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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Clube uruguaio demite filho de Lula antes mesmo da contratação - na realidade o Clube temeu o filho de Lula usar pesquisas na internet para treinar time

Clube uruguaio desiste de contratar filho caçula de Lula

Repercussão negativa e alto salário [sem esquecer a incompetência e desonestidade, características básicas de qualquer membro da 'famiglia Lula da Silva' - fizeram o modesto Juventud de Las Piedras abdicar do acordo com o preparador físico

O modesto clube uruguaio Juventud de Las Piedras desistiu de um “badalado” reforço brasileiro: o preparador físico Luís Cláudio da Silva, o filho caçula do ex-presidente Lula
Luís Cláudio da Silva: a bolada foi pagamento por “pesquisas, avaliações e elaboração propriamente dita” de trabalhos sobre a Copa e a Olimpíada (Reginaldo Castro/Lancepress/VEJA)

Depois de anunciar a contratação de Luís Cláudio em seu site oficial, o clube recuou. Para o presidente do clube, Yamandú Costa, houve um “problema de comunicação”. “Nós nunca noticiamos a contratação do sr. Luís Claudio. Divulgamos apenas a visita que ele fez às nossas instalações”, disse Costa.

Embora o dirigente, que é homônimo do violonista e compositor brasileiro, afirme oficialmente que não houve contratação, duas razões explicam a mudança de posição do Juventud. O primeiro motivo foi a enorme controvérsia que a informação causou, dentro e fora do Uruguai. Dirigentes do clube ficaram assustados com a repercussão negativa do acerto, que poderia ser visto como uma preparação para a saída da família da Silva do Brasil.

A segunda razão foi financeira. Com folha salarial modesta, de cerca de 100.000 dólares (340.000 reais), o 10º colocado do Campeonato Uruguaio não teria condições de bancar a remuneração mensal de 25.000 reais pedida pelo preparador físico.

O site do Juventud de Las Piedras anunciou o acerto no dia 18 de outubro, informando a “recente chegada à instituição pedrense do professor Luís Lula Da Silva (filho) para trabalhar no futebol e desenvolvimento social” do nosso clube. Segundo o presidente, porém, houve um problema na divulgação da visita de três dias que o brasileiro fez à sede do time para conhecer o projeto de formação de atletas. Procurada pela reportagem, a assessoria do filho de Lula não se manifestou.

O Juventud de Las Piedras chegou a ele por indicação da área de relações internacionais do clube, que, segundo Costa, é conduzida por brasileiros. O gerente Rodrigo Lubetkin conheceu o filho de Lula em um simpósio em São Paulo. O caçula do ex-presidente acumula passagens por Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos. Foi estagiário em departamentos amadores e auxiliar de preparador físico. Depois de cinco anos, em 2011, abriu a própria empresa.

A notícia da contratação causou estranheza até entre parceiros do clube do Uruguai. Nos últimos dois anos, o Juventud de Las Piedras realizou amistosos no Rio Grande do Sul, o que estreitou o relacionamento com Francisco Novelletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). “ O clube de Las Piedras foi o primeiro time do interior a chegar à elite e tem um título da terceira divisão (1995) e outro da segunda (1999). Na virada dos anos 2000, alternou altos e baixos, mas se firmou em 2012. Em 2014/2015, o clube conseguiu se classificar para a Copa Sul-Americana, mas a experiência só durou quatro jogos.

 (memória) - UM POUCO SOBRE LUIS CLÁUDIO E SUA NOTÓRIA INCOMPETÊNCIA
 Os policiais ele não convenceu. Na quarta-feira passada, Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente Lula, entrou acompanhado de quatro advogados na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Das 3 e meia da tarde às 7 e meia da noite, ele se empenhou em convencer o delegado Marlon Cajado, responsável pela Operação Zelotes, de que os 2,4 milhões de reais que recebeu entre 2014 e 2015 do escritório de lobby Marcondes & Mautoni eram referentes a pagamento por “trabalhos prestados” por sua empresa, a LFT Mar­keting Esportivo. A Marcondes & Mautoni é suspeita de ter negociado com autoridades do governo a renovação de uma medida provisória que, decretada em 2014, prorrogou benefícios para empresas do setor automotivo – o grosso da clientela do escritório. Seu principal sócio, Mauro Marcondes Machado, está preso desde o último dia 26.

Segundo Luís Cláudio, os trabalhos prestados à Marcondes & Mautoni consistiram em projetos de “pesquisa, avaliações setoriais e elaboração propriamente dita”, com “foco relacionado à Copa do Mundo (2014) e à Olimpíada” do Rio (2016). Para justificar o fato de a LFT, que não possui nenhum funcionário registrado, ter sido escolhida para executar tão bem remunerado trabalho, Luís Cláudio alegou que sua “expertise não se restringe à formação superior em educação física” – ele se formou pela FMU, em São Paulo -, mas “tem lastro na prestação de serviço, por cinco anos ininterruptos, em quatro dos mais destacados clubes de futebol”: São Paulo, Palmeiras, Santos e Corinthians. Luís Cláudio de fato passou pelos quatro clubes, sempre levado por amigos do pai, mas em nenhum deles desempenhou atividade que pudesse ter utilidade nos projetos que diz ter desenvolvido para o escritório hoje sob investigação da PF.

[Luís Cláudio realizou a consultoria de R$ 2,4 milhões para a Hyundai fazendo pesquisa na internet sobre o assunto;
quando os uruguaios tomaram conhecimento das técnicas utilizadas pelo ex-quase futuro técnico em suas atividades, e seriam aplicadas no Juventud, desistiram do negócio.]

O caçula de Lula entrou no São Paulo como estagiário no departamento amador do clube, e dali em diante, nos demais times onde esteve, nunca passou de auxiliar de preparador físico. “Ele desempenhava funções simples, como colocar os cones no gramado para os treinos dos jogadores e acompanhar as sessões de musculação dos atletas”, contou um ex-colega do Palmeiras (esse mesmo colega lembrou também que, apesar do cargo modesto, “Lulinha”, como era chamado pelos colegas, raramente perdia uma viagem com o time na temporada de jogos). Depois de cinco anos de clube em clube, Luís Cláudio abriu a LFT Marketing Esportivo, em fevereiro de 2011. Um de seus primeiros clientes foi o Corinthians, cujo presidente à época, Andrés Sanchez, era próximo de Lula. A função da LFT era captar patrocínio para os esportes amadores do clube.

Foi essa mesma aptidão para atrair recursos que levou a LFT a ser convidada a associar-se ao ex-locutor André Adler, que fez a carreira comentando eventos esportivos e morreu em 2012. Sua empresa promovia jogos de futebol americano em um torneio chamado Touchdown. Essa nova sociedade, afirma a defesa de Luís Cláudio, aproximou-o da Marcondes & Mautoni. Depois que a Touchdown perdeu o patrocínio que a Hyundai ofereceu ao torneio por dois anos, o caçula de Lula teria procurado a consultoria para garimpar novos recursos no setor automotivo. Acabou saindo de lá com o contratão de 2,4 milhões de reais para fazer pesquisas sobre a Copa e a Olimpíada, ainda que nenhum dos temas se beneficie de conhecimentos sobre jogos de futebol americano ou colocação de cones no campo.

Luís Cláudio diz ter se aproximado da Marcondes & Mautoni apenas há alguns anos, mas a relação entre o dono da empresa e seu pai vem de longa data. O lobista Mauro Marcondes conhece o ex-presidente desde o fim da década de 70, quando trabalhava na Volkswagen e Lula era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A Polícia Federal acredita que ele manteve contato com o petista pelo menos até agosto de 2013, período em que estaria “negociando” a medida provisória que favoreceu seus clientes com impostos mais baixos.

Dois pontos do depoimento do filho de Lula foram considerados pela polícia particularmente “inconsistentes” e “pouco convincentes”. Para os investigadores, a natureza da LFT não justificaria sua contratação para a finalidade alegada. E, ainda que esse trabalho tivesse sido encomendado e realizado, o preço atribuído a ele parece anormal.  O passado recente do filho caçula do ex-presidente Lula registra uma trajetória ascendente e fulminante. Já seu futuro, a contar pela reação dos inves­tigadores ao seu depoimento, parece bem menos promissor.
 

Fonte: O Estado de São Paulo  e VEJA



 

 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

“O médico é o monstro”

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse que vai torcer para que as mulheres peguem zika antes do período fértil, porque assim não precisarão tomar vacina. 

O ministro não está no cargo por competência, mas por integrar, no PMDB, a ala contrária ao impeachment. Apesar de sua torcida declarada, continua no cargo. E, por favor, não diga que foi brincadeira: é melhor ser imbecil puro do que imbecil sem noção, que faz piada com doença grave, com mulheres grávidas cujos bebês são ameaçados pela hidrocefalia e pela incompetência do governo.

Enquanto Sua Excelência faz graça com a família dos outros, o governo americano estuda a possibilidade de alertar suas cidadãs grávidas para que não visitem o Brasil, por causa da zika (e da chikungunya, da dengue ─ sem falar de balas perdidas). Segundo o The New York Times, esta seria a primeira vez em que o Centro de Prevenção e Controle de Moléstias Infectocontagiosas, CDC, aconselharia mulheres grávidas a evitar uma região específica. O perigo é real: o médico Lyle Petersen, diretor de Doenças Transmissíveis por Mosquitos do CDC, já encontrou o vírus zika em quatro bebês brasileiros.

 Dois morreram no útero, e dois, ambos com microcefalia, logo após o parto. Segundo o jornal, há grandes probabilidades de que a recomendação de evitar o Brasil seja efetivada, e sem grande demora. A proximidade dos Jogos Olímpicos do Rio, com ampla capacidade de atração de turistas jovens, faz com que a decisão seja urgente.

E no exterior, sr. ministro Marcelo Castro, não se brinca com saúde pública.

Retrato do Brasil
A repercussão catastrófica da piadinha do sr. ministro levou-o a dizer que o governo liberou mais R$ 500 milhões para o combate à zika. Sua Excelência ainda não aprendeu o valor do silêncio: R$ 500 milhões é bem menos do que o governo liberou de Fundo Partidário, para que os políticos façam campanha eleitoral às nossas custas.
O importante não é a saúde, é escapar do impeachment.

Brasil 3×4

O orçamento proposto por Dilma previa R$ 311,3 milhões para o Fundo Partidário. Mas era importante agradar aos partidos: Dilma precisa do sugestivo número de 171 deputados para livrar-se do impeachment e, apesar da falta de dinheiro, apesar do déficit, apesar de contar com farta fonte de receita que não existe (a CPMF, que não foi aprovada e terá dificuldade em passar), aumentou a fatia de Suas Excelências para R$ 819,1 milhões ─ sim, estamos em ano eleitoral. Há ainda mais R$ 9,09 bilhões para que os 594 deputados e senadores usem a seu critério (em geral, pequenas obras onde têm votos). São R$ 15,3 milhões por parlamentar.

E o governo acha caríssima a vacina antizika: R$ 200 por pessoa.

Brasil para todos
Que ninguém imagine que o Fundo Partidário multiplicado sirva apenas para financiar a campanha dos políticos governistas. Não: na hora de provar o pudim, todos são comensais. O PT leva a maior parte, como maior bancada; o PSDB, o maior partido daquilo a que se convencionou chamar de oposição, fica com aproximadamente 80% da verba do PT, e um tiquinho a mais que o PMDB. Mas a distribuição é ampla: Levy Fidélix, capitão do nanico PRTB, já se queixou de que seu partido tinha de se manter com apenas R$ 100 mil mensais (isso, claro, antes do milagre da multiplicação de verbas). Em 2015, o PCO, que não ganhou nenhuma cadeira no Congresso, ganhou R$ 1,3 milhão do Fundo Partidário.

Brasil, sil, sil
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo a cassação do mandato do deputado federal Vander Loubet (PT-MS). A principal acusação é participar de irregularidades em contratos da Petrobras. Mas Loubet é mais que isso: fundador do PT no estado, sobrinho do ex-governador Zeca do PT, é acusado da prática de 110 crimes: 99 referentes a lavagem de dinheiro, 11 a corrupção.

Quantas pessoas têm ficha tão farta? E ele ainda está lá.

Brasil supremo
Nos Estados Unidos, um país reconhecidamente pobre, apenas um magistrado em todo o país tem direito a carro oficial: o presidente da Suprema Corte. O Brasil é mais liberal. E agora, com crise e tudo, somos informados de que o Supremo Tribunal Federal está comprando quatro automóveis Azera, da Hyundai, a R$ 155 mil cada. O STF já tem oito Azera. Cada ministro, portanto, terá seu carro oficial Azera, e um fica na sobra ─ sabe como é, de repente um auto precisa ir para a revisão e o ministro não vai ficar a pé, certo?

Nos Estados Unidos, os ministros podem ter carros bem mais luxuosos que o Hyundai Azera; se quiserem um Rolls-Royce, um Bugatti, um Mercedes Maybach, estará à sua disposição. Basta que o comprem com seu próprio dinheiro e ninguém tem nada com isso.

Brasil, frente e verso
Ninguém pode dizer, entretanto, que não há governo no país. Há: na última terça-feira, dia 12, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 13.248, que institui em todo o país o Dia do Tambor de Crioula, a ser comemorado no dia 18 de junho em todo o país, já a partir deste ano.

O Tambor de Crioula é uma festa folclórica de origem africana, com muita dança, tradicional no Maranhão ─ e só lá.

 Fonte: Coluna de Carlos Brickmann - http://www.brickmann.com.br/

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Lava Jato não é mais exceção, diz Moro sobre busca em firma de filho de Lula



Companhia de Luís Cláudio Lula da Silva recebeu dinheiro da Marcondes & Mautoni, consultoria investigada por atuar na "compra" de medidas provisórias nos governos Lula e Dilma
O juiz responsável pela Lava Jato, Sergio Moro, disse nesta terça-feira (27) em palestra que a Lava Jato não é mais uma exceção. E exemplificou com a decisão da juíza federal Célia Regina Orly Bernardes, que aceitou os argumentos do Ministério Público e permitiu as buscas nas empresas do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Luís Claudio Lula da Silva, além de prisões de lobistas e condução coercitiva de alvos da Operação Zelotes. As empresas são: LFT Marketing esportivo, Touchdown Promoção de Eventos Esportivos e Silva Cassaro Corretora de Seguros.

"Esses casos (investigações da Lava Jato) influenciam positivamente. Ontem mesmo tem a decisão de uma colega juíza que pareceu importante", disse.

A operação investiga fraudes em julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda. Segundo a PF, esta nova etapa investiga incentivos fiscais em favor de empresas do setor de automóveis.

"Muito suspeito"
O Ministério Público Federal alega ser "muito suspeito" a LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, receber valores "expressivos" de uma firma que mantém "contatos" com o governo. Relatório da investigação diz que, apesar dos dividendos milionários, a empresa não tem funcionários, tampouco pagou salários ou recolheu contribuição previdenciária nos últimos anos, indicativo de que seria de fachada.

Os documentos da Operação Zelotes mostram que a Marcondes & Mautoni recebeu R$ 16,8 milhões da MMC Automotores, que fabrica veículos Mitsubishi, e da CAOA, que monta modelos Hyundai, para viabilizar a MP 627, de 2013. Em 2014, 97% do faturamento da Marcondes veio desses negócios. Naquele mesmo ano, o escritório repassou, além de recursos para seus sócios, R$ 1,5 milhão para a LFT. São esses os únicos beneficiários.

"Tem razão o MPF ao afirmar ser 'muito suspeito uma empresa de marketing esportivo receber valor tão expressivo de uma empresa especializada em manter contatos com a administração pública (Marcondes & Mautoni)', o que justifica a execução de busca e apreensão na sede da empresa",
escreveu a juíza Célia Regina Ody Bernardes, da 10ª Vara Federal em Brasília, em sua decisão.

Carvalho
Um dos nomes mais próximos ao ex-presidente Lula no PT, o ex-ministro Gilberto Carvalho foi ouvido nesta segunda-feira, 26, pela PF sobre suposto envolvimento com a compra da MP 471.  Ele é mencionado em agendas e e-mails dos lobistas envolvidos no esquema, entre eles Mauro Marcondes, com quem manteria relação "estreita". Os investigadores ainda não têm dados que comprovem pagamento de propina para o petista, razão pela qual ele não foi alvo da terceira fase da Zelotes, mas apenas intimado a se explicar.

Uma das anotações de APS menciona um "café" com "Gilberto Carvalho" em 16 de novembro de 2009, quatro dias antes de a MP 471 ser editada pelo ex-presidente Lula. Para os investigadores, "café" pode ser interpretado como propina ou mesmo um encontro com o ex-ministro.

Há mensagens mostrando, ainda, em que Marcondes encaminha um assunto para o petista e pede para ele tratar do tema com Lula "informalmente".

Na época da edição da MP 471, Carvalho era o chefe de gabinete de Lula. Documentos apreendidos com outro lobista, citam ainda o ex-ministro Nelson Machado, número dois da Fazenda na época da MP. Ele não foi alvo da nova fase da operação realizada ontem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sábado, 1 de agosto de 2015

Os R$ 2 milhões da montadora Caoa para o operador de Pimentel - tudo que envolve o consultor fantasma, Fernando Pimentel, é vago e genérico = tipo fantasmagórico



Amigo do governador de Minas Gerais, Bené usava empresas de fachada e é suspeito de intermediar negócios com o BNDES 

Bridge, em inglês, significa ponte. Localizada em Brasília, a Bridge Participações é propriedade do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené. Bené é amigo de Fernando Pimentel (PT), governador de Minas Gerais. Um ótimo amigo: já emprestou avião e pagou R$ 12 mil para Pimentel e a mulher passarem férias num resort na Bahia. Pimentel e Bené são investigados pela Polícia Federal, na Operação Acrônimo, por lavagem de dinheiro – e por suspeita de, justamente, fazer uma ponte. Entre empresas que desejam empréstimos no BNDES e o próprio BNDES. 

Bené é o principal caminho para a PF investigar a caixa-preta do banco estatal e deve ser um dos focos da CPI do BNDES, a ser instalada no próximo dia 5 na Câmara dos Deputados. ÉPOCA obteve cópias de notas fiscais da Bridge e de outra empresa de Bené, a BRO. A história das notas fiscais é repleta de coincidências, envolvendo as duas empresas e seu dono, a montadora Caoa, que fabrica e revende carros da sul-coreana Hyundai no Brasil, e Fernando Pimentel – que, antes de ser governador de Minas, era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Pasta a que o BNDES é subordinado. Para a polícia, nem sempre coincidências são meras coincidências.

Em fevereiro de 2012, o BNDES financiou a construção de uma fábrica da Hyundai em Piracicaba, São Paulo, por R$ 218 milhões. Ainda em 2012, o governo lançou o programa Inovar Auto, como forma de modernizar a indústria automobilística em troca de isenções fiscais. Em 2013, a montadora foi habilitada para iniciar a produção do veículo ix35, além de importar carros com desconto no IPI. Uma das portarias assinadas por Pimentel autoriza a importação de 2 mil veículos. Uma das principais apostas da Caoa, a linha de produção do ix35 foi inaugurada em 17 de outubro de 2013, com a participação de Pimentel. Na ocasião, o fundador da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, deixou claro qual era a importância da relação com o governo. “O Inovar Auto é que viabilizou esse nosso investimento de mais de R$ 600 milhões”, afirmou Andrade. É nesse ponto da cronologia que entram as notas fiscais a que ÉPOCA teve acesso. De acordo com elas, a Caoa repassou R$ 2,21 milhões às duas empresas de Bené, Bridge e BRO, entre outubro de 2013 e junho de 2014. Um desses depósitos, no valor de R$ 240 mil, foi realizado no dia 22 de outubro, cinco dias depois do discurso de Carlos Alberto e da visita de Pimentel à fábrica.

Um dos fatores a despertar a curiosidade era a natureza dos serviços prestados, sempre extremamente vaga. De acordo com uma das notas fiscais obtidas pela reportagem,  “estudo de processo produtivo usando como meio de pesquisa a internet”. O que significa isso? Procurar no Google? Talvez algo mais, pelo preço: R$ 265 mil. Outra nota segue a mesma lógica. “Estudo e planejamento de ações usando ferramentas tecnológicas existentes no mercado.” Bené, denunciado na quinta-feira, dia 30, pelo Ministério Público Federal por desvio de R$ 2,9 milhões em 14 contratos irregulares para a realização de eventos do Ministério das Cidades no período de 2007 e 2009, agora se revela um expert no uso de “ferramentas tecnológicas”. Segundo a Caoa, foram as empresas – de mesmo dono, vale dizer – que “ofereceram propostas de prestação de serviços, como é usual no mercado”. A Caoa não mostrou qualquer comprovante dos serviços prestados. A montadora afirma ainda que foram feitos estudos mercadológicos e estratégias comerciais no setor automobilístico.

Dos R$ 2,21 milhões recebidos da Caoa, a maior parte foi para a Bridge: R$ 1,46 milhão. Essa empresa foi o primeiro foco da investigação da PF, por ter sido usada para comprar um avião para Bené – o mesmo que foi alvo de uma batida policial em outubro do ano passado. O diretor é Ricardo Guedes, funcionário de Bené contratado por R$ 7 mil. À PF, ele disse que sabia apenas de um empreendimento, para a exploração de garimpo em Serra Pelada – nada a ver com as proezas tecnológicas contratadas pela Caoa. O próprio diretor da Bridge colocou dúvidas sobre os serviços da empresa. “A respeito da contabilidade da Bridge, informa que não tem certeza se os serviços referentes ao faturamento foram todos prestados”, disse em depoimento à PF obtido por ÉPOCA. A Bridge foi criada em 2011 pelo empresário José Appel (que assumiu o cargo de contador) e, desde 2013, é controlada por Bené por meio de Guedes (que já admitiu à PF que Bené é o verdadeiro dono).


Tanto Bridge quanto BRO, constatou a PF, são empresas de fachada. A BRO tem como sócios Bené e seu filho Paulo, de 21 anos. A empresa divide endereço com outras firmas do empresário, todas na lista de investigadas no inquérito da Operação Acrônimo. Bené é suspeito de fazer “confusão patrimonial” e ser o operador de Pimentel. Assim escreveu a PF:  Fernando Pimentel seria o chefe da organização criminosa operada financeiramente por Benedito, grupo criminoso especializado em lavagem de capitais oriundos de desvio de recursos públicos e aplicação de parte dos valores branqueados em campanhas. Pimentel teria recebido diretamente vantagem ilícita em razão do cargo então ocupado”.

O advogado de Bené, José Luis Oliveira Lima, diz não poder se manifestar em razão do sigilo do inquérito. “No momento oportuno, meu cliente prestará os esclarecimentos devidos.” Procurado, Pimentel diz, por meio de seu advogado, desconhecer as contratações. Segundo Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, Pimentel “jamais fez qualquer pedido”. “A investigação tem se desenvolvido, infelizmente, com uma conotação política e a PF não possui nenhum indício sequer de qualquer irregularidade da conduta do governador”, afirma o advogado.

O BNDES afirma que não houve financiamento à Caoa, e sim à Hyundai, para a construção da fábrica para produzir o carro HB20. A Caoa afirma não ter relação com o financiamento à Hyundai. A montadora informa ainda que o Inovar Auto beneficiou outras empresas. “É um programa importante para a Caoa e para todas as outras 23 empresas do setor que participam igualmente do Inovar Auto.” A empresa afirma que os contratos com a Bridge e BRO foram regulares. Nem a Caoa nem o Ministério do Desenvolvimento informam o valor total das isenções fiscais recebidas pela montadora no Inovar Auto. Segundo a Pasta, não houve privilégios à Caoa e a apuração é feita pela Receita Federal. O advogado de José Appel, Daniel Gerber, afirma que a Bridge só passou a emitir notas quando Bené assumiu a empresa. “A relação com todos os clientes sempre foi pautada pelos limites da profissão, não cabendo ao contador questionar a documentação aparentemente legal que seus clientes apresentam. Estaremos  à disposição do Judiciário.”

Os repasses para a Bridge e BRO são o terceiro indício para uma mesma suspeita da PF: os incentivos do BNDES e do Ministério do Desenvolvimento podem ter sido facilitados por repasses a Fernando Pimentel. A mulher de Pimentel, Carolina Oliveira, é uma das principais suspeitas, junto com Bené. Ela recebeu R$ 236 mil da Pepper, que prestou serviços ao BNDES. E recebeu outros R$ 2,5 milhões do consultor Mário Rosa, que prestava serviço a empresas que receberam financiamentos do BNDES. Agora, ÉPOCA revela um novo caminho do dinheiro, por meio de Bené. O empresário, aliás, já era investigado por lavagem, depois de ter sido pego com R$ 113 mil em seu avião, durante a eleição do ano passado. Também é denunciado pelos desvios nos contratos com o  Ministério das Cidades. Faltava, contudo, desvendar como Bené ganhava dinheiro ligado à atuação de Pimentel no governo. Os documentos revelados por ÉPOCA fornecem novas pistas nesse sentido. O caso, em razão de Pimentel ser governador, é investigado no Superior Tribunal de Justiça


Fonte: Revista Época