Governo comete 'falta de inteligência inominável' ao falar de impostos, diz Cunha
'É estratégia de desgaste do governo. Eles estão se autodestruindo', disse presidente da Câmara sobre rumores de elevar tributos
Eduardo Cunha, (PMDB-RJ), presidente da Câmara, afirmou nesta
quarta-feira (9) que a estratégia do governo de falar sobre elevar
impostos, sem efetivamente apresentar projetos, é uma "falta de
inteligência inominável". Até agora nenhuma proposta oficial foi
encaminhada pelo Palácio do Planalto ao Congresso, mas a equipe econômica de Dilma Rousseff cogitou abertamente a volta da CPMF e as elevações do Imposto de Renda e do Cide, um tributo sobre a venda de combustíveis. “Acho que é uma estratégia de desgaste do governo. Eles estão se
autodestruindo, porque você está fazendo Maquiavel ao contrário, está
fazendo o mal aos poucos e o que é pior: sem concretizá-lo. Você ameaça o
mal. Então é de uma falta de inteligência inominável. Só pode ser uma
estratégia contra o governo. Se isso é uma estratégia de lançar balão de
ensaio, é contra ele mesmo”, disse Cunha em trecho reproduzido pelo G1.
Cunha afirmou ser contra "qualquer aumento de imposto". Mais enfático do que Renan Calheiros (PMDB-AL), colega de partido e presidente do Senado, que defendeu o corte de gastos do governo antes de elevar tributos. Do lado do Executivo, a proposta de Orçamento para 2016 que foi enviada ao Legislativo contém previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões. Desde então o governo prega pela combinação de cortes orçamentários e aumentos de impostos para fechar a conta, mas sofre resistência no Congresso.
Renan contraria Levy: 'Governo precisa cortar gastos antes de aumentar impostos'
Declaração de peemedebista foi dada após ministro afirmar que governo estuda elevar Imposto de Renda
Renan Calheiros, presidente do Senado, reafirmou que vê cortes de gastos como uma necessidade anterior à elevação de impostos. O peemedebista voltou a falar sobre o assunto ao comentar o encontro com Michel Temer, vice-presidente, e governadores do partido na noite da última terça-feira (8), de acordo com O Globo. "O PMDB não tem uma posição de defesa com relação à necessidade urgente da elevação da carga tributária e do aumento de imposto. Isso é uma coisa que mais adiante pode ser discutida, mas há uma preliminar que é o corte de despesa, a eficiência do gasto público e é isso que precisa, em primeiro lugar, ser colocado", disse Calheiros."Os governadores entendem que é preciso suprir o déficit fiscal, mas eles acham, como o PMDB acha, que em primeiro lugar vem o dever de casa, que é cortar despesas e dar eficiência ao gasto público. Os governadores estão preocupados com a situação financeira e fiscal dos estados. Não é para menos, há uma crise muito grande. E o partido entende que o dever de casa que deve ser feito é cortar despesas, extinguir ministérios, cortar gastos em comissão e só depois pensar em ampliar o espaço fiscal", emendou.
As declarações contrariam Joaquim Levy. O ministro da Fazenda afirmou, também na terça, que o governo estuda elevar o Imposto de Renda (IR). Levy disse que a discussão sobre o aumento do imposto, que seria mais acentuado sobre as maiores rendas, precisaria ser levada ao Congresso. Logo enfrentará resistência.
Fonte: Revista Época
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