A Receita Federal concluiu a investigação sobre o Instituto
Lula referente ao ano de 2011 e aplicou um auto de infração contra a
entidade, que está acompanhado da cobrança de multa. O valor da multa e o
teor das acusações são mantidos sob sigilo.
A devassa sobre as finanças do ex-presidente Lula e as entidades
ligadas a ele teve início com a Operação Lava Jato. Os auditores
entenderam que houve desvio de finalidade no Instituto Lula e por isso a
Receita decidiu suspender a isenção fiscal do instituto referente ao
ano de 2011. Com isso, o órgão resolveu cobrar tributos devidos e outras
penalidades.
A suspeita dos auditores é que o Instituto Lula não funcionava como
uma entidade sem fins lucrativos, por ter recebido doações milionárias
de empreiteiras investigadas na Lava Jato e porque teria havido o
repasse desses recursos para parentes do ex-presidente.
O auto de infração foi protocolado oficialmente no sistema da Receita
Federal em 11 de novembro, um mês depois da publicação no Diário
Oficial de ato declaratório com a perda da isenção do Instituto Lula. Na
ocasião, foi dado um prazo à entidade para que se explicasse, mas a
defesa não foi considerada satisfatória pelos auditores.
A aplicação do auto de infração significa que os auditores encerraram
o processo em primeira instância e concluíram pela existência de
irregularidades. Entretanto, ainda cabe recurso internamente à Receita
Federal e, posteriormente, ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais).
Além desse processo referente a 2011, a Receita Federal continua
fazendo um pente-fino nas contas do instituto para os demais anos. O de
2011 tinha que ser concluído até o fim deste ano para não ocorrer a
prescrição. Na época da notificação pela Receita Federal, o Instituto Lula
divulgou nota afirmando que não existe desvio de finalidade, que todas
as despesas questionadas pela Receita estão devidamente comprovadas e
justificadas, e que os recursos são destinados “precipuamente” à
divulgação e preservação da memória e do acervo do ex-presidente Lula.
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