Defesa de Lula admite que reformas em sítio foram para o uso da família
Petição apresentada ao STF diz que melhorias foram oferecidas por Bumlai
Em petição protocolada nesta sexta-feira no Supremo Tribunal Federal
(STF), a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu pela
primeira vez que as reformas feitas no sítio Santa Bárbara, em Atibaia
(SP), tinham por objetivo adequar o local ao uso da família do
ex-presidente e para acomodar objetos que ele ganhou durante seus dois
mandatos.
Seus advogados, no entanto, reafirmam que a propriedade foi comprada
por Fernando Bittar e Jonas Suassuna - sócios de um dos filhos de Lula.
Segundo a defesa, as famílias Bittar e Lula são amigas há mais de 40
anos e o pai de Fernando, Jacó Bittar, gostaria de que as duas famílias
pudessem conviver quando Lula deixasse a presidência.
No
documento entregue à Justiça, os advogados de Lula também afirmam que
ele tomou conhecimento de que a reforma teria sido oferecida pelo
pecuarista José Carlos Bumlai, amigo dele preso na Lava-Jato, por
comentário feito por Fernando Bittar sobre a necessidade de algumas
adaptações no local. Um ponto da petição é controverso. De acordo com os
advogados, o ex-presidente só foi informado da compra do sítio no dia
13 de janeiro de 2011. No entanto, uma semana antes, os jornais já
noticiavam que os caminhões com a mudança do presidente seguiam para o
sítio em Atibaia. "À época em que foi adquirido por Fernando Bittar e Jonas Suassuna, o
sítio tinha apenas dois quartos e instalações com alguma precariedade.
Foram realizadas reformas com o objetivo de permitir que os
proprietários e a família do Autor (Lula) pudessem conviver no local e,
ainda, que fosse possível acomodar, como já dito, os objetos que o Autor
(Lula) ganhou do povo brasileiro durante a Presidência da República",
diz um trecho da petição.
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Os advogados pedem no documento que sejam retiradas do âmbito da
Lava-Jato as duas investigações que apuram se o ex-presidente foi
beneficiado de forma irregular com favores de empreiteiras em reforma no
sítio Santa Bárbara e no apartamento triplex no Guarujá (SP).
"O Autor (Lula) tomou conhecimento de que a reforma foi oferecida pelo Sr Carlos Bumlai, amigo da família, enquanto Fernando Bittar comentava sobre a necessidade de algumas adaptações no local", diz outro trecho.
Em seguida, os autores afirmam que diante de algumas dificuldades
técnicas, a obra foi concluída por uma empresa situada a cerca de 50 km
do Sítio Santa Bárbara. Na petição os advogados reforçam que as
informações dadas mostram que não há qualquer indicio de ato ilícito. Procurado pelo GLOBO, o advogado de Bumlai, Arnaldo Malheiros, não
foi localizado para comentar o caso. À "Folha de S. Paulo", ele teria
refutado a versão, alegando que a Odebrecht não é propriedade de seu
cliente. Nesta semana, o engenheiro Frederico Barbosa afirmou, em
depoimento à Lava-Jato, que trabalhou na reforma do sítio atendendo a um
pedido de um chefe seu na empreiteira.
A argumentação foi entregue para endossar o pedido de suspensão das investigações sobre o sítio e o triplex em Guarujá até que seja resolvido se o Ministério Público Estadual de São Paulo ou no Ministério Público Federal deve estar à frente.
Fonte: O Globo
"O Autor (Lula) tomou conhecimento de que a reforma foi oferecida pelo Sr Carlos Bumlai, amigo da família, enquanto Fernando Bittar comentava sobre a necessidade de algumas adaptações no local", diz outro trecho.
A argumentação foi entregue para endossar o pedido de suspensão das investigações sobre o sítio e o triplex em Guarujá até que seja resolvido se o Ministério Público Estadual de São Paulo ou no Ministério Público Federal deve estar à frente.
Fonte: O Globo
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