Uma sequência do
fotógrafo Bruno Santos na primeira página da Folha de segunda-feira (2)
mostra a presidente Dilma Rousseff perturbada por uma mosca em seu rosto
durante ato
promovido em São Paulo pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), no
Dia do Trabalho.
A presidente Dilma Rousseff durante a comemoração da CUT do Dia do Trabalhador, em São Paulo
A partir da próxima semana Dilma estará limitada (condição que poderá ser prorrogada por no mínimo oito anos) a presidir um sofá e os que se dispuserem a visitá-la poderão levar-lhe um bom presente: uma mata-moscas
Nas primeiras fotos, Dilma parece apenas contrariada
pelo inseto impertinente que insiste em passear sem audiência marcada
por nariz e boca presidenciais. Na última foto, Dilma aparece com a mão
espalmada, pronta a aplicar um safanão na mosca e mandá-la,
literalmente, para o espaço.
A mosca não sabia com quem estava se metendo. Foi atazanar a vida de uma mulher que nunca precisou de motivo para desferir safanões verbais em quem estivesse à sua volta e, agora, tem motivos reais para isto. Em poucos dias, descerá do posto a que foi levada por 54 milhões de eleitores — dos quais, a julgar pelas últimas manifestações a seu favor, não lhe restam nem 4 milhões — para submeter-se a 180 dias de férias forçadas, com grandes possibilidades de que estas se prolonguem pelos próximos oito anos.
Por outro lado, a dita mosca podia apenas fazer parte de uma equipe exploratória — uma batedora avançada do batalhão de moscas que deverá fazer companhia à futura ex-presidente no palácio da Alvorada, onde cumprirá um doce exílio entre seus próprios lençóis e fronhas. As perspectivas são as de que não terá muitas visitas enquanto estiver afastada — ninguém de fato a estima, nem entre os seus colaboradores mais íntimos, e os correligionários que ainda a defendem o fazem apenas em nome de uma estratégia política.
Limitada nos próximos tempos a presidir um sofá ou uma cômoda e impossibilitada de continuar quebrando o país, Dilma será grata a qualquer um que se interesse em ir vê-la.
Um bom presente a levar-lhe: um mata-moscas.
A mosca não sabia com quem estava se metendo. Foi atazanar a vida de uma mulher que nunca precisou de motivo para desferir safanões verbais em quem estivesse à sua volta e, agora, tem motivos reais para isto. Em poucos dias, descerá do posto a que foi levada por 54 milhões de eleitores — dos quais, a julgar pelas últimas manifestações a seu favor, não lhe restam nem 4 milhões — para submeter-se a 180 dias de férias forçadas, com grandes possibilidades de que estas se prolonguem pelos próximos oito anos.
Por outro lado, a dita mosca podia apenas fazer parte de uma equipe exploratória — uma batedora avançada do batalhão de moscas que deverá fazer companhia à futura ex-presidente no palácio da Alvorada, onde cumprirá um doce exílio entre seus próprios lençóis e fronhas. As perspectivas são as de que não terá muitas visitas enquanto estiver afastada — ninguém de fato a estima, nem entre os seus colaboradores mais íntimos, e os correligionários que ainda a defendem o fazem apenas em nome de uma estratégia política.
Limitada nos próximos tempos a presidir um sofá ou uma cômoda e impossibilitada de continuar quebrando o país, Dilma será grata a qualquer um que se interesse em ir vê-la.
Um bom presente a levar-lhe: um mata-moscas.
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