Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Unb. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Unb. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 25 de março de 2016

Ministro da Justiça, o que quis enquadrar a PF - já desistiu, amarelou - debocha dos procuradores da Lava-Jato em aula na UnB e critica Supremo por ter condenado José Genoíno

Ministro da Justiça fala sobre a Lava-Jato em sala de aula e causa polêmica

Antes de tomar posse, Eugênio Aragão afirmou, na UnB, que os procuradores da Lava-Jato poderiam participar de reality show

O professor Eugênio Aragão decidiu parar de dar aula na UnB após tomar posse como ministro. Na semana passada, ele foi tema de discussão entre estudantes após comentários polêmicos sobre a Operação Lava-Jato. O docente, que leciona na universidade há 19 anos, disse que os promotores da operação poderiam participar de um reality show. Ele também afirmou que José Genoíno, ex-deputado federal pelo PT, seria inocente na condenação do mensalão. As informações são da rádio CBN.

Na última quinta-feira (24/3), ao voltar à sala de aula, Aragão chamou de "quebra de confiança" a publicação das declarações na internet e informou aos alunos que deixaria a universidade devido ao aumento da carga de trabalho após a posse como ministro. O professor sempre foi conhecido pelo tom crítico em suas aulas. "Todo mundo sabe que ele tem uma proximidade ideológica com o PT, mas sempre foi muito profissional", avalia um ex-aluno, que prefere não ser identificado.

Fonte: Correio Braziliense


 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Tem alguém querendo aparecer e não parece ser o suposto estuprador

Vítima e suposto estuprador trocam acusações nas redes sociais


Suspeito de estuprar jovem de 24 anos durante festa de réveillon e a responsável pela denúncia usam as redes sociais para se defender e trocar acusações. Advogado dele acredita que não houve crime

[somos radicalmente contrários ao estupro ou qualquer violência contra as mulheres - devemos conquistar as mulheres, o que não é dificil.
O número de mulheres é bem superior ao de homens e ainda tem um grande contingente de 'homens' fazendo concorrência as mulheres.

Defendemos que o estupro seja punido com o máximo rigor e que o estuprado preso em flagrante ou preso com provas contundentes tenha uma prisão temporária em uma cela com algumas 'pessoas de bem'... nada de ir para o chamado 'seguro'... esses companheiros 'pessoas de bem' cuidarão de aplicar a LEI DA CADEIA.
Depois da 'prisão temporária', seja julgado e condenado a uma pena entre 10 a 15 anos. No caso de reincidência, na primeira, castração química - que é reversível; da segunda em diante castração física, extirpar os testículos e jogar fora.

Mas, no presente caso sente-se no ar a sensação que a suposta vítima, do suposto estupro, desde o inicio do imbróglio tem agido de uma forma que demonstra o desejo de chamar atenção, se tornar conhecida, não segue o procedimento adequado de uma pessoa realmente estuprada.
Esse assunto deve ser investigado por todos os ângulos, já que comunicação falsa de crime é crime.
Enquanto a Polícia Civil investiga denúncia de estupro em festa de réveillon no Setor de Clubes Norte, uma batalha na opinião pública é travada entre acusadora e acusado. A história veio a público em relato da jovem de 24 anos, publicada pelo Facebook no primeiro dia do ano, com imagens de laudos e detalhes da agressão que a moça teria sofrido no estacionamento do evento. O suposto algoz, o segurança Wellington Monteiro Cardoso, deu a versão sobre o caso pela primeira vez, em entrevista ao Correio, um dia depois. “A carne é fraca. Mas foi tudo consentido”, afirmou.

Agora, os dois têm se manifestado pelo Facebook. Quando a estudante da Universidade de Brasília (UnB) contou os detalhes da agressão, Wellington tirou do ar o perfil que mantinha na rede social. Há dois dias, no entanto, ele reativou a página. E tem se concentrado em textos relacionados à sua defesa. “Peço perdão aos meus amigos, que sempre confiaram em mim. E peço perdão, principalmente a Deus, Senhor de todo o universo, e que sabe de toda a verdade e meu arrependimento”, escreveu, na noite de terça-feira.

Uma navegada pelo perfil dá algumas pistas sobre seus gostos e ídolos. A primeira postagem é uma foto da mulher do segurança, Elizângela dos Santos Monteiro, 32 anos, que aparece abraçada a flores em formato de coração, com um comentário de Wellington: “Bem casado”.

Em outra publicação, ele posta o vídeo em que o ex-governador José Roberto Arruda aparece recebendo dinheiro das mãos de Durval Barbosa, que deu origem à Operação Caixa de Pandora. Entre os políticos que parece admirar estão o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Marco Feliciano (PSC-SP). Com Bolsonaro, existe uma interação maior. Há uma compilação de entrevistas em que o parlamentar do Rio de Janeiro defende a pena de morte, critica parlamentares do PSol e ironiza direitos humanos.

Na página da jovem que o denuncia, também aparecem demonstrações de preferências e posições políticas. A deputada federal Érika Kokay (PT-DF) figura em dois vídeos. Num deles, a petista critica Bolsonaro, por supostamente ter feito apologia a estupro, num embate na Câmara dos Deputados com a deputada Maria do Rosário (PT-RS). Ontem, a jovem divulgou uma gravação em que Kokay presta solidariedade pelo ocorrido na noite do réveillon. “Estupro? Na festa de ano-novo em Brasília repete a lógica fascista de que a vítima é transformada em algoz e o algoz em vítima”, diz a deputada federal. “Nós não podemos permitir que exista essa relação de impunidade. À jovem que foi estuprada em festa na Asa Norte, nós prestamos toda a nossa solidariedade, vá em frente com toda a sua coragem!”, acrescenta, no vídeo. Na noite de ontem, a estudante da UnB postou outra mensagem: “Meu estuprador não sabe que é estuprador. Vocês ensinaram que a culpa não foi dele”.

Ilegalidade
Wellington cresceu no Setor M Norte, onde conheceu a mulher, Elizângela dos Santos Monteiro, 32. Ambos eram adolescentes quando começaram a namorar. Ela tinha 15; ele, 16. Três anos depois, se casaram. Em Taguatinga, estudou no Centro Educacional Ave Branca. Na terça-feira, em entrevista ao Correio, ela saiu em defesa do marido. “Ele preza muito pelo cuidado do outro; por isso que eu falo tanto que eu tenho certeza de que ele não cometeu o que o estão acusando”, disse. O casal tem dois filhos: uma menina de 9 anos e um menino de 5 meses.

O segurança serviu na Força Aérea Brasileira (FAB) por quatro anos. De fevereiro de 2001 a janeiro de 2005, atuou como soldado de segunda classe. A função é temporária e, a cada seis meses, pode ser renovada. No caso de Wellington, o desligamento se deu em razão da conclusão do tempo de serviço máximo estabelecido pela Lei do Serviço Militar.

Depois disso, Wellington decidiu seguir carreira na área da segurança privada. Fez quatro cursos de treinamento e, há 12 anos, abriu uma empresa do ramo, a Ello Serviços Especializados. Quatro anos após a criação da firma, passou a contar com a ajuda de Elizângela — brigadista e técnica em enfermagem — na prestação do serviço em eventos. No entanto, a Ello, responsável pela segurança na festa de réveillon, atua na clandestinidade. A companhia de vigilância não tem habilitação obrigatória da Polícia Federal. Além disso, Wellington deveria passar por uma reciclagem exigida pela corporação — um curso de um mês deve ser feito a cada dois anos —, mas não se atualiza há anos.

Investigação
O advogado Max Kolbe assumiu a defesa de Wellington Monteiro Cardoso na última terça-feira. “Para mim, trata-se de crime inexistente, pois o ato foi consentido por ambas as partes, de forma lúcida. Todo mundo estava bem ciente do que estava fazendo”, defende.
Questionado sobre a suposição de que o segurança poderia ter tirado proveito da situação de vulnerabilidade da jovem, Kolbe defende que o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) da Polícia Civil do Distrito Federal apontará se ela realmente estava alcoolizada. “Isso estará no exame, porque demora muito tempo para o álcool sair do corpo”, pondera. Laudo preliminar confirma a relação sexual entre vítima e acusado, mas não identifica sinais de violência. Segundo policiais envolvidos na investigação, isso não significa que não houve crime porque se a jovem estava alcoolizada e não reagiu, o dado mais importante é confirmar se ela estava em condições de vulnerabilidade. [essa situação de vulnerabilidade deve ser considerada com extremo cuidado; tudo indica que o laudo confirma se a pessoa estava embriagada, mas, não é possível comprovar se a embriaguez já existia durante o estupro ou se iniciou após o mesmo.
Chego lá: todo estuprador é nojento e já dissemos o castigo que devem sofrer;. mas, tem muita mulher filha da p... que por alguma razão resolve sacanear um homem e nada impede que ela arme algo do tipo: resolve se vingar de um ex-namorado, amigo, etc., ou mesmo sacanear, marca encontro com o distinto, minutos antes do encontro toma todas, ou mesmo durante o encontro, transa com o cidadão, e tudo rola antes de estar embriagada.
Depois denuncia o estupro e o laudo aponta embriaguez, comprova a suposta 'condição de vulnerabilidade' que ocorreu durante o ato sexual. Antes do mesmo estava perfeitamente lúcida. Algo a se pensar....
A conduta da estuprada deste caso só aponta para um rumo: ela quer aparecer e buscando apoio na Kokay - notória defensora de direitos humanos para bandidos - ela não melhora sua credibilidade.]
A Divisão de Comunicação da Polícia Civil (Divicom) informou, por meio de nota, que “o caso está sendo apurado pela Deam e somente no momento oportuno, de forma a não atrapalhar as investigações em curso, a delegacia irá se manifestar”.

Fonte: Correio Braziliense 

 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O apagão das universidades na Pátria Educadora

Greve de professores e servidores agrava a crise na educação e mostra o descaso do governo com as instituições de ensino publico do País, já comprometidas pelo corte nos repasses



Anta educadora procurando PÁTRIA EDUCADORA

Falta luz nas salas de aula. O número de assaltos aumentou porque seguranças foram demitidos. O lixo está entulhado depois do corte nas equipes de limpeza. Reformas estão paralisadas. O pagamento das bolsas está atrasado. Grande parte das 63 universidades federais brasileiras já enfrentou pelo menos um desses problemas algum dia. Muitas delas mantêm grandes estruturas e o dinheiro em caixa nem sempre é suficiente. Mas em 2015 essas situações não só se tornaram recorrentes como generalizadas. No discurso, a educação é uma prioridade do governo, porém a realidade mostra o contrário. Neste ano, a verba repassada para as instituições de ensino superior que recebem dinheiro do cofre federal sofreu um corte de cerca de 30%. Segundo o Ministério da Educação (MEC), em janeiro e fevereiro foram repassados o equivalente a 1/18 do valor anual, mas a partir de março as transferências teriam sido regularizadas. A informação é negada por universidades consultadas por ISTOÉ, que afirmam estar até agora recebendo repasses reduzidos. Sem dinheiro suficiente, as administrações cortaram serviços básicos e criou-se um ambiente incompatível com o aprendizado. A crise fica ainda mais pungente com o início da greve de servidores e professores na quinta-feira 28. Entre outras reivindicações relacionadas às suas carreiras, os profissionais exigem normalização dos repasses do governo. Um dos pontos cruciais para o desenvolvimento do País, a universidade federal se vê hoje imersa em dívidas e chegando ao extremo de suspender aulas e cancelar contratações, comprometendo as pesquisas e uma geração de futuros profissionais. Sem perspectiva de resolução, e com o governo se recusando a assumir a responsabilidade, fica a questão: quem pagará essa conta?

Considerada a maior do país, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é um dos casos mais emblemáticos – e dramáticos. Com 62.240 alunos, 4.036 docentes e 9,3 mil servidores, a instituição teve de suspender aulas em alguns cursos no começo de maio porque não havia serviços de limpeza e segurança. Funcionários entraram em greve por falta de pagamento e, dias depois, a situação ficou insustentável. Para a professora do Instituto de Química Glória Braz, desde a implementação do programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), a tragédia estava anunciada. “O número de alunos aumentou, mas a estrutura de apoio não acompanhou”, diz. O atraso no pagamento das bolsas-auxílio, de pesquisa, extensão e iniciação científica também deixou os estudantes apreensivos. Na segunda-feira 25 os servidores declararam greve e os alunos decidiram na quinta-feira 28 parar em apoio aos funcionários. Thainá Marinho, 19 anos, está no quinto período de Letras/Latim. “Este ano a rotina acadêmica mudou bastante. Em relação à estrutura, os banheiros ficaram imundos, com pilhas de lixo e um cheiro forte”, diz.

Em relação à estrutura e ao funcionamento das instituições, há situações similares em todo o País. Na Universidade de Brasília (UnB), o repasse mensal, que deveria ser de R$ 11 milhões, caiu para R$ 7 milhões. “Em janeiro, fevereiro e abril, a gente teria que receber um determinado valor para despesas de custeios que cobrem jardinagem, segurança, papel, luz. Recebemos um terço a menos do que o previsto. Estamos na pior situação”, afirma César Augusto Tibúrcio, decano de planejamento e orçamento. Contas de água e luz estão atrasadas e há reformas paradas. Temos um valor de despesa de custeio em torno de R$ 15 milhões. Parte disso vem do governo e parte de recursos próprios, de imóveis que administramos. Mas ainda assim não é suficiente.” A maior crítica feita por Tibúrcio é a falta de informação por parte do governo, que só definiu a programação orçamentária na sexta-feira 22, mas até agora não se pronunciou sobre quanto será repassado às universidades. Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o atraso nos salários causou uma paralisação entre funcionários da vigilância do campus. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os fornecedores também não foram pagos. “Os repasses do governo são feitos sem uma frequência ou data pré-estabelecida, o que ocasiona um descompasso no fluxo financeiro”, afirma a instituição em nota.

Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), a reitoria organizou um ato público para informar sobre os problemas gerados pelo contingenciamento de 40% nos repasses e do déficit de R$ 28 milhões referentes a 2014. Pagamentos de contas de energia elétrica e fornecedores estão comprometidos. Foram estipuladas algumas medidas para redução de custos, como corte de até 25% nos contratos de serviços terceirizados, que provoca diminuição das equipes de segurança, portaria e recepção, manutenção e limpeza. A mesma estratégia foi adotada pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o diretório central dos estudantes (DCE) tem discutido o corte no orçamento. “Seguranças foram dispensados e os assaltos aumentaram muito”, afirma Izabella Lourença, coordenadora geral do DCE. A universidade tem mais de 30 mil alunos e dois campi principais. Outro problema da UFMG é o atraso no pagamento das bolsas-auxílio. Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em um comunicado divulgado para os alunos, a entidade explica que o atraso no pagamento das bolsas se devia ao fato de o governo federal ainda não ter efetuado o repasse do orçamento. Em vez de quatro parcelas de R$ 400 por semestre, os alunos receberam só uma, sem garantia das outras três.


Foram os funcionários que puxaram a greve. Servidores de 60 universidades, segundo a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), aderiram oficialmente à paralisação que começou na quinta-feira 28. No mesmo dia, docentes de 18 instituições começaram a paralisação em 12 estados. Segundo Rolando Rubens Malvásio Junior, coordenador de administração e finanças da Fasubra, mais docentes devem suspender as aulas nos próximos dias. “Sem os servidores, tudo para: biblioteca, restaurante... Hospitais universitários funcionam somente para urgências e tratamentos continuados”, afirma. Instituições do Mato Grosso, Sergipe, Bahia, entre outros, terão aulas paralisadas por tempo indeterminado. No Rio de Janeiro, professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) também param. Na UFRJ, só servidores, como na UFMG, e alunos.

O MEC afirma que a greve só faz sentido quando estiverem esgotados os canais de negociação . “O Ministério recebeu as entidades representativas de professores e servidores nas últimas semanas, mas desde o início elas já informaram ter data marcada para a greve”, afirma, em nota. Uma das explicações para a retenção dos repasses é a necessidade de se aguardar a publicação da programação orçamentária de 2015, o que aconteceu somente na sexta-feira 22, com anúncio de corte de R$ 9,42 para a pasta da educação. Não se sabe ao certo quanto essa medida afetará as federais. Na quarta-feira 27, foram liberados R$ 7,2 bilhões como crédito suplementar a órgãos do poder executivo e às universidades federais. Esse valor, porém, não cobre a diminuição de 30% dos repasses anteriores. Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), diminuir gastos com universidades é criar um apagão intelectual. “É um enorme atraso para um momento em que queremos entrar no mundo da inovação. O futuro está no conhecimento”, diz. Em um País onde faltam serviços básicos nos mais importantes centros de ensino e pesquisa, pensar no futuro, hoje, causa mais medo do que esperança.

Colaborou Helena Borges
Foto: José Lucena/Futura Press, LULA MARQUES; Ronildo de Jesus/ Futura Press 



sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Dilma extingue o 'Pátria Educadora' com corte de 6,6 MI no orçamento da educação -

Apesar do lema ‘Pátria Educadora’, MEC é alvo de corte que pode chegar a R$ 5,6 bilhões

Valor representa montante que não poderá ser desembolsado pelo ministério, que recebeu autorização para gastar até abril R$ 10,7 bilhões

Deu no Globo 
 
No país que ostenta o slogan “Pátria Educadora”, apresentado pela presidente Dilma Rousseff no discurso de posse como lema do segundo mandato, o Ministério da Fazenda determinou um contingenciamento que pode chegar a R$ 5,6 bilhões no orçamento anual do Ministério da Educação (MEC). Calculado pela assessoria da Comissão de Orçamento da Câmara, o valor representa o montante que não poderá ser desembolsado pelo MEC, que hoje recebeu autorização para gastar até abril R$ 10,7 bilhões. O orçamento total previsto do MEC para 2015 é de R$ 37,8 bilhões, incluindo investimento e custeio. 
 Mesmo sem o contingenciamento, as universidades federais foram afetadas. Segundo estimativa da entidade que reúne as instituições federais, a Andifes, cerca de 30% dos recursos de custeio (como material de consumo e manutenção) que o MEC repassa mensalmente às instituições têm sido retidos. O bloqueio foi estabelecido em decreto de janeiro, o qual prevê que as parcelas transferidas devem ser no valor de 1/18 do total previsto para o ano, e não 1/12, o usual, até que Congresso aprove o Orçamento de 2015.

A redução das verbas já afeta o dia a dia dessas instituições, com suspensão de pagamento a terceirizados, cancelamentos de participação em congressos e paralisação de obras. Na Universidade de Brasília (UnB), o arrocho paralisou uma obra no campus de Planaltina. Em janeiro e fevereiro, instituição deixou de receber R$ 8 milhões para custeio.
A gente não consegue ficar só com 1/18. Até agora, conseguimos administrar, mas daqui a pouco teremos problemas — diz César Tibúrcio Silva, decano de Planejamento e Orçamento da UnB.

(...) 
 
INICIAÇÃO CIENTÍFICA TAMBÉM SOFRE CORTES

O MEC ainda cortou 64,6% (7.109) das 11 mil bolsas previstas para a edição deste ano do programa Jovens Talentos para Ciência — um corte de R$ 34,1 milhões. O resultado das candidaturas homologadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) foi divulgado ontem. O programa se destina a estudantes de graduação e visa a incentivar a iniciação científica.

Segundo o governo, foram aprovados “estudantes que alcançaram nota igual ou superior a 60 no processo seletivo”. O edital do ano passado incluía a regra sobre a nota mínima, mas o deste ano, não. A Capes alega que o número de vagas preenchidas está de acordo com o edital, que fala na concessão de até 11 mil vagas, e não no preenchimento de todas. Porém, não explicou por que usou um critério de corte não previsto no edital deste ano.



sábado, 21 de fevereiro de 2015

Pátria Educadora - Práticas do governo Dilma desmente o discurso e prejudica milhões de estudantes

Cadê a "Pátria Educadora"?

Primeiros atos do governo Dilma mostram que o discurso da posse, que elegeu a educação como prioridade, está muito longe da realidade. Do ensino básico ao superior, o setor está em crise e as medidas tomadas pelo governo prejudicam ainda mais o estudante

"Só a educação liberta um povo e lhe abre as portas de um futuro próspero”, cravou Dilma Rousseff em seu discurso de posse, em 1º de janeiro. A presidente justificou a alcunha de “pátria educadora” dada ao País nesse dia ao afirmar que “democratizar o conhecimento significa universalizar o acesso a um ensino de qualidade em todos os níveis, da creche à pós-graduação”. Palavras de impacto e com o aval de todos os brasileiros. Afinal, quem ousaria dizer que essa não é uma das áreas mais importantes para o desenvolvimento econômico e social de um povo? Mas medidas tomadas pelo governo mostram que ele está seguindo na direção oposta das palavras que abriram o segundo mandato da presidente eleita. Da educação básica ao ensino superior, sem distinção, todos os níveis apresentam graves problemas. Recentes mudanças no Programa de Financiamento Estudantil (Fies), por exemplo, podem deixar alunos fora do ensino superior.

O corte orçamentário fará com que sejam subtraídos cerca de R$ 7 bilhões dos gastos do Ministério da Educação neste ano, o maior bloqueio entre todas as pastas. Além disso, estudos mostram que a educação básica, que deveria dar sinais de avanço, apresenta desaceleração nos níveis de aprendizado. Levando-se em conta que não se passaram nem dois meses do início de 2015, é impossível não fazer a pergunta: onde está a pátria educadora?

O caso mais emblemático é o do Fies, programa pelo qual o governo banca a mensalidade dos estudantes. A dívida é paga após a formatura com juros camaradas. No final de 2014, o governo estabeleceu algumas mudanças, entre elas a de que só seriam mantidas no programa as instituições de ensino superior que tivessem teto de reajuste da mensalidade até 4,5%. Depois de negociações com entidades do setor e reclamações de alunos, a taxa subiu para 6,4%, o índice da inflação. Ainda assim, muitos estudantes correm o risco de deixar seus cursos porque suas universidades tiveram aumento maior do que esse percentual.  Segundo a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES), apenas 280 mil do 1,9 milhão de contratos haviam sido renovados até a sexta-feira 13.  

Procurado, o Ministério da Educação não explicou por que o percentual foi estabelecido, mesmo com a reclamação das universidades sobre a liberdade de mercado para que cada uma possa estipular o reajuste necessário. Para o professor de políticas públicas Fernando Schuler, do Insper, o fato de o programa ser do governo lhe dá o direito de colocar essa regra, mas não de uma hora para outra, como foi feito. “O planejamento financeiro das instituições é fechado com muita antecedência. Educação não é resolvida a curto prazo”, diz. “Além disso, o argumento para chegar a esse número é de que ele corresponde à inflação. Mas na precificação do ensino superior há inúmeras variáveis, como reajuste de salário dos professores, que não segue a mesma lógica.” 

(...)


Somente de 2012 para 2013, o número total de matriculados pelo Fies em instituições particulares aumentou 100% de 11% para 21%, segundo dados de 2013 da consultoria Hoper Educação. Até 2010, quando as regras do programa mudaram e os financiamentos dispararam, o índice de inadimplência nas escolas particulares era de 9,58%, tendo caído para 8,46% um ano depois. Há um grande envolvimento das instituições de ensino com o Fies. Muitas podem perder alunos e ter prejuízos econômicos com as mudanças. 

“Há muitas universidades com um número alto de usuários do financiamento, mais de 80%”, afirma Romário Davel, consultor da Hoper. A perspectiva do diretor-executivo da ABMES, Sólon Caldas, é de que as faculdades vão se adequar a essa taxa. “A concepção do programa é muito focada na inclusão social e as escolas estão comprometidas com isso”, diz. Quem atrapalha é o governo. Também aluna de psicologia, Ohara de Souza Coca, 25 anos, cursa o quinto e último ano na Faculdade São Judas, em São Paulo, e passa pela aflição de não saber se vai conseguir concluir a faculdade, já que sua mensalidade passou por um reajuste de 8%. “A falta de informações tem causado grande preocupação. Enquanto isso não for resolvido, há o medo de que tenha de deixar os estudos a qualquer momento”, diz. “Não escolhi o Fies por ser cômodo, mas por ser a grande possibilidade de conseguir estudar.” 

(...) 

Universidades públicas também devem sofrer com a diminuição de repasses, segundo especialistas. “Não há a menor dúvida de que a crise vá impactar negativamente o ensino superior, que é uma área dispendiosa para o governo”, afirma o professor Renato Hyuda de Luna Pedrosa, coordenador do laboratório de estudos em educação superior da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para algumas, o corte nos repasses já é uma realidade. 

Na Universidade de Brasília (UnB), por exemplo, dos R$ 11 milhões que deveria receber este ano, foram transferidos R$ 7 milhões, cerca de 30% a menos. A instituição, no entanto, afirma que ainda assim conseguiu manter as contas em dia. Devem ser adiadas melhorias em infraestrutura, contratação de novos professores, propostas de qualificação, aberturas de novos cursos e linhas de pesquisas. “O maior prejuízo é a perda da expectativa em relação ao acesso à educação, principalmente a superior. Uma das boas coisas que aconteceram no Brasil foi esse sonho concretizado de se conseguir um diploma”, afirma o senador Cristovam Buarque. “A cada ano ficava mais fácil entrar na universidade. Em 2015, parece que vai acontecer o contrário.” Que o diga a caloura do curso de enfermagem da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (SP) Bruna Santoni Silva, 21 anos. Dependente do Fies para começar o curso, ela pode não conseguir validar o contrato com o programa, que abre para novos alunos no dia 23, porque sua faculdade teve reajuste de 9%. “Falei com a universidade, mas eles não têm nenhuma posição sobre o assunto. Só me resta esperar, sabendo que meus estudos e meu futuro profissional estão em jogo. Aliás, não só o meu, mas de milhões de estudantes de nosso país.”  

Cadê a pátria educadora?  

Fonte: Revista IstoÉ 

Fotos: Montagem sobre foto, Rafael Hupsel; WASHINGTON ALVES/ESTADãO CONTEÚDO,Pedro Ladeira/Folhapress; Elza Fiúza/Agência Brasil; Wellington Cerqueira/Ag. Istoé