“Eu não sou ladrão de aposentado”. “Canalha”!”. “Vai fazer seu antidoping”
Quando a senadora Gleisi Hoffmann empinou o nariz, não foi só para ficar com
cara de bonequinha de luxo. Era também uma postura, digamos, ética. Ali estava
um entendimento de mundo. Aliás, foi de
nariz empinado que ela exerceu a chefia da Casa Civil de Dilma Rousseff, o
que ajuda a explicar muita coisa.
Pois bem… A senadora está na origem de um quiproquó danado na sessão do
julgamento do impeachment. Reagindo a uma fala de Magno Malta, Gleisi indagou “que moral tem o Senado para julgar a presidente da República”. A mulher do
ex-presidiário temporário Paulo Bernardo talvez fale por si. Ela não reconhece a moral
de um colegiado ao qual pertence. Devo lembrar a esta senhora que a competência para julgar a
presidente é definida pela Constituição
da República Federativa do Brasil.
Vai ver que ao livrinho de
Gleisi falta o Artigo 86. É um desrespeito com o Senado. Um parlamentar que não aceita o papel
constitucional do colegiado deveria ser
denunciado ao Conselho de Ética. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) reagiu: “Eu exijo respeito ao decoro. Eu não sou assaltante de aposentado”. Ele se referia ao fato de
que Paulo Bernardo, o ex-presidiário
temporário e marido de Gleisi, é acusado de ter montado um esquema que
lesou servidores aposentados que recorreram ao empréstimo consignado.
Aí foi a vez de Lindbergh Farias (PT-RJ) reagir ao estilo do cara-pintada que virou cara de pau. Levantou-se
com o dedo em riste e gritou: “Canalha!”.
E teve de ouvir de volta: “Abaixe esse
dedo que você só tem coragem aqui, na frente das câmeras”. E desferiu
aquele que é seu petardo predileto contra Farias: “Vai fazer seu antidoping”.
Caiado é médico.
Lewandowski teve de suspender a sessão por alguns minutos.
Fonte: Reinaldo Azevedo - VEJA
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