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segunda-feira, 3 de abril de 2017

Dilema dos policiais militares quando saem de casa para o trabalho: Voltarão ao convívio dos seus ou não?

PM flagrado executando homem caído deu versões diferentes sobre crime

Delegacia de Homicídios também investiga origem dos tiros que mataram Maria Eduarda 

[todo policial militar, especialmente do Rio de Janeiro, quando sai de casa para o trabalho não sabe se volta ou não.
As chances de voltar são bem menores do que as de não voltar.
Conspira contra o seu regresso vários fatores, com destaque para dois:
- não voltar por ser assassinado por bandidos;
- não voltar por entrar em confronto com bandidos, conseguir não morrer e sim abater o bandido, e ser preso e tratado pior do que são tratados os bandidos quando são presos.
No Rio o procedimento padrão das autoridades é considerar o policial culpado até que prove o contrário.] 

O sargento David Gomes Centeno, um dos dois policiais militares flagrados executando dois suspeitos deitados, em Fazenda Botafogo, na Zona Norte do Rio, deu duas versões diferentes sobre o crime na Delegacia de Homicídios (DH). Na primeira delas, Centeno, no momento em que o registro de ocorrência do caso foi elaborado, omitiu ter atirado no homem já caído. O sargento se limitou a dizer que ele e seu colega de farda, o cabo Fábio de Barros Dias, foram alvo de disparos dos bandidos e que, após continuarem avançando pelo local, “observaram dois homens caídos ao solo”. Em seguida, ele afirmou que “enquanto preservavam o local do fato, souberam por moradores que uma menina havia sido alvejada dentro do pátio da Escola municipal Jornalista Daniel Piza”. A menina é Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, morta atingida por três tiros de fuzil durante uma aula de Educação Física.

Maria Eduarda Alves da Conceição, que morreu baleada dentro de escola - Reprodução do Facebook
 Lamentavelmente mais uma quase criança vítima de uma bala perdida em confronto entre a Polícia e bandidos (apesar do estúpido e inútil 'estatuto do desarmamento' ser elogiado por alguns 'sem noção', vítimas inocentes continuam tombando atingidas por balas perdidas quase sempre disparadas por fuzis portados por bandidos.
O mais triste é que a maior parte das vítimas são crianças ou recém entradas na adolescência.
O cidadão de BEM não tem direito de portar sequer uma garrucha;  já os bandidos portam armas de grande poder de fogo.



Num segundo relato a agentes da DH, Centeno admite que fez o disparo contra o suspeito, “acreditando que pudesse haver risco pessoal”, porque o homem portava uma pistola. Após o tiro, Centeno afirma que se protegeu atrás de um muro e, só após o fim dos disparos, recolheu as duas pistolas 9 mm que estavam com os suspeitos caídos ao chão. [o simples fato dos dois marginais, merecidamente abatidos, portarem pistolas 9 mm, já autoriza a autoridade policial usar da força necessária para preservar sua vida e a de terceiros.
É difícil de entender os motivos que levam a população a considerar dois bandidos mortos em confronto, heróis.
Causa espanto que até agora nenhuma autoridade teve o lampejo de inteligência de considerar a hipótese de que a Maria Eduarda tenha sido alvejada pelos dois bandidos. 
A preocupação é uma só: acusar os policiais.
Fica a pergunta: que ânimo tem um policial quando sai de sua casa, na maior parte das vezes tendo que esconder sua condição de policial militar, para o trabalho sabendo que corre grande risco de não voltar;
- seja por ser morto por bandidos;
- seja por entrar em confronto com bandidos, dar a sorte de não morrer e sim de abater o bandido, e ser preso por ter cumprido seu dever.]
Centeno e Dias foram presos em flagrante na madrugada da última quinta-feira. A prisão deles foi convertida em preventiva pela Justiça um dia depois. Dias, em seu depoimento na DH, também admitiu ter dado o disparo. Segundo a decisão da Justiça que decretou a prisão preventiva dos agentes, ele “declarou que visualizou arma de fogo com o agente caído ao chão que abordou e temendo por sua integridade física realizou tiro contra o mesmo com o fuzil”. Ele também disse não ter visto o momento em que Centeno disparou contra o outro homem.

Na delegacia, os dois policiais apresentaram duas pistolas e um fuzil, que disseram estar com os suspeitos. No vídeo que flagrou as execuções, é possível ver um dos fuzis sendo tirado de perto de um dos suspeitos por um dos policiais.

A DH investiga a origem dos disparos que acertaram Maria Eduarda. Segundo o laudo de necrópsia da menina, os três tiros que a acertaram vieram da mesma direção — da direita para a esquerda, de baixo para cima. [até agora a perícia não conseguiu identificar o tipo de projétil que atingiu a garota.]

Centeno e Dias se envolveram em 37 autos de resistência mortes de suspeitos durante operações policiais — desde 2011. Os dois, juntos, participaram de uma dessas ocorrências. Já as demais mortes ocorreram em ações com outros colegas de farda Centeno é envolvido em outros 10 autos de resistência e Dias, em 26 ocorrências. O Gaesp investiga 16 autos desses autos de resistência. [o policial é eficiente no seu trabalho, consegue sobreviver aos confrontos com bandidos, e passa a ser considerado suspeito cada vez que em vez de morrer consegue sobreviver e matar o bandido.]

A maioria das mortes aconteceu em favelas da Zona Norte. Na maior parte dos casos, os suspeitos foram levados a um hospital e não houve perícia no local. [o policial não é médico que tenha condições de atestar o óbito do suspeito no local do confronto; havendo indícios de que o suspeito está vivo, é DEVER do policial remover ou providenciar a remoção do ferido para um hospital com a maior brevidade possível.
Não o fazendo, ou demorando, será acusado de OMISSÃO DE SOCORRO.
Parece piada, mas o policial quando entra em confronto com bandidos a única maneira de não ter problemas é MORRER.
Se sobreviver terá problemas.]  Em todas as ocorrências, os policiais apresentaram armas na delegacia, que disseram estar com o suspeito.

Fonte: O Globo

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