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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Cunha diz que derrubar veto de Dilma ao aumento do Judiciário ‘é colocar gasolina na fogueira’



Presidente da Câmara afirmou que pretende responder perguntas da oposição sobre regras de tramitação do pedido de impeachment
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que é contra a derrubada do veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto que garante reajustes entre 53% a 78,56% para os servidores do Judiciário.

Segundo Cunha, diante da situação econômica atual do país, derrubar o veto seria como colocar gasolina na fogueira. Para o presidente da Câmara, o ideal seria mesmo adiar a votação, embora ele acredite que o espírito dos deputados - até mesmo da oposição - é de comedimento. Segundo ele, o vice-presidente Michel Temer quis saber qual era a expectativa em relação á votação do veto. — Acho que concretamente não deve ser derrubado esse veto. Seria meio que uma atitude de colocar gasolina na fogueira, fósforo no tanque de gasolina, não sou partidário disso. Mas a gente não pode saber o que vai acontecer. O ideal seria até que a gente não votasse isso amanhã. Mas leva ao acúmulo de vetos. Num certo momento será um problema porque não pode votar a LDO ( Lei de Diretrizes Orçamentárias) e o Orçamento ( de 2016). antes dos vetos. Isso causará dificuldade para votar orçamento — disse Cunha, acrescentando: — Ainda vou conversar com deputados, mas por alguns que conversei, até da oposição, estão comedidos. Tem que esperar. Agora, eu sinceramente acho que se fosse há duas semanas derrubava. Hoje o debate está sendo colocado, o governo vem com déficit propondo criação de impostos. Não tem sentido a gente recriminar e não concordar com a criação de impostos e ajudar a criar despesas.

O presidente da Câmara disse ainda que deverá anunciar, ainda esta semana, as respostas para as perguntas contidas na questão de ordem apresentada pela oposição sobre a tramitação do pedido de impeachment na Casa. A oposição apresentou uma extensa questão de ordem na semana passada sobre isso e cobra uma resposta. Cunha pediu que a Secretaria Geral da mesa Diretora e os assessores jurídicos da Casa respondam a todos os questionamentos para que ele analise e decida.  — Vou conversar com a consultoria, ver o esboço, ver se estou em condições de responder. Minha intenção é responder sim essa semana. Só se eu não tiver condições técnicas — disse Cunha, que evitou falar sobre a cobrança que teria sido feita por tucanos para que o PMDB assuma o protagonismo do processo de impeachment:
— Sou o julgador de um processo inicial, não vou dar opinião.

Indagado se para ele a troca de articular político do governo, com a ida do ministro Ricardo Berzoini (Comunicações) para a vaga melhora a interlocução do governo com o Congresso, Cunha ironizou:  Se você estava dialogando com o vice-presidente da República, que foi presidente da Câmara três vezes e você passa para outro, por melhor que seja o quadro, obviamente que não vai melhorar. Pode até não piorar, mas melhorar não vai.

Fonte: O Globo


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