Bolsonaro precisa pôr água na cabeça para cuidar de seu governo
O capitão precisa ouvir o conselho do general Médici e, todo dia, botar água na cabeça para esfriá-la
Agora com Bolsonaro, ou sem ele, temos a oportunidade do restabelecimento da ORDEM, da FAMÍLIA, dos VALORES MORAIS e BONS COSTUMES - o artigo 142 da Constituição Federal está em plena vigência. ]
“o que nós já conversamos morrerá entre nós, o senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui, muito obrigado, mais uma vez.” Sabe-se lá o que conversaram, mas desde o primeiro momento o capitão reformado associou seu governo às Forças Armadas. Como agradecimento, tudo bem. Além disso, é uma perigosa impropriedade.
Bolsonaro deixou a tropa depois de dois episódios de ativismo e indisciplina. Referindo-se ao capitão, o ex-presidente Ernesto Geisel classificou-o como “um mau militar”. Quem está no Planalto é um político com 30 anos de vida parlamentar e uma ascensão meteórica. Em seis meses de presidência, demitiu três oficiais-generais e na semana passada disse que outro, Luiz Eduardo Rocha Paiva, aliou-se ao PCdoB: “Descobrimos um ‘melancia’, defensor da Guerrilha do Araguaia em pleno século XXI”. Ele havia criticado a escolha de Eduardo Bolsonaro para a embaixada em Washington e a fala dos governadores “de Paraíba”.[curiosidade: quando os oficiais-generais assumiram, eram sempre citados como sendo da reserva - o que é fato - mas, sempre deixando a impressão de ser uma condição que diminui, quanto passar para a reserva é algo possivel somente após várias décadas de bons serviços ;
agora após a demissão sempre são citados como oficiais-generais, omitindo que são da reserva.
Ser da reserva retira o oficial do serviço ativo e, por óbvio, do comando de tropas, mas, não o desmerece;
temos quatro estrelas, na ativa, exercendo importantes funções nas FF AA, mas, sem comando direto de tropas.]
Esse general de brigada chefiou a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e, na reserva, em março foi nomeado para integrar a Comissão da Anistia. Chamá-lo de “melancia” (verde por fora, vermelho por dentro) foi um despautério. Em 2010, Rocha Paiva acusou o PT de “querer implantar um regime totalitário no Brasil”. Dois anos depois, lembrou as execuções praticadas pelo PCdoB no Araguaia. Foram pelo menos três. (Esqueceu-se das execuções de guerrilheiros que se renderam, mas ninguém é obrigado a se lembrar de tudo.) [também se esqueceu de mencionar a covardia com que os guerrilheiros agiam; para ficar só em um exemplo, teve um natural da região, mateiro, que aceitou servir de guia para alguns militares e foi identificado pelos guerrilheiros, sendo cortado, vivo, em pedaços, na frente dos familiares, segundo os guerrilheiros do PCdoB para servir de exemplo.]
Na dia 12 de outubro de 1977, quando o presidente Geisel demitiu o ministro do Exército, general Sylvio Frota, um grupo de oficiais tentou sublevar-se, e um general ligou para o ex-presidente Médici, que vivia no Rio, calado. Queria seu apoio e ouviu o seguinte: “Põe água na cabeça. Põe água para esfriar a cabeça.”
(O general Augusto Heleno, que era capitão e ajudante de ordens de Frota, lembra-se de alguns episódios desse dia.)
Bolsonaro precisa pôr água na cabeça para cuidar de seu governo, deixando os quartéis em paz e silêncio.
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