O presidente do Senado pode se hospedar no luxuoso Hotel Emiliano em São Paulo,
com diária
base de R$ 2.236,50, paga pelos cofres públicos, e ali receber um
empreiteiro ao qual pediu dinheiro para a campanha eleitoral de seu
filho? Para Renan Calheiros, não tem nada demais. Está dentro de suas prerrogativas institucionais. O senador confirmou que esteve com o empreiteiro Ricardo Pessoa no Emiliano; que pediu doação para a campanha de Renan Filho a governador de Alagoas; que recebeu o dinheiro (R$ 1 milhão) via diretório estadual do PMDB. Negou a outra parte constante da delação premiada de Ricardo Pessoa. Segundo o empreiteiro, o dinheiro doado tinha sido desviado de um contrato para construção de Angra III e era uma espécie de pedágio pago ao PMDB.
Renan disse que não sabia nada disso e que a doação foi pedida e recebida legalmente. Digamos que ele esteja falando a verdade. Resta no mínimo uma irregularidade e, com certeza, um desvio ético grave: com o dinheiro do Senado, do contribuinte, pois, o presidente se instala no caríssimo hotel para tratar com empreiteiros da campanha de seu filho. O fato de Renan não ter se preocupado com esse detalhe, quando negou a corrupção, mostra bem como esse pessoal se julga dono da coisa pública.
Ricardo Pessoa entregou vários políticos do PMDB, como o senador Romero Jucá e o ex-ministro de Minas, Edson Lobão, também senador. Todos negaram que se tratava de propina, mas também não se preocuparam com o entorno dos fatos. Confirmaram que as doações foram combinadas em jantares nos restaurantes dos hotéis Emiliano e Fasano, este um pouco mais barato, com diária promocional, ontem, de R$ 1.370,25, sem café da manhã (mais R$ 89,27).
Quem terá pago a conta dos jantares, que não saem por menos de R$ 200,00 por pessoa, sem bebidas? O contribuinte brasileiro ou o empreiteiro que vivia de contratos com o governo? Resultado: o povo brasileiro, em qualquer hipótese. Pode parecer exagero, mas vamos prestar atenção às circunstâncias. Suponhamos que Ricardo Pessoa esteja dizendo a verdade, uma hipótese possível, já que a sua delação premiada só vale, e ele recebe o benefício de cumprir a pena em casa, se oferecer provas ou indícios suficientes. Nesse caso ficamos assim: um senador usa dinheiro público para se hospedar ou jantar em casas de luxo, onde recolhe dinheiro proveniente de corrupção em obras públicas.
Não era dinheiro de corrupção - é tudo que negam. Não é de estranhar. Querem outro exemplo desse tipo de visão do dinheiro público? Cada um dos 81 senadores tem direito a carro de luxo para uso "institucional". Aliás, o Senado está renovando sua frota por estes dias. Renan Calheiros, lógico, tem direito a seu carro. Mas como é o presidente da Casa, pode usar um veículo mais luxuoso e tem direito a mais um. O que nos leva a uma situação assim: - Renan está deixando o Senado e o segurança pergunta ao assessor: Sua Excelência está como simples senador ou como presidente?
Presidente, responde o assessor.
E o segurança: Então é aquele carro ali da direita.
O terceiro carro, luxuoso igual, é da segurança - e neste caso é sempre o mesmo.
Vida dura
Os brasileiros passam por um momento difícil. Pesquisa da CNI mostra que mais da metade da população procurou um segundo ou um terceiro trabalho no último ano. Revela ainda que quase 60% das famílias alteraram hábitos, como mudar para casa menor ou tirar filhos da escola particular.
A ordem é economizar e buscar novas receitas.
As empresas privadas enfrentam um duplo desafio: custos em alta e vendas em queda.
Também estão se virando. Donos de restaurantes, por exemplo, fazem pool para comprar mantimentos, tiram a toalha de tecido das mesas, criam métodos para perder menos comida, e assim vão.
Em resumo, está todo mundo trabalhando mais e buscando saídas, por pequenas que sejam, para manter a saúde econômica e financeira. O setor público está quebrado. O governo federal foi quebrado pelo gasto descontrolado dos últimos anos. E vêm os governantes dizer que não tem onde cortar gasto? As mordomias? Ora, dizem, custam pouco, são pequenas mordomias.
Certo, dois dos três carrões do senador Renan não farão muita economia. Mas são milhares de carrões espalhados pela administração. O presidente do Senado não precisa dormir na rua quando vai a São Paulo. Mas no Emiliano? A presidente Dilma não precisa viajar desacompanhada quando vai para o exterior. Mas com aquelas comitivas de 50 pessoas? E aquela fileira de carros e limusines que envergonham qualquer pessoa de bom senso? [o que autoriza a ainda presidente Dilma (que, talvez fique até 2018, porque a cada dia que passa se descobre mais uma m ... em seu desgoverno o que torna mais dificil se encontrar alguém para substituí-la.
Afinal, quem a substituir estará condenado a perder qualquer eleição futura.
É triste constatar que ruim com ela, pior sem ela. Com ela - vamos afundar ainda mais, mas, com o consolo de que em 2018 estaremos livres dela, de uma maldição chamada PT e de uma coisa chamada Lula.
Sem ela, corremos o risco de afundar mais do que estamos e em 2018 ainda ver os imbecis dos eleitores brasileiros que vendem os votos a troca de bolsas e outras migalhar elegerem uma coisa tipo Lula.] a viajar (em datas festivas, passeios, recreação) com ex-maridos, filha, netos, genro, cachorros, papagaios, etc as custas dos cofres públicos e com hospedagem integral também paga por nós contribuintes?]
O governo federal tem mais 140 estatais. Só o Ministério de Minas, que Lobão chefiava, tem 74 empresas. Não tem nem uminha só para fechar, ainda que seja só para dar exemplo?
Fonte: Carlos Alberto Sardenberg - http://www.sardenberg.com.br/
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