Quatro presos da
Lava-Jato deixarão as celas da Polícia Federal e serão transferidos para o
Complexo Médico Penal, na Região Metropolitana de Curitiba:
o publicitário João Santana, a mulher dele, Mônica Moura, o ex-senador Gim
Argello e o empresário Ronan Maria Pinto, dono de empresas de ônibus no ABC
paulista. O juiz Sérgio Moro autorizou a transferência após pedido da PF, que
argumentou que o espaço físico de sua carceragem é pequeno para abrigar, além
dos presos da Lava-Jato, também detidos não relacionados à operação.
De acordo com a PF, permanecem na unidade apenas os
colaboradores que estão em processo de tomada de depoimentos. O juiz ressaltou
que Mônica Moura deverá ser encaminhada à presídio feminino. Segundo
a PF, o Complexo Médico Penal tem área
destinada a mulheres. A Polícia Federal ainda não definiu o dia da
transferência.
O casal João Santana e Mônica
Moura foi preso no dia 22 de fevereiro, durante a 23ª fase da Operação Lava Jato. Na semana
passada, os dois passaram à condição de
réus em duas ações por corrupção e lavagem de dinheiro por terem recebido
valores da Odebrecht e do operador Zwi Skornick, que atuava no setor de
estaleiros como representante da Keppel Fels. O casal recebeu US$ 7,5 milhões em uma conta na
Suíça e R$ 23,5 milhões em espécie, no Brasil, que, segundo o
Ministério Público Federal, era parte de propina de contratos da Petrobras. Os
procuradores argumentam que eles sabiam da origem do dinheiro.
O ex-senador Gim
Argello, do PTB, foi preso na 28ª fase da Lava Jato, no dia 12 de abril. Ele foi
vice-líder do governo no Senado e vice-presidente da CPMI da Petrobras. O
empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, que assinou acordo de delação premiada,
afirmou que Argello pediu R$ 5 milhões
de cada uma das empreiteiras para evitar que seus dirigentes fossem
convocados a depor. Pelo menos quatro partidos foram beneficiados pela propina.
A articulação teria sido feita por Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS e já
condenado na Lava-Jato, com a participação de Otávio Azevedo, da Andrade
Gutierrez.
O
empresário Ronan Maria Pinto foi preso no dia 1º de abril, na 27ª fase da
Operação Lava-Jato. Segundo o
Ministério Público Federal, Ronan Maria Pinto foi o beneficiário final de metade do
empréstimo de R$ 12 milhões retirado para o PT, em nome do pecuarista José Carlos Bumlai, no Banco
Schahin, quitado fraudulentamente depois que uma das empresas do Grupo Schahin
fechou contrato de US$ 1,6 bilhão
com a Petrobras para a sonda Vitória 10000, em 2007. O publicitário Marcos
Valério, condenado no Mensalão, havia dito em 2012 que Ronan
chantageou dirigentes do PT com informações
vinculadas à morte do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT),
assassinado em 2002.
Fonte: Extra
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