Para atrair votos de centro, ala moderada da campanha defende tom conciliador antes do 7 de setembro e presença na posse do ministro no TSE
A escalada da tensão entre o presidente Jair Bolsonaro e vários setores da sociedade civil, evidenciada em iniciativas como o recente manifesto pela democracia, acendeu o sinal amarelo na campanha de reeleição. [o tal 'manifesto pela democracia',não causou o impacto esperado, haja vista MANIFESTO À NAÇÃO BRASILEIRA - DEFESA DAS LIBERDADES E APOIO À BOLSONARO, lançado bem depois já está próximo de 1.000.000 de assinaturas e sem nenhuma divulgação, maximizado, pela mídia militante.] Preocupados com o perfil intempestivo do presidente, alguns auxiliares diretos passaram a defender que ele busque uma conciliação com esses setores antes das comemorações do 7 de setembro. Mesmo que a contragosto.
Uma sugestão que circula entre os mais próximos ao presidente é que ele compareça à cerimônia de posse do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O evento está marcado para o próximo dia 16, às 19 horas. Dados os sucessivos embates judiciais entre Moraes e bolsonaristas, esses aliados defendem que o encontro – desde que pautado por um tom pacificador – teria uma simbologia importante para esta etapa da corrida presidencial.
Embora não seja unanimidade, essa ala mais moderada do time presidencial defende que Bolsonaro tenha o cuidado de não repetir o comportamento que teve no Dia da Independência no ano passado, quando disparou uma sucessão de ataques ao STF. O grupo argumenta que a base tradicional do presidente caminhará com ele de qualquer jeito e que o momento é de buscar votos de quem não é “bolsonarista raiz”.
Se Bolsonaro insistir em esticar demais a corda, segundo essa premissa, o resultado pode ser uma rejeição irreversível daquele eleitor que ajudou a elegê-lo em 2018, distanciou-se a partir da pandemia e saiu em busca de uma alternativa na chamada terceira via. Dada a fragilidade dos candidatos de centro nas pesquisas de intenção de voto, esse eleitor ainda poderia retornar para o presidente. [o importante é que não temos terceira via e o eleitor mencionado não vai votar no descondenado petista. E ele está na mira do petista não importa,. a mira do pétista só seus próprios pés.] A questão é que esse mesmo eleitor está também na mira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que age para puxar sua candidatura para o centro.
Apesar de se dizerem otimistas, os que defendem esse movimento não se arriscam a dizer se Bolsonaro vai de fato atender às sugestões. “O problema é que ele faz o que quer, não é um cara que escuta nem mesmo o melhor marqueteiro do mundo”, disse à coluna um interlocutor do presidente.
Clarissa Oliveira, jornalista - VEJA
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