Diante do legislativo de direita e centro-direita, a pergunta é: quem poderá governar com esse congresso?
Os brasileiros estão fixados no próximo dia 30, em que
serão decididos o presidente da República e 12 governadores. No entanto,
as eleições que mais importam já se realizaram no dia 2: a escolha dos
poderes legislativos no nível federal e estadual.
O Legislativo é o mais
poderoso dos poderes. Ele pode tirar presidente e governador; aprovar e
tirar ministro do Supremo e desembargador do Tribunal de Justiça.
A
Câmara e o Senado formam o único poder que pode mudar a Constituição,
desde que não seja cláusula pétrea. [lembrando: ao que entendemos, o Presidente da República pode convocar uma Constituinte e também o POVO = representado pelo Congresso Nacional; e uma Constituinte pode criar uma nova Constituição, reformar, o que inclui modificar cláusulas pétreas.] O Congresso Nacional e as
assembleias podem mudar, criar, revogar leis; podem aprovar ou recusar
propostas do presidente da República ou do governador.
E suas
composições, sua cor política e ideológica, já foram decididas no dia 2.
É um destino que já está escrito. [em nossa opinião, em um país que vive em um regime democrático, em um 'estado democrático de direito' o Congresso Nacional é o maior dos poderes, já que representa o titular absoluto do PODER = o POVO; só uma situação de revolução, de golpe de estado - que só está sendo cogitado nas narrativas dos pseudo defensores da democracia - cria um poder superior ao do POVO.]
No Senado e na Câmara, depois de décadas de força
centro-esquerda, o eleitor escolheu dar maior peso à direita e à
centro-direita e fez um Congresso conservador, que assume no próximo
ano.
A esquerda raiz ficou minoritária em menos de 20% no Senado e pouco
mais de 25% na Câmara. [percentuais que nos parecem ainda elevados, tendo em conta as inúmeras demonstrações de incompetência da esquerda, talvez um décimo dos percentuais citados seja o ideal.]
Um presidente de esquerda teria imensa
dificuldade para governar.
O Congresso que saiu das urnas no dia 2 é o
sonho de presidente de direita.
O partido do candidato à reeleição terá a
maior bancada na Câmara e a maior no Senado.
A soma de seus apoiadores,
na Câmara e no Senado, ficará com grande poder de decisão.
O mesmo na
relação entre as novas assembléias legislativas e os governadores.
Por
exemplo, a do maior colégio eleitoral do país, São Paulo, onde vai haver
2º turno, está pronta para um governador de direita ou centro-direita.
O
partido de Bolsonaro fez a maior bancada e os apoiadores de Tarcísio
vão ocupar no mínimo 55% das cadeiras. Seria problema difícil para um
governador de esquerda.
Para o novo Senado, foram eleitos críticos do ativismo
de ministros do Supremo.
Senadores como Sergio Moro, Hamilton Mourão,
Damares Alves, Magno Malta, certamente vão somar-se aos outros para
induzir o Supremo a voltar à letra da Constituição e anular aquilo que o
ministro Marco Aurélio chamou de Inquérito do Fim do Mundo.
Afinal, já
anularam, contrariando a razão jurídica, sob pretexto de incompetência
territorial, condenações perfeitas e acabadas.
E como a
Constituição(art.57 §4º) proíbe reeleição para o mesmo cargo no período
imediatamente seguinte, Rodrigo Pacheco já não estará com o poder de
sentar sobre requerimentos de impeachment.
Privatizações, reformas,
defesa da vida e da família, lei penal mais severa, questões fundiárias e
ambientais, tributos e burocracia terão voto suficiente para deslanchar
e modernizar o país, com o voto fácil do Congresso que recém saiu das
urnas. Fazer o oposto disso, com esse novo Congresso, será inviável.
No 1º turno buscou-se voto útil para induzir a terceira
via a uma decisão no dia 2.
Agora os resultados na Câmara e no Senado
nos põem diante de um voto útil inevitável. Um voto prático e racional.
Diante do Legislativo de direita e centro-direita, a pergunta é: quem
poderá governar com esse Congresso?
Seria inútil escolher um presidente que venha ficar
paralisado, tentado a procurar repetir o mensalão, ante um Congresso com
a esquerda em minoria. [Brasileiros e Brasileiras, precisamos ser práticos, racionais, para um Congresso Nacional de direita é necessário, indispensável um presidente de direita = Bolsonaro é sem dúvida este presidente.Para assembleias estaduais com o sentido de direita, os governadores precisam ser de direita.]
O voto do primeiro domingo de outubro cria o
dilema a ser votado no último domingo do mês, entre governabilidade e
ingovernabilidade. A sorte está lançada desde 2 de outubro.
Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário