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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Jantar de inúteis, muitos ladrões [quase todos] = perfeitamente dispensável

O Globo - Lauro Jardim

Um jantar de Lula com Renan, Sarney, Jader, Eunício, Lobão...

Lula vai se reunir na noite de quarta-feira que vem com senadores e ex-senadores do MDB, uma turma que foi aliada aos governos dele próprio e de Dilma Rousseff.

O petista ligou dias atrás para Eunício Oliveira e pediu que o ex-presidente do Senado organizasse em sua casa em Brasília um jantar com alguns figurões do partido. Pedido feito, pedido aceito. Eunício tratou de convidar Renan Calheiros, Jader Barbalho, José Sarney, Edson Lobão e Venezianio Vital do Rego. Outros emedebistas, como o deputado Raul Henry e o governador Ibaneis Rocha, também estarão presentes. 

Alexandre Garcia e a Jovem Pan

Alexandre Garcia

Demitido na sexta-feira passada da CNN, Alexandre Garcia está negociando seu ingresso na Jovem Pan. [deixando bem claro que Alexandre Garcia não estará no jantar das nulidades.]

Lauro Jardim, colunista - O Globo

 

O jantar de 3 horas em SP entre Moro, Doria e Mandetta

[mais inúteis famintos por atenção e holofotes - pena que poluam o ambiente onde conspiram.] 

Sergio Moro se reuniu, na noite desta quarta-feira, com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM). O jantar durou cerca de três horas e aconteceu em São Paulo. Entre os temas debatidos pelo trio estava a defesa da democracia e a construção de uma alternativa a Bolsonaro e Lula na eleição de 2022.

Moro, que atualmente mora nos Estados Unidos, está no Brasil para uma série de conversas sobre seu futuro político. O ex-juiz se comprometeu com lideranças do Podemos, partido que pretende lançar sua candidatura à presidência, a responder até novembro se aceita a empreitada. Se optar por não concorrer, tem dito que ajudará na construção de uma terceira via no país.

Doria enfrenta também em novembro as prévias tucanas contra o governador gaúcho Eduardo Leite. O vencedor será o nome do PSDB que vai concorrer à presidência. Mandetta se articula para ser candidato ao Palácio do Planalto em 2022, mas tem mostrado disposição para compor com outras lideranças para fortalecer uma alternativa à polarização. 

Bela Megale, colunista - O Globo


quinta-feira, 3 de março de 2016

A delação de Delcídio



Delcidio conta tudo
Revelações do senador à força-tarefa da Lava Jato, obtidas por ISTOÉ, complicam de vez a situação da presidente Dilma e comprometem Lula
Pouco antes de deixar a prisão, no dia 19 de fevereiro, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) fez um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato. ISTOÉ teve acesso às revelações feitas pelo senador. Ocupam cerca de 400 páginas e formam o mais explosivo relato até agora revelado sobre o maior esquema de corrupção no Brasile outros escândalos que abalaram a República, como o mensalão.  

Com extraordinária riqueza de detalhes, o senador descreveu a ação decisiva da presidente Dilma Rousseff para manter na estatal os diretores comprometidos com o esquema do Petrolão e demonstrou que, do Palácio do Planalto, a presidente usou seu poder para evitar a punição de corruptos e corruptores, nomeando para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) um ministro que se comprometeu a votar pela soltura de empreiteiros já denunciados pela Lava Jato. 

O senador Delcídio também afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha pleno conhecimento do propinoduto instalado na Petrobras e agiu direta e pessoalmente para barrar as investigações - inclusive sendo o mandante do pagamento de dinheiro para tentar comprar o silêncio de testemunhas. O relato de Delcídio é devastador e complica de vez Dilma e Lula, pois trata-se de uma narrativa de quem não só testemunhou e esteve presente nas reuniões em que decisões nada republicanas foram tomadas, como participou ativamente de ilegalidades ali combinadas –a mando de Dilma e Lula, segundo ele. 

Nos próximos dias, o ministro Teori Zavascki decidirá se homologa ou não a delação. O acordo só não foi sacramentado até agora por conta de uma cláusula de confidencialidade de seis meses exigida por Delcídio. Apesar de avalizada por procuradores da Lava Jato, a condição imposta pelo petista não foi aceita por Zavascki, que devolveu o processo à Procuradoria-Geral da República e concedeu um prazo até a próxima semana para exclusão da exigência. Para o senador, os seis meses eram o tempo necessário para ele conseguir escapar de um processo de cassação no Conselho de Ética do Senado. Agora, seus planos parecem comprometidos. 

As preocupações de Delcídio fazem sentido. Sobretudo porque suas revelações implicaram colegas de Senado, deputados, até da oposição, e têm potencial para apressar o processo de impeachment de Dilma no Congresso. O que ele revelou sobre a presidente é gravíssimo. Segundo Delcídio, Dilma tentou por três ocasiões interferir na Lava Jato, com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou Delcídio na delação. 

A ação de uma presidente da República no sentido de nomear de um ministro para um tribunal superior em troca do seu compromisso de votar pela soltura de presos envolvidos num esquema de corrupção é inacreditável pela ousadia e presunção da impunidade. E joga por terra todo seu discurso de “liberdade de atuação da Lava Jato”, repetido como um mantra na campanha eleitoral. Só essa atitude tem potencial para ensejar um novo processo de impeachment contra ela por crime de responsabilidade.