O que se pode esperar de um País em que o crime organizado
define as leis, domina a política, aparelha o judiciário e coordena a
intencional insegurança do Direito – promovendo a negação da Democracia,
através da violência explícita, da ignorância cultuada e da injustiça
programada para uma cínica manutenção da impunidade – com todo este processo
sendo financiado pela extorsão ao cidadão-eleitor-contribuinte?
A resposta otimista é: “nada ou muito pouco”. A versão realista
é: “tudo para o deleite da bandidagem sistêmica”. Como a corrupção hegemônica é
estrutural e cultural, a reação contra ela se torna pífia. Mas começa a ganhar
força a partir de uma indignação que pode evoluir para uma transformadora
revolta. A Revolução Brasileira, lentamente, vai construindo suas pré-condições.
A superestrutura estatal capimunista (rentista e corrupta)
esconde quem comanda a organização criminosa. Na verdade, as várias facções não
obedecem a um único “poderoso chefão” – como a ficção novelesca prefere jogar
no imaginário popular. As ações, com fins delitivos, sempre em conluio com a
máquina Estatal, têm diferentes e sem sempre convergentes interesses ou
intenções políticas, econômicas e ideológicas. O crime compensa, se reproduz e,
na prática, se “legitima” no inconsciente coletivo de uma maioria com valores
corruptos, corruptíveis ou corrompidos.
A libertação do senador petista Delcídio Amaral, deixando no ar
a dúvida se vai aderir ou não à delação premiada, é um símbolo injusto e
imperfeito do estágio canalha das coisas no Brasil. Parece muito deboche com a
cara da maioria de brasileiros otários o sujeito deixar a cadeia no final de
semana e, na segunda-feira, já está apto para voltar ao “trabalho” no Senado.
Nas condições da (dês)governança do crime organizado no País, nada pode ser tão
normal. Em regime de “prisão domiciliar” (benefício ao qual toda nossa
bandidagem deveria ter “direito”), voltar para a casa (no caso, o Congresso) é
um negócio mais que natural... [mais ofensivo à sociedade foi a situação 'sui generis' do ilustre senador Delcídio - que foi preso líder do governo, Dilma, permaneceu líder durante todo o tempo em que esteve confinado às dependências de uma unidade da PM-DF e agora em prisão domiciliar continua líder - mesmo quando preso em quartel da PMDF, continuou recebendo o salário normal de senador e mais o auxílio-moradia.]
O caso (ou ocaso) Lula é outra cínica manifestação simbólica de
uma nação estruturalmente dominada pelo crime organizado. Nossa República
absolutista dos intocáveis consegue a façanha de eletrizar e emocionar o povão.
Como se fosse o roteiro de uma novela criminosa, nos moldes de um “Vale Tudo”,
“Avenida Brasil”, “Que Rei sou Eu” e “A Regra do Jogo”, ainda somos forçados a
assistir à baixaria dos “romances”, em meio a tanta sacanagem. A vida
institucional brasileira, deste jeitinho, se torna uma nada hilária
pornochanchada, movida ao tráfico de influência (crime que deveria render de
dois a cinco anos de prisão).
O espetáculo deveria ser intitulado: “Todas as Mulheres dos
Ex-Presidentes”. Alguém da Rede Globo, de preferência algum petista que
trabalha lá, deveria roteirizar e dirigir. As mulheres, Miriam Dutra e Rosemary
Noronha, e seus amados amantes, ex-presidentes Fernando Henrique e Luiz Inácio
Lula da Silva, nos remetem ao título de um dos maiores sucessos da literatura
norte-americana, o livro que originou o filme de mesmo nome “Todos os homens do
presidente”.
Lançado na década de 70, tal livro trata do trabalho
investigativo de dois jornalistas do Washington Post, Robert Woodward
e Carl Bernstein, sobre o caso Watergate. Diante
das provas coletadas pelos dois jornalistas, o presidente dos Estados Unidos,
Richard Nixon renunciou em Agosto de 1974, para evitar o quase certo
impeachment, por mentir e ocultar provas.
Nessa nossa terra de bruzundanga – onde mentir e ocultar provas
não é considerado um crime maior – na falta de jornalistas investigativos do
nível de Woodward
e Bernstein, temos que torcer para que sejam
repletas de sucesso as investigações que serão feitas pela Polícia Federal,
conforme palavras do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Ele proclamou: "Isso
não vale apenas para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas vale para
todos brasileiros. Se houver indício de prática criminosa, dentro de situações
que são eventualmente puníveis, tudo será absolutamente investigado". [uma discordância: óbvio que FHC não é santo, tanto que nunca votamos nele, nem pretendemos votar (caso dê uma loucura nele e resolva se candidatar).
Mas, nos parece que investigar FHC é apenas uma manobra diversionista, um mero artifício da petralhada para tentar justificar a roubalheira do Lula com o argumento que FHC também roubou.
Mesmo que tenha havido alguma fraude, pelo tempo transcorrido já prescreveu e nada vai resultar desviar esforços investigando FHC.
Centrem esforços em investigar Lula, Marisa, o fenomenal Lulinha, o estúpido Luís Cláudio - a 'famiglia' Lula não aguenta, nem por dez dias, uma investigação cerrada.
Além da abundância de crimes são todos uns estúpidos. Basta ver as explicações idiotas que o Instituto Lula apresenta.
O Okamoto, presidente do bizarro instituto, só não foi ainda demitido por saber muito sobre as trapaças do apedeuta.]
Cardozo (com Z de zorra), foi mais além: "Volta e meia sou
acusado pelos adversários de não controlar a Polícia Federal ou de
instrumentalizá-la. Então, seguramente, quero dizer a vocês, pouco importa para
mim se pessoas vinculadas à base governista, aos partidos que mantêm boa
relação com o governo ou oposicionistas, é o mesmo procedimento. Sem a busca de
factóides, sem a busca de exposição da imagem".
Diante da disposição manifestada pelo ministro da Justiça no
Brasil da Injustiça, FHC e Lula que se cuidem... Como se sabe, Miriam Dutra acusou FHC de usar a empresa Brasif
S.A. para lhe repassar mesada no exterior. Sabe-se, também, que Lula é investigado na Europa sob suspeita
de utilizar a “amiga” Rosemary (oficialmente, ela não é amante) para entrar com
malas de euros em Portugal.
Em um patamar mais baixo, por causa do cargo ocupado pelo “latin
lover” presidente do Senado Renan Calheiros, temos o caso (perdão pela
redundância) da jornalista Mônica Veloso – aquela que acabou posando até na
Playboy. [outro caso sem valia para investigar - tem quye começar pelos atuais, especialmente por Lula, depois pode ir voltando. Investigar o passado é dar espaço para as provas dos mais recentes sumirem.]
Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão
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