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domingo, 13 de janeiro de 2019

Sistema S acumula R$ 23 bilhões em imóveis

De 2,8 mil unidades, há espaços abandonados, e um deles foi alvo de invasão, afirma TCU

Dono de um patrimônio bilionário,Sistema S, formado por um grupo de entidades da indústria, comércio, agronegócio e transporte, tem R$ 23 bilhões em imóveis. São 2.805 propriedades espalhadas por todo o País, das quais cerca de 490 são usadas para finalidades que não estão ligadas às atividades do Sistema S, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). Há imóveis abandonados e um deles foi invadido.

Outra questão refere-se à remuneração dos empregados. Há indícios de que os salários no Sistema S estejam acima daqueles pagos pelo mercado. Em 2016, as entidades empregavam 108 mil funcionários, dos quais 40% recebiam mais do que a média do mercado. O salário médio mensal variava de R$ 3,5 mil a R$ 15,5 mil, dependendo da entidade.

[neste patrimônio bilionário, não estão incluídas as Confederações Nacionais nem as Federações estaduais - que são tipo as 'holding' de cada Sistema e as Federações as representações estaduais  = fica algo tipo 'holding' da 'holding'.

 

Empregam centenas de de empregados, com salários acima da média e sedes extremamente luxuosas - tirar dúvidas é só ir ao Setor Bancário Norte de Brasília e ao lado da sede dos Correios poderão ver os gigantescos e luxuosos edifícios da CNC e CNI

 

São tão grandes que mesmo com centenas de empregados dão a impressão de prédios vazios - todos tem mais de 20 andares e altíssimo luxo.

 

No Rio além sede milionária de Brasília  a CNC tem  uma sede próxima ao Aeroporto Santos Dumont (Avenida General Justo) e o Sesc e o Senac tem sedes próprias, no Rio e em todos demais estados, sempre  em edifícios luxuosos. 

[detalhe curioso sobre a CNC= que é a holding do SESC e SENAC que por sua vez tem uma estrutura administrativa chamada de Departamento Nacional (a holding da holding em âmbito nacional e um DR para cada um dos sistemas em âmbito estadual.                                        
Mas, o negócio é tão bom e o sistema corre tão frouxo que o último presidente da CNC administrou (reinou)  por apenas 38 anos.

O mais absurdo é que alguns serviços do Sistema S - tipo Sesc e Senac, Sesi e Senai, são prestados e com eficiência (claro que uma fiscalização eficiente pode reduzir despesas e aumentar a qualidade, volume e eficiência dos serviços prestados) o que até justifica existirem; 

 já as Confederações apenas administram os Serviços sociais e de aprendizagem, com uma estrutura caríssima e desnecessária, já que todos os serviços possuem uma estrutura que também administra = fica uma estrutura milionária para administrar a estrutura também milionária,  que também administra.

Ao final tem a vinculação de cada serviço a uma Confederação que por sua vez tem suas federações.]

Para fazer o comparativo, o TCU utilizou dados do Ministério do Trabalho. Das nove entidades e duas agências de fomento que compõem o sistema, a maior empregadora era o Sesi, com 28,4 mil funcionários e salário médio de R$ 3,8 mil por mês, seguido pelo Sesc, com 24,4 mil funcionários que recebiam, em média, R$ 3,9 mil.

Excelência
Para o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, “parte da montanha de dinheiro que o Sistema S recebe é muito bem aplicada, mas falta transparência, principalmente na sua gestão.” Mendonça de Barros cita como “louvável”, por exemplo, o trabalho de formação desenvolvido pelo Senai e seus laboratórios, “que estão entre os mais avançados no País”.
Em 2017, o Senai efetuou 2,3 milhões de matrículas em educação profissional e o Sesi computou 1,187 milhão de matrículas em educação básica, continuada e em ações educativas.

O QUE FAZEM AS ENTIDADES

Sesi: Vinculado à indústria, oferece cursos de educação básica, cultura, lazer e esporte
Senai: Vinculado à indústria, oferece cursos profissionalizantes e assessoria técnica
[os dois acima vinculados à Confederação Nacional da Indústria - CNI, que também tem o Instituto Euvaldo Lodi - IEL.] 

Sesc: Vinculado ao comércio, oferece cultura, lazer e esporte
Senac: Vinculado ao comércio, oferece cursos
[os dois vinculados à Confederação Nacional do Comércio - CNC] 

Sebrae: Vinculado às micro e pequenas empresas, oferece cursos e apoio para acesso a crédito
[tem também o CIEE - Centro Integração Escola Empresa, para que tenham a ideia do seu luxo, sua sede em Brasília fica no Setor Sudoeste - área nobre da Capital e tipicamente residencial; só mesmo muito dinheiro e vontade de desperdiçar para instalar uma sede naquele região.] 

Senar: Vinculado ao agronegócio, oferece cursos para trabalhadores rurais
[vinculado a Confederação Nacional da Agricultura = é o que podemos chamar de  Senac ou Senai da Agricultura.] 

Sescoop: Vinculado às cooperativas, oferece cursos e assessorias 
[meio sem função, algo tipo ensina as Cooperativas a cooperar.]  

Sest: Vinculado ao setor dos transportes, oferece cultura, lazer e esporte
Senat: Vinculado ao setor dos transportes, oferece cursos
[os dois vinculados à Confederação Nacional dos Transportes - CNT.]


O Estado de S. Paulo


sábado, 22 de dezembro de 2018

Vício e virtude do Sistema S

Sistema S tem vícios e virtudes. É preciso manter o que dá certo, mas acabar com zonas de sombras que permanecem sobre algumas das suas atividades


A declaração do futuro ministro Paulo Guedes sobre o Sistema S provocou tremores e temores, mas precisa ser entendida mais profundamente. O Sistema S tem inúmeras qualidades e trabalhos meritórios, e tem uma zona de sombra no financiamento da representação empresarial. É isso que o ministro quis dizer quando comparou com a CUT, que perdeu o dinheiro do imposto sindical. O desafio do próximo governo vai ser corrigir as distorções sem atingir as “louváveis atividades educacionais”, na expressão de um integrante da próxima administração.

A grande crítica dos economistas em geral, e dos liberais em particular, ao Sistema S, tem até um símbolo: a pirâmide da Fiesp na Avenida Paulista. A época da construção da sede foi o auge da confusão no uso desses recursos. Criou-se uma espécie de holding, o Sistema Fiesp, e nele os dinheiros se misturavam: o que vinha dos impostos pelo Sistema S, para financiar a qualificação do trabalhador, e o dinheiro recolhido dos sindicatos patronais. Esse caixa comum financiava tudo, das escolas à representação. Essa estratégia do caixa único foi replicada no Brasil inteiro e financiou tudo: sedes próprias, defesa dos interesses empresariais no Congresso, lobby protecionista, alavancagem de algumas carreiras políticas. E tudo isso com dinheiro que onera a folha de pagamento, apesar de o custo da folha sempre ser criticado pelos próprios empresários.

Ao longo do tempo foi havendo, em algumas federações mais do que em outras, a separação dos recursos, e o esforço por maior transparência no uso desse dinheiro de origem parafiscal. A par disso, Sesi, Sesc, Senac, Senai, e outros serviços sociais dos setores empresariais, montaram boas escolas, fizeram excelentes trabalhos em apoiar o processo de aprendizado, qualificaram trabalhadores, focaram em questões de valor intangível. Não se pode usar os bons exemplos para encobrir as distorções, nem os erros para matar o sistema. Aliás, Paulo Guedes, ao usar a expressão cortante sobre como pretende atuar nesse assunto, deu até uma gradação: de 30% a 50%. O importante é que se saiba o que preservar e o que eliminar. E principalmente: que a redução tenha vantagens palpáveis. enador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Defesa do Consumidor do Senado Federal, encaminhou à coluna um despacho assinado pelo ministro Augusto Sherman, do Tribunal de Contas da União (TCU), com uma auditoria inédita sobre os dados do Sistema S nos anos de 2015 e 2016.

Segundo o TCU, a maior ia dos contratos é feita por meio de inexigibilidade ou dispensa de licitação. Senac, Sest, Senat, Senar, Sescoop e Sebrae, por exemplo, apresentam índices acima de 90% de contratações feitas por meio de dispensa ou inexibilidade”, diz o TCU. As contratações, segundo a auditoria, “feitas sem licitação, possuem valores médios elevados, se comparados com a administração pública em geral”. [mexer no Sistema S sem mexer nas Confederações: CNC, CNI, CNA, CNT e outras - cada dois Sistema S, de determinado ramo de atividade, tem a sua Confederação e nestas são gastos tanto, ou até mais, do que no Sistema S respectivo e sem oferecer nenhum beneficio - nada vai resolver.

O Sistema S ainda presta algum tipo de serviço, de benefício. Exemplo: Sesc e Senac são úteis aos comerciários, tem o lado social ou de aprendizagem, já a CNC é tipo a holding dos dois, gastando para administrá-los, mais do que os administrados gastam na prestação de serviços.]
 
O relatório alerta que houve “porcentagem significativa de discordâncias entre os dados encaminhados aos órgãos de controle e os dados dos contratos”. Por isso, o TCU recomenda que internamente sejam feitos mais testes para comprovar os números apresentados. “Além disso, cabe ao controle externo priorizar informações que promovam a melhoria na qualidade dos bancos de dados de licitações e contratos das entidades do Sistema S.”  A auditoria mostrou que há uma grande quantidade de bens imóveis, ou investimentos financeiros, que fogem dos objetivos das instituições. Segundo o TCU, o patrimônio imobiliário das entidades é 2.805 imóveis, com valor declarado de R$ 23 bilhões. “Detectou-se várias propriedades sendo usadas em atividades diferentes das atribuições da entidade.”
 
Um velho vício que precisa ser impedido é o uso dos projetos do Sistema S para alavancar carreiras políticas. [apenas dois exemplos: o falecido senador Jessé Freire, foi senador da República, cargo que acumulava com a presidência da CNC, dos Conselhos Nacionais do Sesc e Senac;
Ademir Santana, ex-senador da República,  atualmente preside a Federação do Comércio do DF, os Conselhos Regionais do Sesc e Senac é membro dos Conselhos da CNC  e logo voltará a ser candidato.]  Isso já foi feito em federações de vários estados, cujos presidentes exibiam em constantes comerciais os serviços prestados pelas entidades como se fossem mérito deles. Assim ficaram conhecidos e, depois, se lançaram para cargos políticos.

A máxima que precisa ser seguida em qualquer entidade mantida por impostos, ou beneficiária de renúncia fiscal, é que a avaliação e a prestação de contas têm que ser rotinas. O Sistema S diz que é muito fiscalizado, mas o relatório do TCU mostra que é possível aperfeiçoar o controle.

Coluna da Miriam Leitão - O Globo


sábado, 21 de julho de 2018

“Chapinha” tumultua eleição na CNC - Confederação Nacional do Comércio

Processo eleitoral na Confederação Nacional do Comércio é conturbado por uma chapa encabeçada por dois políticos, com apoio de empresários envolvidos na Lava Jato

A mistura de política partidária com sindicalismo sempre produziu resultados nefastos na história do Brasil. E é que o está acontecendo na eleição para a renovação da diretoria da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que será realizada em setembro. Apesar da maioria esmagadora das federações filiadas à entidade – 23 das 27 federações – ter decidido apoiar a chapa “Unidos pela CNC”, encabeçada por José Roberto Tadros, presidente da Fecomércio Amazonas, cuja vitória é dada como certa, nos últimos dias um inexpressivo grupo composto pelo senador Adelmir Santana (DEM-DF), da Fecomércio DF, e pelo deputado Laércio Oliveira (SD-SE), da Fecomércio de Sergipe, inscreveram na disputa uma chapa de oposição. Essa chapa, que está sendo chamada de “chapinha”, conta com a participação de pessoas de pouca expressão e é apoiada por empresários envolvidos na Lava Jato.

Tapetão
Reconhecendo a derrota antecipada, esse grupo minoritário, segundo a equipe de Tadros, vem tumultuando o processo eleitoral, na tentativa de levar a disputa para o famigerado “tapetão”. “Como já perderam de goleada, os dois estão tentando melar o pleito”, diz um dirigente ligado a Tadros. A chapa “Unidos pela CNC” tem apoio inclusive de Antônio Oliveira Santos, que depois de quase três décadas comandando a entidade, resolveu se afastar, encerrando um ciclo vitorioso à frente da CNC. [Antonio José Domingos de Oliveira Santos, 92 anos, comanda a CNC desde 1980, portanto há 38 anos - praticamente quatro décadas].  No período de Santos, a CNC passou a representar uma categoria que corresponde a 25% do PIB, gerando 25,5 milhões de empregos diretos. Santos dinamizou ainda o Sesc e o Senac, [sistema S] contribuindo para a transformação social do País, o que Tadros pretende ampliar.

“ Temos que evitar que a exacerbação ideológica intoxique o processo eleitoral na CNC “ José Roberto Tadros, presidente da Fecomércio Amazonas

Na campanha sucessória na CNC, Tadros tenta evitar que a “exacerbação ideológica” verificada no processo eleitoral, que escolherá novo presidente da República em outubro, “intoxique a entidade”. Por isso, espera que a CNC livre-se da influência política de “figuras” como Adelmir Santana e Laércio Oliveira. Tadros demonstra que apoiadores dos dois políticos se envolveram com a Lava Jato, como o vice-presidente financeiro da CNC, Luiz Gil Siuffo Pereira, chamado a prestar esclarecimentos ao MP sobre o repasse de R$ 180 milhões do Sesc/Senac Rio para grandes bancas de advocacia, “num esquema montado pelo presidente afastado da Fecomércio RJ, Orlando Diniz”. Tanto Siuffo quanto Diniz têm fortes conexões com a “chapinha”. A filha de Siuffo, Maria Aparecida, integra a chapa da oposição.

O PT é prova viva de que a política partidária acaba, ao fim e ao cabo, destruindo a máquina sindical brasileira. [máquina sindical que se destina unicamente a sustentar sindicato pelegos;
A CNC é um ótimo exemplo da abundância de mordomias a favorecer seus diretores, valendo o mesmo para o SESC/SENAC.
Aliás, apesar de prestar bons serviços aos associados o SESC-DF (comandado por Adelmir Santana) tem apresentado grande queda na qualidade de serviços - sendo um exemplo academias de ginásticas em algumas unidades do SESC no Distrito Federal, que estão com equipamento obsoletos e com muitos quebrados.

Tem um Centro de Atividades do SESC no DF, cuja academia tem dias que dispõe de menos da metade dos equipamentos funcionando - a maioria quebrada, sem manutenção, tipo: de 20 esteiras, 12 estão quebradas.
Bicicletas ergométricas de dez unidades, quatro estão com defeito.]  
A CNC não quer repetir esse filme.

IstoÉ
 

 

domingo, 17 de dezembro de 2017

Briga de gigantes

A Fecomércio-RJ está no meio de uma queda-de-braço que envolve a Confederação Nacional do Comércio e integrantes do Ministério Público. Depois de Minas Gerais, o alvo agora é a seccional do Rio 

À frente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz está no epicentro de uma crise de lideranças empresariais. Nos últimos dias, o Ministério Público do Rio de Janeiro decidiu promover uma devassa na entidade sediada na capital fluminense. De acordo com o MP, a Fecomércio-RJ estaria sob suspeita de cometer irregularidades administrativas. Na verdade, o pano de fundo dessa investigação é uma queda-de-braço, que tem na trincheira oposta a Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC), comandada com mãos de ferro por Antonio Oliveira Santos há 36 anos.  

O modus operandi adotado pela CNC no Rio é semelhante à estratégia lançada no ano passado contra a Fecomércio de Minas Gerais. Depois que o Ministério Público do Estado abriu, em setembro, um inquérito para apurar irregularidades na Fecomércio local, a CNC correu para decretar intervenção na entidade. Uma liturgia deveria ter sido cumprida para que obedecesse aos trâmites formais e legais do processo. Não foi o que ocorreu. Ao agir no afogadilho, a CNC atropelou uma série de procedimentos, o promotor responsável por instaurar a investigação foi afastado do caso e a intervenção suspensa. No meio do tiroteio, Diniz afirma, em entrevista à ISTOÉ, querer evitar que a história de Minas se repita no Rio.

Por que a CNC trava uma batalha contra a Fecomércio-RJ 
Inicialmente, a imprensa havia noticiado a abertura de um inquérito pelo Ministério Público Estadual em Minas Gerais para apurar supostas irregularidades na Fecomércio de lá. Depois, foi decretada intervenção, o que afetou também o Sesc e o SENAC, e a CNC indicou um interventor. Mais à frente, o promotor autor da iniciativa foi afastado do caso pelo Conselho Federal do Ministério Público, decisão que o próprio Supremo Tribunal Federal confirmou. O presidente eleito, então, voltou ao comando da Fecomércio, do Sesc e do Senac.

E o caso do Rio de Janeiro?
Nos anos de 2014 e 2015, sofremos uma intervenção no Sesc do Rio, que no período passou a ter dirigentes nomeados pelo Sesc Nacional, comandado pela CNC. Quando a intervenção acabou, demos início a uma série de auditorias, contratando uma das cinco maiores empresas mundiais do setor. Os relatórios apontam, por exemplo, que no período da intervenção foram admitidos 30 empregados de cargos de gestão, além de 775 contratações de cargos operacionais, totalizando 805. Os relatórios apresentam também impactos financeiros, as não conformidades valoradas, na área de suprimento, de R$ 62.234.527,82 (compras de bens e serviços). Na frente trabalhista, os impactos financeiros de não conformidades referentes à folha de pagamento são de R$ 25.907.659,08.

Então a intervenção elevou os gastos no SESC?
Totalizam até o momento R$ 88.142.186,80. A empresa de auditoria segue trabalhando.
“Os relatórios (das auditorias no Sesc Rio) apresentam impactos financeiros”
Orlando Diniz, Fecomércio-RJ




 

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Planalto recua em três pontos do pacote de cortes - Dilma tem que ficar de 'quatro' e depois ser expulsa

Pressionado, Planalto negocia recuo em três medidas do pacote de cortes

O passo atrás do Executivo na negociação com o Congresso também pode comprometer outros R$ 6 bilhões dos R$ 45,6 bilhões previstos como elevação de receita

Na tentativa de salvar o pacote de medidas anunciado segunda-feira (14/9), para reverter o rombo de R$ 30,5 bilhões no Orçamento do ano que vem, a presidente Dilma Rousseff admitiu alterar pontos cruciais da proposta. O Planalto recuou na suspensão do reajuste do funcionalismo, no direcionamento das emendas parlamentares e na diminuição de recursos do Sistema S. Se, ao fim das negociações com Congresso e entidades empresariais, o Planalto abrir mão, por exemplo, da integralidade dessas medidas, o recuo pode diminuir em até R$ 14,6 bilhões a meta dos cortes, estimada em R$ 26 bilhões. O passo atrás do Executivo na negociação com o Congresso também pode comprometer outros R$ 6 bilhões dos R$ 45,6 bilhões previstos como elevação de receita.

No caso do reajuste dos servidores, o aumento passaria a valer em abril de 2016, e não mais em agosto, como previa o pacote inicial. A medida atende ao PT, que tem reclamado da forma "pouco amistosa" no Planalto na relação com os servidores. O governo também aceita discutir a redução do prazo de vigência da CPMF, de quatro para dois anos. A duração do tributo, segundo fontes, ainda não está definida. Parte da equipe econômica quer que a contribuição vigore por menos tempo. Um setor do governo fala em três anos, no máximo, para não ir além da gestão Dilma. O governo prevê arrecadar R$ 32 bilhões por ano com a nova CPMF.

O Planalto ainda acenou tirar menos recursos do chamado Sistema S. Em vez de utilizar 30% da contribuição paga pelas empresas ao Sistema S, para cobrir parte do rombo da Previdência, a oferta é usar apenas 20%. O recuo atende ao setor empresarial, que reclamou da medida. Na quarta-feira, 16, o assunto foi discutido na Confederação Nacional da Indústria (CNI) com os presidentes das federações de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e do Rio (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira. Os dirigentes não se mostraram dispostos a aceitar a proposta. O Sistema S reúne entidades como Senai, Sesc, Sesi e Sebrae. 

O Executivo também mostrou disposição para recuar em um dos principais pontos de rejeição dos parlamentares ao pacote. Interlocutores de Dilma afirmam que ela acenou voltar atrás na proposta para que deputados e senadores destinem emendas parlamentares às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PACo) e à Saúde. Com o direcionamento da aplicação das emendas, o governo esperava economizar R$ 7,6 bilhões no ano que vem em gastos da Saúde e do programa de infraestrutura. Só para cobrir os cortes do PAC, são R$ 3,8 bilhões. Normalmente, os parlamentares usam esses recursos para irrigar bases eleitorais.

Os parlamentares voltaram a sinalizar dificuldades do governo em aprovar o pacote. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fez coro com outros deputados que têm criticado a proposta do governo de direcionar as emendas: "Além de não ser exequível, não é legal. Você tem o Orçamento impositivo que a obrigatoriedade é metade da Saúde. O governo quer que essa metade da Saúde se coloque nos programas dele de alta complexidade e não nos trabalhos de Saúde feitos em cada município. E botar em PACo? Tem município de deputado aqui que não existe PACo".

Senado
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que é melhor aprofundar a redução de despesas do que propor o aumento de impostos. "Não pode haver dúvida sobre a profundidade do corte. Se houver, você deslegitima qualquer alternativa para elevação de receita. Este é o desafio do Congresso, discutir sobre essas coisas", disse Renan. Segundo ele, a pergunta que deve ser feita é se o corte que está sendo feito pelo governo não poderia ser maior. "Na medida em que ele seja maior e que possibilite uma reestruturação (da máquina pública), você esvazia a necessidade de elevar a receita", afirmou o senador.

Novo imposto
Enquanto o governo recua, o PT tenta encampar o debate sobre a nova CPMF. Sob ameaça de perder apoio de setores ligados a movimentos sociais e diante de um provável desgaste eleitoral, petistas do Congresso iniciaram debate para alterar a proposta que estabelecerá a recriação do tributo. Petistas do Senado defendem critérios para livrar da CPMF a "nova classe média", que ascendeu à classe C do consumo nos últimos anos. "Chamamos de faixa de isenção. Estamos conversando", afirmou ao Estado o líder do governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE). A ideia inicial é estabelecer um modelo similar de isenção adotado no Imposto de Renda da Pessoa Física. A forma de restituição, porém, não foi discutida. 

Fonte: Correio Braziliense


 


 

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Governo pretende retirar recursos do Sistema “S” – Sesc, Sesi, Senac e Senai – para cobrir déficit; a qualificação que vá para a pqp ...


Proposta de reter recursos de Sesi, Senai e Senac para cobrir déficit ganha força
A medida, que depende de mudança na Constituição, já foi apresentada ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy
Uma das propostas em estudo pelos técnicos do Congresso para reduzir o déficit do Orçamento 2016 é a retenção de até 30% do valor repassado ao Sistema S, como Sesi, Senai e Senac. As entidades recebem recursos para promover a qualificação de trabalhadores da indústria e do comércio.

A medida, que depende de mudança na Constituição, já foi apresentada ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) contou ao jornal "O Estado de S. Paulo" que se reuniu com o ministro, na última semana, quando apresentou a ideia de criar uma espécie de Desvinculação de Receitas da União (DRU) para permitir ao governo reter parte dos valores destinados ao Sistema S.  "O ministro disse que vai olhar com carinho essa proposta que eu considero uma solução para o déficit", afirmou o parlamentar. O déficit calculado pelo governo na proposta orçamentária do próximo ano é de R$ 30,5 bilhões.

Em resposta a pedido de informação formulado pelo senador, a Controladoria Geral da União (CGU) revelou que em 2014 as entidades do Sistema S tiveram receita de R$ 31,09 bilhões. Em 2013, o valor foi de R$ 27,12 bilhões e, em 2012, de R$ 22,82 bilhões. Neste ano, segundo o tucano, a receita das entidades somará R$ 36 bilhões.

Um dos argumentos é que parte expressiva dos valores destinados ao Sistema S não está sendo usada. "Se o governo pegar 50% dessa contribuição não irá onerar o Sistema S, porque ao menos R$ 18 bilhões estão aplicados em bancos. Ou seja, não estão sendo usados na formação dos trabalhadores", disse Oliveira. Esse valor referente a 2014 foi levantado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em resposta a pedido de informação formulado pelo senador sobre as disponibilidades financeiras de entidades do Sistema S. Em 2013, as entidades tinham investido R$ 16,64 bilhões.

O líder do governo na Comissão Mista de Orçamento, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), também defende a medida como forma de fechar as contas do orçamento. "Nós vamos fazer um esforço no País, o governo cortando despesas e reduzindo desonerações e o empresariado fazendo sua parte. O Sistema S também pode colaborar. Esse é um setor que temos que olhar com lupa", afirmou ao jornal. O deputado disse que não há um cálculo de quanto essa medida poderia abater do déficit do orçamento. Ele prevê, no entanto, que dará uma "boa parcela."