, gestado ao longo de mais de 500 anos de História, parido com sacrifício e portador da verdadeira e primeira certidão de nascimento, definido por suas primordiais características. Deve ser considerada para preservar a sua identidade, diante de qualquer ameaça, sem sofrer transfigurações e mutilações. Dever do militar como parte integrante da sociedade, una indivisível; abominada a expressão sociedade civil organizada, como se na resultante do Poder Nacional, não existisse a componente fardada.

Legitimidade no poder não é só ser eleito, como tem dito Lula na questão de Honduras do afastamento de Zelaya, como exigência do Estado de Direito, que em si, será democrático se for mantida a independência dos Poderes.

Aprender com o passado, tomar decisões no presente de acordo com a sua consciência e ser bem lembrado no futuro, sem pretender que a unanimidade lhe seja fiel.

Ernesto Caruso é Coronel da reserva do EB.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ministério Público Militar investiga desaparecidos do DOI-CODI

MPM ouve coronel Maciel sobre desaparecidos no DOI-CODI
A procuradora de Justiça Militar em São Paulo Hevelize Jourdan Covas Pereira esteve no Rio de Janeiro para ouvir um dos ex-comandantes do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna – DOI-CODI, o coronel Audir Santos Maciel. O militar da reserva esteve hoje (28) na Procuradoria de Justiça Militar no Rio de Janeiro onde foi ouvido pela procuradora sobre o desaparecimento de pessoas no período em que comandava o DOI-CODI. No depoimento, o coronel reformado declarou que, entre 1974 e 1975, ocupava o cargo de chefe do Destacamento de Operações e Informações do DOI-CODI. Entre suas atribuições, estava a busca de informações referentes à defesa interna.

Disse que as ações desenvolvidas pelo órgão objetivavam evitar ações de terrorismo e que o meio empregado para obtenção de informações era basicamente a investigação. Segundo ele, os dados para montagem dos dossiês eram obtidos com terceiros e com familiares que concordavam em prestar depoimento sem qualquer meio coercitivo. Afirmou também que não havia qualquer prática violenta, nem tortura no destacamento que comandava. “As pessoas saíam do DOI-CODI liberadas ou encaminhadas por ofício para o DOPS ... e que desconhece os procedimentos utilizados pelo DOPS”, acrescentou.

Com relação aos desaparecidos, declarou que nenhum dos representados na Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal, em 2008, esteve preso no DOI-CODI, ressaltando que nenhum dos desaparecidos, entre 70 e 80, passou pelo DOI-CODI.

De acordo com a procuradora Hevelize Jourdan, o coronel não fugiu dos questionamentos, respondendo a todas as perguntas e dando sua versão dos fatos. Em determinado momento do depoimento, o coronel Maciel declarou que a maior culpa que guarda do período é não ter liberado o jornalista Vladimir Herzog logo após seu interrogatório.

No dia 25 de outubro de 1975, Vladimir Herzog, então professor e jornalista da TV Cultura, compareceu ao DOI/CODI, por solicitação do Exército, para prestar esclarecimentos sobre ligações com o Partido Comunista. Naquela mesma data, o Exército divulgou nota relatando que o jornalista se suicidara no DOI/CODI após assinar confissão de participação no PCB.

O Ministério Público Militar investiga o envolvimento do coronel Maciel e do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra no desaparecimento de pelo menos 26 pessoas no período em que comandaram o DOI-CODI. O procedimento foi retomado após a manifestação do Procurador-Geral da República no processo de extradição do major Manuel Cordero Piacentini, pedido pela Argentina. Em seu parecer, o PGR afirmou que o crime de sequestro é equivalente ao tipo penal do desaparecimento forçado. Com base nessa argumentação, o MPF encaminhou pedido ao MPM para que os militares sejam investigados.

Fonte: MPM

sábado, 10 de outubro de 2009

O sequestro de um embaixador - Franklin Martins, ministro do Lula, foi um dos bandidos participantes

O SEQÜESTRO DO EMBAIXADOR DOS EUA

Assaltos a bancos e estabelecimentos comerciais, ataques a sentinelas, roubos de armas e explosivos, assassinatos encobertos sob o eufemismo de "justiçamentos", a violência estarrecia porém perdera o ineditismo. A repetição sistemática das ações tirava-lhes o impacto do fato novo gerador de curiosidade. Era necessário imaginar algo que mexesse com a opinião pública.

Com esse pensamento, a direção da Dissidência do PCB na Guanabara (DI/GB) imaginou, em meados de 1969, o seqüestro de um representante diplomático. A ação teria a finalidade de liberar companheiros presos e de chamar a atenção da opinião pública nacional e internacional para a audácia e a determinação do movimento revolucionário comunista no Brasil.

O alvo mais significativo seria o embaixador dos Estados Unidos da América, tachado como representante e defensor dos "interesses imperialistas norte-americanos em nosso País".

O pensamento inicial da DI/GB, em consonância com sua origem universitária, era libertar o seu militante e líder secundarista, Vladimir Gracindo Soares Palmeira ("Marcos"), além dos também dirigentes do movimento estudantil, José Dirceu de Oliveira e Silva ("Daniel") - militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), e Luiz Gonzaga Travassos da Rosa, militante da Ação Popular (AP)

A idéia do seqüestro partiu de Franklin de Souza Martins ("Waldir", "Francisco", "Miguel", "Rogério", "Comprido", "Grande", "Nilson", "Lula") - que havia estado preso junto com os demais líderes até o final de 1968, e foi logo apoiada por Cid de Queiroz Benjamin ("Billy", "Vitor", "Willy", "Miro", "Levi"), integrante da Frente de Trabalho Armado (FTA) da DI/GB.

A direção da DI/GB, liderada por Franklin, concluiu, após os levantamentos preliminares, que a falta de experiência de seus quadros poderia dificultar o sucesso da ação. Seria necessário o apoio de uma equipe mais experiente. A ALN já havia conseguido notoriedade através da intensificação de suas ações armadas, principalmente em São Paulo, e pela constante divulgação de textos de Carlos Marighella, incentivando todo e qualquer tipo de "violência revolucionária". A ALN afigurava-se como o apoio mais confiável e competente.

Em julho de 1969, Claudio Torres da Silva ("Pedro", "Geraldo"), membro da FTA, devidamente autorizado pela direção da DI/GB, foi fazer contato com Joaquim Câmara Ferreira ("Toledo", "Velho", "Valter", "Azevedo"), dirigente nº 2 da ALN. "Toledo", aplicando a autonomia revolucionária permitida pelos princípios da organização, aprovou a ação e, sem o conhecimento de Marighella, prometeu o apoio da ALN à empreitada da DI/GB.

Durante os preparativos, foi alvo de especial atenção a escolha da data da ação. Havia duas opções: a semana de 7 de setembro ou o 8 de outubro. Oito de outubro, significativo pela lembrança da "queda" de Che Guevara na Bolívia, foi preterido pela semana de 7 de setembro em função da urgência em libertar os presos políticos e da intenção de desmoralizar as autoridades e esvaziar as comemorações da Semana da Pátria.

No final de agosto, Cid de Queiroz Benjamin tornou a fazer contato com "Toledo", em São Paulo, pormenorizando detalhes da ação de seqüestro. Da reunião, participou Virgílio Gomes da Silva ("Breno", "Jonas", "Borges"), coordenador do Grupo Tático Armado (GTA) da ALN, que seria o comandante da ação. "Breno", codinome utilizado por Virgílio só para o seqüestro, selecionou os também militantes da ALN, Manoel Cyrillo de Oliveira Netto ("Francisco", "Sergio", "Benê", "Mauro") e Paulo de Tarso Venceslau ("Rodrigo", "Geraldo", "Machado", "Beto"), para participarem diretamente da ação. "Toledo", pela direção da ALN, deslocar-se-ia para o Rio de Janeiro a fim de coordenar as ações e orientar os contatos com as autoridades.

Os levantamentos, reconhecimentos e providências logísticas da ação, todas sob a responsabilidade da DI/GB, já haviam sido tomadas.

Fernando Paulo Nagle Gabeira ("Mateus", "Honório", "Bento", "João", "Ignácio"), jornalista do "Jornal do Brasil" e responsável pelo setor de imprensa da DI/GB, havia alugado em 5 de agosto, por meio de sua amante Helena Bocayuva Khair (nome de solteira Helena Simões Bocayuva Cunha), a casa nº 1026 da Rua Barão de Petrópolis, no Rio Comprido, perto de Santa Teresa. O casarão, além de servir ao setor de imprensa, imprimindo o jornaleco "Resistência", seria utilizado como local de cativeiro do embaixador.

Franklin, Cláudio Torres e Cid levantaram o itinerário do carro do embaixador que, invariavelmente e sem qualquer segurança, transitava de sua residência oficial - um palacete da Rua São Clemente, em Botafogo - para a embaixada, localizada na Avenida Presidente Wilson, no Centro da então Guanabara. O itinerário, sempre o mesmo, iniciava-se na Rua São Clemente, passava pela tranqüila e descongestionada Rua Marques e atingia a Rua Voluntários da Pátria. A Rua Marques, pelas suas características, foi a escolhida para ser o local da abordagem do carro do embaixador.

Vera Sílvia Araújo de Magalhães ("Marta", "Andréia", "Carmen", "Ângela", "Dadá"), militante da FTA da DI/GB, foi a encarregada de levantar a personalidade e os horários de saída do embaixador. Aproveitando-se de sua aparência física atraente e à semelhança de ações anteriores, apresentou-se na casa do embaixador à procura de emprego como doméstica. Atendida pelo encarregado da segurança, Antonio Jamir, "Marta" envolveu-o emocionalmente, conseguindo os dados necessários à complementação do planejamento. "Marta" não se constrangia em utilizar o sexo como "instrumento de ação revolucionária".

Acertados os detalhes, foi marcada a data de 4 de setembro de 1969 para a ação de seqüestro. Mesmo o derrame cerebral sofrido pelo presidente Costa e Silva e a conseqüente assunção, em 31 de agosto, de uma junta governamental integrada pelos três ministros militares não foram um fato político suficiente para alterar a data prevista.

Em 2 de setembro, Paulo de Tarso Venceslau conduziu para a Guanabara, em seu carro particular, os terroristas Virgílio Gomes da Silva e Manoel Cyrillo de Oliveira Netto. Ao chegarem, foram recebidos por Cid e Cláudio que os conduziram "fechados" para um "aparelho" no bairro do Flamengo, perto do Hotel dos Ingleses. Virgílio, cioso de suas prerrogativas de comandante, iniciou, junto com os outros dois militantes da ALN, os reconhecimentos dos locais e itinerários ainda nesse dia, complementando-os no dia seguinte.

Em 3 de setembro, completado o planejamento, Paulo de Tarso comunicou-se com "Toledo", em São Paulo, por telefone, informando: "Negócio fechado, mande a mercadoria". A senha, enviada para a residência do industrial Jacques Emile Frederic Breyton - integrante da rede de apoio da ALN -, significava que a ação estava preparada, seria desencadeada e que "Toledo" poderia deslocar-se para a Guanabara. Nesse mesmo dia, de avião, "Toledo" chegou no Rio de Janeiro, indo alojar-se no "aparelho" da Rua Petrópolis, onde passou a relacionar os nomes dos comunistas presos que deveriam ser trocados pelo embaixador.

Redigido por Franklin e Gabeira e aprovado por "Toledo", ficou pronto o panfleto que seria deixado no carro do embaixador após a ação. Esse manifesto inseria o seqüestro dentro do contexto das demais ações terroristas, classificando-o como um "ato revolucionário". Fazia propaganda "antiimperialista", acusando o embaixador de representante dos "interesses espoliativos norte-americanos no Brasil". Exigia a libertação de quinze presos políticos - a serem anunciados oportunamente - que deveriam ser conduzidos para a Argélia, Chile ou México, onde lhes deveria ser concedido asilo político. A outra exigência era "a publicação e leitura desta mensagem completa nos principais jornais e estações de rádio e televisão de todo o país". Finalizando o manifesto, um ultimato concedia 48 horas para o governo aceitar as condições impostas e mais 24 horas para que os presos fossem transportados para o exterior em segurança; o não atendimento das condições acarretaria o assassinato - segundo eles, o "justiçamento" - do embaixador. O manifesto era assinado pela ALN e pelo Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), nome adotado pela DI/GB a partir de então.

A manhã do dia 4 de setembro de 1969, uma quinta-feira de sol, foi tensa para os executantes diretos do seqüestro. Com a antecedência necessária foi tomado o dispositivo para a ação.

Na esquina das ruas São Clemente e Marques ficou estacionado um Volks bege com João Lopes Salgado ("Dino", "Murilo", "Xisto", "Ribeiro", "Pagé", "Fio", "Colombo", "Tomé", "Gabriel", "Rivo", "Caramujo", "Zé Mineiro") e Vera Silvia. O motorista era José Sebastião Rios de Moura ("Anibal", "Baixinho"), que se postou em pé na esquina, para anunciar a aproximação do carro do embaixador.

Num Volks azul, com chapa de São Paulo, foram transportados Franklin, Cid e Virgílio, o qual saltou na Rua Marques pois, de acordo com o planejamento, seria um dos que entrariam no carro do embaixador durante a abordagem. Esse Volks azul, estacionado na Rua Marques, deveria realizar uma manobra - aparentando movimento normal de trânsito - que obrigasse o carro do diplomata a parar.

Cláudio Torres, Paulo de Tarso e Manoel Cyrillo chegaram num Volks vermelho, com chapa do Espírito Santo. Os três abordariam a pé, junto com Virgílio, o carro do embaixador. Esse Volks estacionou na Rua Marques, no lado oposto ao Volks azul, a fim de estreitar a rua e de impedir a manobra da viatura diplomática.

Na Rua Caio de Melo Franco, no Jardim Botânico, já havia sido estacionada por Sergio Rubens de Araújo Torres ("Rui", "Gusmão", "Júlio", "Vicente", "Jorge", "Ferreira", "Alfredo", "Pepe"), membro da FTA da DI/GB, a Kombi verde que serviria para o transporte do embaixador.

Tudo pronto. O tempo passava, a tensão aumentava mas o Cadillac do embaixador não aparecia.

Por volta das 1100h, o esquema foi desfeito. Apurara-se que o embaixador, contrariando a rotina, havia saído de casa bem mais cedo. Restava a alternativa do retorno do diplomata para a embaixada, após o almoço em sua residência.

Às 1300h, Virgílio determinou que o dispositivo fosse retomado. Apenas o Volks vermelho não precisou ser utilizado, pois havia vários outros carros estacionados, estreitando naturalmente a rua. O Volks foi abandonado na Rua Capistrano de Abreu.

Pronto o dispositivo, surgiu na Rua Marques um carro semelhante ao do embaixador norte-americano. Os olhares ansiosos convergiram para o José Sebastião que, na esquina, não deu nenhum sinal. Era o carro do embaixador português.

Finalmente, às 1400h, José Sebastião fez o sinal convencionado. Surgiu na esquina da Rua Marques o imponente Cadillac negro chapa CD-3, dirigido por Custódio Abel da Silva. Em marcha moderada, vinha aproximando-se do local da armadilha. No banco traseiro, Charles Burke Elbrick, 61 anos, absorto, refletia sobre os problemas rotineiros que o aguardavam na embaixada. A cerca de 20 metros, um Volks azul deixava lentamente o acostamento e fazia uma manobra em "U". O motorista Custódio freou para aguardar que a rua ficasse desimpedida.

Repentinamente, a calma da tarde foi interrompida. Quase que simultaneamente, as quatro portas do Cadillac foram abertas (surpreendentemente não estavam trancadas) e quatro terroristas armados adentraram no carro. Virgílio entrou pela porta traseira direita, enquanto que Manoel Cyrillo entrava pela traseira esquerda, ladeando o surpreso embaixador. Elbrick, aturdido e sem entender o que estava ocorrendo, foi forçado a colocar-se no assoalho do carro com as mãos na nuca, enquanto que Virgílio anunciava: "Somos revolucionários brasileiros". Pela porta do motorista, entrou Cláudio Torres que, empurrando Custódio e tomando-lhe o boné, colocou-se ao volante. Pela porta dianteira direita entrou Paulo de Tarso, ameaçando Custódio com sua arma.

Claudio Torres arrancou rapidamente com o carro, após Franklin manobrar o Volks, desimpedindo a rua.

O Cadillac, ao arrancar, foi seguido pelo Volks azul que fazia a cobertura na retaguarda. Ao retornar à Rua São Clemente, seguindo para a região de transbordo, o carro diplomático passou a contar com uma cobertura à frente, proporcionada pelo Volks bege, dirigido pelo José Sebastião.

Após rodar por alguns minutos, o Cadillac atingiu a região de transbordo, uma pequena rua sem saída, no Humaitá. Elbrick recebeu a ordem para fechar os olhos e sair do carro. Imaginando que seria morto, tentou segurar a mão de Virgílio que empunhava o revólver. Recebeu violenta coronhada na cabeça desferida por Manoel Cyrillo. Sangrando abundantemente e atordoado pela pancada, foi colocado no chão da Kombi e coberto com uma manta.

Os terroristas haviam, entretanto, cometido um erro grosseiro. O motorista Custódio, previsto para dar o alarme à polícia e divulgar o ocorrido, fora levado ao local do transbordo e viu a Kombi verde que levaria o embaixador. Esta foi uma das valiosas pistas que levaram os órgãos de segurança a descobrir, já no dia seguinte, 5 de setembro, o "aparelho" da Rua Barão de Petrópolis.

Conduzido ao "aparelho", Elbrick, ferido e ensangüentado, ainda permaneceu cerca de quatro horas no interior da Kombi, estacionado dentro da garagem do "aparelho", aguardando o escurecer para ser levado para o interior da casa.

Nesse cativeiro, já lá estavam "Toledo", Gabeira e Antonio de Freitas Silva ("Baiano", "Pedro"), este contratado como serviçal e para, futuramente, prestar serviços como mimeografista na preparação da documentação subversiva.

Imediatamente após o seqüestro, o efetivo do aparelho foi engrossado com as presenças de Virgílio, Manoel, Franklin e João Lopes Salgado. No interior da casa, foi montado um esquema de segurança prevendo-se uma guarda que permaneceria no quarto do embaixador e, do lado de fora, uma vigilância permanente da rua e dos arredores, realizada a partir da varanda. Nos contatos pessoais com o embaixador, os terroristas usavam capuzes, para não serem futuramente reconhecidos.

A equipe de sete terroristas mantinha-se tensa, aguardando o desdobramento da ação. O manifesto, deixado no interior do carro diplomático, exigia a sua divulgação através dos meios de comunicação, como uma das condições para a salvaguarda de Elbrick. Apesar do trunfo representado pelo embaixador, estavam encurralados no "aparelho" os mais importantes quadros da ALN e do novo MR-8.

Nessa primeira noite, os terroristas ouviram, pelas emissoras de rádio, a divulgação do manifesto. Era sinal de que o governo brasileiro resolvera negociar, preservando a vida do diplomata americano.

Nessa mesma noite, elaboraram a seleção dos quinze comunistas a serem libertados. A idéia inicial do MR-8 de libertar três líderes estudantis fora posteriormente ampliada por "Toledo" para quinze, o que exigia uma pesquisa para a qual o bando seqüestrador não estava preparado. Tiveram dificuldades em selecionar nomes de outras organizações, pois desconheciam a importância dos diversos presos no contexto da subversão. Ignoravam, inclusive, o verdadeiro nome de Mario Roberto Galhardo Zanconato, militante da Corrente/MG, colocado na relação com o apelido de "Xuxu".

Paulo de Tarso Venceslau, após o seqüestro, permaneceu ainda mais um dia no Rio de Janeiro, em contato com Claudio Torres. Em seguida, deixou seu carro no Rio e, obedecendo ordens de "Toledo", deslocou-se de avião para São Paulo, a fim de apurar algumas "quedas" da ALN e de levantar dados sobre a explosão de um Volkswagen na Avenida da Consolação, na madrugada de 4 de setembro. Retornou no sábado, dia 6, e, após anunciar a morte de José Wilson Lessa Sabbag ("Nestor") - chefe do Grupo de Ação do GTA/ALN/SP - e a identificação do japonês morto na explosão como sendo Ishiro Nagami, o "Charles" ("Toledo" pensava que pudesse ser Takao Amano, o "Jorge"), voltou a São Paulo em seu próprio carro, que havia ficado com Claudio Torres.

Na manhã de 5 de setembro, Gabeira e Cláudio Torres colocaram na urna de donativos da Igreja do Largo do Machado uma mensagem, informando que divulgariam a lista de quinze nomes e um bilhete manuscrito de Elbrick para a esposa, Eunice. Uma cópia da mensagem foi deixada, como alternativa, na urna de donativos da Igreja Nossa Senhora de Copacabana, na Praça Serzedelo Correia.

Elbrick, intimidado por seus algozes, suplicava, em seu bilhete, que as autoridades não tentassem localizá-lo, informando que "a gente que me prendeu está determinada".

Cláudio Torres, orientado por Gabeira, ligou para o "Jornal do Brasil" e para a "Última Hora" comunicando onde estavam as duas cópias da mensagem e solicitou a sua publicação.

No início da tarde de 5 de setembro, sexta-feira, a relação com os quinze nomes foi colocada pela dupla Gabeira/Cláudio Torres na caixa de seleções do Mercado Disco do Leblon. Foi utilizado o expediente de ligar para a "Rádio Jornal do Brasil", informando o local onde estava a mensagem e pedindo a sua divulgação.

Naquela altura, os órgãos de segurança, graças ao amadorismo dos terroristas, já haviam localizado o "aparelho" da Barão de Petrópolis e o mantinham sob vigilância. Após seguirem Gabeira e Cláudio Torres nas andanças para a colocação das mensagens, resolveram demonstrar aos seqüestradores que já os tinham sob vigilância e que qualquer dano causado ao embaixador seria imediatamente reprimido. Dois agentes bateram à porta do "aparelho" e, sem se preocuparem em disfarçar suas intenções, fizeram perguntas sobre os moradores da casa e outros detalhes típicos de uma investigação. Gabeira, esforçando-se em aparentar naturalidade, respondeu, de forma pouco convincente, as perguntas dos policiais. Enquanto isso, dentro do "aparelho", os terroristas, assustados, preparavam-se para fazer frente a uma ação que não haviam previsto. Virgílio correu para o quarto de Elbrick e, colocando-o sentado no chão, permaneceu com o revólver apontado para a cabeça do apavorado embaixador. O comandante "Breno", justificando o conceito de "desassombrado revolucionário", tomara a iniciativa e queria ter o privilégio de eliminar o "representante do imperialismo".

Para alívio dos terroristas, os policiais retiraram-se. A vigilância foi intensificada e, a partir daquele momento até altas horas da madrugada, o tempo foi consumido em discussões para decidir qual a atitude a tomar. Chegaram à conclusão de que deveriam permanecer no "aparelho" e prosseguir com o planejamento inicial. Enquanto mantivessem Elbrick vivo teriam chances de escapar.

O dia de sábado foi de expectativa. O governo brasileiro, em respeito à vida de um representante diplomático estrangeiro, já havia aceitado as condições dos terroristas. O México, um dos países propostos, havia concordado em receber os presos políticos.

Às 1730h de 6 de setembro, um avião Hércules C-130 da FAB, comandado pelo major Egon Reinisch, decolou da Base Aérea do Galeão para levar os primeiros quinze terroristas banidos do território nacional: treze embarcaram no Rio (Agonalto Pacheco da Silva, Flávio Aristides de Freitas Tavares, Ivens Marchetti de Monte Lima, João Leonardo da Silva Rocha, José Dirceu de Oliveira e Silva, José Ibraim, Luiz Gonzaga Travassos da Rosa, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, Onofre Pinto, Ricardo Vilas Boas Sá Rego, Ricardo Zaratini Filho, Rolando Fratti e Vladimir Gracindo Soares Palmeira)

e dois (Gregório Bezerra e Mario Roberto Galhardo Zanconato), em escala no Recife.

Por pouco, o plano do governo, de preservar a vida do embaixador, ia por água abaixo. Tropas da Brigada Pára-quedista, comandadas pelo coronel Dickson Grael, tomaram a Base Aérea para impedir a saída do avião. Ao verificarem que ele já havia decolado, ocuparam, às 2230h, a Rádio Nacional, e lançaram ao ar a seguinte mensagem:

"Atenção para um comunicado à nação brasileira:
A tropa de pára-quedistas e outras tropas, insurgidas contra a decisão da Junta Governamental, de fazer a entrega de presos condenados pela Justiça, numa demonstração de fraqueza e à revelia das Forças Armadas - lança - nesse momento, uma proclamação ao povo brasileiro de repúdio a tal medida impatriótica.
Conclamamos à união e tomada de consciência de que existe, em nosso país, declarada guerra interna revolucionária de comunistas, contra a qual iniciamos, neste momento, ações militares de repressão.
Para o cumprimento desta determinação patriótica, estamos dispostos ao mais alto sacrifício.
Em nome de Deus.
Brasil acima de tudo."

Na manhã de 7 de setembro, domingo, foi colocada por Cláudio Torres no monumento em frente à empresa Manchete, na Praia do Russel, a terceira e última mensagem. Os seqüestradores anunciavam o conhecimento da chegada dos quinze subversivos no México e aguardavam apenas uma autenticação, previamente combinada, para libertar o embaixador.

O "aparelho" estava cercado. A vida do seqüestrado valia, então, a vida dos seqüestradores. Os terroristas resolveram contrabalançar o vazio das ruas de um domingo e feriado com a confusão da saída do jogo Fluminense x Cruzeiro, no Maracanã, para libertar o embaixador.

Elbrick foi colocado vendado num Volks dirigido por Cláudio Torres, tendo Virgílio a guardá-lo. Em outro Volks, fazendo a cobertura, deslocaram-se Cid e Manoel.

Helena Bocayuva Khair já havia auxiliado Gabeira a retirar do "aparelho" os dirigentes "Toledo", Franklin e João Lopes Salgado. O "Baiano" também já tinha abandonado o aparelho auxiliado por Helena, tendo sido guardado num outro "aparelho", em São Cristóvão.

Por volta das 1830h, os terroristas trancaram o "aparelho" e iniciaram o deslocamento acompanhados por uma viatura dos órgãos de segurança, cujos integrantes tinham ordens de não intervir. No congestionado trânsito do término do jogo do Maracanã, os terroristas conseguiram distanciar-se e foram perdidos pela viatura.

Elbrick foi abandonado na Rua Eduardo Ramos, próxima do Largo da Segunda Feira, na Tijuca, com ordem de permanecer 15 minutos no local, antes de procurar auxílio. O amedrontado embaixador cumpriu à risca as ordens dos terroristas. Após transcorrido o prazo, tomou um táxi e retornou à sua residência.

Terminava, assim, resguardada a integridade do embaixador, o episódio que serviria de modelo para o seqüestro de mais 3 diplomatas. A exaltada ação subversiva, considerada uma vitória pelas esquerdas, proporcionou, em razão dos erros primários no planejamento e na execução, condições para que fossem desferidos duros golpes na ALN e no MR-8, que culminariam com a "queda" de Marighella em novembro de 1969, em São Paulo.

F. DUMONT

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

ATENTADO AO QG DO II EXÉRCITO

O cruel e covarde assassinato do jovem Mario Kosel Filho

Em 1969, o jovem Mário Kosel Filho, conhecido em sua casa como "Kuka", é convocado para servir à Pátria e defendê-la contra possíveis agressões internas ou externas e é designado para o Quartel General do II Exército, em São Paulo/SP.

Na mesma época, o Capitão Carlos Lamarca, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, serve no 4º RI, em Quitaúna/SP.

O destino dos dois vai se cruzar tragicamente.

A época é difícil, pois brasileiros pertencentes à organizações terroristas tentam, através da luta armada, implantar uma ditadura comunista no Brasil.

O Capitão Lamarca, no dia 24/01/69, trai a Pátria que jurou defender. Rouba do 4º RI muitos fuzis, metralhadoras e munição, deserta e entra na clandestinidade. O material bélico roubado é entregue à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), uma organização terrorista que Lamarca já integrava, antes de desertar.

O soldado Kosel continua servindo, com dedicação, a Pátria que jurou defender. No dia 26/06/68, como sentinela, zela pela segurança do Quartel General, no Ibirapuera. Às 0430h, ele está, vigilante em sua guarita. A madrugada é fria e a visibilidade muito pouca. Nesse momento, um tiro é disparado por uma sentinela contra uma camioneta chevrolet que desgovernada tenta penetrar no quartel. Seu motorista saltara dela em movimento, após acelerá-la e direcioná-la para o portão do QG. O soldado Rufino, também sentinela, dispara 6 tiros contra o mesmo veículo que finalmente bate na parede externa do quartel. Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro para ver se há alguém no seu interior. Há uma carga com 50 quilos de dinamite que, em segundos depois, explode e espalha destruição e morte num raio de 300 metros. Seu corpo é dilacerado. Seis militares ficaram feridos: o Cel Eldes de Souza Guedes e os soldados João Fernandes de Souza, Luiz Roberto Juliano, Edson Roberto Rufino, Henrique Chaicowski e Ricardo Charbeau. É mais um ato terrorista da organização chefiada por Lamarca, a VPR.

Participaram deste crime hediondo os seguintes onze terroristas: Waldir Carlos Sarapu ("Braga, "Rui"), Wilson Egídio Fava ("Amarelo", "Laercio"), Onofre Pinto ("Ari", "Augusto", "Bira", "Biro", "Ribeiro"), Eduardo Collen Leite ("Bacuri", "Basilio"), Diógenes José Carvalho de Oliveira ("Leandro", "Leonardo", "Luiz", "Pedro"), José Araújo de Nóbrega ("Alberto", "Zé", "Pepino", "Monteiro"), Oswaldo Antônio dos Santos ("Portuga"), Dulce de Souza Maia ("Judith"), Renata Ferraz Guerra de Andrade ("Cecília", "Iara"), José Ronaldo Tavares de Lira e Silva ("Dias", "Joaquim", "Laurindo", "Nunes", "Roberto Gordo", "Gordo") e Pedro Lobo de Oliveira ("Getúlio", "Gegê").

Após a sua morte o soldado Kosel foi promovido a 3º sargento e sua família passou a receber a pensão correspondente a este posto. O Exército Brasileiro numa justa homenagem colocou o seu nome na praça de desfiles do QG do II Exército.

Lamarca continuou na VPR seqüestrando, assaltando, assassinando e praticando vários outros atos terroristas, até o dia em que morreu, de arma na mão, enfrentando uma patrulha do Exército que o encontrou no interior da Bahia em 1971. Sua família passou também a receber a pensão militar correspondente.

Apesar de todos os crimes hediondos que cometeu, sendo o mais torpe deles o assassinato a coronhadas de seu prisioneiro tenente PM Alberto Mendes Júnior, Lamarca é apontado como herói pelos esquerdistas brasileiros. Ruas passam a ter seu nome. Tentam colocar seus restos mortais num Mausoléu na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Um filme é feito para homenageá-lo.

Mário Kosel Filho, soldado cumpridor dos seus deveres, cidadão brasileiro que morreu defendendo a Pátria, está totalmente esquecido. Além do esquecimento a Comissão dos Mortos e Desaparecidos que já concedera vultosas indenizações às famílias de muitos terroristas que nunca foram considerados desaparecidos, resolveu indenizar, também, a família Lamarca, numa evidente provocação às Forças Armadas e desrespeito ás famílias de Mário Kosel Filho e de muitos outros que como ele morreram em conseqüência de atos terroristas.

Essa Comissão generosamente distribui o dinheiro do contribuinte apenas àqueles que morreram tentando, através da força das armas, tornar o Brasil um satélite comunista.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O vôo da Morte

Vôo da Morte. Do juiz argentino Torres ao futuro ministro Toffoli.

Atenção leitor. Caso tenha se utilizado da ponte-aérea Amsterdã-Valência, operada pelo consórcio KLM-Air France-Transavia, o piloto pode ter sido o argentino Julio Alberto Poch, aquele dos vôos assassinos.

Poch era o piloto dos vôos destinados a jogar no oceano Atlântico ou no rio da Prata, sem pára-quedas, presos políticos da ditadura argentina (1976 a 1983). Pelos cálculos do juiz argentino Sergio Torres foram mais de mil presos políticos atirados de aviões pilotados por Poch.

Segundo dizia Poch, com a insensibilidade moral de um psicopata, todos esses “terroristas de esquerda” tinham sido dopados antes de ingressarem no avião e, assim, “não sentiam nada”.

Poch deixou a marinha da Argentina em 1981. Com o título de capitão de fragata, fixou residência na Holanda e passou a trabalhar como piloto de aviões. Imaginava, pelo decurso do tempo, que tinham esquecido dele e o som das “madres de Plaza de Mayo” não ecoavam em Amsterdã.

Num trabalho do juiz federal argentino Sergio Torres, encarregado dos processos sobre pessoas desaparecidas durante a ditadura militar, muitas testemunhas contaram sobre os chamados “vôos da morte”, em aviões pilotados por Julio Alberto Poch.

No curso dos processos, o juiz Sergio Torres descobriu que Poch, hoje com 57 anos, vivia em Amsterdã e trabalhava como piloto de aviões. Na terça feira passada, em cumprimento a mandado internacional de prisão expedido pela Justiça argentina, Poch foi preso a bordo de um “low-cost”, no aeroporto de Valência (Espanha). O vôo atrasou cerca de duas horas para decolar, tempo levado para a substituição de Poch por outro piloto.

Hoje, chegou ao cárcere de Picassent, em Valência, onde está encarcerado Poch, a nota da expedição de pedido de extradição pela Argentina.

PANO RÁPIDO. Na Argentina, foram declaradas inconstitucionais as leis de anistia, Ponto Final e Obediência Devida, que conferiram impunidade a cerca de 1.800 militares envolvidos com torturas e assassinatos, durante a ditadura.

[NOTA: virou rotina, procedimento padrão, que qualquer artigo sobre os regimes militares que governaram algunas países da América do Sul, mencione apenas os 'crimes' cometidos pelas autoridades e buscando o restabelecimento da legalidade.
Os crimes cometidos por terroristas, guerrilheiros e outros que atentavam contra a segurança e soberania daqueles países não são mencionados.
Mas, qualqeur trabalho sério mostrará que se o procedimento chamado 'vôo da morte' - cuja existência nunca foi provada - tivesse realmente existido e sido aplicado com mais frequência e em todos os países, com certeza a América do Sul seria bem melhor de se viver.]

domingo, 13 de setembro de 2009

30 anos de anistia

Uma anistia impecável

O Brasil comemora os 30 anos da anistia política, ampla, irrestrita e recíproca, fruto de compromisso democrático e da generosidade do presidente João Figueiredo. O último presidente do regime militar encerrou o ciclo revolucionário, entregando o país em ordem e progresso, sufocados os movimentos armados que promoviam assaltos a bancos, sequestros de diplomatas, assassinato de empresários e militares estrangeiros. Com a anistia, a maior parte desses jovens pôde se reincorporar à vida nacional. E vários ocupam cargos no Legislativo e no Executivo, certamente convertidos aos ideais democráticos.

O grande embuste que cerca a questão da luta contra o regime surgido do movimento cívico-militar de 64 se refere justamente à diferença entre os liberais que defendiam o Estado de Direito, as franquias democráticas, no Congresso Nacional, e os que optaram por pegar em armas. E não o fizeram para restabelecer a plenitude democrática, mas sim, para impor ao País um regime de esquerda totalitário e moldado no modelo cubano.
Alguns políticos, como o atual secretário de Estado em São Paulo e ministro de mais de uma pasta no governo Fernando Henrique, deputado federal Aloísio Nunes Ferreira, nunca foram pela simples volta da democracia.

Ele participou de atos de violência, viveu em Paris e em Cuba, sendo públicas suas boas relações com Fidel Castro. Hoje, está reintegrado à vida política, certamente amadurecido, atendido pela anistia que, generosamente, incluiu os denominados "crimes de sangue". Já Franco Montoro, Tancredo Neves, Miro Teixeira, José Aparecido de Oliveira e Paulo Brossard, entre outros, lutaram pela abertura e a redemocratização que o general Figueiredo prometeu e cumpriu.

O correto professor Daniel Aarão Reis, da Universidade Federal Fluminense, foi ativista radical e declarou, em entrevista publicada em 2001, que as organizações de esquerda queriam mesmo implantar uma ditadura revolucionária.O veterano e respeitado deputado Miro Teixeira, que votou a anistia, declarou que "no ambiente político da época, ficou claro que todos estavam anistiados. Era isso ou nada".

No que toca ao Araguaia, os 70 jovens eram do PCdoB, na ocasião o mais radical partido comunista do País. Estavam armados e sabiam dos riscos a que estavam expostos. Nada a reclamar quanto às suas mortes, apenas a lamentar o sofrimento das famílias. Ali, os militares cumpriram, com heroísmo e perdas, o dever de defesa do Brasil. Não fossem eles, teríamos um enclave terrorista semelhante ao que infelicita a Colômbia há décadas, com alto custo de vidas e despesas militares. Se eram de um partido comunista, não podiam ser democratas.

Fizemos uma anistia de alto nível e não devemos deixar prosperar a onda de ódios e ressentimentos que, na verdade, deseja enfraquecer o alto conceito que nossos militares gozam junto à população brasileira. Querem afastar os militares, colocá-los na defensiva, alvo de toda sorte de mentiras, pois há um grupo que quer fazer agora o que não conseguiu antes, sem dar nem receber um tiro.

Sonham com um novo regime – não mais cubano, que está esclerosado e é indefensável. Mas a novidade caricata, criada pelo coronel Hugo Chávez, na Venezuela, os encanta. Os militares daquela época estão na reserva ou morreram. Não podemos permitir que seus seus nomes sejam citados de maneira negativa, pois foram impecáveis no cumprimento do dever. E suas famílias nunca tentaram buscar, em suas pensões, modestas por sinal, qualquer "adicional" por terem estado na mira dos terroristas, como os que morreram neste combate.

Aristóteles Drummond é jornalista e
vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Mateiro ou duplo traidor?

UM MATEIRO MUITO MATREIRO
Ultimamente a imprensa tem falado muito sobre os desaparecidos políticos do Araguaia. Desaparecidos políticos uma pinóia.
Eles se intitulavam guerrilheiros e estavam se articulando desde antes de 1964, imaginando criar uma nova Sierra Maestra, a exemplo de Fidel Castro, para implantar no Brasil o mesmo regime sanguinário de Cuba.
Só não contavam com a atuação altamente profissional do Exército Brasileiro, que desbaratou o bando e desmontou a base guerrilheira que estava se enquistando no coração do Brasil.

Aqueles terroristas podem ter morrido em combate ou também em acidentes e não foram resgatados pelos seus companheiros. O desaparecido pode ter desertado, mudado de nome e de país, para fugir dos comparsas ou da própria família, como já ocorreu.Tudo pode ter acontecido. Vez por outra aparece um desaparecido.
Agora mesmo chegou um da Europa. Cabo Anselmo declarou na TV Bandeirantes que Heleny Teles Guarabira "está viva por aí". O escritor Hugo Studart, em uma crônica , declarou que Hélio Navarro e mais cinco estariam vivos.
O que mais foi sentido pela cúpula do PCdoB não foi a derrota na guerra , mas sim a perda dos estipêndios recebidos do exterior, o famoso OURO DE MOSCOU, que engordava a conta bancária de vários dirigentes do partido, em detrimento da tropa despreparada que eles lançaram na aventura amazônica. Depois de muitas tentativas, está em curso mais uma operação para localizar os desaparecidos.

O PCdoB sabe onde eles estão. É só abrir os arquivos do partido. Agora, a rarefeita população da área, foi treinada e ensaiada para representar o papel de vítima do passado, com a promessa de polpudas indenizações e pensões, àqueles antigos moradores que sentem o cheiro do dinheiro fácil. Surgiu então a figura do MATEIRO, pessoa simples e pobre que vê aparecer a oportunidade de BAMBURRAR. (Na linguagem dos garimpeiros da região significa achar uma valiosa pedra ou filão aurífero, que vai lhe dar o sustento para o resto da vida).
Daí aparecem estórias fantasiosas de viu mas não viu, aconteceu mas não aconteceu, ajudou mas não ajudou, combateu mas não combateu, guiou os soldados mas não guiou......

O que aconteceu de verdade é que com a chegada dos paulistas ou terroristas em 1966/68, alguns moradores viram uma oportunidade para ganhar dinheiro e passaram a prestar pequenos serviços remunerados, foram sendo doutrinados e admitidos como simpatizantes, chegando até a participar de justiçamentos e expropriações para demonstrar fidelidade à causa. A ignorância, a natural ambição de lucro e o abandono governamental, fizeram o negócio prosperar. Ao chegarem os soldados, o prato da balança pendeu para o outro lado e naturalmente a situação foi se invertendo. As crianças e os jovens, por curiosidade, foram se aproximando dos soldados. Muitos adultos foram ao Exército levando informações sobre a região, seus habitantes e seus temores. Depois de cuidadosa seleção, alguns poucos homens foram contratados como conhecedores da mata, recebendo pagamento em dinheiro e comida, inclusive para ser levada para suas famílias. Ninguém foi forçado, ninguém foi maltratado e muito menos torturado como se tem noticiado agora. O Exército necessitava de guias e qualquer pessoa de mediana inteligência pode entender que NÃO SE ATRAI MOSCAS COM VINAGRE , portanto o tratamento dispensado aos mateiros era melhor até do que víamos ser dado aos militares.

Dinheiro no bolso, barriga cheia, muita folga, roupa nova, calçados novos, era o que todos queriam na vida. Havia até a promessa de doação de títulos de propriedade de terra aos mais dedicados, o que de fato aconteceu.Mas a guerra terminou. ...... Mas a "guerra" terminou. O soldado foi embora. A esquerda foi tomando conta de Xambioá e preparou o terreno para o revanchismo, a vingança pela humilhante derrota e a transformação dos terroristas em guerrilheiros e dos "paulistas" em "heróis". Como conseguir "testemunhas oculares da história"?Isso seria fácil. O dinheiro compra tudo, até mesmo a consciência das pessoas sem caráter. O PCdoB tem que abrir os seus arquivos para que os brasileiros e o mundo saibam ,que ele anteviu a história com sua bola de cristal, e antes de 1964 passou a enviar seus mais qualificados membros para o exterior (China, Cuba e Cortina de Ferro) para cursos de guerrilha , que mais tarde iriam operar nas cidades e nas matas do Brasil.Ainda bem que esses cursos não se mostraram eficientes. Alunos relapsos? Professores incompetentes? Doutrina genérica para áreas específicas? Isso fica para a autocrítica das esquerdas.

O objetivo estratégico do PCdoB não era derrubar a ditadura militar, mas substituí-la pela DITADURA DO PROLETARIADO. Mas o nosso assunto é MATEIRO e ninguém melhor que o JOSÉ CATINGUEIRO para retratar o mateiro sem caráter, que vendeu sua alma ao diabo e os seus serviços para aquele que estivesse ouestá pagando mais. É ZÉ CATINGA. Acontece que eu o conheci muito bem e sei da sua vida. No início você mamava na teta dos "paulistas". Depois achou um patrão melhor e passou a vender os seus serviços e suas informações como guia dos soldados e dedo-duro dos seus antigos amigos. Então não faltou dinheiro nem comida para você e para a sua família.

ZÉ CATINGA! Eu o conheço bem!Lembra-se daquele botequim de Xambioá, que à noite funcionava como danceteria, com luz negra e tudo mais? Você era frequentador assíduo e adorava as biritas que lhe pagavam. A sua língua ficava solta e você cantava todas as pedras que queriam. No início de 74, você, para se gabar ou mostrar serviço, dizia para quem quisesse que você tinha matado a "Cristina". Você se lembra disso? Agora como "os home" estão por cima e montados no dinheiro, você resolveu descolar uma indenização que está sendo prometida, se tudo der certo. Cuidado! A traição é punida pelos comunistas com a pena de morte. Cuidado! ... Não vá esquecer o que combinou com eles, não vá esquecer o que você vai dizer.... Ensaie e decore bem cada palavra, porque eles não perdoam vacilo.

Você se lembra dos "justiçamentos" de João Pereira, de Osmar, de Pedro Mineiro, de Mundico e de outros? E a história do Celso Daniel de Santo André e do Toninho do PT de Campinas?CUIDADO! O partido sabe de tudo ! Essas campanhas para achar "desaparecidos" são bandeiras que o partido levanta sempre que quer aparecer na mídia e não é interessante para ele acabar com essa motivação agora. Não vão encontrar muita coisa e outras campanhas virão.
O COMUNISMO É UM MONSTRO SEM FACE, CORAÇÃO DE PEDRA, BRAÇOS MUITO LONGOS E TEM AS MÃOS SUJAS DE SANGUE......

Por:
ALLAN P. SCOTT - Ex Correspondente de Guerra

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A bomba dos Guararapes

Narração de mais um fato que mostra o quanto a maldita esquerda é covarde

A perna direita protagonizou situações marcantes e antagônicas na vida do paraibano Sebastião Tomaz de Aquino. Ainda criança, o hoje aposentado de 78 anos de idade percebeu força e habilidade na perna. Discorreu intimidade com a bola de futebol. Dos campos de várzea, traçou o sonho de se tornar jogador profissional.

A potência do chute o consagrou no esporte. No time do Santa Cruz, por exemplo, tornou-se o "Canhão do Arruda". Virou o sétimo maior artilheiro da história do clube pernambucano e ajudou a equipe a conquistar o primeiro supercampeonato estadual. Um dos poucos a marcar mais de cem gols com a camisa tricolor. As artimanhas do destino, no entanto, cessaram as alegrias ofertadas pela região do corpo responsável pelos maiores triunfos do ex-atleta.
Sebastião foi uma das 17 vítimas do historicamente conhecido Atentado dos Guararapes. O laudo médico final causou impacto semelhante à bomba estourada no incidente do aeroporto: amputação".
"Não morri, porque não era para morrer. Tem gente que leva uma topada e morre"


"Sebastião - ex-jogador Sebastião, ou Paraíba, como era conhecido na época do Santa, sentiu as agruras do conturbado período pós-Golpe Militar de 31 de março de 1964. Três séries de três bombas alçaram Recife ao centro das guerras políticas, dois anos após o golpe. As ações terroristas praticamente se restringiram a causar danos materiais. Eis que, por volta das 8h30 do dia 25 de julho de 1966, o Aeroporto Internacional dos Guararapes virou o palco da mais violenta explosão. Sebastião - "recém-chuteiras penduradas" do futebol e guarda civil do terminal aéreo desde 1962 - visualizou uma maleta preta aparentemente esquecida no saguão de desembarque. Apanhou a valise e se dirigiu ao setor de Achados e Perdidos. Foi forçado a parar no meio do caminho. Repentinamente, o estrondo. Pânico. Correria. Instalações destruídas. Quinze feridos, dentre eles, Sebastião. Dois mortos: o jornalista e secretário do governo de Pernambuco, Édson Régis de Carvalho, e o almirante reformado Nelson Gomes Fernandes."

"Mais tarde, descobriu-se que o material teria como destinatário o general Costa e Silva. A autoria da ação permanece incógnita. O escritor Raymundo Negrão Torres descreve, no livro O Fascínio dos Anos de Chumbo, o vai-e-vem de pessoas no local, momentos antes da explosão. "Além do elevado número de pessoas habitual em um grande terminal aéreo, havia muita gente que viera recepcionar o general Arthur da Costa e Silva. Poucos minutos depois das 8h, chegava a notícia de que houvera um problema no avião que conduzia o candidato e ele chegaria ao Recife por via terrestre. Muitas pessoas que o esperavam começaram a deixar o aeroporto", narra o autor.(...)
Observação do site: A verdade sufocada:
www.averdadesufocada.com

A autoria da ação não permanece oculta . Pelo que parece, a reportagem deve ser de 2006 ( quarenta anos do atentado). As autoridades, atônitas, procuraram os autores desses atentados. Por muitos anos não obtiveram resposta. Foi um comunista, militante ativo da luta armada, do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário - PCBR-, que teve a hombridade de denunciar esse crime: Jacob Gorender, em seu livro Combate nas Trevas - edição revista e ampliada - Editora Ática - 1998

Vejam o que ele escreve sobre o assunto:

“Membro da comissão militar e dirigente nacional da AP, Alípio de Freitas encontrava-se em Recife em meados de 1966, quando se anunciou a visita do general Costa e Silva, em campanha farsesca de candidato presidencial pelo partido governista Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Por conta própria Alípio decidiu promover uma aplicação realista dos ensinamentos sobre a técnica de atentados.”

“Em entrevista concedida a Sérgio Buarque de Gusmão e editada pelo Jornal da República, logo depois da anistia de 1979, Jair Ferreira de Sá revelou a autoria do atentado do Aeroporto de Guararapes por militantes da AP".

"Entrevista posterior, ao semanário Em Tempo, referiu-se a Raimundinho como um dos participantes da ação. Certamente, trata-se de Raimundo Gonçalves Figueiredo, que se transferiu para a VAR-Palmares (onde usava o nome de guerra Chico) e morreu, a vinte sete de abril de 1971, num tiroteio com policiais do Recife.”

Fica, portanto, esclarecida a autoria do atentado ao Aeroporto de Guararapes:

· Organização responsável: Ação Popular (AP);

· Mentor intelectual: ex-padre Alípio de Freitas - que já atuava nas Ligas Camponesas -, membro da comissão militar e dirigente nacional da AP;

· Executor: Raimundo Gonçalves Figueiredo, militante da AP.

Observação:

Raymundo Negrão Torres , escritor que o autor da reportagem cita, descreve no livro O Fascínio dos Anos de Chumbo - Editora do Chain, página 85, revela a autoria do atentado , como se vê abaixo:

“Um dos executores do atentado, revelado pelas pesquisas e entrevistas promovidas por Gorender, foi Raimundo Gonçalves Figueiredo, codinome Chico, que viria, mais tarde a ser morto pela polícia de Recife em 27 de abril de 1971, já como integrante da VAR-Palmares e utilizando o nome falso de José Francisco Severo Ferreira, com o qual foi autopsiado e enterrado. Esse terrorista é um dos radicais que hoje são apontados como tendo agido em defesa da democracia e cujos “feitos” estão sendo recompensados pelo governo, às custas do contribuinte brasileiro, com indenizações e aposentadorias que poucos trabalhadores recebem, recompensa obtida graças ao trabalho faccioso e revanchista da Comissão de Mortos e Desaparecidos, instituída pela lei nº 9.140, de 4 de dezembro de 1995. É um dos nomes glorificados no livro Dos filhos desse solo, página 443, editado com dinheiro dos trabalhadores e no qual Nilmário Miranda, ex-militante da POLOP e secretário nacional dos Direitos Humanos do governo Lula, faz a apologia do terrorismo e da luta armada, através do resultado dos trabalhos da tal comissão, da qual foi o principal mentor.”

Raimundo Gonçalves Figueiredo é nome de uma rua em Belo Horizonte/ MG e sua família também foi indenizada.

Rodolfo Bourbon continua a sua reportagem:

"A mudança de rota do general evitou maior número de vítimas. Para muitos, "sorte do imprevisto". O acaso, no entanto, teve contornos diferentes para o guarda civil que carregou a maleta preta munida da bomba. "Eu pedi ao meu chefe para folgar no domingo, para jogar uma 'peladinha' com os meus amigos, e ir trabalhar na segunda-feira", revelou. Foi a última partida de futebol de Sebastião. Ironicamente, a segunda-feira de serviço foi a de 25 de julho de 1966."

"Pesadelo" - Do exato momento do impacto da bomba, Sebastião conserva uma única lembrança. "Fui até o teto", rememora, feliz por ter sobrevivido ao incidente. "Não morri, porque não era para morrer. Tem gente que leva uma topada e morre", compara. "

"Casada com Sebastião há mais de 50 anos, a ex-funcionária pública Eurídice Cavalcanti de Aquino, 79 anos, não consegue se livrar das visões horrendas. "Fui ao local e me deparei com o desespero. Pessoas feridas, mutiladas. Gritos de socorro. Havia muito sangue", recorda a esposa, tentando, com movimentos bruscos e simbólicos, afastar os maus pensamentos. "
"Lembrado apenas no aeroporto"
Exato um ano após o Atentado dos Guararapes, o aeroporto da capital pernambucana recebeu uma placa de bronze, onde reluz frases de homenagem às vítimas: "Glorificados pelo sacrifício, seus nomes serão sempre lembrados, recordando aos pósteros o violento e trágico atentado terrorista, praticado à sorrelfa pelos inimigos da Pátria". O monumento saudou os mortos na tragédia. Já a história acabou por esquecer o papel e o legado de Sebastião Tomaz de Aquino. "

"Uma pesquisa na rede mundial de computadores comprova. Pouco se fala do homem a quem o destino impôs a tarefa de transferir, embora de maneira casual, o lugar da detonação da bomba. Quase nada se aborda sobre a trajetória de Sebastião no Santa Cruz. Hoje, o ex-jogador vive no anonimato, travando batalhas diárias para a sobrevivência, em uma humilde casa localizada no Ipsep, bairro da Zona Sul do Recife. Recebe salários como aposentado da Polícia Civil e da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), onde trabalhou como auxiliar de portaria após a amputação da perna. As despesas com tratamentos e remédios abarcam a maior fatia de um montante inferior a R$ 2 mil.(...) "

" (...)A batalha do herói "
"Recolhido aos cuidados médicos, Sebastião demorou a dar conta do posto alcançado após a explosão. Muitos o tacharam como herói, pois acreditaram que, se a maleta tivesse permanecido no local onde foi estrategicamente abandonada, poderia ter causado ainda mais danos. Do leito do hospital, recebeu visitas ilustres. Castelo Branco, ex-presidente da República, e Pelé, Rei do Futebol, prestaram solidariedade à vítima. "

"Foram dias de batalha dos médicos para salvar a vida de Sebastião e meses para resguardar a perna direita. O ex-jogador escapou da morte. Mas não conseguiu evitar a amputação. "Meu marido foi atingido por uma bomba artesanal. Ela continha materiais que colaboraram para a infecção. A perna, vez por outra, ficava cheia da 'tapurus' (germes). Uma aparência horrível", relembra a esposa Eurídice."

"Sebastião relutou para aceitar a recomendada amputação. Só deu o sinal positivo à junta médica depois de ouvir o conselho de Amauri, ex-companheiro de profissão no Santa Cruz. "Ele me disse: 'tens amigos e uma família que te ama, e o que mais vale é a vida'. Virei para o doutor e ordenei: 'corte'. A adaptação foi horrível. Demorei a aceitar a nova condição. Hoje, no entanto, não me arrependo", garante.

"Sebastião cultiva bom humor para comprovar conformismo e desapego. "Com a perna direita, fui o canhão. E acabei perdendo ela por causa de uma bomba. Engraçado. Alguém andou colocando olho gordo demais", comenta, entre risos."

"Alzheimer - Os labirintos do cérebro marcam caminhos obscuros e praticamente sem saída na vida de Sebastião. Do seu passado, o ex-jogador ainda conserva boa memória. Já as lembranças recentes fogem da mente. Se em 1966, a luta foi para evitar a amputação da perna direita, a batalha atual é contra a perda gradual de neurônios. Ele sofre com a fase inicial do Mal de Alzheimer.(...) "

"(...)Batalha contra o álcool "
"Antes do dia 25 de julho de 1966, a vida de Sebastião era regada a viagens, aventuras e imprevistos. Depois da tragédia, doses concentradas de álcool, solidão e penúria tomaram conta da rotina. "Eu chorei muito. Perdi, muitas vezes, a vontade de viver. Cheguei a pensar em dar um tiro na minha cabeça", confessa Paraíba. Eurídice acompanhou todos os altos e baixos do marido. "Eu vi a miséria e a degradação de perto", revela, ouvindo os agradecimentos do companheiro. "Estou vivo por causa dela", credita o ex-jogador."

"Foram necessárias diversas intervenções para afastar Sebastião do consumo de bebidas alcoólicas. Devido à ingestão de remédios controlados, o aposentado se limita a degustar cerveja sem álcool. Casualmente, participa de rodas de dominó. A maioria dos colegas é de datas mais recentes. "Eu vi morrer quase todos os meus amigos de infância e juventude", lamenta. "

Observação do site: A Verdade Sufocada

- Em 25/12/2004, Cláudio Humberto, em sua coluna, no Jornal de Brasília, publicou a concessão da indenização fixada pela Comissão de Anistia,que beneficia o ex-padre Alípio de Freitas, hoje residente em Lisboa. Ele terá direito a R$ 1,09 milhão. Ao contrário do ex-padre Alípio de Freitas e dos familiares de Raimundo Gonçalves Figueiredo, que inclusive é nome de rua em Belo Horizonte, Sebastião ou Paraiba e as outras vítimas jamais tiveram o apoio da Comissão de Anistia. Eles não foram beneficiados, com nenhum apoio dos dirigentes da Secretaria dos Direitos Humanos, nem no governo de Fernando Henrique, nem no Governo de Lula.