Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Smith & Wesson. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Smith & Wesson. Mostrar todas as postagens

domingo, 1 de dezembro de 2019

Novo partido de Bolsonaro se aproxima ideologicamente de siglas conservadoras estrangeiras - O Globo

Análise dos manifestos partidários e avaliação de estudiosos mostra onde está a proximidade do Aliança pelo Brasil com siglas de direita de países como Espanha e Hungria e conservadoras como os republicanos dos EUA 


Logomarca do partido Aliança pelo Brasil Foto: Reprodução
Conservadorismo, nacionalismo religioso e populismo. Com esse tripé, segundo estudiosos, o partido Aliança pelo Brasil, lançado no último mês pelo presidente Jair Bolsonaro e dissidentes do PSL, se aproxima ideologicamente de outras siglas conservadoras ou da extrema direita internacional. O partido não está oficialmente criado, mas uma análise de seu programa o coloca na mesma família do documento fundador da sigla espanhola Vox e da húngara Jobbik, além de guardar também semelhanças com a plataforma da ala do Partido Republicano mais ligada ao presidente dos EUA, Donald Trump. [nos causa espanto - talvez por nos faltar o notório saber político, nunca fomos reprovados em provas sobre o tema, também nunca as fizemos - que sendo o ALIANÇA PELO BRASIL, os estudiosos destacarem o fato de um partido conservador, de extrema direita, - que tem como principio, sem que signifique limite,  os três pontos citado no inicio da matéria - pertencer a mesma família do Vox, Jobbik e Partido Republicano dos EUA.]

Leia : Contra doença e em busca da reeleição, Covas resiste em São Paulo
 
Fundado em 2013, o Vox cultiva uma retórica contra as elites políticas e intelectuais, além de defender políticas migratórias mais duras e não poupar de críticas à União Europeia. Santiago Abascal, líder do partido, tem um discurso parecido com o de Bolsonaro, principalmente contra o que chama de “ditadura progressista”, com ataques à comunidade LGBTI.

Assim como Bolsonaro, Abascal defende a posse de arma: “Tenho uma (pistola) Smith & Wesson em casa. A princípio, era para proteger meu pai do ETA. Agora, meus filhos. Defendo que todo mundo possa ter uma arma”, disse ele.
Inspiração estrangeira
Recém-lançado pelo presidente Jair Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil tem forte viés religioso e anti-esquerda, e reclama para si o posto de único partido conservador do Brasil. O programa da legenda mantém forte convergência com outras siglas conservadoras pelo mundo, como o espanhol Vox, o húngaro Jobbik e o Partido Republicano, dos EUA.
Já o Jobbik, criado em 2003, é o principal partido da direita nacionalista radical da Hungria, visto por especialistas com a característica de imprimir um populismo com viés autoritário.
Ao se inspirar no partido de Trump, Bolsonaro reforça justamente o lado conservador com que pretende administrar o Aliança. A cada quatro anos, antes da disputa presidencial, os republicanos elegem uma nova plataforma. A última, de 2016, deu uma guinada ainda mais à direita do que a anterior ao se opor ao casamento gay, direito garantido pelo Suprema Corte, e ao defender a inclusão da Bíblia no currículo escolar.
— Há, sim, similaridades com algumas propostas de partidos conservadores da Europa. Nos Estados Unidos, a inspiração maior foi o Partido Republicano —afirma o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança, um dos autores do estatuto do Aliança.

Contra o “sistema”
Há uma iniciativa defendida pelo Vox já implementada por Bolsonaro. O partido prega, por exemplo, a criação de um Ministério da Família na Espanha, já colocada em prática no Brasil. Referência internacional em estudo sobre populismo, o cientista político holandês Cas Mudde diz que um traço singular de Bolsonaro é o fato de ele ter ascendido ao poder sem uma plataforma política estruturada.
— A extrema direita é cada vez mais generalizada e normalizada, com partidos dessa linha no poder nos principais países (por exemplo, Brasil, Índia, EUA) ou considerados parceiros normais da coalizão em vários outros (por exemplo, Áustria, Dinamarca, Itália). Seus problemas, quadros e posições são frequentemente compartilhados pela mídia e pelos políticos, o que leva os partidos de extrema direita a superarem seu peso eleitoral— analisa Mudde.

O documento do Aliança traz uma enfática defesa de Deus, da religião, do armamentismo e do livre mercado. Assim como partidos da direita populista internacional, a sigla faz uma exaltação do povo contra o “sistema”, visto como corrompido, e contra uma elite cultural, intelectual e burocrática — chamada no programa de “burocratas não eleitos”.

Para David Magalhães, professor de Relações Internacionais da PUC-SP e fundador do Observatório da Extrema Direita, trata-se de uma crítica à democracia parlamentar, que seria uma espécie de obstáculo para uma representação mais direta entre o líder e a massa:
A direita radical não rejeita completamente as regras da democracia, mas busca combater ou atacar as instituições liberais democráticas e os direitos fundamentais de minorias. 

Para Bragança, a inspiração do Aliança vem da direita conservadora americana, mas reconhece similaridades com o Vox. Ambos pregam a exaltação de símbolos e “heróis nacionais”, criticam a “politização” da Justiça, atacam bandeiras progressistas e apoiam a redução da participação da sociedade civil em conselhos estatais.
 

Em O Globo, leia MATÉRIA COMPLETA



domingo, 17 de dezembro de 2017

Gigantes das armas travam guerra silenciosa por mercado de R$ 2,5 bi

Audiência realizada pela Polícia Rodoviária revela bastidores da disputa bilionária pelo comércio de armas.

 

Um edital aberto pela Polícia Rodoviária Federal, que se transformou em um contrato para a aquisição de pistolas, revela os bastidores de uma disputa bilionária pelo mercado de armas no Brasil. O Correio teve acesso aos documentos de   uma audiência realizada pela corporação no último dia 18 de outubro, em Brasília, que contou com a participação de oito empresas, duas nacionais e seis estrangeiras, em busca de um nicho comercial com números iniciais na casa dos R$ 2,5 bilhões, mas que, a partir do lobby e de eventual queda do Estatuto do Desarmamento, pode atingir valores hoje ainda incalculáveis.

A ata do encontro entre integrantes da Polícia Rodoviária e representantes das empresas revela o objetivo de avaliar a capacidade nacional e internacional para o fornecimento de armas para corporações brasileiras. O motivo inicial era avaliar o cenário para futura aquisição de pistolas semiautomáticas pela Polícia Rodoviária. No local, além de empresas brasileiras, como a Taurus e a estatal Imbel, compareceram representantes de fabricantes de armas de países como a Itália, Estados Unidos, Israel, Áustria, República Checa e Alemanha. Os prepostos das companhias multinacionais eram, na maioria, militares da reserva das Forças Armadas ou policiais brasileiros.

Um levantamento realizado pelo Correio, a partir do cruzamento de números de policiais e de seguranças com o preço médio das armas, aponta para um mercado promissor, ainda que excluídas as vendas para civis — com a eventual queda das regras de acesso a armamentos, o potencial de negócio será ainda maior. E é de olho nessas cifras que empresas estrangeiras se esforçam para ganhar espaço no território nacional. A negociação concretizada pela PRF evidencia isso.

A partir do que seria o objetivo da audiência, empresas participantes do encontro se surpreenderam com o anúncio, cerca de um mês depois, de que a companhia austríaca Glock saiu vencedora do processo seletivo para a compra de 10 mil armas para todos os agentes da PRF. O resultado foi publicado no Diário Oficial da União (DOU), no dia 20 de novembro. Antes de firmar contrato com a Glock, a PRF publicou um Extrato de Inexigibilidade de Licitação. Ou seja, a compra das pistolas calibre 9mm ocorreu sem um processo licitatório formal, algo que daria mais transparência e legitimidade ao processo. O valor do contrato é de R$ 18 milhões, e a PRF informa, na publicação oficial, que a empresa estrangeira foi escolhida por conta da “inviabilidade de competição”.

Estiveram presentes na audiência representantes da Taurus (brasileira), Imbel (Exército), Israel Weapon Industries (Israel), Beretta (Itália), Smith & Wesson (EUA), Sig Sauer (Alemanha) e CZ (Checa), além da Glock. O presidente da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (Aniam), Salesio Nuhs, afirma que uma compra dessa amplitude, sem licitação, gera uma competição desleal entre as empresas nacionais. “A aquisição sem licitação tem servido de atalho para o não enfrentamento de uma questão extremamente importante”, disse Nuhs, que é da direção da Taurus. “A aquisição do produto estrangeiro tem isenção de tributos e o fornecedor brasileiro recebe alta carga tributária e altos custos regulatórios para atender a legislação, o que não ocorre com os produtos estrangeiros, isso gera desvantagem competitiva.”

Atualmente, levando em conta o contingente das Forças Armadas, da Polícia Militar dos estados, Polícia Civil, PRF, vigilantes de empresas privadas e guardas-civis estaduais, o Brasil possui um mercado aberto para a aquisição de 1,4 milhão de armas. Somente a Polícia Militar conta com um contingente nacional de 421 mil homens 220 mil militares compõem as fileiras do Exército e 118 mil, as polícias civis.

A possibilidade de negócio que gera a cobiça de empresas do mundo vai além desses números. A portaria nº 234, de 1989, e a nº 02, de março de 2014, do Comando Logístico do Exército Brasileiro, autoriza que cada policial possa comprar duas armas, fora a que utiliza durante o serviço e é fornecida pelo Estado. Mudanças na Portaria R-105, do Exército, responsável pelo controle de armas dos órgãos de segurança, devem flexibilizar a importação de armas e já autorizam a presença de fábricas estrangeiras no país. No entanto, há dois meses, o texto segue sob análise da Casa Civil. O general de Brigada Ivan Neiva, da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército (DFPC), afirma que a negociação entre PRF e Glock passou pelo processo de avaliação do Exército.
“Existem tabelas que estabelecem o tipo e a quantidade de armas que cada um desses órgãos podem ter. Então quando eles vão comprar, eles nos informam e nós verificamos se essas armas vão entrar na tabela. A PRF foi autorizada a importar essas armas. No momento, há um processo que não passa por nós”, diz Neiva. Nos últimos meses, aumentou no Congresso a pressão para a derrubada do Estatuto do Desarmamento, que deve se tornar maior com as estrangeiras atuando no Brasil. A “bancada da bala” colocou em pauta projetos que mudam a legislação para liberar o porte irrestrito a civis. É o caso do projeto 480/2017, que tem como objetivo excluir artigos da lei que determinam a apresentação de uma “declaração de efetiva necessidade” para obtenção de armas. A proposta segue na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Falhas
A abertura de mercado ocorreu, pelo menos de imediato, em decorrência de falhas apresentadas por pistolas modelo 24/7, da Taurus — um espaço antes monopolizado pela companhia privada e pela estatal Imbel agora se torna alvo de lobby mundial. O professor Arthur Trindade, coordenador do Núcleo de Estudos sobre Violência da Universidade de Brasília (UnB), teme que a cobiça das empresas estrangeiras gere aumento de pressão para a abertura ainda maior do comércio nacional desses produtos. “A importação de armas do exterior é uma demanda antiga das instituições de segurança pública, por conta da qualidade baixa das armas nacionais, onde existe o monopólio da Taurus. Por outro lado, esse interesse das organizações estrangeiras no Brasil pode aumentar o lobby para abertura de mercado, seja no setor público ou para a população civil”, afirmou. [irônico é que esse pessoal que estuda a violência sempre é contra à  liberação da posse e porte de armas - na cabeça deles desarmando a população civil (que já está desarmada devido o funesto 'estatuto do desarmamento' - cuja revogação é esperada para breve) acaba a violência;
esquecem que os bandidos, com ou sem 'estatuto do desarmamento' cada dia estão mais bem armados.].

Procurada pela reportagem do Correio, a Polícia Rodoviária Federal informou que “a escolha se deu após uma série de estudos e ensaios científicos, trabalho sistemático e sistematizado, buscando opção de armamento que, efetivamente, possa atender às necessidades e especificidades do policial rodoviário federal”. 

Representantes da Smith & Wesson no Brasil afirmam, em nota, que receberam “com surpresa” a informação de que a PRF decidiu adquirir as armas sem licitação. “Estamos absolutamente convencidos de que a via eleita da inexigibilidade de licitação para aquisição das pistolas, por parte da PRF, fica longe de se amoldar aos critérios estabelecidos por lei. Estamos avaliando com os nossos parceiros comerciais a hipótese de questionar em juízo a opção da PRF”. As demais empresas citadas na reportagem não se manifestaram sobre o tema.
Correio Braziliense