Lúcio Vaz - O blog que fiscaliza o gasto público e vigia o poder em Brasília
As ilhas de fartura não estão apenas em Brasília. Mantido
por contribuições sociais, o chamado Sistema “S” – composto por Sesi, Senai,
Sesc, Senai e Sebrae [e outros que 'rebocam' Federações, tipo as Fecomércio, no âmbito estadual e Confederações, uma delas a CNI, da indústria, na esfera federal;
Os serviços, tipo Sesc, Sesi, Senai, tem os Conselhos e Departamentos Nacionais, esfera federal, e os Departamentos Regionais e Administrações Regionais, nos estados.] - tem pelo menos 45 salários acima de R$ 50 mil. A maior
faixa salarial, para consultor técnico do Senac-SP, vai de R$ 57 mil a R$ 132
mil – mais de quatro vezes o salário do presidente da República. Tem vaga ainda
maior, para consultor técnico V – de R$ 75 mil a R$ 177 mi – mas não está preenchida.
No Sesi do Paraná, o salário do diretor geral está na faixa
de R$ 66 mil a R$ 99 mil. No Sesc de São Paulo, a maior renda, de consultor
especial, vai de R$ 61 mil a R$ 99 mil. A remuneração é divulgada por cargos e
faixas salariais para preservar a “intimidade” dos empregados. Os cargos de
diretores, gerentes, consultores e assessores são de confiança, preenchidos sem
processos seletivos. No Sesc do Rio de Janeiro, o cargo de “atleta III”, na
faixa salarial de R$ 60 mil a R$ 250 mil, não está preenchido.
Levantamento
feito pelo blog mostra que o Sistema “S” arrecada pelo menos R$ 25
bilhões por ano – sendo 75% originado de contribuições sociais pagas
pela Indústria e pelo Comércio.
Metade das despesas são geradas por
salários e encargos sociais dos seus 130 mil empregados.
Os orçamentos
são enviados ao presidente da República e fiscalizados pelo Tribunal de
Contas da União (TCU), que analisa se os recursos atendem às suas
finalidades. Como são entidades privadas, os salários dos empregados não
são submetidos ao teto constitucional. Os seus dirigentes não são
remunerados. [recebem 'apenas' os famosos jetons e desfrutam de um pacote de mordomia - com um detalhe: o presidente de uma federação, acumula a presidência do Conselho Regional.
E o cargo de presidente é vitalício = o presidente da CNC e CN Sesc e Senac, 'reinou' de 1980 até 2018 = apenas 38 anos, sempre com poderes imperiais, absolutos talvez defina melhor.]
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Maiores salários em São Paulo e no Rio A maior concentração de altos salários acontece no Departamento
Nacional do Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. Além da maior
faixa salarial e da maior vaga não preenchida, há dois cargos de consultor
técnico III vagos, com salário inicial de R$ 42,8 mil e salário máximo de R$
100 mil. Mas estão preenchidas três vagas de consultor técnico II, na faixa de
R$ 37,6 mil a R$ 87,7 mil, e uma vaga de assessor V, com renda de R$ 28,6 mil a
R$ 66 mil. Há, ainda, 10 outros cargos de gerente e de assessor, ocupados por
31 empregados, com salário máximo de R$ 34 mil a R$ 54 mil.
No Sesi – Serviço Social da Indústria – do Rio de Janeiro, a
maior renda é do superintendente, com “ponto inicial” de R$ 51 mil e “ponto
final” de R$ 89 mil. Há dois cargos, diretor de Compliance e diretor Firjan,
com renda de R$ 49 mil a R$ 70 mil. O mesmo nível salarial é mantido no Senai –
Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional – do Rio. O diretor regional tem
renda de R$ 51 mil a R$ 83 mil. Os diretores de Compliance e de Gestão de
Pessoas recebem de R$ 40 mil a R$ 69,7 mil.
No Senac
do Rio, o diretor está na faixa de R$ 37 mil a R$ 73 mil. No
Departamento Nacional do Sesc – Serviço Social do Comércio, há 23
“cargos em comissão” com salário inicial de R$ 32 mil e final de R$ 64
mil. No Senac Nacional, há 12 desses cargos com valores entre R$ 34 mil e
R$ 64 mil. O blog solicitou o valor exato pago a cada diretor, gerente
ou assessor, mas as entidades mantiveram a informação por faixas
salariais.
Cargos secundários atrativos
Varia muito o valor dos salários dos diretores dos departamentos nacionais e das administrações regionais. O diretor do Departamento Nacional do Senai, por exemplo, tem renda na faixa de R$ 37 mil a R$ 60 mil. No Sesc do Rio de Janeiro, o diretor regional recebe entre R$ 50 mil e R$ 77 mil. A faixa salarial do diretor regional de Santa Catarina é bastante ampla, vai de R$ 17,5 mil a R$ 71 mil, o que impede a aferição do valor real do salário. Já no Senai do mesmo estado, varia de R$ 47 mil a R$ 64 mil. No Senai do Rio Grande do Sul, vai de R$ 48 mil a R$ 56 mil. No Sesc do Espírito Santo, de R$ 37 mil a R$ 52 mil.
Os salários de alguns
cargos secundários também são bastante atrativos. No Sesc do Rio de
Janeiro, os diretores de Comunicação e de Planejamento têm renda de R$
36 mil a R$ 54 mil. Já o diretor de Programas Sociais recebe entre R$ 42
mil e R$ 65 mil. No Sesc de São Paulo, 28 ocupantes de cargos de
consultor técnico II e gerente IV têm renda entre R$ 38 mil e R$ 61 mil.
O diretor de Inovação do Senai de Santa Catarina está na faixa de R$ 43
mil e R$ 52 mil. No Senac do Ceará, o assessor chefa da Presidência tem
renda entre R$ 37 mil e R$ 56 mil.
O
Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas –
tem apenas quatro remunerações máximas acima do teto constitucional
remuneratório (R$ 39,3 mil). São pagos a diretores do Departamento
Nacional (de R$ 46 mil, a R$ 53 mil) e das administrações regionais do
Paraná (de R$ 44,6 mil a R$ 51,7 mil), de Minas Gerais (de R$ 43,8 mil a
R$ 50,8 mil), de São Paulo (de R$ 44,4 mil a R$ 50,5 mil) e do Rio de
Janeiro (R$ 39 mil a R$ 43,4 mil).
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