Apreensão
com crise política e econômica faz dólar bater nos R$ 3,85
Moeda
americana avança com investidores apreensivos com a situação do Brasil e buscam segurança no dólar antes de feriado, que
deixará o mercado fechado na segunda-feira
A tensão com a política e economia brasileira dá suporte novamente à
escalada do dólar nesta sexta-feira, 4. Nesta tarde, o dólar à vista está renovando repetidamente a cotação máxima do dia,
e já é negociado
a R$ 3,869, em alta de 2,64%. Na contramão, a Bovespa aprofundou as perdas, conduzida pela queda de ações do setor
bancário e da Vale, além do sinal negativo em Nova York.
Mais cedo, o dólar à vista no balcão já subia, em resposta a dados sobre a criação de empregos nos Estados Unidos. A geração de vagas em agosto foi menor do que o esperado, o que até estimulou a venda da moeda em um primeiro momento, para que investidores obtivessem lucro. Porém, houve revisões para cima nos resultados de julho e de junho e a tendência de alta da moeda não se inverteu.
Dados fortes dão mais argumentos à defesa de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) suba os juros já na reunião deste mês, prevista para os dias 16 e 17. As taxas nos EUA estão em níveis próximos de zero desde o fim de 2008 e um eventual aumento seria o primeiro em quase uma década. O presidente do Federal Reserve de Richmond, Jeffrey Lacker, que vota nas reuniões da instituição sobre juros, comentou que o dado de agosto ficou abaixo de 200 mil, mas ainda é "um número forte". O aumento dos juros nos Estados Unidos tornaria mais atrativos os títulos do país - considerados investimentos mais seguros - e poderia causar ainda mais impacto na taxa de câmbio no Brasil.
No cenário interno, o mercado também continua de olho na crise política. Após a confirmação, pelo governo, de que Joaquim Levy fica na Fazenda, o ministro deixou São Paulo nesta madrugada com destino a Istambul, de onde se desloca para Ancara, para participar das reuniões do G-20. Como ele chegará na capital turca no fim da noite desta sexta-feira, só participará da agenda do evento a partir de sábado. No mercado, há expectativa com eventuais comentários dele sobre o processo de ajuste fiscal.
Bolsa. A Bovespa abriu em queda, puxada por uma realização de parte dos lucros de 4,15% acumulados nos últimos dois pregões e alinhada às bolsas de Nova York. O Ibovespa caía 2,13%, a 46.357 pontos, enquanto em Wall Street os índices acionários tinham quedas, também em meio a avaliações de dados sobre a geração de empregos nos Estados Unidos em agosto.
Fonte: IstoÉ Online
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