Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador FHC. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador FHC. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

As Mirians de FHC e Lula

Por que uma mulher inteligente se despe de sua autoestima? Não tenho pena das Mirians 

Se um dia alguém escrevesse um livro chamado Todas as mulheres dos presidentes – as oficiais e as extraconjugais , concluiria que os políticos fiéis a suas esposas foram provavelmente a exceção que confirma a regra. A monogamia eterna não combina com o homem e menos ainda com o poder. Em todo o mundo, deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidentes exercem, com maior ou menor discrição, o adultério, também chamado de “pular o muro”.

Detalhes picantes e vexaminosos de alcova vêm à tona quando servem a adversários políticos, em períodos de eleições ou crises, ou quando “a outra” decide se vingar da invisibilidade – ou ainda quando filhos não reconhecidos reclamam sua parte na herança. Esses dramas pessoais expostos acabam numa baixaria sem fim. Se há filhos, são os que mais sofrem.

Quando Fernando Collor prejudicou Lula em 1989, em seu programa eleitoral na televisão, ao colocar no ar um depoimento de Miriam Cordeiro, ex-namorada do petista, revelando que eles tinham uma filha, Lurian, e que Lula a tinha pressionado a abortar, ficou claro de quem tinha sido a atitude abjeta. De Collor e de Miriam. Não havia justificativa para politizar um drama familiar – apaixonado por Marisa Letícia, com quem viria a se casar, Lula terminou o relacionamento com Miriam, grávida de seis meses de Lurian. Só mesmo um golpe baixo, vindo de uma aliança entre Collor e uma mulher ressentida. A filha Lurian ficou sem falar com a mãe um bom tempo e até hoje defende o pai, Lula.

Não são santos os homens casados que traem. Mas eles traem com outras mulheres e elas quase sempre sabem que são casados algumas sofrem dilema ético, outras não estão nem aí. Não são santas as mulheres casadas que traem – e são cada vez mais comuns. Menos santas ainda são as que mentem ao marido sobre a paternidade dos filhos. Isso é cruel, mas existe. Se uma Miriam, em 1989, criou problemas sérios para o candidato Lula, agora foi a vez de uma Mirian criar constrangimento para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já com 84 anos.

Mirian Dutra vive com seu cachorro Chico em Madri. Tem 55 anos, é jornalista e se queixa de solidão e perseguição, após trabalhar durante 35 anos para a TV Globo. Na semana passada, abriu o verbo contra FHC em entrevista para a revista Brazil com Z. Mirian o namorou durante seis anos, de 1985 a 1991, quando ele ainda era senador, já casado com Ruth. Segundo ela, fez dois abortos porque quis e foram pagos por FHC. O ex-presidente não nega nem confirma.

Mirian também teve o filho Tomás em 1990 porque quis. “Eu tive uma relação de seis anos, fiquei grávida, decidi manter a gravidez, então é meu.” O pai de Tomás, segundo ela, é FHC, embora dois exames de DNA em 2011, feitos por iniciativa do ex-presidente, tenham desmentido essa paternidade. FHC afirma que o fato de Tomás não ser seu filho biológico não mudou sua relação paternal com o rapaz, tanto que continuou a pagar seus estudos e, no ano passado, deu a ele um apartamento de € 200 mil na Espanha. Mirian diz que os exames de DNA estão errados e que toda mãe sabe quem é o pai: “A não ser que provem que Deus é o pai de meu filho”. FHC diz que, em 2009, antes dos exames, reconheceu Tomás em Madri como seu filho em cartório. Mirian diz que esse documento não existe. Um efeito colateral danoso para a imagem de FHC é a presença de uma consultora fantasma no gabinete do amigo José Serra: a irmã de Mirian, Margrit Schmidt, que trabalha em casa em “projeto sigiloso”, segundo o tucano. Isso está errado.

Existe ainda a suspeita de que FHC tenha usado uma empresa, a Brasif, para pagar, de seu próprio bolso, pensões mensais de US$ 3 mil no exterior a Mirian, na forma de um contrato fictício de trabalho. Mirian acusa, FHC nega. Se for verdade, configura conflito de interesses.

Nada é nem de perto tão grave quanto o escândalo de Renan Calheiros, que renunciou à presidência do Senado em 2007 para escapar da cassação, após ser acusado de receber dinheiro de lobistas ligados a construtoras para pagar despesas e aluguel da amante Mônica Veloso, jornalista, com quem teve uma filha. Mônica posou para a Playboy e escreveu um livro revelando todas as suas intimidades, com o qual contava ficar rica. Não deu certo, o livro era muito ruim. Renan voltou absolvido e é o todo-poderoso presidente do Senado.

Tanto a Miriam Cordeiro de Lula quanto a Mirian Dutra de FHC agiram movidas por vingança, como tantas namoradas ou amantes de poderosos, que se sentem iludidas e abandonadas. Elas se humilham mais ao se expor. Por que se fazer de vítima quando tudo foi consensual e começou como tantos casos começam, no restaurante dos políticos em Brasília, com um flerte e uma atração mútua? Por que uma mulher inteligente se despe de sua autoestima? Sou contra a vitimização das mulheres. Não tenho pena das Mirians. E acho que elas deveriam parar de sentir pena de si mesmas.

Fonte: Ruth de Aquino - Revista Época 

 

 

 

sábado, 20 de fevereiro de 2016

A ressentida e a vigarista

Não quero morrer amanhã e tudo isso ficar na tumba, eu quero falar e fechar a página”, disse Mirian Dutra para justificar a punhalada desferida nas costas de Fernando Henrique Cardoso, com quem teve um caso amoroso quando trabalhava na TV Globo em Brasília e o ex-presidente era ainda senador. O romance durou seis anos. Durou quase 30 o silêncio quebrado nesta semana por duas entrevistas. O pote até aqui de mágoa, esse vai durar para sempre, avisa o caótico desfile de denúncias contraditórias, acusações explícitas ou insinuadas, fatos e fantasias irrompendo de braços dados, cobranças indevidas e cachos de queixumes. Tudo somado, está claro que Mirian Dutra é uma prisioneira do ressentimento.
Não há cura para esse oitavo pecado capital. Primo da ira, do orgulho e da cobiça, o ressentimento costuma ser equivocadamente confundido com a inveja, da qual é irmão.  

As diferenças superam as semelhanças. Invejar, por exemplo, pode ser intransitivo; a inveja frequentemente dispensa objetos diretos. Ressentir (que segundo os dicionários significa “sentir novamente”) é verbo necessariamente transitivo. É sempre conjugado contra alguém, alguma coisa, alguma entidade. No caso de Mirian Dutra, os alvos do ressentimento são FHC, que responsabiliza por não ser feliz, e a TV Globo, que obstruiu os caminhos que a levariam ao sucesso profissional.

“A memória do ressentido é uma digestão que não termina”, constatou o filósofo alemão Friedrich Nietzsche. O ressentido pensa todo o tempo no ajuste de contas. E invariavelmente acredita que sua infelicidade resultou de erros cometidos por outros. A mulher ressentida precisa acreditar que seu único erro foi amar demais. Aos 55 anos, segue enxergando no espelho uma jovem ingênua apaixonada pelo sedutor desalmado que, depois de induzi-la a dois abortos, tratou de afastá-la do país quando o filho Tomás nasceu, para manter em segredo um pecado que, descoberto, colocaria em risco o projeto presidencial acalentado desde criancinha. Com a cumplicidade da Globo, que ampliou a sequência de erros com a decisão de não renovar o contrato vencido em novembro.

As estações do calvário impostas pela emissora de TV são igualmente cruéis. Redesenhada pela memória de uma ressentida juramentada, a vida mansa em capitais europeias virou desterro, o expediente curto ficou com cara de menoscabo e o salário de milhares de dólares tornou-se um quase nada se comparado ao tamanho do talento sufocado. “Sou a última exilada”, comunicou a desterrada de araque. Haja conversa fiada. Até o gramado do Congresso sabia da relação extraconjugal entre o senador e a jornalista. Em 1994, Ruth Cardoso foi informada pelo próprio marido do que ocorrera. E Mirian reiterou anos a fio que um biólogo era o pai do menino que FHC sempre tratou como filho.

Além das quantias em dinheiro com que foi contemplado desde o dia do parto, o fruto do romance malogrado ganhou do ex-presidente um apartamento avaliado em 200 mil euros. Em 2009, Fernando Henrique assumiu publicamente a paternidade de Tomás. Meses depois, dois exames de DNA atestaram que o pai biológico era outro. Amparado nos laços afetivos, FHC não mudou de ideia. “Ele sempre será meu filho”, explicou. Mirian contestou a autenticidade dos exames, afirmou que a admissão de paternidade nunca foi oficializada, culpou FHC pela fragilidade dos vínculos que unem Tomás à mãe e acusou o objeto do ressentimento de ter forjado contratos com uma empresa com braços no exterior para consumar as remessas de dinheiro.

“Mas os recursos sempre saíram da renda dele”, ressalvou. Foi o que ressaltou o ex-presidente na nota divulgada no mesmo dia da entrevista publicada pela Folha. Com a elegância possível, a vítima do acesso de cólera dissipou as zonas de sombra produzidas pela entrevistada, rebateu as acusações, declarou-se pronto para outros testes de DNA e deixou claro que, por mais constrangedoras que tenham sido as declarações, não tem motivos para preocupar-se com o que diz a ex-namorada. De novo, FHC fez o contrário do que Lula faz. Mas o PT reagiu à providencial reaparição de Mirian Dutra com a euforia dos colonos de velhos faroestes que, entrincheirados no círculo de carroções atacados por índios, ouvem o clarim que anuncia a chegada da cavalaria americana.

Apavorados com as evidências de que as bandalheiras no sítio em Atibaia e no triplex do Guarujá anteciparam a morte política de Lula, alguns devotos da seita agonizante se empoleiraram na manifestação de ódio da ex-amante sem esperança para convencer o país de que nada do que o chefe fez é mais grave do que FHC foi acusado de fazer. Como no PT não há limites para o cinismo, nem para o ridículo, querem que o ex-presidente seja investigado pela Operação Lava Jato. Se houver algo a apurar sobre Fernando Henrique, que venham as investigações. Mas que sigam adiante, e em ritmo menos exasperante, os inquéritos e processos que cuidam dos crimes cometidos por Lula e sua amante Rosemary Noronha. O Brasil decente exige que seja concluído o que a Operação Porto Seguro começou em 23 de novembro de 2012.

Faz três anos e três meses que o país que presta aguarda o desfecho do escândalo em que o chefe supremo se meteu ao lado de Rose ─ e a punição dos delinquentes que embolsaram milhões de reais com o tráfico de influência e o comércio de pareceres pilantras. Faz três anos e três meses que os que cumprem as leis são afrontados pela mudez malandra do farsante que promoveu uma gatuna de quinta categoria a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo. Faz três anos e três meses que o Estado Democrático de Direito é desafiado pelo poço de arrogância que nunca deu um pio sobre a chanchada pornopolítica que estrelou em dupla com a Segunda Dama.

Abalroado pela divulgação parcial das patifarias desvendadas pela Operação Porto Seguro, o reizinho enfim destronado reprisou o ritual a que obedece quando pilhado em encrencas de bom tamanho: emudeceu, evadiu-se da cena do crime e foi para o exterior esperar que a poeira baixasse. Três semanas depois, recuperou a voz para dizer que nada tinha a dizer sobre “assuntos íntimos”. De lá para cá, não recitou uma única e escassa palavra aproveitável sobre o caso de polícia que apresentou ao país, além da Primeiríssima Amiga, os bebês de Rosemary.

Foi o primeiro escândalo que Lula não pôde terceirizar. Não houve intermediários entre os parceiros de alcova. Não há bodes expiatórios a mobilizar. É compreensível (e intolerável) que fuja como o diabo da cruz de pelo menos 20 perguntas sem resposta:
1. Onde e quando conheceu Rosemary Noronha?
2. Como qualifica a relação que manteve com Rose há 17 anos?
3. Por que escolheu uma mulher sem experiência administrativa para chefiar o gabinete presidencial em São Paulo?
4. Por que pediu a Dilma Rousseff que mantivesse Rose no cargo?
5. Por que Rose foi incluída na comitiva presidencial em mais de 20 viagens internacionais?
6. Por que Rose usava passaporte diplomático?
7. Por que o nome de Rosemary Noronha nunca apareceu nas listas oficiais de passageiros do avião presidencial divulgadas pelo Diário Oficial da União?
8.  Todo avião utilizado por autoridades em missão oficial é considerado Unidade Militar. Os militares que tripulavam a aeronave sabiam que havia uma clandestina a bordo?
9. Por que Marisa Letícia e Rose nunca foram incluídas numa mesma comitiva?
10. Quais eram as tarefas confiadas a Rose durante as viagens?
11. Como foram pagas e justificadas as despesas de uma passageira que oficialmente não existia?
12. Por que nomeou a pedido de Rose os irmãos Paulo e Rubens Vieira para cargos de direção em agências reguladoras? Conhecia os nomeados?
13. Por que Rose tinha direito ao uso de cartão corporativo da Presidência ?
14. Por que foram mantidos em sigilo os pagamentos feitos por Rose com o cartão corporativo ?
15. Como se comunicava com Rose? Por telefone? Por e-mail?
16. Sabia das reuniões promovidas por Rose no escritório da presidência? Depois das reuniões, era informado sobre o que fora decidido pelos integrantes da quadrilha?
17. Por que os honorários dos advogados de Rose são pagos por Instituto Lula?
18. Encontrou-se com Rose nos últimos 3 anos e 3 meses?
19. Nunca soube de nada?
20. O que foi que disse em casa?
Sem medo da sordidez do PT, FHC replicou imediatamente ao que disse a ex-amante ressentida. Favorecido pela tibieza da oposição oficial, Lula jamais comentou o que fez a concubina vigarista.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes - VEJA

 

Todas as mulheres dos Ex-Presidentes

O que se pode esperar de um País em que o crime organizado define as leis, domina a política, aparelha o judiciário e coordena a intencional insegurança do Direito promovendo a negação da Democracia, através da violência explícita, da ignorância cultuada e da injustiça programada para uma cínica manutenção da impunidade – com todo este processo sendo financiado pela extorsão ao cidadão-eleitor-contribuinte?

A resposta otimista é: “nada ou muito pouco”. A versão realista é: “tudo para o deleite da bandidagem sistêmica”. Como a corrupção hegemônica é estrutural e cultural, a reação contra ela se torna pífia. Mas começa a ganhar força a partir de uma indignação que pode evoluir para uma transformadora revolta. A Revolução Brasileira, lentamente, vai construindo suas pré-condições.

A superestrutura estatal capimunista (rentista e corrupta) esconde quem comanda a organização criminosa. Na verdade, as várias facções não obedecem a um único “poderoso chefão” – como a ficção novelesca prefere jogar no imaginário popular. As ações, com fins delitivos, sempre em conluio com a máquina Estatal, têm diferentes e sem sempre convergentes interesses ou intenções políticas, econômicas e ideológicas. O crime compensa, se reproduz e, na prática, se “legitima” no inconsciente coletivo de uma maioria com valores corruptos, corruptíveis ou corrompidos.

A libertação do senador petista Delcídio Amaral, deixando no ar a dúvida se vai aderir ou não à delação premiada, é um símbolo injusto e imperfeito do estágio canalha das coisas no Brasil. Parece muito deboche com a cara da maioria de brasileiros otários o sujeito deixar a cadeia no final de semana e, na segunda-feira, já está apto para voltar ao “trabalho” no Senado. Nas condições da (dês)governança do crime organizado no País, nada pode ser tão normal. Em regime de “prisão domiciliar” (benefício ao qual toda nossa bandidagem deveria ter “direito”), voltar para a casa (no caso, o Congresso) é um negócio mais que natural... [mais ofensivo à sociedade foi a situação 'sui generis' do ilustre senador Delcídio - que foi preso líder do governo, Dilma, permaneceu líder durante todo o tempo em que esteve confinado às dependências de uma unidade da PM-DF e agora em prisão domiciliar continua líder - mesmo quando preso em quartel da PMDF, continuou recebendo o salário normal de senador e mais o auxílio-moradia.]

O caso (ou ocaso) Lula é outra cínica manifestação simbólica de uma nação estruturalmente dominada pelo crime organizado. Nossa República absolutista dos intocáveis consegue a façanha de eletrizar e emocionar o povão. Como se fosse o roteiro de uma novela criminosa, nos moldes de um “Vale Tudo”, “Avenida Brasil”, “Que Rei sou Eu” e “A Regra do Jogo”, ainda somos forçados a assistir à baixaria dos “romances”, em meio a tanta sacanagem. A vida institucional brasileira, deste jeitinho, se torna uma nada hilária pornochanchada, movida ao tráfico de influência (crime que deveria render de dois a cinco anos de prisão).

O espetáculo deveria ser intitulado: “Todas as Mulheres dos Ex-Presidentes”. Alguém da Rede Globo, de preferência algum petista que trabalha lá, deveria roteirizar e dirigir. As mulheres, Miriam Dutra e Rosemary Noronha, e seus amados amantes, ex-presidentes Fernando Henrique e Luiz Inácio Lula da Silva, nos remetem ao título de um dos maiores sucessos da literatura norte-americana, o livro que originou o filme de mesmo nome “Todos os homens do presidente”.

Lançado na década de 70, tal livro trata do trabalho investigativo de dois jornalistas do Washington Post, Robert Woodward  e Carl Bernstein, sobre o caso Watergate. Diante das provas coletadas pelos dois jornalistas, o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon renunciou em Agosto de 1974, para evitar o quase certo impeachment, por mentir e ocultar provas.

Nessa nossa terra de bruzundanga – onde mentir e ocultar provas não é considerado um crime maior na falta de jornalistas investigativos do nível de  Woodward  e  Bernstein, temos que torcer para que sejam repletas de sucesso as investigações que serão feitas pela Polícia Federal, conforme palavras do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Ele proclamou: "Isso não vale apenas para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas vale para todos brasileiros. Se houver indício de prática criminosa, dentro de situações que são eventualmente puníveis, tudo será absolutamente investigado". [uma discordância: óbvio que FHC não é santo, tanto que nunca votamos nele, nem pretendemos votar (caso dê uma loucura nele e resolva se candidatar).
Mas, nos parece que investigar FHC é apenas uma manobra diversionista, um mero artifício da petralhada para tentar justificar a roubalheira do Lula com o argumento que FHC também roubou.
Mesmo que tenha havido alguma fraude, pelo tempo transcorrido já prescreveu e nada vai resultar desviar esforços investigando FHC.
Centrem esforços em investigar Lula, Marisa, o fenomenal Lulinha, o estúpido Luís Cláudio - a 'famiglia' Lula não aguenta,  nem por dez dias,  uma investigação cerrada.
Além da abundância de crimes são todos uns estúpidos. Basta ver as explicações idiotas que o Instituto Lula apresenta.
O Okamoto, presidente do bizarro instituto, só não foi ainda demitido por saber muito sobre as trapaças do apedeuta.]

Cardozo (com Z de zorra), foi mais além: "Volta e meia sou acusado pelos adversários de não controlar a Polícia Federal ou de instrumentalizá-la. Então, seguramente, quero dizer a vocês, pouco importa para mim se pessoas vinculadas à base governista, aos partidos que mantêm boa relação com o governo ou oposicionistas, é o mesmo procedimento. Sem a busca de factóides, sem a busca de exposição da imagem".

Diante da disposição manifestada pelo ministro da Justiça no Brasil da Injustiça, FHC e Lula que se cuidem... Como se sabe, Miriam Dutra acusou FHC de usar a empresa Brasif S.A. para lhe repassar mesada no exterior. Sabe-se, também, que Lula é investigado na Europa sob suspeita de utilizar a “amiga” Rosemary (oficialmente, ela não é amante) para entrar com malas de euros em Portugal.

Em um patamar mais baixo, por causa do cargo ocupado pelo “latin lover” presidente do Senado Renan Calheiros, temos o caso (perdão pela redundância) da jornalista Mônica Veloso – aquela que acabou posando até na Playboy. [outro caso sem valia para investigar - tem quye começar pelos atuais, especialmente por Lula, depois pode ir voltando. Investigar o passado é dar espaço para as provas dos mais recentes sumirem.]

O que falta para tudo se transformar em uma novela global? Contratar um escritor competente... Pena que o italiano Umberto Eco agora só possa escrever lá no céu... Aliás, para roteirizar o inferno do Brasil, qualquer roteiristazinho da petelândia serve... Quem se habilita? A Globo paga bem...

Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão


 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Aborto, FHC, microcefalia e a hipocrisia em estado bruto no Brasil - Cada MÃE ASSASSINA que morre durante um aborto, a morte se torna um ato de justiça e a certeza de que a morta não mais matará



Mirian Dutra, jornalista que se relacionou com o ex-presidente, conta que ele pagou por abortos que ela praticou. Em tempos de zika, por que não falar sobre gravidez interrompida sem histeria?

Mirian Dutra conta que FHC pagou por abortos que ela praticou.
Mirian Dutra, que foi amante do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nos anos 80 e 90, concedeu duas entrevistas esta semana, expondo em detalhes um segredo que o Brasil conhecia, mas que agora veio a público pela voz da própria protagonista.

Mirian, jornalista que vive em Madri desde 2006, ficou conhecida dos brasileiros duas vezes. Primeiro quando se soube que era a tal amante e que inclusive tinha um filho do ex-presidente, e depois, quando FHC fez o teste de DNA que revelou que ele não era, de fato, pai do que se supunha fruto dessa relação extraconjugal.

Em uma das entrevistas, concedida à Folha de S.Paulo, a jornalista contou que Fernando Henrique pagou dois abortos seus durante o período em que se relacionaram. Questionado pela Folha sobre o fato, o ex-presidente não negou, apenas dizendo que “questões de natureza íntima, minhas ou de quem sejam, devem se manter no âmbito privado a que pertencem”.

E ele tem toda razão. É de cunho íntimo, não é da conta de ninguém se uma mulher (ou um casal) decide interromper a gravidez, seja porque não se julga preparada para uma missão dessa natureza, seja porque pode comprometer a sua saúde física, ou o futuro do rebento que está a caminho. Mas é público e notório que o aborto é tratado com um ridículo manto de hipocrisia pela sociedade brasileira quando até um ex-chefe de Estado parece ter recorrido à prática mais de uma vez.
 
As mortes por procedimentos errados também estariam na casa dos milhares. [cada MÃE ASSASSINA que morre durante um aborto é a efetivação de um ato de justiça e a certeza de que aquela assassina não mais matará.]

A entrevista de Mirian Dutra, que foi jornalista da Rede Globo, a maior emissora de televisão do país, está fervendo nas redes sociais, explorada por seus inimigos políticos. Como mulher, me estarrece saber que uma figura política de tão grande estatura aparentemente recorreu a uma prática execrada no Brasil, e por oportunistas de plantão, como o fez em 2015 o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e seu projeto de lei 5069, que dificulta o acesso de mulheres à pílula abortiva na rede pública – mesmo que ela tenha sido estuprada. [o estupro não é motivo para que mães ‘herodíades’ assassinem crianças inocentes e indefesas.]

Fonte: El País


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O diário de um monarca



Fernando Henrique Cardoso gravava suas confidências para o futuro na condição de observador e protagonista
Os trechos do diário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicados na última edição da revista “Piauí” são uma aula de vida, política e história. Mostram suas alegrias e ansiedades entre novembro de 1995 e abril do ano seguinte. Retratam um país que, visto do trono, parece ter mudado pouco. Visto da rua, mudou muito, em grande parte graças a ele. FHC conviveu com escândalos, teve medo de CPI, lidou com um PMDB rebelde, loteou ministérios, ouviu a maldita palavra “impeachment” e, por fim, aturou a imprensa fofoqueira.

Há duas semanas FHC disse que a doutora Dilma “vai fazer um pacto com o demônio o tempo todo”. No dia 25 de abril de 1996, ele ouviu de Dorothea Werneck, a ministra da Indústria e Comércio que dispensara para abrigar um acerto partidário, que “estamos fazendo um pacto com o diabo”. Nessa penosa conversa, ambos choraram. “Fui ficando com raiva de mim mesmo”, registrou horas depois.

Dois presidentes mantiveram diários. Getúlio Vargas falava consigo mesmo, com magistral precisão e sinceridade. Juscelino Kubitschek, proscrito pela ditadura, listava prazeres e penares pessoais. Fernando Henrique Cardoso escreveu para ser lido, como se à meia-noite ligasse o gravador, jogando confidências ao futuro. Foi ao mesmo tempo protagonista e observador. Um negociava ministérios, o outro sentia “o travo amargo do poder, no seu aspecto mais podre do toma lá dá cá”. Reconhecia, contudo, que “este é o Brasil de hoje, onde a modernização se faz com a podridão, a velharia”.

No período publicado pela “Piauí”, FHC vivia a primeira grande crise de seu governo. Sua maior realização, o Plano Real, tinha pouco mais de um ano, e o sistema financeiro estava em crise. Haviam quebrado os bancos Econômico e Nacional. Uma pasta encontrada no arquivo do dono do Econômico revelava pela primeira vez o esquema de financiamento ilegal de campanhas eleitorais (dos outros) pela banca. Se isso fosse pouco, o presidente do Incra, ex-chefe do seu gabinete pessoal, fora apanhado com gravações dos telefones do chefe do cerimonial do Planalto, metido em conversas impróprias sobre a compra de um sistema de vigilância eletrônica para a Amazônia. FHC dizia que “democracia não é fazer chacina pública”. Queixava-se para o diário do que seriam “fofocas”, mas reconhecia que “cai lama no governo”. Caíram todos os envolvidos, inclusive o ministro da Aeronáutica. Escrevendo em 1995, FHC parece falar para a doutora Dilma de 2015: “Estou cansado de ser, digamos, atacado por força dos meus amigos do círculo íntimo. Esse círculo íntimo tem que ser quebrado. Tenho que nomear alguém no palácio que não pertença a ele”.

No Brasil de 2015 brilhou sua revelação de que se recusou a nomear Eduardo Cunha para uma diretoria da Petrobras. Tudo bem, mas a empresa continuou presidida por Joel Rennó, de quem só se livraria mais tarde, nomeando um substituto exemplar. Passados 20 anos, no Brasil de hoje, FHC dedica obsequioso silêncio à contabilidade financeira do atual presidente da Câmara.

Lutando para impedir uma CPI, diante do boato de que um banqueiro ameaçava contar tudo o que sabia sobre campanhas eleitorais, advertiu: “Esta gente está brincando com fogo”.

Fonte: Elio Gaspari é jornalista