Entre tantas outras vigarices, o marqueteiro João Santana pariu na campanha presidencial de 2014 uma invencionice especialmente sórdida.
Se Dilma Rousseff não fosse reeleita, alertavam comerciais exibidos no horário do PT, a comida sumiria da mesa dos pobres ─ para divertimento dos banqueiros que debochavam da desgraça dos desvalidos. A safadeza terrorista funcionou sobretudo nas urnas dos grotões do Brasil.
Nesta semana, em companhia da mulher e sócia, Mônica Moura, o fabricante de fantasias foi apresentado ao país redesenhado pela Lava Jato. O vendedor de fumaça que só frequentava restaurantes estrelados agora deve contentar-se com as refeições servidas à população carcerária.
[vazou que a Monica Moura, que não conseguiu levar para a cela suas bolsas e perfumes (por pouco ela e o marido não tiveram os celulares apreendidos pela PF; a sorte deles, foi que o advogado conseguiu agarrar os telefones antes que os policiais apreendessem na hora da prisão em Guarulhos) reclama do mau cheiro da cela - ela está dando sorte, já que a cela que divide com outras presas tem sanitário, uma feliz exceçãom já que a regra é o 'boi' - que equipa a do Santana.]
Os primeiros depoimentos em Curitiba informam que o casal engaiolado não tem explicações convincentes para os milhões de dólares sujos escondidos nas contas abertas em bancos estrangeiros. É provável que a dupla já tenha entendido que não está lidando com eleitores assustadiços e desinformados, mas com investigadores que sabem quase tudo. Estão apenas completando o mosaico.
Para mudar o cardápio, portanto, Santana e Mônica terão de engolir a delação premiada. Pode parecer amargo, mas é bem melhor que comida de cadeia.
Fonte: Coluna do Augusto Nunes
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