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domingo, 28 de agosto de 2016

Lula toma na testa

Defesa de Lula abre o flanco e toma na testa: ex-presidente sabia de tudo

Advogados do ex-presidente tentam tirar caso do tríplex da força-tarefa e se dão mal

A defesa de Lula faça o que quiser para tentar livrar o seu cliente das malhas da lei, mas há coisas que são francamente contraproducentes e, de certo modo, incompreensíveis numa defesa profissional.  Os advogados de Lula recorreram ao juiz Sergio Moro com um recurso chamado “exceção de incompetência”. Alegam que o caso do tríplex do Guarujá não pode ser investigado pela força-tarefa da Lava-Jato porque os eventos se deram em São Paulo, e outro seria o juizado.

Pois é… Em casos assim, o juiz é obrigado a ouvir a opinião do Ministério Público Federal. Foi o que fez o juiz Sergio Moro.  Num documento de 70 páginas, os procuradores afirmam que Lula conhecia o esquema criminoso que se chama, por aí, de petrolão e que era seu beneficiário direto e indireto.  Depois de estabelecer os vínculos entre o tríplex do Guarujá e o esquema criminoso vigente na Petrobras, por intermédio da OAS, os procuradores alegam que não havia como Lula não saber do rolo uma vez que seus operadores, no mais das vezes, eram pessoas de sua confiança.

Aqui cumpre lembrar uma coisa: a ordem jurídica brasileira admite as chamadas provas indiciárias, presentes no Artigo 239 do Código de Processo Penal desde 1941. Lá se lê o seguinte:  “Considera-se indício a circunstância conhecida e provada que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias”.

Vale dizer: um juiz não precisa das digitais do réu no fato criminoso quando todas as circunstâncias apontam para a autoria ou a participação no crime.

Isso não se confunde com a “teoria do domínio do fato” ou com a chamada “responsabilização objetiva”, que consistiria em condenar alguém só porque exerce um cargo de mando…  Estamos diante de outro caso. Os vínculos da OAS com o esquema de assalto à Petrobras estão evidenciados e, em boa medida, já foram confessados. A empreiteira efetivamente empreendeu melhorias no tal tríplex que, vamos dizer, serviu à família de Lula por algum tempo e que, agora, ele diz não lhe pertencer. Não se trata ainda de antecipar a culpa. Isso caberá à Justiça. Mas não vejo por que o caso não deva ser investigado pela força-tarefa.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

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