MPF denuncia Lula, Marcelo Odebrecht e mais nove
pessoas
Eles são
suspeitos de participar de esquema de propina em troca de empréstimos do BNDES
O Ministério Público Federal denunciou
nesta segunda-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o
empresário Marcelo Odebrecht e mais 9 pessoas por esquema de empréstimos do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para
financiar obras da construtora Odebrecht em Angola. Segundo a denúncia, Lula
teria atuado junto ao banco com o objetivo de garantir a liberação de
financiamentos. Em retribuição, a Odebrecht teria repassado de forma
dissimulada aos envolvidos no negócio cerca de R$ 30 milhões, em valores atualizados.
A denúncia separa a atuação do
ex-presidente em duas fases: a primeira, entre 2008 e 2010, quando ele ainda ocupava a
presidência da República e, na condição de agente público, praticou corrupção passiva. E
a segunda, entre 2011 e 2015, já como ex-mandatário, momento em que cometeu tráfico de influência em
benefício dos envolvidos.
O
ex-presidente foi acusado ainda pelos crimes de organização criminosa e lavagem
de dinheiro. Sobre
este último, ele foi denunciado 44 vezes. O crime teria sido viabilizado por
meio de repasses de valores justificados pela subcontratação da empresa Exergia
Brasil, criada em 2009 por Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho da primeira
mulher do ex-presidente e também denunciado na ação penal.
Segundo
investigação da Polícia Federal, a Odebrecht só teria contratado a Exergia
porque sabia das relações de Taiguara com Lula, a quem, segundo o relatório,
ele se referia como "tio".
Pelas investigações, a empresa de Taiguara não tem condições técnicas e
operacionais para prestar os serviços descritos no contrato com a empreiteira. A polícia suspeita que a empresa tenha sido criada apenas
para receber dinheiro da Odebrecht. Não há informações de negócios da
Exergia com outras empresas dentro ou fora do país.
De acordo
com o MPF, parte dos pagamentos indevidos se
concretizou por meio de palestras supostamente ministradas pelo ex-presidente a
convite da construtora. A
contratação teria sido feita por meio da empresa LILS Palestras, criada por
Lula no início de 2011, menos de dois meses depois de deixar a presidência. “Apesar
de formalmente justificados os recursos recebidos a título de palestras
proferidas no exterior, a suspeita, derivada inicialmente das notícias
jornalísticas, era de que tais contratações e pagamentos, em verdade,
prestavam-se tão somente a ocultar a real motivação da transferência de
recursos da Odebrecht para o ex-Presidente Lula”, destaca um dos trechos do
documento, assinado pelos procuradores Francisco Guilherme Bastos, Ivan Cláudio
Marx e Luciana Loureiro Oliveira.
Em sua
página no Facebook, Lula afirmou que criminalizar palestras, que também teriam
sido feitas por outros ex-presidentes, "só se justifica por uma perseguição política".
[a diferença entre as palestra de ex-presidentes e as de Lula é que naquela as palestras ocorriam, já nas
de Lula ele apenas enchia a cara enquanto vomitava asneiras.] Na publicação, o ex-presidente
ainda divulga um relatório com detalhes de 72 palestras que ele fez, em 45
países, entre 2011 e 2014.
O ex-presidente já é réu em dois
processos. No caso do tríplex do Guarujá, o ex-presidente responde
na 13ª Vara Federal de Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo a denúncia, Lula obteve R$ 3,7
milhões em vantagens indevidas que lhe foram pagas pela empreiteira OAS, de
forma dissimulada, em troca de contratos com o governo federal.
O outro
processo tramita na 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, e Lula é acusado de tentar obstruir a Justiça comprando o
silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores do
esquema de corrupção na estatal, que também foi originado nas investigações da
Petrobras. A suposta participação de Lula foi denunciada pelo ex-senador
Delcídio do Amaral, que afirmou em depoimento de delação que Lula queria manter
Cerveró em silêncio para proteger o pecuarista José Carlos Bumlai, que havia
retirado em nome dele, no Banco Schahin, um empréstimo para o PT, que foi pago
com contrato bilionário fechado pelo Grupo Schahin com a Petrobras.
VEJA A
LISTA DOS DENUNCIADOS
Lula – Organização criminosa, lavagem de
dinheiro, tráfico de influência, corrupção passiva
Marcelo Odebrecht – Organização criminosa, lavagem
de dinheiro, corrupção ativa
Taiguara Rodrigues dos Santos (sobrinho de Lula) – Organização criminosa, lavagem
de dinheiro
José Emmanuel de Deus Camano Ramos – Organização criminosa, lavagem
de dinheiro
Pedro Henrique de Paula Pinto Schettino – Lavagem de dinheiro
Maurizio Ponde Bastianelli – Lavagem de dinheiro
Javier Chuman Rojas -– Lavagem de dinheiro
Marcus Fábio Souza Azevedo – Lavagem de dinheiro
Eduardo Alexandre de Athayde Badin – Lavagem de dinheiro
Gustavo Teixeira Belitardo – Lavagem de dinheiro
José Mário de Madureira Correia – Lavagem de dinheiro
Fonte: G 1
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