J. R. Guzzo
O alto judiciário se convenceu que a legalidade é coisa secundária, que tem de ser ignorada se isso ajudar na queda de Bolsonaro
O Brasil está ficando cada vez mais viciado no consumo de uma droga perigosa – passou a acreditar que é possível, e recomendável, defender a democracia violando a Constituição e as leis do país. É o que faz quase todos os dias o sistema STF-TSE: impôs a ideia e a prática de que a “democracia”, tal como é definida por seus ministros-proprietários, é um valor que está acima de qualquer outra consideração, incluindo toda a legislação em vigor, as liberdades públicas e os direitos individuais.
A partir daí, vale tudo: se um ministro decide, sozinho ou com seus colegas, que a “democracia” está sendo posta em risco por isso ou por aquilo, ele dá a si próprio poderes de fazer o que bem entende para “salvar o país”. O resultado é que não há mais lei no Brasil. Há, unicamente, o que o STF-TSE decide; a lei, hoje, é a vontade de quem está lá dentro.
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