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sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Banqueiros reagem mal às falas de Haddad e Bolsa aumenta queda - O Globo

Se a intenção de Fernando Haddad era aplacar a resistência da Faria Lima a seu nome no campo da economia, o almoço desta sexta-feira na Febraban não funcionou. O Ibovespa, índice de referência da Bolsa, ampliou sua queda após as falas do petista, recuando de quase 112 mil pontos para perto de 109 mil.

O mercado reage ao que banqueiros classificam de discurso vago, que não contribuiu para reduzir as desconfianças dos investidores com relação a Haddad. Com o pregão mais curto em Nova York um dia após o feriado de Ação de Graças, na quinta-feira, atribui-se ao almoço de Haddad a principal influência [negativa.] no mercado brasileiro hoje.

Ele não tocou em aspectos importantes, como a responsabilidade fiscal. O que existe hoje é uma proposta que traz um gasto de R$ 200 bilhões e que não diz de onde virão esses recursos. Era necessário ser bastante claro sobre isso. Por isso que o mercado esticou a queda — afirmou um ex-diretor do Banco Central.

Já o CEO de um banco chamou atenção para a ausência de menção a controle fiscal:Ele está sendo relativamente neutro. Não está falando em redução de gastos e, sim, em qualidade do gasto. É coerente com o que ele tem dito, o que não é bom.

Um dos principais sócios de um banco da Faria Lima que esteve no almoço classificou as declarações de Haddad de “superficiais”. — O Haddad é uma boa pessoa e é bem intencionado, ninguém discorda disso. Só que o que ele disse foi muito superficial. Se ele atrair o cirurgião-chefe certo e uma equipe médica de primeira, o paciente sai bem e vai se recuperar. Se ficar com ele e com a equipe do PT, o paciente vai ficar refém de uma quimioterapia cada vez maior. Estou falando de taxa de juros, um remédio que derruba, mas que é vital —

Já o presidente de uma gestora internacional no Brasil resumiu: — Foi uma fala “xuxu”. Não trouxe nada de concreto em termos de propostas. Alguns gostaram da questão da reforma tributária como prioridade, mas é preciso entender melhor o que significa maior eficiência nas despesas.

Capital - Jornal O Globo  



segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Ação de Graças - Rodrigo Constantino

Monstagem sobre a gravura <i>Pelgrims Holding Bibles</i> / Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Montagem sobre a gravura Pelgrims Holding Bibles / Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

O que poucos sabem, porém, é que as primeiras colônias fracassaram. E não foi apenas por fatores relacionados à sorte. Uma das primeiras colônias a instalar-se na América do Norte foi a Plymouth Colony, estabelecida onde hoje é o Estado de Massachussets, nos anos de 1620. Numa experiência inédita até então, um contrato coletivo estabelecia um sistema no qual as propriedades seriam todas comuns. Trocando em miúdos, os Estados Unidos começaram como um experimento socialista.

Toda a produção deveria ser entregue para armazenamento comunitário, do qual cada indivíduo receberia uma fração igual, não importando com quanto contribuísse. Esse coletivismo levou rapidamente a economia da colônia ao caos. Em 1623, apenas dois anos após a chegada dos primeiros pilgrims, a fome já era a regra. William Bradford, que viria a ser governador da província algumas vezes, assim descreveu aquele triste momento da história americana em seu famoso diário: “Aquela experiência durou alguns anos… E bem evidencia a vilania deste conceito de Platão e outros patriarcas antigos, aplaudido por muitos ultimamente, segundo o qual se acabarmos com a propriedade, em prol da riqueza comum, isto fará a comunidade feliz e próspera… Para esta nossa comunidade (até onde aquilo poderia ser chamado de comunidade), o experimento causou muita confusão e descontentamento. Os homens… lamentavam ter de gastar seu tempo e esforços trabalhando para as mulheres e as crianças de outros homens, sem que obtivessem qualquer recompensa…

O liberal João Luiz Mauad assim explica a reviravolta que ocorreu: “Encurralada pelas terríveis circunstâncias, a liderança dos colonos resolveu abolir a estrutura socialista, que engessava qualquer possibilidade de progresso, transferindo para cada família uma parcela das terras, e permitindo o usufruto de tudo quanto seu trabalho produzisse. A eliminação da propriedade comunal em favor da propriedade privada logo mudou o panorama. Os colonos rapidamente começaram a produzir muito mais do que eles mesmos poderiam consumir”.

Não tardou para que o comércio também florescesse e os excedentes da produção fossem trocados com os índios, que lhes entregavam carnes de caça e peles, estas últimas exportadas com largas margens de lucro para a nobreza europeia. “Esta decisão foi um grande sucesso, pois tornou todas as mãos diligentes e industriosas”, escreveria Bradford pouco tempo depois. Mauad apresenta a razão para esse sucesso:  “Uma das virtudes da propriedade privada é justamente estabelecer a conexão entre esforços e ganhos, custos e benefícios, criando incentivos para que as pessoas produzam conforme as suas necessidades e ambições. Porém, o direito de propriedade é também, e acima de tudo, a melhor arma contra a barbárie, a garantia de que o pão obtido com o suor do próprio rosto não será tomado de ninguém arbitrariamente.”

“O capitalismo de livre mercado, baseado na propriedade privada e troca pacífica, é a fonte da civilização e do progresso humano”, sintetiza Thomas DiLorenzo, autor de How Capitalism Saved America, livro em que resgata a transição redentora do socialismo ao capitalismo nas primeiras colônias.

Esse modelo cria um claro incentivo ao ato conhecido como “free ride”, ou seja, pegar carona no esforço alheio

Os primeiros colonos chegaram a Jamestown no ano de 1607 e encontraram um solo incrivelmente fértil, além de muitos frutos do mar e frutas. Entretanto, dentro de seis meses, 66 dos 104 colonos que vieram estavam mortos, a maioria por causa da fome. Dois anos depois, a Virgínia Company mandou mais 500 “recrutas” para se estabelecerem em Virgínia, e, dentro de seis meses, 440 tinham morrido de fome ou doenças.

DiLorenzo argumenta que a ausência de direitos de propriedade destruiu completamente a ética de trabalho desses colonos. Afinal, não existiam incentivos para o trabalho, já que a recompensa pela produtividade não era do próprio trabalhador, mas de “todos”. Esse modelo cria um claro incentivo ao ato conhecido como “free ride”, ou seja, pegar carona no esforço alheio.

Em 1611, o governo britânico enviou Sir Thomas Dale para servir como high marshalna colônia de Virgínia. Dale notou que, apesar de a maioria dos colonos ter morrido de fome, os sobreviventes gastavam boa parte do tempo em jogos. Dale logo identificou o problema: o sistema de propriedade comum. A propriedade privada logo foi adotada, e a colônia imediatamente começou a prosperar, inclusive praticando trocas voluntárias com os índios.

Os investidores no Mayflower chegaram em 1620 a Cape Cod, assumindo um grande risco financeiro, já que os investidores em Jamestown tinham perdido quase todo seu investimento. Ainda assim, eles cometeram o mesmo erro de seus antecessores, estabelecendo propriedade coletiva da terra. Cerca de metade dos 101 aventureiros que chegaram a Cape Cod estava morta em poucos meses. O principal investidor do Mayflower, o londrino Thomas Weston, chegou à colônia disfarçado para examinar a ruína do empreendimento. Mas os problemas logo seriam solucionados da mesma forma que ocorrera em Jamestown. A propriedade coletiva foi abandonada e, em 1650, as fazendas privadas já eram predominantes em New England.

Mas esses colonos, agora prósperos, estavam cada vez mais preocupados com outra ameaça: o governo britânico e sua tentativa de impor o mercantilismo nas colônias. A Declaração de Independência Americana condenava a tirania da Coroa Britânica, assim como sua postura econômica em relação às colônias americanas. A Declaração menciona diretamente o fato de o governo britânico cortar o comércio das colônias com as outras partes do mundo, e o rei foi acusado de criar impostos sem consentimento dos colonos. Nesse sentido, a Revolução Americana foi contra o mercantilismo, e a favor do capitalismo.

Uma das primeiras leis mercantilistas impostas aos colonos foi o Molasses Act, de 1733, que criou uma elevada tarifa para a importação de melaço. Uma série de leis conhecidas como Navigation Acts representou mais um grande passo em direção ao mercantilismo imposto na América. Essas leis foram importantes como causa da Revolução, segundo DiLorenzo.  O grau de imposição mercantilista nas colônias aumentou consideravelmente após o término da Guerra dos Sete Anos, em 1763. Apesar da vitória britânica contra a França, a Inglaterra estava com um enorme déficit e um império gigantesco cada vez mais caro de manter. Uma série de novas medidas para aumentar impostos foi adotada para subsidiar o Império. Em 1764, o governo britânico criou o Sugar Act, que aumentou impostos para a importação de açúcar. Em 1765, o Stamp Act criou a obrigação do uso de selos do governo para todas as transações com papel nas colônias. Em 1767, os Townshend Acts impuseram várias tarifas novas de importação de produtos ingleses.

Em 1773, novas tentativas de aumento de impostos ocorreram. Dessa vez, o Tea Act iria impor tarifas maiores para a importação de chá. Os comerciantes americanos, temendo a ruína econômica com esse ato, se uniram e orquestraram a famosa Boston Tea Party, onde colonos vestidos de índios jogaram toneladas de chá no mar. A Revolução Americana pode ser vista, então, como uma luta contra o mercantilismo, em defesa dos principais pilares do capitalismo de livre mercado, que tinham permitido a prosperidade das colônias.

Nesse feriado de Ação de Graças, muitos vão festejar sem a devida compreensão do que ele representa, especialmente numa época em que a esquerda promove enorme desinformação sobre o passado e o legado da nação. O economista Don Boudreaux resume bem: “Seremos como perus se não conseguirmos compreender a verdadeira fonte de nossa prosperidade. Essa fonte não é a terra em si — não é a sorte —, não é Deus, inexplicavelmente, sorrindo para os europeus que ocuparam o norte do continente americano: é a consistente e generalizada confiança dos mercados na propriedade privada”.

Leia também “A cidadania corre perigo”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Ku Klux Klan: seita chegou a reunir cem mil nos EUA agindo contra negros



Criada em 1866, organização que prega ódio racial ganhou força em 1915 e até conseguiu eleger representantes. Na Era Kennedy, investigação do FBI em meio a assassinatos

A chuva forte que desabou sobre Washington não impediu que 40 mil pessoas fossem, em 8 de agosto de 1925, participar da abertura do primeiro congresso nacional da Ku Klux Klan. Realizado para tirar a seita racista da clandestinidade, mesmo com tanto quórum, o congresso foi um fiasco. Criada em 1866, a organização foi fundada por soldados confederados que queriam afogar a mágoa da derrota para o Norte. No entanto, para que pegassem em armas, foi um pulo. Em seguida, passaram a agir contra os negros. A reação do governo foi suprimir o "habeas corpus".


Ódio. Um membro da Ku Klux Klan (à esquerda) observa a multidão com simpatizantes da seita durante protesto contra imigrantes em Russellville, no Alabama
Ódio. Um membro da Ku Klux Klan (à esquerda) observa a multidão com simpatizantes da seita durante protesto contra imigrantes em Russellville, no Alabama Divulgação / 06/05/2006


Em 1915, depois de anos à sombra, a KKK ganhou fôlego ao ser liderada pelo professor de história William Simmons. Na noite de Ação de Graças, na Geórgia, Simmons, chamado de "bruxo imperial" (dirigente supremo) e 16 seguidores encapuçados, os "cavaleiros invisíveis", participaram de rituais em torno de uma cruz em chamas e prometeram retomar a cruzada pela supremacia branca. Na KKK só eram aceitos americanos brancos que não tivessem sangue judeu ou orientação católica.

Na década de 20, depois do ingresso de Clark Tyler, que trabalhava para levantar fundos, a KKK recrutou cem mil seguidores. Em seguida, os homens passaram a se interessar por política e ingressaram no Partido Democrata. Em 1923, na eleição presidencial, a KKK apoiou o democrata John W. Davis, que perdeu para o republicano Calvin Coolidge.

Mesmo depois do fracasso, em 1925, a KKK conseguiu ter êxito em algumas eleições regionais. E acabou na mira do FBI na Era Kennedy, em meio aos seus métodos brutais e criminosos, incluindo espancamentos e assassinatos cometidos por seus integrantes. Recentemente, membros da KKK no Sul dos Estados Unidos, embora enfraquecidos, sem contar mais com o apoio de dezenas de milhares de adeptos, atacaram decisões da Justiça e a entrada de imigrantes no país. Um dos alvos foi a permissão do casamento homossexual no Alabama.