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segunda-feira, 2 de maio de 2016

João Santana e Mônica Moura serão transferidos para presídio



Quatro presos da Lava-Jato deixarão as celas da Polícia Federal e serão transferidos para o Complexo Médico Penal, na Região Metropolitana de Curitiba: o publicitário João Santana, a mulher dele, Mônica Moura, o ex-senador Gim Argello e o empresário Ronan Maria Pinto, dono de empresas de ônibus no ABC paulista. O juiz Sérgio Moro autorizou a transferência após pedido da PF, que argumentou que o espaço físico de sua carceragem é pequeno para abrigar, além dos presos da Lava-Jato, também detidos não relacionados à operação. 

De acordo com a PF, permanecem na unidade apenas os colaboradores que estão em processo de tomada de depoimentos. O juiz ressaltou que Mônica Moura deverá ser encaminhada à presídio feminino. Segundo a PF, o Complexo Médico Penal tem área destinada a mulheres. A Polícia Federal ainda não definiu o dia da transferência.

O casal João Santana e Mônica Moura foi preso no dia 22 de fevereiro, durante a 23ª fase da Operação Lava Jato. Na semana passada, os dois passaram à condição de réus em duas ações por corrupção e lavagem de dinheiro por terem recebido valores da Odebrecht e do operador Zwi Skornick, que atuava no setor de estaleiros como representante da Keppel Fels. O casal recebeu US$ 7,5 milhões em uma conta na Suíça e R$ 23,5 milhões em espécie, no Brasil, que, segundo o Ministério Público Federal, era parte de propina de contratos da Petrobras. Os procuradores argumentam que eles sabiam da origem do dinheiro.

O ex-senador Gim Argello, do PTB, foi preso na 28ª fase da Lava Jato, no dia 12 de abril. Ele foi vice-líder do governo no Senado e vice-presidente da CPMI da Petrobras. O empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, que assinou acordo de delação premiada, afirmou que Argello pediu R$ 5 milhões de cada uma das empreiteiras para evitar que seus dirigentes fossem convocados a depor. Pelo menos quatro partidos foram beneficiados pela propina. A articulação teria sido feita por Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS e já condenado na Lava-Jato, com a participação de Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez

O empresário Ronan Maria Pinto foi preso no dia 1º de abril, na 27ª fase da Operação Lava-Jato. Segundo o Ministério Público Federal, Ronan Maria Pinto foi o beneficiário final de metade do empréstimo de R$ 12 milhões retirado para o PT, em nome do pecuarista José Carlos Bumlai, no Banco Schahin, quitado fraudulentamente depois que uma das empresas do Grupo Schahin fechou contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobras para a sonda Vitória 10000, em 2007. O publicitário Marcos Valério, condenado no Mensalão, havia dito em 2012 que Ronan chantageou dirigentes do PT com informações vinculadas à morte do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), assassinado em 2002.


Fonte: Extra 

 

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