Bolsonaro enfrenta batalha morro acima, pois ficou atrás no primeiro turno e ainda por cima viu os dois excluídos da decisão que tiveram voto apoiarem o ponteiro da primeira etapa. [com as indispensáveis vênias, entendemos que a junção dos dois excluídos resulta em SOMA = ZERO - para ficar negativo se juntou o apoio da evangélica favorável ao aborto e ambientalista = que tem tem NADA votos.]
Mas é recomendável alguma cautela, pois as pesquisas que menos se distanciaram do resultado três semanas atrás, as espontâneas com o desconto de possíveis taxas de abstenção, mostram todas um cenário de empate técnico. A única razoável certeza sobre a eleição do próximo domingo é alguém chegar na frente na apuração e reivindicar a vitória, e é também razoável supor alguma resistência dos derrotados, ainda que somente no terreno judicial. [aqui opinamos com base na nossa notória ignorância jurídica: a "Justiça Eleitoral", concluída a contagem dos votos, deve se abster de interferir - já interferiu por demais - e deixar que quem tiver mais votos, assuma = óbvio que já se sabe que os quase 100.000.000 de votos serão dados ao candidato e atual presidente JAIR MESSIAS BOLSONARO .]
Para Jair Bolsonaro ela estará mais à mão, dada a maioria expressiva
conseguida pela direita nas duas casas do Congresso. Se o Supremo
Tribunal Federal (STF) não encasquetar com a atual operação política das
emendas de relator ao orçamento, e com a provável recondução de Arthur
Lira à presidência da Câmara, teríamos a simples continuidade do modelo
em vigor.
No qual o Parlamento goza de grande autonomia para alavancar os
mecanismos de reprodução do poder dos seus integrantes e, em troca,
oferece, se não um alinhamento, uma cooperação ativa com o Executivo.
E se, como apontam as pesquisas, der Lula? A crer nos discursos (sempre
um risco na análise política), o petista quer retomar o controle
absoluto sobre a execução das emendas parlamentares para retirar poder
da cúpula do Congresso e “reenquadrar”o Legislativo. O que teoricamente
exigiria a contrapartida clássica: abrir espaço a que os partidos
governistas (e neo governistas) ocupem a Esplanada. [e ativar um novo MENSALÃO.]
O PT pode também tentar outra fórmula, mais arriscada, mas nem um pouco
improvável: aliar-se à maioria do STF, herança do período Lula-Dilma
Rousseff, para, numa formulação eufemística, reduzir a esfera de
autonomia do Legislativo. Isso seria facilitado se o Planalto lulista
conseguisse colocar aliados firmes no comando da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal. [além de impossível impor um comando às duas Casas, temos que ter presente que o STF não é um partido político? ou é?]
E se der Bolsonaro? Aí é provável que vejamos uma aliança estratégica (a
palavra da moda) do Executivo com o Legislativo para, em linguagem
popular, cortar as asinhas do Judiciário, ainda que “dentro das quatro
linhas”.
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político
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