Nas
conversas gravadas, em qualquer etapa da atual era de escândalos, o que
se ouve confirma o temor dos procuradores da Lava-Jato de uma união dos
políticos para interromper a operação. Ela hoje parece forte o
suficiente para acuar o presidente da República, mas ao mesmo tempo
ficou mais vulnerável às críticas pelo acordo da delação superpremiada
com Joesley Batista.
Na gravação de Sérgio Machado com o senador
Romero Jucá se falou em estancar a sangria. Na conversa entre Joesley e o
presidente, o empresário falou, diante de um Temer aquiescente, em
controlar juízes e comprar procuradores. Na conversa do senador afastado
Aécio Neves com Joesley, ou nas declarações públicas dos ex-presidentes
Lula e Dilma, a operação é xingada e tratada como inimiga. Aliás, ela é
a inimiga que une os adversários da política.
As falhas da
operação vão abrindo flancos para o fortalecimento do movimento
anti-Lava-Jato. Quando Sérgio Machado livrou-se, e aos seus filhos, de
processos, já houve um enorme desconforto. Agora há revolta. Um dos
poucos momentos em que Temer consegue atrair concordância é quando
aponta o absurdo de o empresário grampeador estar vivendo em Nova York
depois de ter passado anos enriquecendo com medidas governamentais e
empréstimos públicos que o beneficiaram e que foram conseguidos através
da corrupção. Não é sustentável um volume tão grande de benefícios e
isso enfraquece até o ministro Edson Fachin, que homologou a delação
nesses termos.
A economista Maria Cristina Pinotti disse em
conversa recente que na Itália a “Mãos Limpas” fracassou exatamente
quando parou de ter o apoio da opinião pública e foi sendo erodida pelas
denúncias e críticas feitas contra os líderes da operação. O resultado
de todo o enorme esforço de combate à corrupção na Itália foi
lamentável. Quando Berlusconi assumiu, ele nomeou para ministro da
Infraestrutura o maior empresário italiano da construção, uma espécie de
Marcelo Odebrecht. [ainda não é voz corrente nas ruas, mas, em breve será: quem da Lava Jato ganhou para os Batista - criminosos confessos e orgulhosos dos seus crimes - serem favorecidos com tantos benefícios?
Quem ganhou e quanto ganhou? São perguntas que começam a surgir.]
— A Itália tem muitas semelhanças com o Brasil, mas muitas diferenças. Nas diferenças reside meu otimismo — disse ela.
Cristina
Pinotti também alerta que o mundo mudou bastante nos últimos 25 anos,
entre a operação na Itália e a que está ocorrendo no Brasil. — É
interessante notar as diferenças que esses 25 anos produziram. Hoje a
gente tem muito mais ajuda do sistema financeiro internacional no
combate à corrupção e lavagem de dinheiro. Em função da luta contra o
tráfico de drogas, o contraterrorismo, criou-se um aparato que dá muito
suporte para as investigações anticorrupção — diz.
No Brasil, os
procuradores da Lava-Jato estudam o que se passou na Itália e sabem que é
preciso manter a opinião pública a favor da investigação para evitar
que os políticos investigados se unam e aprovem leis que os favoreçam.
Foi assim que aconteceu lá. Os críticos da Lava-Jato, seja entre
os políticos, seja no meio jurídico, costumam apontar os riscos dos
excessos dos policiais e procuradores. Eles respondem que excessiva é a
corrupção que está sendo revelada a cada movimento da investigação. Os
crimes são tão persistentes que no mês passado, após três anos da
Lava-Jato, ainda se entregava malas de dinheiro a políticos. Os críticos
da operação argumentam que, neste caso de Temer, há um erro inicial, e
que se fosse no tempo do Castelo de Areia a delação seria anulada pela
maneira como foi feita a gravação do presidente, sem ordem judicial.
Aliás, os advogados derrubaram várias operações anteriores apontando as
falhas processuais. A Lava-Jato aprendeu com isso e tomou mais cuidado
que as outras.
Os ministros do STF têm opiniões bem divergentes
sobre o que está acontecendo e há um grupo de ministros que discorda do
rumo dos últimos eventos. Esse embate entre as tendências do Supremo vai
ficar mais nítido neste acirramento da crise. Contra a Lava-Jato
será usada a excessiva condescendência com os irmãos Batista. Esse é o
argumento mais convincente que os críticos da operação têm. É o ponto
fraco. O acordo não foi feito em Curitiba, mas na Procuradoria-Geral da
República. A pressão contra a Lava-Jato vai se intensificar, na mesma
medida em que a operação aumenta a pressão contra seus alvos. A tensão
está no ar.
Fonte: Coluna da Míriam Leitão - O Globo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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terça-feira, 23 de maio de 2017
Tensão na República
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segunda-feira, 20 de junho de 2016
Dure o tempo que durar
Já
que parece mesmo impossível controlar a Lava Jato ou cortar-lhe as asas, chegou
a hora de apelar à tese da ingovernabilidade
Em
encontro com empresários no dia 16 passado, o ministro-chefe da Casa Civil,
Eliseu Padilha, fez elogios à Operação Lava Jato e disse que o presidente em
exercício Michel Temer apoia as investigações, mas fez uma significativa
observação: “Tenho certeza de que os principais agentes da Lava Jato terão a
sensibilidade para saber o momento em que eles deverão aprofundar ao extremo e
também de caminhar rumo a uma definição final”, pois só assim serão
evitados “efeitos deletérios”. Com isso, o ministro jogou a cartada da
possibilidade do colapso do sistema político – como aconteceu com a Mani
Pulite, na Itália – para evitar que a Lava Jato vá, segundo sua opinião,
longe demais.
Muito se
tem dito, quase sempre em tom de denúncia, a respeito de manobras e conchavos de políticos
graúdos para interferir nas investigações da Lava Jato. Meias-palavras
captadas em grampos, ditas na maioria das vezes em tom de mero comentário,
têm sido suficientes para dar impulso a teorias conspirativas de todo tipo,
alimentadas pela sensação geral de que, como as coisas vão, ninguém se salvará
em Brasília.
Isso não significa que os parlamentares que se viram envolvidos ou
temem em breve vir a sê-lo não tenham o desejo de enterrar a Lava Jato,
já que a operação está a lhes depenar a galinha dos ovos de ouro. Mas o fato
concreto é que, se houve ou há qualquer intenção de atrapalhar a Lava Jato,
e se essa intenção foi de alguma forma transformada em
manobra concreta, a tramoia foi até aqui muito malsucedida, pois
raros são os dias em que não aparecem novas denúncias a sacudir o mundo
político. Por essa razão, já que parece mesmo impossível controlar a Lava Jato
ou cortar-lhe as asas, chegou a hora de apelar à tese da ingovernabilidade ou
de reação avassaladora contra o movimento moralizador, como fez Padilha.
Para
ilustrar os “efeitos deletérios” aos quais fez referência, o ministro
lembrou da Operação Mãos Limpas, investigação italiana que inspirou a Lava
Jato. Segundo Padilha, na Mãos Limpas “não houve essa sinalização” a
respeito do fim dos trabalhos, como ele espera da Lava Jato. O resultado foi a destruição de alguns dos principais
partidos políticos italianos, envolvidos em grossa corrupção, e a
ascensão do populismo aventureiro de Silvio Berlusconi. “Eu vi e li o
que aconteceu com a Operação Mãos Limpas na Itália.
Todos eles (da Lava Jato)
conhecem tanto quanto eu. Temos que fazer com que tenhamos o melhor resultado
possível”, explicou Padilha mais tarde aos jornalistas, sugerindo que o “melhor
resultado possível” é aquele obtido até agora, sem necessariamente avançar
mais.
Essa tem
sido, aliás desde sempre, a principal crítica dos adversários da Lava Jato, mas
trata-se de uma falsa questão. De fato, a investigação
na Itália, nos anos 1990, dizimou o sistema político, e o vácuo de poder criado
foi logo ocupado por Berlusconi.
Mas atribuir essa situação à Operação
Mãos Limpas, que apenas cumpriu sua missão de prender os assaltantes do Estado
italiano, é isentar de responsabilidade os partidos, os líderes políticos e os
empresários que haviam transformado a democracia representativa em um meio
eficaz de enriquecimento. E que, depois, reconstruíram os mecanismos de
impunidade que haviam sido demolidos pelos promotores e juízes. Não haveria
necessidade de Operação Mãos Limpas se, antes, não houvesse sujeira nas mãos.
Entende-se
a preocupação do mundo político com a Lava Jato. A corrupção, que era apenas
resultado de oportunidades criadas pelo gigantismo do Estado no País, graças
aos governos do PT transformou-se em um método de administração e de manutenção
do poder. O que a Lava Jato está revelando, pedaço por pedaço, é o esquema de
sequestro do Estado para fins de perpetuação de uma casta política, totalmente
indiferente ao voto recebido na urna – obtido, aliás, por meio de campanhas
financiadas com dinheiro roubado de estatais.
É esse o
círculo – virtuoso para seus usufrutuários criminosos – que está a
caminho de ser rompido. Faz sentido que os políticos queiram “concluir”
a Lava Jato antes que toda a verdade seja conhecida. Do ponto de vista da
sociedade, porém, está mais do que claro que a LavaJato deve durar o tempo que
for necessário, até que todos os que exploraram a democracia para se locupletar
paguem pelo que fizeram.
Fonte: Editorial – O Estado de S. Paulo
sábado, 26 de março de 2016
Farsa em curso
Se é verdade que a história se repete como farsa, estamos vivendo no Brasil uma repetição de fatos acontecidos na Itália nos anos 1990, na época da Operação Mãos Limpas, que o juiz Sérgio Moro, estudioso do assunto, considera “uma das mais impressionantes cruzadas judiciárias contra a corrupção política e administrativa”.
Com apoio popular grande durante os primeiros anos, a Operação acabou atingida por diversas denúncias que, mesmo não tendo sido comprovadas, corroeram a confiança popular. A reação do sistema político teve seu auge com a eleição de Silvio Berlusconi como primeiro-ministro em 1994. Aqui, os governistas fazem o paralelo entre Berlusconi e o vice Michel Temer do PMDB, na tentativa de convencer que a melhor solução é deixar tudo como está.
Os juízes Di Pietro – que mais tarde entraria na política - e Davigo foram convidados para serem seus ministros, mas recusaram diante da evidência de que o que Berlusconi queria mesmo era desmobilizar a Operação Mãos Limpas.Tomou corpo, então, uma campanha de difamação contra as principais figuras da Operação Mãos Limpas, em especial o Juiz Di Pietro, e acusações de abuso de poder nas investigações.
O mesmo vem acontecendo com o Juiz Sérgio Moro, os Procuradores do Ministério Público Federal e membros da Polícia Federal que fazem parte da Força-Tarefa, desde Lula atribuindo o desemprego recorde à ação anticorrupção, até a tentativa de torcer os fatos, transformando bandidos em mocinhos. A farsa se completa com os boatos de que Lula estaria preparando um plano B de asilo no exterior caso venha mesmo a ser condenado. O mesmo aconteceu com Bettino Craxi, do Partido Socialista Italiano, condenado à revelia, que acabou se asilando na Tunísia, onde morreu, para não ir para a cadeia.
Em vez de aprovarem reformas que evitariam a corrupção, na Itália houve uma reação do sistema político, dos próprios investigados, pessoas poderosas e influentes, e foram aprovadas leis para garantir a impunidade. Por isso os Procuradores da Operação Lava-Jato propuseram as "10 medidas contra a corrupção", que pretendem apresentar como projeto de iniciativa popular ao Congresso ainda no primeiro semestre deste ano.
O Procurador Delton Dallagnol, coordenador do Ministério Público em Curitiba, anunciou esta semana que já conseguiram 2 milhões de assinaturas no projeto. Na Itália de Berlusconi, o conselho de ministros aprovou um decreto-lei impedindo prisão cautelar para a maioria dos crimes de corrupção, a partir do que grande parte dos presos foi solta. O decreto, que ficou conhecido como “salva ladrões”, causou tanta indignação popular que acabou sendo revogado poucos meses depois de editado, mas provocou retrocesso nas investigações. Aqui, o PT já está tentando aprovar uma série de medidas que esvaziam o combate à corrupção.
O deputado petista w d apresentou propostas que restabelecem um ambiente jurídico confortável para os corruptos. [Aqui grafamos os nomes de algumas pessoas com letras de tamanho diretamente proporcional ao que valem e ao que produzem; o parlamentar citado, além de só merecer a divulgação de suas iniciais, mesmo assim em minúsculas, também é merecedor que se use o menor corpo disponível.] Uma delas define que só será aceita a delação premiada de quem estiver em liberdade. O texto determina a preservação da identidade das pessoas mencionadas na delação e estabelece pena de até quatro anos de prisão para quem vazar delação.
Em outra proposta, d., quer acabar com uma jurisprudência recente do Supremo Tribunal Federal que permite a prisão de condenado em segunda instância, restabelecendo o princípio de que até o trânsito em julgado o réu pode recorrer em liberdade. A divulgação de uma suposta lista de doações da Odebrecht, com o nome de políticos que nem mesmo concorreram às eleições, colocou no mesmo saco todos os gatos, e o Congresso hoje debate-se entre o processo de impeachment da presidente Dilma e a desmoralização de sua atuação. [cabe ao Congresso Nacional primeiro escarrar Dilma e na sequência cuidar de moralizar sua atuação, o que deve incluir medidas que impeçam que tipos como d., sejam congressistas.]
Provavelmente a melhor saída institucional, como defende Marina Silva, e anteriormente o presidente do PSDB Aécio Neves, por sinal dois dos favoritos segundo as pesquisas eleitorais, seria a convocação de uma eleição presidencial como previsto caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anule a eleição de 2014 por abuso do poder econômico.
Melhor ainda se houvesse uma maneira de convocar eleições gerais também para o Congresso, junto com as eleições municipais de 2016. Como não existe previsão constitucional para tal, o impeachment deve ser a saída imediata para a crise, mas não se deve descartar a hipótese de que a crise política se agrave tanto que seja preciso chegar-se a um acordo de renovação geral de mandatos para que seja possível reconstruir o país destruído. [antes de tudo o Brasil deve se livrar de Dilma - usando a legislação disponível.
Só após escarrar Dilma, o Congresso pode cuidar de novas leis para evitar a repetição do absurdo da eleição de pessoas do naipe de Lula e Dilma. Esta etapa pode incluir edição de leis que torne mais eficiente o combate à corrupção e mais severa a punição aos corruptos.
Se, apesar de improvável, a crise política se agravar de forma a exigir uma renovação geral de mandatos - situação que só surgirá se a crise motivar ABALOS na ORDEM PÚBLICA - aí caberá o remédio da INTERVENÇÃO MILITAR CONSTITUCIONAL.]
Fonte: Merval Pereira - O Globo
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quarta-feira, 16 de março de 2016
Dilma decidiu inflar Lula
Resta saber qual, o do Pixuleco das ruas ou o regente que voltaria a Brasília livrando-se de Sérgio Moro
Dizer que o
13 de março foi a maior manifestação política da história do país é
pouco. Ao contrário dos grandes comícios das Diretas, as manifestações
de domingo não tiveram participação relevante de governos estaduais,
muito menos transporte gratuito. Isso para não mencionar o vexame dos
tucanos que tentaram surfar a cena, foram para a Avenida Paulista e
ouviram o ronco da rua.
Em 1984, o palanque do Comício da Sé tinha 120 metros quadrados e foi montado pela Paulistur. No do Rio, os palanques foram dois, um só para VIPs, mais um pódio e passarela para os artistas que se acomodavam num prédio próximo. Sinal dos tempos: em 1984, receando vaias da militância petista, o governador de São Paulo, Franco Montoro, chegou ao proscênio ao lado de Lula. (A cena foi coordenada pelo advogado Márcio Thomaz Bastos.) Passou o tempo, e Lula, onipresente nas ruas com seus bonecos infláveis, foi convidado pela doutora Dilma para voltar a Brasília como regente do ocaso do governo e do PT.
O que houve no dia 13 foi povo na rua repudiando o governo e uma oligarquia ferida pela Lava-Jato. A prova disso esteve na beatificação do juiz Sérgio Moro. O paralelo com as Diretas resume-se a uma questão numérica, mas difere nos desdobramentos. Nos dois casos, a iniciativa caduca se não conseguir dois terços dos votos dos deputados. Em 1984 caducou, pois, apesar de ter conseguido 298 votos, faltaram-lhe 22. Hoje 171 votos dos 518 deputados seriam suficientes para arquivar o pedido.
Admita-se que, num improvável gesto de ousadia dos oligarcas, o impeachment seja mandado ao arquivo. Em 1984, o arquivamento da emenda fechou a porta. Hoje há outra. É a possibilidade da cassação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral. Os dois processos têm origens diversas. O impedimento está ancorado nas pedaladas fiscais. O TSE julgará a conexão das contas da campanha da doutora com as propinas confessadas por empresários e políticos. A votação do impeachment ocorrerá antes do julgamento. Entre um e outro, poderá ressurgir o grito de Diretas Já, pois, nesse caso, seriam convocadas eleições para até 90 dias depois da sentença.
O ministro Jaques Wagner tem toda a razão quando diz que a Operação Lava-Jato está criminalizando a política. Ele e o PT não perceberam que o juiz Moro está botando na cadeia criminosos que se meteram em transações políticas para atacar a bolsa da Viúva. Quem criminalizou a política foram os criminosos, seguindo um velho hábito da oligarquia. O PT se meteu nesse jogo porque quis.
Jaques Wagner atribui o tamanho do 13 de março à crise econômica. Novamente, tem razão, mas expõe a ruína do governo. Essa crise foi inteiramente fabricada pela doutora Dilma e pelo comissariado. Pode-se dizer que ela não sabia que o PT tinha uma cloaca de pixulecos. (Isso seria o mesmo que dizer que o presidente Medici não sabia das torturas do Doi, onde esteve a Estela-Dilma em 1970.) [menos, menos, vez ou outra algum porco terrorista preso necessitava ser convencido a colaborar com as autoridades constituídas e o único recurso disponível eram os interrogatórios enérgicos.
A mentirosa da atual presidente diz que foi torturada 22 dias, afirmação contrariada até mesmo por princípios cientificos, já que 22 horas de interrogatório já teria sido mais que suficiente para hoje o Brasil não está na m ... que se encontra - Dilma teria morrida naquela ocasião e a crise de hoje não existiria.] No caso da crise econômica, a responsabilidade é dela, e só dela.
Os críticos da Lava-Jato repetem com frequência que a Operação Mãos Limpas italiana levou ao poder o teatral Silvio Berlusconi. Se as coisas continuarem dando errado, o PT poderá pensar que Lula é o seu Berlusconi.
Fonte: Elio Gaspari, jornalista - O Globo
Em 1984, o palanque do Comício da Sé tinha 120 metros quadrados e foi montado pela Paulistur. No do Rio, os palanques foram dois, um só para VIPs, mais um pódio e passarela para os artistas que se acomodavam num prédio próximo. Sinal dos tempos: em 1984, receando vaias da militância petista, o governador de São Paulo, Franco Montoro, chegou ao proscênio ao lado de Lula. (A cena foi coordenada pelo advogado Márcio Thomaz Bastos.) Passou o tempo, e Lula, onipresente nas ruas com seus bonecos infláveis, foi convidado pela doutora Dilma para voltar a Brasília como regente do ocaso do governo e do PT.
O que houve no dia 13 foi povo na rua repudiando o governo e uma oligarquia ferida pela Lava-Jato. A prova disso esteve na beatificação do juiz Sérgio Moro. O paralelo com as Diretas resume-se a uma questão numérica, mas difere nos desdobramentos. Nos dois casos, a iniciativa caduca se não conseguir dois terços dos votos dos deputados. Em 1984 caducou, pois, apesar de ter conseguido 298 votos, faltaram-lhe 22. Hoje 171 votos dos 518 deputados seriam suficientes para arquivar o pedido.
Admita-se que, num improvável gesto de ousadia dos oligarcas, o impeachment seja mandado ao arquivo. Em 1984, o arquivamento da emenda fechou a porta. Hoje há outra. É a possibilidade da cassação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral. Os dois processos têm origens diversas. O impedimento está ancorado nas pedaladas fiscais. O TSE julgará a conexão das contas da campanha da doutora com as propinas confessadas por empresários e políticos. A votação do impeachment ocorrerá antes do julgamento. Entre um e outro, poderá ressurgir o grito de Diretas Já, pois, nesse caso, seriam convocadas eleições para até 90 dias depois da sentença.
O ministro Jaques Wagner tem toda a razão quando diz que a Operação Lava-Jato está criminalizando a política. Ele e o PT não perceberam que o juiz Moro está botando na cadeia criminosos que se meteram em transações políticas para atacar a bolsa da Viúva. Quem criminalizou a política foram os criminosos, seguindo um velho hábito da oligarquia. O PT se meteu nesse jogo porque quis.
Jaques Wagner atribui o tamanho do 13 de março à crise econômica. Novamente, tem razão, mas expõe a ruína do governo. Essa crise foi inteiramente fabricada pela doutora Dilma e pelo comissariado. Pode-se dizer que ela não sabia que o PT tinha uma cloaca de pixulecos. (Isso seria o mesmo que dizer que o presidente Medici não sabia das torturas do Doi, onde esteve a Estela-Dilma em 1970.) [menos, menos, vez ou outra algum porco terrorista preso necessitava ser convencido a colaborar com as autoridades constituídas e o único recurso disponível eram os interrogatórios enérgicos.
A mentirosa da atual presidente diz que foi torturada 22 dias, afirmação contrariada até mesmo por princípios cientificos, já que 22 horas de interrogatório já teria sido mais que suficiente para hoje o Brasil não está na m ... que se encontra - Dilma teria morrida naquela ocasião e a crise de hoje não existiria.] No caso da crise econômica, a responsabilidade é dela, e só dela.
Os críticos da Lava-Jato repetem com frequência que a Operação Mãos Limpas italiana levou ao poder o teatral Silvio Berlusconi. Se as coisas continuarem dando errado, o PT poderá pensar que Lula é o seu Berlusconi.
Fonte: Elio Gaspari, jornalista - O Globo
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sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Bolsonaro diz que o Brasil está pronto para um presidente ultraconservador
Berlusconi
à brasileira - só que honesto, íntegro, digno
Nas
conversas para convencer possíveis apoiadores de sua candidatura à presidência,
Jair
Bolsonaro tem citado um exemplo europeu: Silvio Berlusconi.
Bolsonaro
diz que, a exemplo da Itália, o Brasil também estaria pronto para um
presidente ultraconservador.
Fonte: Coluna Radar - Lauro
Jardim
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quarta-feira, 5 de agosto de 2015
O simples fato da rejeição pelo Senado do nome de Janot ser considerado negativo para aquela Casa já desaconselha a candidatura Janot
Um ‘momento Berlusconi’ no Senado
Se os Pais da Pátria dificultarem a recondução de Rodrigo Janot, darão uma nova dimensão à crise, agravando-a
Tudo indica que hoje o
Ministério Público colocará o procurador-geral Rodrigo Janot na cabeça
da lista tríplice a ser encaminhada à doutora Dilma e que ela remeterá
seu nome à apreciação do Senado. Os Pais da Pátria têm poderes
constitucionais para rejeitá-lo, ou mesmo para cozinhá-lo em fogo
brando. Se fizerem isso, colocarão a Casa em oposição à faxina que vem
sendo feita na administração do país. Aí sim, estará criada uma crise, a
da desesperança e da revolta diante do escárnio.
Não há contra Janot um fiapo de acusação por práticas irregulares. Ele, a Lava-Jato e os procuradores mostraram que trabalham na defesa da moralidade pública. A ideia de que Janot esteja a serviço do Planalto é ridícula. Se as investigações chegaram a hierarcas de outros partidos, sobretudo do PMDB, isso nada tem a ver com o palácio, mas com a biografia de cada um deles. Pior: cada hierarca sabe onde o Ministério Público achou seu rabo preso. A tática de fugir atacando fracassou.
O que está acontecendo no Brasil foi antecipado pelo juiz Sérgio Moro num artigo de 2004, tratando da Operação Mãos Limpas, que revolucionou a política italiana no fim do século passado. Vale citá-lo: “‘A Operação Mani Pulite’ redesenhou o quadro político na Itália. Partidos que haviam dominado a vida política italiana no pós-guerra, como o Socialista e a Democracia Cristã, foram levados ao colapso, obtendo na eleição de 1994 somente 2,2% e 11,1% dos votos, respectivamente.” Os dois partidos deixaram de existir com esse nome e o primeiro-ministro socialista Bettino Craxi morreu no exílio, na Tunísia.
Muita gente boa argumenta que, depois da Mãos Limpas, surgiu o fenômeno Silvio Berlusconi, um magnata das comunicações larápio, cínico e vulgar. Ele ficou nove anos no poder, apanhou na rua, sofreu várias condenações e blindou-se. Mesmo assim, hoje a política italiana é outra, mais honesta e menos ridícula. Se o Senado resolver dificultar a recondução de Janot, terá o seu “momento Berlusconi”, mostrando que nada se pode fazer contra a oligarquia política brasileira. Na Itália, a máfia explodiu o juiz Giovanni Falcone, que comandou a Mãos Limpas. [o simples fato da rejeição pelo Senado Federal da candidatura do Janot, ser considerado um 'momento Berlusconi' já compromete a lisura da candidatura do atual procurador-geral a uma recondução.
Queiram ou não Dilma será acusada, caso não indique Janot, de pretender bloquear a Lava-jato; indicando Janot, será acusada de pretender conquistar a simpatia do indicado para os rolos petistas.
Já o Senado, recusando Janot, será acusado de vingança contra o atual procurador; aceitando Janot será também acusado de temer uma retaliação corporativa do Ministério Público.]
Desde o início da Lava-Jato, fabricaram-se fantasias. Não havia corrupção, mas extorsões contra as empreiteiras. As prisões seriam uma forma de tortura, e as colaborações seriam produto da coação. O juiz Moro não chegaria à Odebrecht. Marcelo Odebrecht está na cadeia, a Camargo Corrêa colabora com o Cade, 12 maganos confessaram suas tramoias e há uns tantos na fila. A adesão de Renato Duque parece próxima, a de Léo Pinheiro, possível. Ambos sabem coisas que os oligarcas não querem lembrar.
Na ponta do lápis, colaborar com a Viúva tornou-se um bom negócio. Os condenados pelo juiz Moro são homens com mais de 60 anos e suas carreiras acabaram-se. Todos têm patrimônio legal capaz de lhes proporcionar uma casa em Angra dos Reis (para quem não a tem), com piscina, quadra de tênis e espaço para exercícios. Cabe-lhes escolher entre essa vida, com tornozeleira, ou o risco de passar um par de anos em regime fechado, pensando no dia em que poderão pedir o regime semiaberto. Até agora, só João Auler, da Camargo Corrêa, comprou esse boleto.
Fonte: O Globo - Elio Gaspari , é jornalista
Não há contra Janot um fiapo de acusação por práticas irregulares. Ele, a Lava-Jato e os procuradores mostraram que trabalham na defesa da moralidade pública. A ideia de que Janot esteja a serviço do Planalto é ridícula. Se as investigações chegaram a hierarcas de outros partidos, sobretudo do PMDB, isso nada tem a ver com o palácio, mas com a biografia de cada um deles. Pior: cada hierarca sabe onde o Ministério Público achou seu rabo preso. A tática de fugir atacando fracassou.
O que está acontecendo no Brasil foi antecipado pelo juiz Sérgio Moro num artigo de 2004, tratando da Operação Mãos Limpas, que revolucionou a política italiana no fim do século passado. Vale citá-lo: “‘A Operação Mani Pulite’ redesenhou o quadro político na Itália. Partidos que haviam dominado a vida política italiana no pós-guerra, como o Socialista e a Democracia Cristã, foram levados ao colapso, obtendo na eleição de 1994 somente 2,2% e 11,1% dos votos, respectivamente.” Os dois partidos deixaram de existir com esse nome e o primeiro-ministro socialista Bettino Craxi morreu no exílio, na Tunísia.
Muita gente boa argumenta que, depois da Mãos Limpas, surgiu o fenômeno Silvio Berlusconi, um magnata das comunicações larápio, cínico e vulgar. Ele ficou nove anos no poder, apanhou na rua, sofreu várias condenações e blindou-se. Mesmo assim, hoje a política italiana é outra, mais honesta e menos ridícula. Se o Senado resolver dificultar a recondução de Janot, terá o seu “momento Berlusconi”, mostrando que nada se pode fazer contra a oligarquia política brasileira. Na Itália, a máfia explodiu o juiz Giovanni Falcone, que comandou a Mãos Limpas. [o simples fato da rejeição pelo Senado Federal da candidatura do Janot, ser considerado um 'momento Berlusconi' já compromete a lisura da candidatura do atual procurador-geral a uma recondução.
Queiram ou não Dilma será acusada, caso não indique Janot, de pretender bloquear a Lava-jato; indicando Janot, será acusada de pretender conquistar a simpatia do indicado para os rolos petistas.
Já o Senado, recusando Janot, será acusado de vingança contra o atual procurador; aceitando Janot será também acusado de temer uma retaliação corporativa do Ministério Público.]
Desde o início da Lava-Jato, fabricaram-se fantasias. Não havia corrupção, mas extorsões contra as empreiteiras. As prisões seriam uma forma de tortura, e as colaborações seriam produto da coação. O juiz Moro não chegaria à Odebrecht. Marcelo Odebrecht está na cadeia, a Camargo Corrêa colabora com o Cade, 12 maganos confessaram suas tramoias e há uns tantos na fila. A adesão de Renato Duque parece próxima, a de Léo Pinheiro, possível. Ambos sabem coisas que os oligarcas não querem lembrar.
Na ponta do lápis, colaborar com a Viúva tornou-se um bom negócio. Os condenados pelo juiz Moro são homens com mais de 60 anos e suas carreiras acabaram-se. Todos têm patrimônio legal capaz de lhes proporcionar uma casa em Angra dos Reis (para quem não a tem), com piscina, quadra de tênis e espaço para exercícios. Cabe-lhes escolher entre essa vida, com tornozeleira, ou o risco de passar um par de anos em regime fechado, pensando no dia em que poderão pedir o regime semiaberto. Até agora, só João Auler, da Camargo Corrêa, comprou esse boleto.
Fonte: O Globo - Elio Gaspari , é jornalista
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quinta-feira, 23 de abril de 2015
Partidos de direita ironizam Renzi com cartaz anunciando férias e € 35 por dia para imigrantes
O
auxílio dado pelo governo italiano aos que chegam ao país ilegalmente e ficam
em centros de imigração virou alvo de uma investida política da
oposição contra o primeiro-ministro, Matteo Renzi.
Militantes de partidos de direita ironizaram o fato de que os gastos diários
com cada imigrante chegam a € 35 e fizeram um cartaz irônico anunciando a possibilidade de férias para aqueles que
vêm em barcos pelo Mediterrâneo.
Com uma
foto em que imigrantes aparentam
felicidade, o cartaz irônico anuncia “Renzi
apresenta férias na Itália; 35 euros por dia; Comida e alojamento; Recarga
telefônica; Cigarros”, fazendo menção na parte inferior ao ministro do
Interior, Angelino Alfano. À direita, aparecem símbolos de partidos de direita
como o Forza Italia, do ex-premier Silvio Berlusconi.
Os imigrantes podem ficar entre
seis e nove meses, tempo
que o governo leva para aceitar ou negar seu pedido de asilo. As autoridades
reclamam da pressão para receber todos os imigrantes, que posteriormente podem
mudar de destino na Europa. — Em 2014 não
havia um limite de impostos. O que gastávamos no centro de assistência, o governo
nos reembolsava depois. Mas este ano o governo pôs como limite € 35 diários por
imigrante, e às vezes é difícil cobrir todas as necessidades com este dinheiro
— reclama ao jornal "El Mundo"
Francesco Gugliotta, conselheiro da prefeitura de Pozzallo, cidade siciliana
que tem um centro de imigração e acolhimento. [A
primeira impressão o protesto contra a ‘generosidade’ italiana parece ser intransigência da direita. Mas, se
considerarmos que na Itália, mesmo não havendo um salário mínimo geral – existe
salário mínimo por categoria – a importância percebida raramente ultrapassa mil
euros mensais, convenhamos que pagar € 35 por dia, por imigrante, é um certo exagero.]
Fonte: O Globo
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