'Um
montante substancial foi congelado por uma instituição financeira da Suíça',
indicou o Ministério Público do país europeu
O
Ministério Público da Suíça confirma que "montante
substancial"
foi congelado em nome de João Santana em um banco do país. Em um email à
reportagem do Estado, a procuradoria suíça indicou que não daria nem o nome do
banco e nem os valores congelados. Mas confirmou que o dinheiro está bloqueado.
"Um montante substancial foi
congelado por uma instituição financeira da Suíça", indicou o
Ministério Público. "Nenhuma
informação suplementar será dada neste momento", completou.
Os suíços já congelaram mais de
300 contas relativas ao escândalos da Petrobrás e ampliaram as investigações
diante de indícios de irregularidades com contas relativas à Odebrecht. No
total, mais de US$ 400 milhões haviam
sido identificado nos bancos suíços com origem suspeita, o que levou o MP
local a admitir que o sistema financeiro havia sido afetado.
As suspeitas sobre o
financiamento de campanhas haviam surgido ainda em meados do ano passado na
Suíça. Em
agosto, procuradores brasileiros estiveram em Lausanne e informaram aos suíços
que estavam em busca de indícios de um suposto pagamento de propinas para a
campanha de Dilma Rousseff, em 2010. Eles ainda apuravam indícios de que a rede
de pessoas beneficiadas por subornos seria maior do que se conhecia até aquele
momento.
Parte do
inquérito estava dirigido contra as empresas offshore supostamente criadas pela
Odebrecht e com contas na Suíça. Desde então, a construtora passou a atuar nos
tribunais suíços para tentar impedir que os extratos e documentos fossem
enviados ao Brasil.
Um dos casos que também passou a
ser examinado na Suíça se refere às revelações do ex-diretor da Petrobrás, Pedro Barusco na CPI no primeiro
semestre de 2015 sobre um pagamento que teria servido para "reforçar" a campanha eleitoral em
2010. Segundo ele, US$ 300 mil teria sido enviado pela
SBM Offshore para o tesoureiro do PT,
João Vaccari Neto. "Em
2010, foi solicitado à SBM um patrocínio de campanha, mas não foi dado a eles
diretamente. Eu recebi e repassei o dinheiro para a campanha presidencial de
2010, em que disputavam José Serra e Dilma Rousseff", disse. "Foi ao PT,
ao João Vaccari", explicou.
Ao Estado, procuradores
apontaram que esse de fato havia sido um dos pontos examinados na visita de
agosto. O que a investigação tenta
determinar é se esse suposto pagamento usou também contas na Suíça.
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