O mercado reage ao que banqueiros classificam de discurso vago, que não contribuiu para reduzir as desconfianças dos investidores com relação a Haddad. Com o pregão mais curto em Nova York um dia após o feriado de Ação de Graças, na quinta-feira, atribui-se ao almoço de Haddad a principal influência [negativa.] no mercado brasileiro hoje.
— Ele não tocou em aspectos importantes, como a responsabilidade fiscal. O que existe hoje é uma proposta que traz um gasto de R$ 200 bilhões e que não diz de onde virão esses recursos. Era necessário ser bastante claro sobre isso. Por isso que o mercado esticou a queda — afirmou um ex-diretor do Banco Central.
Já o CEO de um banco chamou atenção para a ausência de menção a controle fiscal:— Ele está sendo relativamente neutro. Não está falando em redução de gastos e, sim, em qualidade do gasto. É coerente com o que ele tem dito, o que não é bom.
Um dos principais sócios de um banco da Faria Lima que esteve no almoço classificou as declarações de Haddad de “superficiais”. — O Haddad é uma boa pessoa e é bem intencionado, ninguém discorda disso. Só que o que ele disse foi muito superficial. Se ele atrair o cirurgião-chefe certo e uma equipe médica de primeira, o paciente sai bem e vai se recuperar. Se ficar com ele e com a equipe do PT, o paciente vai ficar refém de uma quimioterapia cada vez maior. Estou falando de taxa de juros, um remédio que derruba, mas que é vital —
Já o presidente de uma gestora internacional no Brasil resumiu: — Foi uma fala “xuxu”. Não trouxe nada de concreto em termos de propostas. Alguns gostaram da questão da reforma tributária como prioridade, mas é preciso entender melhor o que significa maior eficiência nas despesas.
Capital - Jornal O Globo
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