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segunda-feira, 29 de julho de 2019

Moro do Twitter desmente Moro do Senado - Folha de S. Paulo

Leandro Colon 

Ao contrário do que disse a senadores, ministro teve acesso a investigação sobre hackers

Os registros de áudio e das notas taquigráficas do Senado —um arquivo oficial, autêntico e não editado— guardam as palavras do ministro Sergio Moro (Justiça) aos senadores no depoimento de 8 horas e 30 minutos em 19 de junho. Disse o inistro às 9h36 sobre o caso dos hackers: “A investigação está sendo realizada com autonomia pela Polícia Federal. Eu já disse mais de uma vez no passado: o meu papel, como ministro da Justiça, é um papel estrutural, apenas para garantir também a autonomia dos órgãos vinculados ao Ministério da Justiça. Então, eu não acompanho, pari passu, cada um desses acontecimentos.”

 [salvo um equívoco, improvável, de nossa parte, o ilustre colunista da Folha se confundiu com as datas - engano que atribuímos a um equívoco.

Em 19  junho, Moro - que apesar de seu prestígio popular, sua competência e ser integrante do governo Bolsonaro, é um ser humano e não advinha o futuro -  declarou por várias vezes que o inquérito sobre os crimes que motivaram seu comparecimento ao Senado Federal, era atribuição da Polícia Federal e não estava acompanhava, pari passu, os acontecimentos do seu ministério.

Em 23 de JULHO - mais de um mês após as várias declarações de junho - a PF efetuou prisões e no decorrer dos interrogatórios apurou que celulares de uso do senhor presidente da República tinham sido hackeados. Por envolver autoridade máxima da República, o assunto se tornou da SEGURANÇA NACIONAL e,  por óbvio, o presidente da República teria que ser avisado, com urgência, e por questões de hierarquia, caberia a PF informar o ministro Moro e este informar ao presidente da República.

Assim, Moro não mentiu nos depoimentos nem nas declarações que prestou em junho, visto que só tomou conhecimento do inquérito (apenas da relação das autoridades cujos celulares foram invadidos) em julho.]

Ele voltou ao assunto às 11h32. “Relativamente à investigação, são duas questões: a investigação é sigilosa. Então, não se pode informar fatos relativos a essa investigação, sob risco de ineficácia; e, dois, eu, como ministro da Justiça, não tenho o papel de, vamos dizer assim, atuar nessas investigações diretamente. Meu papel é mais estrutural”, afirmou.

Às 16h48, Moro declarou aos senadores: “Eu, de todo modo, estou afastado, vamos dizer assim, da condução concreta desse inquérito. Essa é uma atribuição da Polícia Federal.”


Na terça-feira (23), depois de ser preso,  [- 23 de JULHO de 2019 ] - Walter Delgatti Neto prestou depoimento à PF em que confessou ser o autor dos ataques aos celulares das autoridades e a fonte que repassou os dados ao The Intercept Brasil. Às 14h09 do dia 24, [24 de JULHO ] Moro postou em sua conta no Twitter: “Parabenizo a Polícia Federal pela investigação do grupo de hackers, assim como o MPF e a Justiça Federal. Pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes. Elas, a fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime.”

Na quinta (25), [TAMBÉM de JULHO] às 14h04, ele escreveu: “Pelo apurado, ninguém foi hackeado por falta de cautela”. O ministro telefonou para informar autoridades que foram atacadas e anunciar a destruição das mensagens. Ele não se afastou da investigação e ainda repassou fatos dela. O Moro do Twitter desmentiu o do Senado.
Leandro Colon - Folha de S. Paulo

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