Análise Política
Já existe ao menos uma certeza após o primeiro turno da eleição
presidencial: o renovado e vitaminado conservadorismo do Congresso
Nacional atuaria como freio à elevação das temperaturas programáticas
num eventual Planalto de Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo que o governo
consiga formar uma base parlamentar, e não seria tão difícil, o caráter
dessa base acabaria servindo de contrapeso a possíveis impulsos
maximalistas da coalizão original em torno do PT. [importante ressaltar: caso DEUS resolva castigar os brasileiros e o descondenado petista vença, ele e sua corja vão ter que governar de quatro - com um Congresso Conservador e a favor do Brasil - e a soberania do Brasil é inegociável.]
Se Jair Bolsonaro virar o jogo e vencer, é razoável supor que as coisas continuarão mais ou menos na trilha atual.
Talvez o Senado mais bolsonarista que o atual mude um pouco as coisas a partir de fevereiro, mas seria precipitado garantir desde já uma mudança qualitativa. E é prudente aguardar para ver exatamente quem serão os dois novos integrantes do STF, para as vagas do ministro e da ministra que saem. A política também vai rodar um pouco por aí.[válido ter em conta que a indicação dos dois nomes continuará com o presidente da República e aprovação com o Senado.]
E se der Lula? Como ficará a governabilidade? A inércia levará a alguma acomodação com o Congresso, especialmente se o presidente da República conseguir vencer a disputa pelo comando da Câmara dos Deputados. E sempre estará aberta a janela de oportunidade para a tentação de dar um gás adicional ao Supremo, e aliar-se aos ministros do lado oposto da Praça dos Três Poderes para enquadrar a turma do centro (da praça).
Uma única certeza: seja quem for o vencedor, a reconcentração de poder no Executivo continuará na ordem do dia.
Um erro político de Jair Bolsonaro foi tentar levar essa parada no grito, sem fazer direito a conta de quantas divisões tinha para a empreitada. Acabou tomando o contra-ataque. Chega à eleição forte, mas enfrentando uma frente ampla de opositores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário