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domingo, 16 de julho de 2017

Papuda é a nova casa de políticos acostumados com o luxo

Oito condenados na Operação Lava-Jato conhecem a dureza de ficar trancafiados. Eles cumprem pena em quatro unidades prisionais espalhadas pelo país

Acostumados com conforto, viagens aos destinos mais caros do mundo e hotéis e restaurantes de alto padrão, os políticos condenados na Operação Lava-Jato tiveram de trocar o luxo pelas celas do precário sistema penitenciário brasileiro. No STF, os denunciados na vigência dos mandatos passam de 100. Os já condenados ou detidos preventivamente estão espalhados em quatro unidades de reclusão pelo país.

Atualmente, o Brasil tem 1.437 centros de detenção, entre presídios, unidades de medidas socioeducativas, prisões provisórias e cadeias públicas. Existem ainda carceragens e galpões que servem de centro de internação. Quatro políticos condenados pela Justiça Federal do Paraná estão no Complexo Penitenciário de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. O centro de reclusão compreende 104 cubículos e 18 celas de segurança máxima. Os políticos ficam em cárceres de 12 metros quadrados, com duas ou quatro camas de concreto em cada um. As necessidades básicas são realizadas na própria cela, num vaso turco.

Um dos internos do local é o ex-senador Gim Argello, preso em abril de 2016 em Brasília, na 28ª fase da Lava-Jato. Ele foi condenado a 19 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Até o dia da detenção, vivia numa mansão no Lago Sul. O imóvel está avaliado em R$ 5 milhões e fica a poucos metros do Lago Paranoá. O ex-senador é dono de uma fortuna que figura entre as maiores do país.


Mesmo no presídio, os políticos recebem um tratamento diferenciado dos demais internos. O desembargador José Laurindo de Souza, professor da Escola de Magistratura do Paraná, destaca que a repercussão dos casos motiva regalias. “O sistema penitenciário brasileiro está deteriorado. Os presos da Lava-Jato vivem uma espécie de ‘oásis’, se comparado ao sistema tradicional. Eles não ficam em celas superlotadas, por exemplo, e não são alocados em presídios mais perigosos, como o de Roraima”, destaca. De qualquer forma, as condições de internação contribuem para que muitos decidam fechar delação premiada. Na Lava-Jato, já foram definidos mais de 160 acordos desse tipo.

 O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha também está em Pinhais, numa cela destinada para apenas um detento. Já o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi internado numa ala do Complexo Penitenciário de Bangu 8, onde estão presos com ensino superior. Por sua vez, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi detido e, depois liberado, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

É garantida ao condenado a possibilidade de cumprir a pena numa unidade prisional próxima da residência de sua família. Esse item está incluído na Lei de Execuções Penais e tem como objetivo garantir a reabilitação. O professor de ciências penais da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Eduardo Vasconcellos afirma que, durante o julgamento, o magistrado pode solicitar que a prisão seja no estado onde corre o processo, “para evitar custos desnecessários, como transferências para comparecimento às audiências”, diz.

A Justiça Federal do Paraná informou que o ex-ministro Antonio Palocci está detido na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, e não foi transferido ao presídio.

Papuda

Desde o início das investigações da Lava-Jato, nomes que integraram as mais altas esferas do poder conheceram de perto a realidade da Papuda. O presídio tem capacidade para cinco mil detentos, mas está com 7 mil. Por lá, passaram, entre outros, o ex-suplente de deputado Rodrigo Rocha Loures, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (solto na semana passada) e o ex-vice governador do DF Benedito Domingos.


O senador cassado Luiz Estevão e o doleiro Lúcio Funaro continuam no Centro de Detenção Provisória da Papuda (CDP). O complexo é dividido em quatro unidades de internação. Detentos condenados por crimes hediondos, como estupro e latrocínio, ficam no terceiro presídio, chamado de Cascavel.

O grafiteiro Carlos Washington Corrêa conhece bem o complexo. Ele foi condenado a mais de 10 anos de cadeia por tráfico de drogas e passou mais de seis anos na Papuda. Hoje, se dedica a afastar jovens do mundo do crime e escreveu um livro sobre o que presenciou na unidade prisional. O ex-interno defende que políticos tenham o mesmo tratamento dado aos demais. “Corrupção tem que ser crime hediondo. Quando os políticos chegam à Papuda, ficam numa área com ex-policiais. Tem gente lá que foi preso com 0,6 grama de cocaína e vai para o Cascavel, nas celas lotadas e com traficantes de drogas. A corrupção prejudica muito a sociedade, e quem pratica esse crime deve ser tratado como os demais internados”, frisa.

“O sistema penitenciário brasileiro está deteriorado. Os presos da Lava-Jato vivem uma espécie de ‘oásis’, se comparado ao sistema tradicional”
José Laurindo de Souza, professor da Escola de Magistratura do Paraná


Fonte: Correio Braziliense

 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

A vida dos presos da Lava Jato

Eles trabalham, têm mais espaço e estão livres dos riscos enfrentados pelos detentos comuns 

Cabelos grisalhos penteados para trás, calça esportiva e camiseta, o detento aquece a marmita do almoço com o rabo quente, um dispositivo elétrico feito para ferver água. Pelo guichê no alto da porta de ferro maciço é possível observar esse momento prosaico da rotina de José Dirceu de Oliveira e Silva, ex-ministro da Casa Civil, ex-controlador da máquina do PT, ex-“guerreiro do povo brasileiro” e mensaleiro na galeria 6 do Complexo Médico Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. No final de uma manhã de novembro, Dirceu esboçou um sorriso quando notou a passagem de autoridades de um mutirão do Tribunal de Justiça do Paraná pelo corredor. A temperatura estava em torno dos 20 graus, um clima ameno para o normalmente frio Complexo Médico Penal, que aliviava a umidade habitual.

Desde agosto de 2015, Dirceu vive sua terceira temporada na cadeia antes, foi preso político, na década de 1960, e preso por corrupção devido ao mensalão, entre 2013 e 2014. Condenado desta vez a 23 anos pelo desvio de cerca de R$ 15 milhões em contratos da Petrobras, em tese ele só poderá sair em setembro de 2019, quando terá direito ao regime semiaberto. Enquanto isso, Dirceu trabalha como distribuidor de livros e organizador do acervo da biblioteca do presídio. O cargo não existia, foi criado a pedido dele – os vícios do poder político não se vão facilmente, como se vê. Ao exercer a função ele tem, como prevê a lei, direito a um dia de remissão de pena para cada três trabalhados. Sairá da prisão um pouco mais cedo. Aos 70 anos, Dirceu espera; sabe que tempo bom é aquele que passou.

ÉPOCA acompanhou uma dessas visitas nas quais juízes verificam as condições do local e se há presos que, em condições de ser soltos, seguem encarcerados por descaso ou alguma injustiça. Não é o caso da turma da Lava Jato. Zé Dirceu e seus companheiros recebem frequentes visitas de advogados e ocupam a parte mais “civilizada” do lugar. As celas de 12 metros quadrados são ocupadas por apenas dois presos, com uma cama para cada um, varal de roupas e televisão trazida pela família. São condições de um luxo incomensurável para o dominante padrão “masmorra” das prisões brasileiras. Os cerca de 700 presos comuns, aqueles condenados por crimes como homicídio, roubo, latrocínio, mais violentos que a corrupção, ficam nas galerias do andar de baixo; poucos deles pertencem a facções criminosas. O risco de rebeliões como a ocorrida no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, é menor.

Zé Dirceu divide a cela 602 com um ex-aliado do PT, o ex-deputado Luiz Argôlo. Com um short de microfibra da Nike, uma camiseta de algodão azul e barbeado, Argôlo exibia o rosto de “bebê Johnson”, como chamava seu amigo doleiro Alberto Youssef. Tinha a mesma aparência dos tempos de deputado do baixo clero, em que se deslocava num helicóptero bancado por Youssef


Condenado a quase 12 anos por ter recebido mais de R$ 1 milhão desviados da Petrobras, Argôlo poderá ir para o regime semiaberto se pagar uma multa de R$ 1,5 milhão. Ali ao lado, com o rosto colado ao guichê da cela 601 para ver o movimento, um detento observa ansiosamente os passos de quem passa. Barba feita, cabelos partidos ao meio, mas abatido e magro, o ex-senador Gim Argello, do PTB do Distrito Federal, segura uma caneca verde com água da torneira.

Estava inquieto após a visita de seu advogado Marcelo Bessa. Condenado a 19 anos de prisão pela extorsão de empreiteiras nas CPIs da Petrobras – pedia R$ 5 milhões a cada uma –, Gim tenta um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal para sair dali, como muitos já fizeram. Se for aceito, Gim migrará do presídio para a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.


Se conversasse com Marcelo Odebrecht, Gim talvez mudasse de ideia. O pavilhão da Lava Jato é considerado a melhor opção em conforto e segurança, a ponto de Marcelo preferir o local à PF. Nele, os nove presos têm direito a um horário especial de visita, entre 14 e 17 horas das sextas-feiras, quase sem filas – os sábados e domingos são divididos para visitas aos outros 700 detentos. Os presos da Lava Jato conseguem trabalhar para descontar dias de pena – detentos em outras unidades até tentam, mas não conseguem por falta de vagas (sim, nem a cadeia está imune ao desemprego). “Eu trabalho e me exercito. Ajudo na limpeza. Somos bem tratados aqui”, diz o operador Eduardo Meira, acusado de repassar cerca de R$ 700 mil de propina para Zé Dirceu. Foi o único da Lava Jato que quis saber de conversa. Às vezes, eles abusam: em 2015, um carregador de celular e pen drives com filmes foram encontrados na cela de Zé Dirceu e Luiz Argôlo, uma falta considerada média, sem punição relevante.

Em um ano, houve 22 presos mortos e três fugas no presídio – mas longe da turma da Lava Jato. Um longo corredor vermelho separa esse mundo da Lava Jato das galerias 1 e 2, reservadas respectivamente a doentes mentais e mulheres com problemas de saúde. Ali, até dez presos dividem uma cela de 16 metros quadrados. “Essa questão de espaço físico com certeza é um privilégio, porque eles não enfrentam problema de superlotação”, diz Petruska Sviercoski, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná. “A não ser que venha a ter superlotação da Lava Jato...” No presídio ocorreram 22 mortes entre novembro de 2015 e novembro de 2016 e pelo menos três fugas. Também houve ameaça de rebelião e denúncia de maus-tratos na ala feminina, como casos de partos na latrina e com detentas algemadas. No mutirão de novembro foram libertados 142 presos: eram pessoas sem acesso a advogados, a maioria com problemas mentais, que não tinha alguém encarregado de monitorar sua execução penal.
 
Isso não acontece com a turma da Lava Jato, atendida prontamente por bons advogados. O ex-deputado e ex-petista André Vargas ganhou o direito de responder a processo em regime semiaberto no final de 2015. Ele foi preso e condenado a 14 anos de cana por ter sido beneficiado por R$ 1,1 milhão desviados de contratos de publicidade do Ministério da Saúde e da Caixa Econômica Federal. Vargas só teria direito ao regime semiaberto em 17 de agosto deste ano, mas cumpriu apenas um ano e oito meses de prisão em regime fechado porque soube aproveitar as regras. Conseguiu descontar 270 dias de pena depois de apresentar atestados de uma ampla gama de cursos à distância. Disse ter lido mais de 12 livros e apresentou atestado de trabalho na prisão.

André Vargas era o chefe da faxina da galeria 6, uma função de prestígio em qualquer cadeia, pois proporciona ao detento o direito de discutir eventuais problemas com a direção do local. Um dos primeiros políticos pegos pela Lava Jato, Vargas era um deputado de pouco prestígio no PT. Vinha de uma função mais baixa na hierarquia partidária, infinitamente inferior ao do ex-ministro José Dirceu ou ao do ex-tesoureiro João Vaccari Neto. Na cadeia, no entanto, Vargas teve seu momento de força e liderança – ainda que entre muros, no chão duro e longe das benesses proporcionadas pela política. Hoje, Vargas só é obrigado a dormir na cadeia – um sonho para os colegas.

Fonte: Revista Época -  DANIEL HAIDAR | PINHAIS (PR) 

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Ex-senador Gim Argello é condenado a 19 anos de prisão; Justiça do DF aceita mais uma denúncia contra Lula que vira réu pela terceira vez

Sérgio Moro condena ex-senador Gim Argello a 19 anos de prisão e Lula é denunciado mais uma vez e vira réu pela terceira vez

[agora é só esperar Lula será condenado a no mínimo 30 anos de prisão em cada processo = por enquanto, a soma é 90 anos, mas, deve ultrapassar aos 150 anos de cadeia.
Morrer na prisão é este o destino de Lula - merecido por sinal - já que 1/6 de 150 é 25, somando esses 25 aos 71 de idade que Lula já tem = 96 anos - nenhum bandido sobrevive para completar 96 anos na prisão.] 

Juiz do DF aceita denúncia, e Lula vira réu pela terceira vez  - Além dele, sobrinho, Marcelo Odebrecht e mais 8 responderão a processo.  Eles são acusados de envolvimento em fraudes em contratos do BNDES.

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, aceitou denúncia e abriu ação penal nesta quinta-feira (13) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o sobrinho da primeira mulher dele Taiguara dos Santos, o empresário Marcelo Odebrecht e outras oito pessoas.

Todos são acusados pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal de terem envolvimento em fraudes envolvendo contratos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Eles responderão por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção e tráfico de influência.

Com a decisão, Lula passa a ser réu em três ações penais. Além dessa, envolvendo contratos do BNDES, há outra sobre uma suposta tentativa de obstruir a Operação Lava Jato. Na terceira, ele é acusado de receber vantagens indevidas da OAS, como reforma no triplex do Guarujá e armazenamento do acervo pessoal. Lula nega todas as acusações. 

Além de aceitar a denúncia do Ministério Público Federal na íntegra e abrir a ação penal, o juiz Vallisney Oliveira também determinou nesta quinta que a defesa dos acusados apresente documentos, indique provas a serem coletadas e apresente nomes de testemunhas no prazo de 10 dias para que a ação penal prossiga.   "Citem-se os réus para a apresentação de resposta à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias, oportunidade em que poderão arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas. Quanto ao rol de testemunhas a defesa deve qualificá-las por completo, declinar pormenorizadamente os respectivos endereços e demais dados para que as testemunhas possar ser facilmente localizadas", diz o juiz na decisão.

Lista

Veja abaixo a lista de todos os que se tornaram réus e os crimes imputados a eles pelo MPF:

Luiz Inácio Lula da Silva – organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, corrupção passiva;

Marcelo Bahia Odebrecht – organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa;
Taiguara Rodrigues dos Santos – organização criminosa, lavagem de dinheiro;
José Emmanuel de Deus Camano Ramos – organização criminosa, lavagem de dinheiro;
Pedro Henrique de Paula Pinto Schettino – lavagem de dinheiro;
Maurizio Ponde Bastianelli – lavagem de dinheiro;
Javier Chuman Rojas -– lavagem de dinheiro;
Marcus Fábio Souza Azevedo – lavagem de dinheiro;
Eduardo Alexandre de Athayde Badin – lavagem de dinheiro;
Gustavo Teixeira Belitardo – lavagem de dinheiro;
José Mário de Madureira Correia – lavagem de dinheiro.

Ler mais, clique aqui. 

Ex-senador foi alvo da 28ª fase da Lava Jato que foi deflagrada em abril.  Donos e executivos de empreiteiras também foram condenados.

Gim Argello é condenado a 19 anos de prisão

 A Justiça Federal condenou nesta quinta-feira (13) o ex-senador Gim Argello a 19 anos de prisão, inicialmente, em regime fechado em ação da Operação Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação. Esta é a primeira condenação de Argello na operação. O ex-senador foi absolvido do crime de organização criminosa. O dinheiro da indenização, de acordo com o juiz Sérgio Moro, deve ser convertido ao Congresso Nacional.

Empreiteiros, que aparecem como réus em outras ações da Lava Jato, também foram condenados a prisão em regime inicialmente fechado. Moro absolveu cinco dos acusados neste processo, de todos os crimes denunciados, por falta de provas. Veja a lista abaixo.

O ex-senador exerceu mandato entre 2007 e 2014 e está preso desde abril, quando a 28ª fase da Lava Jato foi deflagrada. A força-tarefa da Lava Jato afirma que há indícios concretos de que ele solicitou vantagem indevida para evitar que os empreiteiros fossem chamados para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, em 2014.
"O condenado, ao invés de cumprir com seu dever, aproveitou o poder e oportunidade para enriquecer ilicitamente, dando continuidade a um ciclo criminoso. A prática de crimes por parlamentares, gestores da lei, é especialmente reprovável, mas ainda mais diante de traição tão básica de seus deveres públicos e em um cenário de crescente preocupação com os crimes contra Petrobrás", disse Moro.


Ler matéria na íntegra, clique aqui

 

domingo, 7 de agosto de 2016

Gim Argello, de sunga pela rua

De sunga pela rua

O ex-senador Gim Argello, preso há quatro meses pela Operação Lava Jato, acusado de receber R$ 5,3 milhões para blindar convocações na CPI da Petrobras, tem um defensor ferrenho do lado de fora da cadeia: seu filho Afonso Argello Júnior. Em entrevista exclusiva à coluna, o rapaz revoltou-se: “Ninguém está nem aí para o que a família e os netos dele têm passado. Os caras (empreiteiros) não foram depor porque apresentaram os documentos requeridos. No final da CPI, foi considerado satisfatório. O Gim tem endereço fixo, mora em Brasília. Se encontrá-lo de sunga na rua, você não reconhece? Essa prisão dele é uma tortura branca. Hoje um juiz de primeira instância é um dos mais importantes do mundo. Nosso Supremo (STF) é acovardado”.

Das Couves
O filho defende o pai também da suspeita de usar doação de R$ 650 mil para esquentar propina de empreiteiras. O dinheiro foi para o padre da Igreja São Pedro, Moacir Anastácio de Carvalho, poder fazer a Festa de Pentecostes. “Se você tivesse que pedir dinheiro, pediria para quem? Pro Zé das Couves ou para quem tem dinheiro?”


Milagre
A relação do padre Moacir com Gim passa pela cura de sua esposa, Márcia Cristina. Ela sofria de hérnia e, afirma, foi curada pelas rezas do pároco. De janeiro a maio de 2014, a polícia registrou 58 telefonemas do ex-senador para Moacir. “Já pensou se ele tivesse ligando para o PCC ou Estado Islâmico? Ligou para quem o aconselhou a vida toda”, diz ela.


Fonte: Débora Bergamasco, Isto É 

 

quarta-feira, 1 de junho de 2016

PF acha recibo de ‘doação’ da OAS à paróquia que Argello frequentava




A Polícia Federal apreendeu na sede da Construtora OAS, em São Paulo, um recibo da Paróquia São Pedro, em Taguatinga, cidade satélite de Brasília, que recebeu R$ 350 mil, em 2014, a mando do ex-senador Gim Argello (PTB-DF). A nota número 0006 aponta que o pagamento é referente à ‘doação para realização da semana de Pentecostes 2014’.

O papel foi anexado aos autos da Operação Lava Jato na sexta-feira, 27. Gim Argello foi preso em abril na 28ª fase da operação. O ex-senador é acusado de cobrar propinas para evitar a convocação de empreiteiros nas CPIs das Petrobras em 2014.  De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, Gim Argello teria recebido pelo menos R$ 5,35 milhões de propina de empreiteiros. Os investigadores apontam que o ex-parlamentar teria tomado dinheiro de Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e de Léo Pinheiro, da OAS: da UTC seriam R$ 5 milhões – valor destinado a quatro partidos nas eleições de 2014, e da OAS, outros R$ 350 mil, destinados à Paróquia São Pedro.

O recibo é datado de 22 de maio de 2014 e tem um carimbo em nome de ‘Roberto Zardi, diretor comercial, Construtora OAS S/A’. “Transferência Mitra Arquidiocesana”, aponta a nota.  A denúncia contra Gim Argello sustenta que em 14 de maio de 2014, ‘data da instalação da CPI do Senado, um dos donos da OAS, José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, solicitou dois diretores do grupo, Dilson Paiva e Roberto Zardi, que fizessem um pagamento ao então senador, ‘alcunhado de Alcoólico’, de R$ 350 mil. Os procuradores citam ainda o lobista Julio Camargo, um dos delatores da Lava Jato.

“Nessa data, Léo Pinheiro estava em Brasília acompanhado de Julio Camargo, ocasião em que, pessoalmente, tratou da vantagem indevida com Gim Argello. O pagamento tendo como centro de custo a obra da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) seria destinado para a conta da Paróquia São Pedro, igreja situada em Taguatinga/DF. Com a utilização de linguagem cifrada, Léo Pinheiro, Roberto Zardi e Dilson Paiva tinha por intuito dissimular a ilicitude do assunto objeto da conversa”, aponta a denúncia.

Em depoimento, no dia 12 de abril, Roberto Zardi afirmou que ‘recebeu determinada vez, salvo engano em 2013 ou 2014, a incumbência da presidência da Construtora OAS de procurar o então senador Gim Argello para operacionalizar uma doação a uma Igreja Católica da cidade de Taguatinga para uma festa religiosa’. Na ocasião, Zardi declarou que não se lembrava do valor e nem do centro de custo da OAS’ utilizado para o pagamento. Esteve umas duas ou três vezes no gabinete do então senador Gim Argello no Senado federal onde recebeu as informações de quem procurar para efetuar a doação para a referida Paróquia”, relatou. “Que se recorda que teve dificuldades em obter o recibo da doação, conseguindo com muita dificuldade.”

Pentecostes
Roberto Zardi declarou que a doação era para ‘patrocinar um evento religioso, possivelmente a festa conhecida como Pentecostes realizada pela referida paróquia’. O executivo disse à PF que não intermediou a utilização da marca OAS como patrocinadora no evento como patrocinadora. “Era uma doação feita a pedido do então Senador Gim Argello a Léo Pinheiro; que, apenas cumpriu ordens de Léo Pinheiro, tendo realizado as visitas por se tratar de um senador da República”, disse.

“Não sabe precisar se o então senador Gim Argello ajudava o presidente Léo Pinheiro nas referidas CPI da Petrobras no Congresso Nacional; que não tem conhecimento que a referida doação tenha sido realizada em contrapartida de algum apoio do então Senador Gim Argello a Construtora OAS.”

Segundo Roberto Zardi, era necessário que a doação saísse de algum centro de custo, ‘sendo decidido por Léo Pinheiro, não sabendo o declarante qual o critério para tal escolha’. O executivo citou a Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco – emblemático empreendimento da Petrobras alvo da Lava Jato -, e o padre Moacir Anastácio de Carvalho, da Paróquia São Pedro.
“Era possível que um destes centro de custos utilizados fosse vinculado a Refinaria Abreu e Lima, não tendo certeza, vez que não era de sua atribuição decidir sobre tal; que o controle de doações que não tinham vinculação direta com o objeto da Construtora OAS, como patrocínio a eventos, era realizado pelo diretor administrativo Dilson Paiva”, afirmou. “Não conheceu o padre Moacir Anastácio de Carvalho, nunca tendo tido contato com o mesmo.”

À PF, Dilson Paiva disse também não conhecer o padre da Paróquia São Pedro. Segundo a denúncia, o pagamento à igreja era denominado pelos executivos da OAS como ‘projeto Alcoólico’. Para os investigadores, ‘Alcoólico’ é o codinome utilizado por Léo Pinheiro para referir-se a Gim Argello, em trocadilho com a bebida gim, aguardente aromático e destilado à base de cereais que teve origem nos Países Baixos no século XVII.

Os investigadores resgataram troca de mensagens cifradas entre Léo Pinheiro e Roberto Zardi para esclarecer sobre o que estão tratando: “José Adelmário: Dilson, vai lhe pedir um apoio. Vc. ainda continua tomando Gim? Qual alegoria marca? Abs
 Roberto: OK, Tomei naquele dia e gosto.
José Adelmário: A a. Abs”

As mensagens foram mostradas a Dilson Paiva em seu depoimento. O executivo afirmou não saber ‘a natureza da doação’. “Não sabe o motivo deste pagamento vinculado ao Projeto Alcoólico; que não sabe como foi feito o contrato com a Paróquia São Pedro; que não sabe informar quem era pessoa de contato da Paróquia São Pedro em Taguatinga, uma vez que desconhece citada Paróquia; que desconhece a vinculação da obra da RNEST no Estado de Pernambuco com a Paróquia São Pedro situada em Taguatinga/DF; que não sabe informar qual a relação de Roberto Zardi com o denominado Projeto Alcoólico, uma vez que desconhece tal projeto.”

Dilson Paiva declarou que ‘por vezes recebia ordens de Léo Pinheiro e as cumpria, como pagamentos, por exemplo’. “As mensagens indicam que houve uma ordem e uma cobrança e. portanto, o pagamento para a Paróquia São Pedro parece ter se concretizado; que, entretanto, não sabe informar o motivo do pagamento e, se foi feito a título de doação ou serviço prestado; que não sabe esclarecer o motivo de emitir nota fiscal por serviços não prestados no caso em tela”, disse.

Fonte: IstoÉ


quinta-feira, 5 de maio de 2016

Farsa de terrorista



Ao plantar a notícia falsa de que faria pronunciamento à Nação, quando, de fato, gravou instruções para militantes e não convocou rede de rádio e televisão para evitar um panelaço histórico, Dilma cometeu uma série de fraudes hediondas. À beira de um colapso de nervos e na véspera de uma decisão em que somente uma surpresa nunca antes ocorrida na História deste País poderá evitar mais uma derrota desmoralizadora de suas pretensões de permanecer no comando da República abandonada. A sra. Dilma Rousseff adicionou a seu prontuário político, policial e administrativo mais uma alucinada, alienada e criminosa trapalhada.

Na sexta-feira 15 de abril ela deu ao repórter Jorge Bastos Moreno, do jornal O Globo, a notícia de que faria, às 20h20m, um pronunciamento em rede de rádio e televisão para se defender do processo de impeachment, já em sessão de discussão prévia ao julgamento. Mentira! Depois que todos os meios de comunicação já tinham dado a notícia e que uma juíza havia proibido a convocação de uso de obrigação contida na concessão das emissoras para interromper a programação sempre que houver necessidade para comunicar algo de relevante interesse público, nunca particular de qualquer mandatário de qualquer Poder, o Palácio do Planalto vazou a informação de que Sua Insolência havia desistido de convocar a rede. Nova mentira.

Os motivos alegados, como sói ocorrer em momentos similares, foram anônimos e oficiosos, dando conta de que, a conselho do advogado geral da União, que, de fato, tem trabalhado como causídico particular de madama, esta desistiu da ideia para evitar problemas com a Justiça. Farsa. Em seguida, o vídeo foi vazado nas redes sociais pelo Palácio e pelo Partido dos Trabalhadores. Assim, ela conseguiu divulgar a mensagem para a militância nas ruas e evitar o maior panelaço da História do Brasil da lavra da população por ela traída e com ela enfurecida. Nova farsa! A série absurda de fraudes, cometidas depois da iniciativa de inspiração ilegal, foi completada pelo que se percebe ao se ver e ouvir o vídeo vazado. Neste Dilma diz, como o fazem todos os condenados que cumprem penas em presídios no País que ela preside, que nunca delinquiu na vida; e que impeachment sem crime é golpe. 

Continua ainda sua versão sem nexo da fantasia da crise política brasileira com a afirmação disparatada  de atribuir o processo a uma atitude isolada de vingança do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e à ganância pelo poder de seu vice “traidor e conspirador”, Michel Temer, que pretende assumir, “sem nenhum amparo legal”, o cargo que ela ganhou nas urnas. Ora, o processo foi aberto a pedido de um dos fundadores de seu partido, Hélio Bicudo, do ex-ministro de Justiça Miguel Reale Junior e da professora da Faculdade de Direito da USP Janaína Pascoal. Além disso, este corre em dois Poderes da República independentes do Executivo, que ela ainda comanda – o Legislativo e o Judiciário.

Depois, repetiu patranhas de terrorismo de campanha eleitoral, marca dela e de seu lugar tenente do marketing político, João Patinhas de Tucanos, preso por roubo em Curitiba. A principal destas foi a de que o eventual sucessor, caso o impeachment passe, porá fim aos programas sociais e ao apoio à educação dado por seu desgoverno.
 
Antes de seguir adiante com sua este resumo de sua fala repetitiva e surrealista, convém esclarecer que:
 1 – A Constituição estabelece que o vice-presidente é eleito na chapa liderada pelo candidato a presidente. Se não fosse assim, Temer não seria co-réu no processo que julga a interrupção dos mandatos de ambos, ela e o vice, no Tribunal Superior Eleitoral, o que ainda poderá ocorrer. Disso decorre que os 54 milhões de votos da eleição de 2014 foram dados a Dilma e a Temer. Não há legitimidade em dúvida, então, no caso. Além disso, a vitória no resultado final da contagem dos votos foi muito apertada e certamente ela não teria sido eleita se não tivesse sido apoiada pelo partido que o vice preside, o PMDB, com militância espalhada em cada município brasileiro.  

Acrescente-se que o Supremo Tribunal Federal acaba de realizar sessão histórica e nela reafirmou –  pela enésima vez – a natureza plenamente democrática do processo de afastamento, que corre na Câmara e depois irá para o Senado. A insistência do mantra do golpe é que a põe fora da lei, da ordem e da lógica comum das pessoas de posse das próprias faculdades mentais, o que não parece ser o caso dela. Outra cobrança, a da falta de defesa plena, desconsiderada pela Corte máxima da Justiça, não merece sequer referência num texto sério, como este pretende ser.

 2 – Recentemente, foi divulgado um áudio em que o vice se compromete a manter os programas sociais. E nunca em momento algum a educação e a saúde foram ameaçadas em programas de governo de quaisquer partidos brasileiros. Ocioso é lembrar que a Pátria Educadora está sendo ameaçada mesmo, mas pela penúria que foi imposta ao setor por seu desgoverno. E o caos na saúde pública é um dos frutos podres colhidos nos últimos 13 anos e 3 e meio meses de péssima gestão petista.

O vazamento do vídeo não foi seletivo, como ela vive a acusar os que põem em má situação seus amigos, caso de Gim Argello, seu companheiro de caminhadas matutinas no passado, e de Fernando Pimentel, seu sempre amigo de fé, para quem a esta altura certamente pimenta não é refresco. O vazamento foi apenas fraudulento. com o perdão da rima. Mas provocou o efeito indesejado de pegar mal, muito mal, em quem não se deixou enganar. Tiro no pé, cuspida pra cima, lambança que pode produzir efeitos desastrosos em suas pretensões para a votação de amanhã.

Tudo o que a chefona do desgoverno e seus asseclas produziram a respeito até agora só reproduz o desespero de uma desgovernanta que nada mais faznem tem condições de fazer de concreto para tirar o País do poço com profundidade de pré-sal em que ela, seu padrinho e seus capangas afundaram o País. Só nos resta agora é rezar um ato de contrição antes de dormir para que os deputados federais ressuscitem a esperança que o País perdeu desde que tomou conhecimento do assalto promovido por seus companheiros de legenda e de luta criminosa contra a Nação e cujo saque ao erário produziu desemprego, quebradeira e desconfiança, além de uma cizânia social inédita e inusitada.

Para concluir, devo reconhecer que ela disse algo com que concordo: de fato, ela não é acusada de corrupção. Não houve os casos Celso Daniel, mensalão e petrolão isolados, mas, sim, um escândalo só; que os reúne. E eles não configuram mera corrupção, mas um hediondo crime de assalto comum feito por bandidos comuns que promoveram a maior roubalheira da História do Brasil. Quiçá do mundo! É mais, muito mais do que corriqueira corrupção administrativa. É um gigantesco caso de polícia, que precisa continuar sendo investigado e no fim do qual todos os culpados devem responder com penas pesadas perante a Justiça de nosso Estado Democrático de Direito.

Lava Jato neles todos!

Fonte: Blog do José Nêumanne