Reinaldo pede que Marcelo Odebrecht delate
‘Fala, Marcelo Odebrecht’, pede o colunista Reinaldo Azevedo; segundo ele, “Marcelo terá de decidir se vai ser o cordeiro que expia os pecados do PT e de todos os empreiteiros, os seus próprios também, ou se explicita a natureza do jogo que Mônica, tudo indica, tentou esconder"; ele se refere ao depoimento da mulher do marqueteiro João Santana, que afirmou ter recebido, pelo caixa dois, US$ 3 milhões da Odebrecht e US$ 4,5 milhões do lobista Zwi Skornick; o primeiro montante seria pagamento por campanhas eleitorais em Angola, Panamá e Venezuela; o segundo estaria relacionado apenas à jornada angolana
“Fala, Marcelo Odebrecht!”
Desde a primeira hora, recomendo que empreiteiros, Marcelo Odebrecht em particular, se lembrem do publicitário Marcos Valério e da banqueira Kátia Rabelo, que pegaram as duas maiores penas do mensalão. [dizem as más línguas que o publicitário logo após sua condenação e estreia no presídio, já como condenado, sofreu estupro coletivo, 'atendendo' as necessidades sexuais de mais de dez 'colegas' de presídio em menos de duas horas.]
Leiam trecho:
"A racionalidade aponta que Marcelo
Odebrecht chegou a uma encruzilhada: ou vai ser o anti-herói por
excelência dessa quadra infeliz da história brasileira, arcando com o
peso de muitos anos de cadeia e condenando a verdade à poeira do tempo,
ou contribui para elucidar os fatos. Farei agora uma aparente digressão
para chegar à essência da coisa.
Há eventos
que, na sua singularidade até besta, indicam uma mudança de estágio.
Algo aconteceu nas consciências com a prisão do marqueteiro João Santana
e de sua mulher, Mônica Moura. E com poder para incendiar de novo as
ruas. O decoro, meus caros, é sempre uma necessidade. O que a cultura
nos dá de mais importante é um senso de adequação, mesmo nos piores
momentos, nos mais constrangedores.
Nunca se
viram no Brasil presos como João e Mônica. Ele surgiu com o rosto
plácido, sorridente, como se estivesse no nirvana. Ela, mascando um
chiclete contidamente furioso, exibia um queixo desafiador. [ela., ainda, não baixou a cabeça. Mas, já aprendeu a andar com as mãos para trás, cruzadas.] Nem um nem
outro buscaram ao menos fingir a compunção dos culpados quando flagrados
ou dos inocentes quando injustiçados.
O pesar, quando não se é um psicopata, não distingue culpa de inocência. Mesmo os faltosos não escapam da vergonha se expostos.
(…)
Desde a primeira hora, recomendo que
empreiteiros, Marcelo Odebrecht em particular, se lembrem do
publicitário Marcos Valério e da banqueira Kátia Rabelo, que pegaram as
duas maiores penas do mensalão. Os criminosos da política já estão
flanando por aí, alguns a delinquir de novo, mas os dois mofam na
cadeia. Até parece que poderiam ter feito o mensalão sem o concurso dos
políticos.
Marcelo
terá de decidir se vai ser o cordeiro que expia os pecados do PT e de
todos os empreiteiros, os seus próprios também, ou se explicita a
natureza do jogo que Mônica, tudo indica, tentou esconder.
Fala, Marcelo Odebrecht! Não há como o Brasil não melhorar."
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo e Brasil 247
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