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domingo, 11 de junho de 2023

STF põe fim ao crime de corrupção no Brasil com ‘descondenação’ - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Mais interessante que tudo, para os ladrões, é a jurisprudência criada pela Justiça: se roubar era lícito ontem, também tem de ser lícito hoje ou amanhã

O Brasil dos três últimos anos, ou pouco mais que isso, transformou-se decididamente num assombro. 
Poucos países do mundo têm uma vida pública tão corrupta – não porque alguém acha que é assim, mas pelo espetacular acúmulo de provas materiais da corrupção que foi praticada. É como uma fotografia de alta resolução, que mesmo as nações mais experientes e bem equipadas no combate ao roubo do erário teriam dificuldade de obter.
 
Há confissões dos corruptos, ativos e passivos, feitas com a assistência de seus advogados.  
Há delações entre eles, em cima de fatos comprovados. 
Há, mais do que tudo, a devolução voluntária de dinheiro roubado por parte dos acusados. 
É coisa jamais vista antes, em matéria de prova: quem devolveria milhões que não roubou? 
 Mas com tudo isso, e mais ainda, não há no Brasil um único preso por corrupção – salvo em algum caso de bala perdida com um ou outro infeliz da arraia miúda. Ou seja: tecnicamente o Brasil é um país sem nenhum corrupto. Sensacional, não é?
Quem deixou as coisas assim foi o sistema Judiciário brasileiro – nosso STF, seguido naturalmente pelo resto da máquina judicial, eliminou a corrupção no Brasil eliminando as condenações dos corruptos. 
O passo inicial desta nova era foi o veto às prisões de condenados em segunda instância; seu efeito principal foi tirar o presidente Lula da cadeia, onde cumpria pena pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 
A partir daí, derrubaram todas as comportas. 
As ações penais contra Lula foram anuladas, com a estreia da “descondenação” no direito brasileiro.
 
A Operação Lava Jato foi eliminada com uma explosão nuclear; não sobrou, ali, nenhuma forma de vida. 
Um a um, os condenados por corrupção foram sendo absolvidos e soltos da prisão – mesmo réus confessos com 400 anos de cadeia nas costas, como o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. 
Virou uma espécie de princípio jurídico. O sujeito é acusado de corrupção? Então está automaticamente absolvido na Justiça brasileirae caso já tenha sido condenado, a condenação não vale mais.

Ultimamente o Ministério Público se juntou a esse esforço nacional para eliminar os crimes de ladroagem inventou a “desistência” da acusação, novidade pela qual o promotor denuncia o ladrão, mas depois diz ao juiz que não quer denunciar mais. É a “desdenúncia”. 

Mais interessante que tudo, para os ladrões, é a jurisprudência criada pela Justiça: se roubar era lícito ontem, também tem de ser lícito hoje ou amanhã. 
Que juiz ou promotor vai ser louco de levar adiante uma ação penal contra Lula, ou quem tenha a sua bênção? 
Corre o risco de ser preso no ato.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo


terça-feira, 22 de novembro de 2022

Militares estão lenientes com os atos antidemocráticos - O Globo


quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Seis meses de gritaria na CPI, para isso?CPI não entregou nada além de gritaria - O Estado de S. Paulo

 J. R. Guzzo

Comissão, prometeu, durante meses a fio, que ia provar ladroagem grossa. Não entregou nada no relatório final

Tem até 'crime contra a humanidade' no relatório de Renan Calheiros, mas de roubo mesmo, que é bom, nada [talvez tenha sido uma questão geográfica = os ladrões estavam de qual lado?]
 
À primeira vista, parece que há algum engano. À segunda vista também. Mas o fato é que a “CPI da Covid”, desde abril último o tema número um do noticiário nacional, do ambiente político e das forças que não suportam a existência física do governo Bolsonaro, chegou ao seu fim sem saber de quais crimes, exatamente, acusar o presidente da República. 
Mas os acusadores não tiveram seis meses, milhões de reais de dinheiro público e poderes de Corte Suprema para fazer justamente isso? 
Tiveram, mas não foram capazes de atingir nem esta nota mínima de competência.
Ao fim, após torturadas idas e vindas de última hora, acabaram tirando da acusação o crime de “genocídio” o mais patético da lista, algo que não seria levado a sério nem num centro acadêmico de faculdade de Direito. Como assim, “genocídio”, se isso é expressamente definido na lei brasileira como a ação cometida, deliberadamente, para destruir “grupo nacional, étnico, racial ou religioso”? Se nem sobre uma barbaridade dessas os inquisidores conseguiram se entender, é óbvio que nada de bom se pode esperar do resto.
 
Bolsonaro é acusado, por exemplo, do crime de “epidemia” — que consiste, segundo está escrito da maneira mais clara possível no artigo 267 do Código Penal Brasileiro, em “causar epidemia mediante a propagação de germes patogênicos”. 
O presidente da República pode ser um monstro incontrolável, como sustenta a CPI, mas não foi ele, realmente, quem trouxe o coronavírus para o Brasil, ou espalhou o bicho por aí. 
Citam-se, também, os delitos de falta de planejamento, distribuição de cloroquina e até, quem diria, crimes contra a humanidade
Estaria a CPI, nesse caso, acusando Bolsonaro de provocar mortes na Suécia ou na Mongólia Exterior? A conferir.
 
O relatório final da CPI, que na verdade não é exatamente final, ao longo de 1.000 páginas — isso mesmo, 1.000 páginas —, acusa o presidente de nove crimes diferentes; outras 66 também pessoas são denunciadas. 
Mas não aparece, em todo esse tremendo papelório, um único crime de corrupção — que é sempre o começo, meio e fim de qualquer investigação que se preze, em qualquer época, sobre qualquer governo. A
 CPI prometeu, durante meses a fio, que ia provar ladroagem grossa. Não entregou nada — nem tentou incluir, na base do chute, alguma acusação de roubalheira nos nove crimes que imputa a Bolsonaro. Tem até “crime contra a humanidade”, mas de roubo mesmo, que é bom, nada. Seis meses de gritaria, para isso? É pouco.
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
 

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Jantar de inúteis, muitos ladrões [quase todos] = perfeitamente dispensável

O Globo - Lauro Jardim

Um jantar de Lula com Renan, Sarney, Jader, Eunício, Lobão...

Lula vai se reunir na noite de quarta-feira que vem com senadores e ex-senadores do MDB, uma turma que foi aliada aos governos dele próprio e de Dilma Rousseff.

O petista ligou dias atrás para Eunício Oliveira e pediu que o ex-presidente do Senado organizasse em sua casa em Brasília um jantar com alguns figurões do partido. Pedido feito, pedido aceito. Eunício tratou de convidar Renan Calheiros, Jader Barbalho, José Sarney, Edson Lobão e Venezianio Vital do Rego. Outros emedebistas, como o deputado Raul Henry e o governador Ibaneis Rocha, também estarão presentes. 

Alexandre Garcia e a Jovem Pan

Alexandre Garcia

Demitido na sexta-feira passada da CNN, Alexandre Garcia está negociando seu ingresso na Jovem Pan. [deixando bem claro que Alexandre Garcia não estará no jantar das nulidades.]

Lauro Jardim, colunista - O Globo

 

O jantar de 3 horas em SP entre Moro, Doria e Mandetta

[mais inúteis famintos por atenção e holofotes - pena que poluam o ambiente onde conspiram.] 

Sergio Moro se reuniu, na noite desta quarta-feira, com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM). O jantar durou cerca de três horas e aconteceu em São Paulo. Entre os temas debatidos pelo trio estava a defesa da democracia e a construção de uma alternativa a Bolsonaro e Lula na eleição de 2022.

Moro, que atualmente mora nos Estados Unidos, está no Brasil para uma série de conversas sobre seu futuro político. O ex-juiz se comprometeu com lideranças do Podemos, partido que pretende lançar sua candidatura à presidência, a responder até novembro se aceita a empreitada. Se optar por não concorrer, tem dito que ajudará na construção de uma terceira via no país.

Doria enfrenta também em novembro as prévias tucanas contra o governador gaúcho Eduardo Leite. O vencedor será o nome do PSDB que vai concorrer à presidência. Mandetta se articula para ser candidato ao Palácio do Planalto em 2022, mas tem mostrado disposição para compor com outras lideranças para fortalecer uma alternativa à polarização. 

Bela Megale, colunista - O Globo


sábado, 27 de março de 2021

Ladrões realizam o maior roubo de vacinas do país - Maquiavel

Veja - Tatiana Farah

Ação ocorreu na quarta-feira, 24, na Zona Sul de São Paulo. Na fuga, a dupla de assaltantes levou 98 doses dentro de uma pochete

A polícia de São Paulo tenta avançar na investigação relacionada ao maior roubo já registrado até aqui no país de vacinas contra a Covid. O caso ocorreu na quarta-feira, 24, quando os ladrões levaram 98 doses da UBS Vila Império II, em Americanópolis, Zona Sul da capital paulista. Uma das principais pistas para se chegar aos bandidos é um conjunto de vídeos. A partir dessas imagens, os agentes tentam estabelecer a rota de fuga da dupla de criminosos em uma moto. Pelo estudo do trajeto, que evitou vias de grande circulação, o delegado José  Ademar de Souza, titular do 43.o DP, avalia que os criminosos podem ser da própria vizinhança. Segundo ele, outras características da ação afastam, a hipótese de o roubo ter sido feito por alguma quadrilha especializada ou pelo crime organizado. “Havia um lote de vacinas, mas o ladrão levou alguns frascos. Ele sequer tinha como transportar as vacinas. Usava apenas uma pochete. Chegou na sala de vacinação, fez uma pergunta à funcionária sobre quem poderia ser vacinado. Quando ela começou a responder, ele mostrou a arma e mandou que lhe desse as vacinas. Depois saiu da sala e só foi abordado por um porteiro, desarmado. Mostrou a arma ao porteiro e fugiu, subindo em uma moto. Se fosse uma estratégia de roubo de vacinas para venda, ele teria levado muito mais”, afirma o delegado.

A funcionária que foi abordada pelo ladrão ficará até segunda-feira em casa, recuperando-se do susto. O delegado afirmou ser impossível colocar uma viatura em cada posto de vacinação do estado, já que só na capital são mais de 400 locais desse tipo. A vigilância, no entanto, foi ampliada na maioria dos municípios. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado, mais 4 000 policiais foram colocados nas ruas, tanto para a segurança das vacinas quanto para a fiscalização das medidas sanitárias. “O ladrão que rouba um posto de saúde, uma escola, uma creche, está roubando dos próprios vizinhos, está roubando a vacina da avó do amigo dele no bairro”, diz o delegado, para quem mesmo o crime estabelecido na região se ressente desse tipo de comportamento. “Eu achei que seria mais fácil chegar aos autores, mas neste momento ainda não localizamos os ladrões. O ladrão que entrou no posto de saúde colocou a mão na mesa e deixou digitais. Estamos investigando isso”, afirma o delegado. Para ele, pela falta de acondicionamento correto, essas doses podem ter sido até inviabilizadas. “Ele colocou tudo numa pochete, estava calor. Essas vacinas podem ter sido perdidas ou mesmo fazer mal para quem tomar.”

                                   Roubo de Vacinas - vídeo 1/4

 

Confira a seguir os demais vídeos da fuga dos ladrões de vacinas.

Maquiavel - Blog em Veja

 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Moro será homem de sorte se não acabar preso - Vozes

JR Guzzo

Fim da Lava Jato

Depois de sete anos de trabalhos, a força-tarefa da Lava Jato de Curitiba foi encerrada pelo procurador-geral Augusto Aras.

Durante sete anos, o Brasil não foi o Brasil. Esteve em operação, ao longo desse tempo, a Lava Jato – e a Operação Lava Jato era exatamente o contrário da política brasileira como ela sempre foi. No Brasil da Lava Jato os políticos e os demais corruptos, de todo porte e espécie, se arriscavam a ir para a cadeia. Foram presos um ex-presidente da República, o dono da maior empresa de obras públicas do país, governadores de Estado, um ex-presidente da Câmara dos Deputados e por aí afora. Os próprios ladrões se comprometeram a devolver aos cofres públicos R$ 15 bilhões da montanha de dinheiro que tinham roubado.

Em qualquer país sério é precisamente assim que as coisas se passam; lei é lei, e tem de ser aplicada para todos. Só que o Brasil não é assim. A vida pública, na verdade, é o contrário disso. A Lava Jato, enquanto durou, refletiu um país que não existe. Nada mais natural, assim, que ele voltasse à sua verdadeira natureza. É o que acaba de acontecer, oficialmente, com a dissolução formal da operação toda, por ordem de ninguém menos que o próprio procurador-geral da República Aí sim. Eis, enfim, o Brasil de novo sendo como o Brasil realmente é: o chefe dos investigadores decide que é proibido investigar.

A Lava Jato sempre foi a principal inimiga dos que mandam no Brasil: gente da política e do governo, seus parentes e amigos, empreiteiros de obras, fornecedores do Estado, donos de empresas estatais, altos barões do Judiciário e empresários que vivem do Tesouro Nacional. Seu grande objetivo na vida, nesses sete anos, foi acabar com a Lava Jato; todos, nesse bonde, têm um sistema natural de rejeição à honestidade.

No começo, com medo do imenso apoio popular às novas regras, o mundo oficial fingiu que apoiava a operação. Depois, com o tempo, passaram a aparecer queixas de que estaria havendo “exageros” nas investigações e sentenças contra os corruptos. Mais um pouco, as reclamações viraram uma guerra aberta e sem quartel;  
a Lava Jato, no fim, estava sendo acusada em pleno Supremo Tribunal Federal de criar “um regime de exceção” no país, a “República de Curitiba”.

Foi um momento de exceção, de fato: pela primeira vez em sua história, possivelmente, a Justiça e o aparelho de Estado brasileiros consideraram que roubar dinheiro público era ilegal. Assim que foi possível voltar à vida de sempre, naturalmente, eles voltaram: enterrar a Lava Jato sempre foi o objetivo número 1 das elites brasileiras, seja no governo Lula-Dilma, seja no governo Temer, seja no governo Bolsonaro – a cujo procurador-geral, no fim, coube a grande honra de dar o tiro de misericórdia.

Do jeito que vão as coisas, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, será um homem de sorte se não acabar preso.[além de eventuais ilícitos que pode ter cometido na condução da Lava Jato, o ex-juiz cometeu delitos outros, entre eles o de denunciação caluniosa contra o presidente da República.]

Leia também:  Essas carreatas só provaram que, até agora, ninguém quer impeachment nenhum

J R Guzzo, jornalista - Gazeta do Povo - VOZES  

 

terça-feira, 7 de julho de 2020

Liberdade de expressão - J.R. Guzzo


10 questões para você entender a gravidade do projeto das fake news

[senhores senadores: fica a impressão que os senhores fizeram bobagem e das grandes.]
A seguir um teste simples, que não requer prática nem habilidade para ser respondido, sobre o que realmente vale o projeto de lei das “fake news” que o Senado acaba de aprovar por 44 votos, num total de 81 possíveis:
1) Qual o delito, além da calúnia, da difamação e da injúria, que alguém pode cometer utilizando a liberdade de expressão?

2) Se esses três são os únicos crimes possíveis, e todos já estão previstos no Código Penal Brasileiro, com penas de multa, prisão ou reclusão para os infratores que a Justiça considerar culpados, por que é preciso fazer uma nova lei sobre o assunto?

3) A lei pretende punir as mentiras contadas nas redes sociais, mas nada  prevê em relação às mentiras ditas nas demais atividades humanas. Quer dizer que é proibido mentir na internet, mas é permitido mentir na primeira página do jornal, no horário nobre da TV ou num discurso qualquer?

4) A lei pretende regular as redes sociais com “mais de 2 milhões de usuários”. E numa rede que tenha, por exemplo, 1.999.999 usuários, vale tudo?

Quem matou mais: Hitler, Mao ou Stalin?

5) Você acredita na honestidade dos membros do “Conselho” que a lei quer criar para decidir o que está certo e o que está errado nas afirmações e mensagens transmitidas nas redes sociais? Uma pista: senadores e deputados federais farão parte desse “Conselho”.

6) Segundo as pretensões da nova lei, tudo o que as pessoas disserem ou escreverem no celular, até no seu grupo de zap, poderá ser rastreado e armazenado num depósito eletrônico qualquer gerido pelas “autoridades”. Qual a garantia de que nenhuma das coisas que você disse será utilizada em benefício próprio de quem gravou?

7) Por que motivo todos os senadores atualmente acusados de corrupção votaram a favor do projeto?

8) Por que o PT, os ministros do STF que mandam soltar ladrões e todos os que estão na boca do povo apoiam a repressão às “fake news”?

9) Um dos princípios fundamentais do Direito brasileiro (e do resto do mundo onde vigora algum tipo de lei) diz que não pode haver punição sem prévia cominação legal – ou seja, é preciso estar escrito em algum lugar o que, exatamente, tem de ser punido. Em que ponto a lei aprovada diz com clareza o que entende como “mentira”?

10) A propósito: alguém é realmente capaz de definir o que é “verdade” para pode dizer o que é mentira?
O teste poderia ter mais dezenas de perguntas. Mas já está bom assim, não é mesmo?

J.R.Guzzo, jornalista  - Gazeta do Povo -Vozes


segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Estes seis pecados ficaram “fora de moda”...

…mas nem por isso deixaram de ser pecado. Pior: justamente por ninguém mais colocar o dedo nessas feridas, estes males não são combatidos e persistem tranquilamente impunes em nossa época”.

“Um catálogo de pecados descatalogados. Parece até um trava-língua; mas, lendo o que vem a seguir, você entenderá a expressão.

Declaratio terminorum, “esclarecimento dos termos”. Catálogo (do latim catalogus, e do grego katálogos): é uma relação ordenada de objetos (livros, documentos etc.) que estão relacionados entre si. Descatalogar: tirar objetos que faziam parte de um catálogo. Neste sentido, é possível falar, por exemplo, de um catálogo de pecados


[IMPORTANTE: O Blog Prontidão Total é uma publicação especialmente política;
Mas, vez ou outra entramos em assuntos religiosos. Isso raramente ocorre e quando acontece é que no nosso entendimento a postagem além do valor religioso pode ser útil no dia a dia.
Encontramos a matéria que segue e apresentamos uma transcrição.
Alem de link da fonte ao final da transcrição, lembramos que algumas citações constam da Biblia Sagrada, constando o livro, capítulo e versículos.
Boa leitura.] 


Já na doutrina de Cristo nós encontramos catálogos de pecados, e desses alguns podem ser leves e outros, mortais, ou seja, que separam o homem da união com Deus, fonte da vida, e que podem conduzir à condenação eterna. No Novo Testamento encontramos mais de vinte listas de pecados, algumas nos evangelhos sinóticos, ou seja, no próprio ensinamento de Cristo: “É do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades, fraudes, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e insensatez ( Mt 15, 19-20 Mc 17, 21-22;) em mencionam-se sete). Na parábola do publicano citam-se três: “ladrões, injustos, adúlteros” (Lc 18, 11). E de outros pecados concretos falam as parábolas da cizânia, do rico epulão, do homem avaro, do servo infiel, do juízo final, do escândalo etc.


Também nos escritos dos Apóstolos se formulam catálogos de pecados, sobretudo em São Paulo. A lista mais completa e impressionante encontra-se na Carta aos Romanos (cf. 1, 24-32), onde achamos denunciado, de maneira muito especial, o nefando pecado da união homossexual entre homens ou entre mulheres (cf. 1, 26-28). Outra lista enumera:Nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus (1Cor 6, 9-10). “Com tais indivíduos nem sequer deveis comer… Tirai o perverso de vosso meio” (1Cor 5, 11.13).

Deve haver, portanto, na consciência dos discípulos de Jesus um sentido bem vivo do pecado, que nunca considere o mal como bem; que descubra inclusive os pecados internos, e não somente os que se manifestam em obras externas (“Todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração”, Mt 5, 28); e que leve em conta não somente os pecados de comissão, mas também os de omissão (as virgens néscias, cf. Mt 25, 11-13; o servo que não faz render os seus talentos, 25, 27-29; o juízo final, que indica as obras de caridade necessárias e não realizadas, 25, 41-46) etc.
Três observações prévias.
Primeiro,
um pecado torna-se descatalogado, mais ou menos, quando se dão estes sinais:

  1. Quando a pregação deixa de falar de uma certa virtude e de assinalar os pecados que lhe são contrários.
  2. Quando o pecado se tornou de tal modo generalizado que chega a ser visto como algo “normal”, que não mais pesa na consciência.
  3. Quando já é um pecado que não costuma ser acusado no sacramento da Confissão, nem mesmo pelos poucos cristãos praticantes que continuam se confessando, ou porque não o consideram relevante ou porque ignoram na prática sua pecaminosidade, ainda que às vezes tenham dele algum conhecimento doutrinal. 
(...)

— O afastamento crônico da Missa dominical tornou-se um pecado descatalogado. O terceiro mandamento da lei de Deus ordena que seja dado, em privado e em público, um culto de louvor, adoração e ação de graças a Deus. Esta obrigação é muito grave, porque a Igreja existe para a glória de Deus. Por isso, os cristãos não praticantes são pecadores públicos. Não há vida cristã se não há vida eucarística, já que, como em vários textos afirma o Concílio Vaticano II, a Eucaristia é a fonte e o ápice da vida cristã.

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Site do Padre Paulo Ricardo


terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Feliz Ano Novo, Brasil! [Feliz Governo, presidente Bolsonaro!]

Feliz Ano Novo, Brasil! 

Bolsonaro foi eleito com 39,2% dos votos, mas precisa governar para 100% dos brasileiros


Se 2018 foi um ano peculiaríssimo, de muita polarização e grandes emoções, 2019 será um ano tenso, com muita coisa por fazer e grandes interrogações, mas a maioria vitoriosa torce para dar certo, boa parte dos derrotados ou alheios também e, por enquanto, só a minoria da minoria esfrega as mãos para dar errado. [óbvio que a corja esquerdista, os malditos lulopetistas, adeptos da teoria 'quanto pior, melhor.]

Uma coisa é ser contra o governo Jair Bolsonaro, que toma posse hoje depois de eleito legitimamente pelas urnas. Outra, muito diferente, é torcer e trabalhar para dar tudo errado, o governo implodir, a economia explodir, o mau humor se generalizar. Quem pode lucrar com isso? Absolutamente ninguém, nem a oposição.

Goste-se ou não, Bolsonaro venceu e está nas mãos dele aprofundar a recuperação da economia, abrir perspectivas, investimentos e empregos, reprimir a corrupção, distribuir renda e fazer o Estado funcionar como Estado e a iniciativa privada, como iniciativa privada. Disso tudo depende o bem-estar dos brasileiros. Dos 147,3 milhões de eleitores, 57,7 milhões [55,3% dos votos válidos] votaram no novo presidente e [47.040.906 votaram no candidato petista = 44,87% dos votos válidos.] 
Assim como seus opositores têm de reconhecer a sua legitimidade. 
(...) 


 A posse será animada e festiva, como sempre, mas o esquema de segurança será particularmente rigoroso, cheio de limitações. Faltar guarda-chuva e carrinho de bebê é curioso e limitante, principalmente na época chuvosa de Brasília,  
[qualquer consultor técnico de segurança tem condições de explicar de forma verdadeira e convincente as razões que tornam conveniente a não admissão de guarda-chuva e carrinho de bebê;

mesmo um leigo há de concordar que no caso de tumulto vai ser bem  complicado sair do local  do conflito com um carrinho de bebê - exceto se dentro do carrinho de bebê tenha um boneco cheio de explosivo (uma corja que, quando no governo, deu asilo a um terrorista especializado em incendiar seres humanos, é perfeitamente capaz de colocar uma criança de verdade, um ser humano, em um carrinho ao lado de um boneco cheio de explosivos  (confira aqui -Achille Lollo: Quem é o italiano condenado por queimar duas crianças até a morte que fugiu para o Brasil?

Bolsonaro assume com a força do voto, mas particularmente da classe média alta, de parte das corporações, do agronegócio e... das denominações evangélicas. É importante registrar, de outro lado, o clima de confronto do novo governo com o Nordeste, uma das regiões mais populosas, críticas e queridas do Brasil. A única em que o vermelho do PT prevaleceu e Bolsonaro perdeu. [apesar da magra vitória do PT no Nordeste, houve substancial queda no desempenho do PT, com a vitória do 'poste' petista, ,naquela região, por pequena diferença. 
Talvez seja o Nordeste que prefira - por uma maioria não tão ampla, quanto já foi  - o confronto ideológico, de repente até mesmo uma separação, que é crime, até mesmo cogitar (afinal atos criminosos entre a maioria dos petistas, são práticas corriqueiras.].



É um mau sinal Bolsonaro não ter nenhum nordestino na linha de frente do seu governo, mas é muito pior o Nordeste não enviar nenhum dos seus governadores eleitos para a posse. [todos os ministros nomeados pelo presidente Bolsonaro atendem os requisitos estabelecidos na Constituição Federal e não consta, entre as exigências,  política de cotas regionais;
aliás, Bolsonaro deve, já nos primeiros dias de seu Governo, extinguir a políticas de todas de qualquer espécie - a regra geral e única deve ser a do mérito; é até aceitável algumas cotas para deficientes físicos, sem paternalismo.
O resto tem que ser na base da meritocracia.]   É birra juvenil, a ideologia prevalecendo sobre os interesses da região, dos Estados e da sua gente. O governo Bolsonaro perde pouco, o Nordeste tem muito a perder nessa guerra.

[Feliz Governo, presidente Bolsonaro, que Deus o ilumine para que em seu Governo, ora iniciado,  o povo brasileiro seja feliz:   

- haja emprego para todos;                                                                                 -  - que a Saúde Público melhore em muito, especialmente no atendimento público, que  seja rápido e eficiente;                                                                                  - volte a ter Segurança Pública;                                                                      -      - Ensino Público eficiente - com direito a Hino Nacional e hasteamento da Bandeira Nacional  nas escolas e colégios, bem como aulas de OSPB e EMC;         -  e mais outras coisas para que o Povo Brasileiro volte a se sentir digno,                                                    

(sendo digno  e não apenas pensando ser -  levados a tal sentimento por  indução promovida por governos ladrões que antecederam ao seu* e que na maior falta de caráter, na mãe de todas as mentiras, levaram o povo a pensar que eram classe ''B'' caminhando  para a ''A'', quando na verdade caminhavam da "C" para a "D" e os governantes (Lula e Dilma) promoviam, e deixavam outros promoverem, o maior assalto aos cofres públicos.)

* A BEM DA VERDADE: mentir não é bom em nenhuma situação, especialmente no primeiro dia do ano, assim esclarecemos:

- que os governos ladrões referidos se limitam aos citados nominalmente, visto que o sainte Governo Temer, apesar das acusações que pesam contra o titular, nada foi provado (a Justiça apreciará as acusações com isenção e imparcialidade); 

- e as medidas para melhorar o Brasil, DEVEM ser implementadas no menor tempo POSSÍVEL, mas, não se espera milagres, nem tão pouco protelações não fundamentadas - fundamentos claros e, obviamente, assentados sobre fatos.]


Aliás, qual será o comportamento do presidente do Senado, Eunício Oliveira, na solenidade de hoje no Congresso? Aliado do PT no Ceará, derrotado nas urnas, ressentido, será que ele vai disfarçar o desconforto? E Bolsonaro, vai assumir integralmente o papel republicano e fingir que está tudo bem entre ele e o senador?



Mas esses são detalhes, curiosidades para fotógrafos, porque o mais importante hoje será a esperança, a expectativa, os discursos, a apresentação do novo presidente no parlatório de mármore do Planalto. Se é para apostar, ele e Michelle Bolsonaro desfilarão em carro aberto, no velho Rolls-Royce que dá uma pitada de glamour à democracia. Hoje, é dia da festa. Amanhã, começa um longo caminho para Bolsonaro e seu governo, que vão consumir boa parte da energia do primeiro semestre na reforma da Previdência, difícil e inevitável, e enfrentarão incontáveis obstáculos. Sucesso a ambos, presidente e governo. O sucesso deles é a sorte do povo brasileiro. Feliz Ano Novo para o Brasil!

 Eliane Cantanhêde -  O Estado de S. Paulo


   

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Calúnia! como existem pessoas capazes de acusar um cara tão honesto de ser um meliante ladrão?

Meliante condenado, Lula da Silva, mostra que é honesto e sugere o que deve ser feito com ladrões.

Lula de 1989 mostra o que deve ser feito com o Lula de 2018

Vídeo prova a honestidade de Lula...
 

domingo, 20 de novembro de 2016

“Ali Babá e os milhares de ladrões”

Lula, que já naquela época não sabia de nada, orçou a ladroagem congressual em 300 picaretas (e, ao ganhar poder, aliou-se a todos)


Ali Babá no Brasil não teria a menor chance. Nas Mil e Uma Noites derrotou 40 ladrões, mas como enfrentaria as fabulosas hordas de ladrões que conhecem a senha dos cofres públicos? Lula, que já naquela época não sabia de nada, orçou a ladroagem congressual em 300 picaretas (e, ao ganhar poder, aliou-se a todos). Errou feio ao subestimar o número. Mas, embora não seja chegado à leitura de filósofos e pensadores, compreendeu o pensamento de John Dalberg, o primeiro barão de Acton, “Todo poder corrompe”. Abriram-se as porteiras e cada um tratou de garantir o seu.

Um ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, foi preso, acusado de receber R$ 224 milhões em pixulecos. No custo das obras, somavam-se 7%, dos quais, diz a força-tarefa da Lava Jato, 5 eram para Cabral, 1 para o assessor Hudson Braga e 1 para dividir entre alguns conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. Fala-se também de uma mesada paga a Sua Excelência por empreiteiras. No presídio, encontrou outro ex-governador, que já foi aliado e hoje é adversário, Anthony Garotinho cuja esposa é prefeita de Campos, cuja filha é deputada federal. Ambos foram, em épocas distintas, aliados e adversários do petismo. Os dois, aliás, não estão juntos no presídio, como talvez fosse educativo: adversários quando no poder, forçados ao mesmo destino. Uma decisão judicial superior autorizou Garotinho que fosse para um hospital particular e se trate lá.
Conto carioca
Em 2010, a Prefeitura do Rio investiu R$ 44 milhões em valores da época na Cidade do Rock, destinada ao Rock in Rio, com garantia de permanência. “Com o novo local”, disse o empresário Roberto Medina, proprietário do evento, “o Rock in Rio poderá acontecer a cada dois anos”.

Agora, decidiu-se erguer uma nova Cidade do Rock no lugar do Parque Olímpico. E os R$ 44 milhões (que hoje, corrigidos, dariam R$ 70 milhões)? E o que se gastou para erguer o Parque dos Atletas, que também deveria ser utilizado depois das Olimpíadas? OK, foi gasto da Prefeitura, não do Estado. Mas o prefeito Eduardo Paes faz parte do grupo político de Sérgio Cabral e do atual governador Pezão, do PMDB – no poder desde 2007. Talvez esse caso ajude a entender a crise financeira do Rio.
Cabral? Quem?
Dilma Rousseff não perde a oportunidade de perder uma oportunidade. E acaba de perder uma grande oportunidade de calar-se. Mas fez questão de se manifestar sobre a prisão de Sérgio Cabral: disse que ele jamais foi seu aliado. Mas foi, sim: há vídeos de ambos juntos em comícios, em 2010. fazendo campanha. E, quando o PMDB do Rio hesitou em apoiá-la, em 2014, foi Sérgio Cabral o primeiro a pedir votos para a candidata. Se é para mentir, e num caso em que sua opinião nem é tão solicitada, por que falar?
O de sempre
Parecia impossível, mas está acontecendo: os gastos sigilosos com cartões corporativos, no governo Temer, são 40% maiores que os do governo Dilma. Em seus primeiros cinco meses, Temer já gastou R$ 13 milhões, enquanto em seus cinco primeiros meses Dilma gastou R$ 9,4 milhões. Os números foram apurados pelo respeitado site Contas Abertas.
Carmen Lúcia…
A ministra Carmen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, argumenta com números: “Um preso no Brasil custa R$ 2,4 mil por mês, e um estudante de ensino médio custa R$ 2,2 mil por ano. Alguma coisa está errada na nossa Pátria Amada”. Vai mais longe: “Darcy Ribeiro fez em 1982 uma conferência dizendo que, se os governadores não construíssem escolas, em 20 anos faltaria dinheiro para construir presídios. O fato se cumpriu (…) Quando não se faz escolas, falta dinheiro para presídios”. [ministra, permita uma modesta mas eficiente sugestão: prisão perpétua e pena de morte - a prisão perpétua seria cumprida em uma adaptação de 'gulag', original da Sibéria, para a Floresta Amazônica;
- a pena de morte, custa barato e os restos mortais do executado seriam obrigatoriamente cremados com um custo irrisório.
Sobraria dinheiro que seria utilizada para construir escolas.]
…é isso aí
Carmen Lúcia apontou a solução a longo prazo, mas acha possível tomar providências imediatas. “A violência no país exige mudanças estruturantes e o esforço conjunto de governos e da União, para que possamos dar corpo a uma das necessidades do cidadão, que é ter o direito de viver sem medo. Sem medo do outro, sem medo de andar na rua, sem medo de saber o que vai acontecer com seu filho”. E lembrou que, a cada nove minutos, uma pessoa é morta violentamente no Brasil. “Nosso país registrou mais mortes em cinco anos do que a guerra na Síria”.
País tropical
A ministra só não disse o que leva tantos governantes a investir mais em cadeias do que em educação. É que muitos, depois de exercer o poder, não é para a escola que vão. João Bussab, decano da imprensa policial paulista, sugere que os políticos corruptos harmonizem seus interesses com os do país. Como quiseram construir um shopping exclusivo no Congresso, que façam um presídio exclusivo para políticos. Estarão cuidando do futuro.

Originalmente publicado na coluna de Carlos Brickmann


 

 

sábado, 22 de outubro de 2016

Lula e Dilma! LADRÕES: Devolvam o que é do Estado!

Lula e Dilma têm 120 dias para restituir ao governo centenas de presentes oficiais que estão em seu poder, mas que deveriam integrar o patrimônio da União. Enfim, os bens públicos voltarão para onde nunca deveriam ter saído

 Acostumados a confundir o patrimônio público com suas posses privadas, agora os ex-presidentes petistas Lula e Dilma Rousseff receberão um ultimato para devolver ao Estado, em menos de três meses, as centenas de presentes oficiais recebidos durante o exercício de seus mandatos e desaparecidos desde então. O gabinete do presidente Michel Temer (PMDB) foi notificado na última sexta-feira 18 para cumprir a determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) para reaver esses bens. O prazo é de 120 dias.

O processo aguardava a resposta do TCU a um pedido de esclarecimentos do Palácio do Planalto. Agora, o gabinete pessoal de Temer ficará responsável por cobrar de Lula e Dilma a devolução dos mimos perdidos. Segundo o Planalto, até novembro serão tomadas providências para reaver os bens. Ao todo, 568 itens deixaram de ser registrados por Lula e 144, por Dilma. A relação completa das benesses ainda é sigilosa, mas sabe-se que, entre os presentes recebidos pelos mandatários do País nestas ocasiões, estão obras de arte dignas de museus, valiosas joias e peças decorativas exclusivas. Em 2016, por exemplo, Dilma recebeu uma escultura em bronze do artista plástico italiano Guido Veroi, chamada “Solidariedade e Paz”, com a figura de um anjo. Já Lula, em 2007, chegou a ganhar duas taças de prata folheadas a ouro 18 quilates.

Irregularidades
Pelo decreto 4.344/2002, tudo que for recebido pelos presidentes da República nas chamadas de “cerimônias de troca de presentes” passa automaticamente a pertencer ao Estado. Além disso, deve ser incorporado ao patrimônio da União qualquer item ofertado em audiências com outros chefes de Estado, seja em viagens ao exterior ou em visitas recebidas. A única exceção é para itens de natureza “personalíssima”, como medalhas personalizadas e objetos de consumo direto, como bonés, camisetas, gravatas e perfumes. Entretanto estima-se que, dos bens recebidos por Lula, apenas 1,58% foram corretamente incorporados ao patrimônio público. No caso de Dilma, 4,17%.

Para obter estes dados, o TCU vasculhou arquivos do Cerimonial do Ministério das Relações Exteriores, além de resgatar declarações formais dos presidentes e até mesmo fotos do Departamento de Documentação Histórica (DDH) do Planalto. O órgão concluiu, que “não há como garantir que os acervos presumidamente privados de 568 bens, pertencente ao ex-presidente Lula, e o acervo de 144 bens, registrados como de propriedade da presidente Dilma, tenham sido corretamente classificados”.

A falta de rigor com o registro dos itens pode levar a um cenário ainda mais escabroso. O documento do TCU classifica como “frágil” e “não confiável” a classificação feita pela Diretoria de Documentação Histórica da Presidência (DDH/PR). O órgão responsável pela gestão dos presentes informou ao Tribunal de Contas que, na triagem de cada peça, quando constatado tratar-se de artigos recebidos em cerimônia de troca de presentes, ele recebe um registro, uma placa numerada e, depois disso, é disponibilizado para exposição em ambiente público do Palácio do Planalto.

Segundo o órgão de controle, “graves irregularidades ocorreram em toda a gestão do patrimônio público”. O levantamento é resultado de uma auditoria realizada pelo TCU entre 15 de abril e 15 de julho deste ano, motivada por um requerimento do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). A apuração verificou que não apenas os presentes deixaram de ser declarados como foram extraviados. Ao todo, dos 125.742 itens relacionados como patrimônio da Presidência da República em junho de 2016, 4.564 estão extraviados. Para estes, deverão ser instalados processos administrativos, que normalmente costumam se arrastar por anos. As consequências podem levar ao pagamento de multas ou até mesmo a inabilitação para o exercício de funções comissionadas por até cinco anos. Mas dificilmente Lula e Dilma serão responsabilizados. A culpa, como sempre, deverá recair sobre seus subordinados.

Fonte: Revista IstoÉ
 

 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A QUADRILHA DOS POBRES



Nada mais velho do que a tentativa de nossa esquerda monopolizar as virtudes e os fins nobres, como se somente ela se preocupasse com os mais pobres e defendesse seus interesses. Na incapacidade de debater focando em argumentos e fatos, de rebater as acusações de seus “malfeitos” no poder, de responder sobre os infindáveis escândalos nos quais se vê envolvida, essa esquerda apela para o velho bordão de que faz tudo em defesa dos pobres e, portanto, goza de um salvo-conduto para o crime.

“Não somos ladrões”, disse o ex-ministro Gilberto Carvalho. É o brado dos corruptos que banalizaram a corrupção. Escândalos milionários quase não ganham mais destaque, uma vez que os bilionários assumiram seus lugares. Desvios que destroem as maiores empresas estatais do país e, no caminho, deixam “comissões” de US$ 100 milhões na Suíça para subalternos. Ladrões? Claro que não. Essa palavra seria suavizar demais, amenizar demais o que significa montar um verdadeiro sistema de corrupção em toda a máquina pública.

E não é “só” isso! Crimes mais bisonhos, como o até hoje inexplicado assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito petista, assombram certas figuras do partido, que alguns preferem chamar de “ajuntamento mafioso”. Ladrão parece uma figura menor, quase insignificante quando se analisa o currículo de alguns membros da alta cúpula do PT

 Ladrão nos remete ao sujeito que furtou um objeto de uma loja, não ao mais corrupto governo da história deste país.  Diante de tudo isso, resta apelar para o monopólio da defesa dos pobres. A “quadrilha dos pobres”, eis a única quadrilha a que pertencem. E são atacados pela “elite” pois esta não suportaria a ascensão dos mais pobres. 

Só há um “detalhe”: ninguém mais é pobre na quadrilha. Todos ficaram ricos, frequentam o hospital privado mais caro do país, circulam de jatinho por todo canto, compram coberturas triplex em locais de luxo, bebem dos melhores vinhos. [curioso: este parágrafo me faz pensar no $talinácio Lula da Silva.]

Pobres são aqueles manipulados pelos corruptos, usados como massa de manobra, como inocentes úteis para seu projeto de poder.

O populismo precisa dos pobres como o poeta necessita da dor. Sem eles, os populistas não conseguem se perpetuar no poder, falando em nome dos pobres, enquanto enchem os bolsos e as contas no exterior de dinheiro sujo, desviado do orçamento público. Para que os populistas transformem a “coisa pública” em “cosa nostra”, faz-se necessária a existência de uma gama de pessoas carentes e ignorantes, desesperadas por esmolas.
O trabalho sujo de forjar um elo artificial entre uns e outros fica a cargo dos “intelectuais”, que se vendem por migalhas ou em busca do ópio para apaziguar sua alienação perante a sociedade “burguesa”, que detestam com todos os músculos de seus corpos. Assim nasce a falácia de que essa esquerda corrupta, carcomida, autoritária e indecente, a tal elite vermelha, luta pelos direitos dos pobres. Nada mais falso.

O pobre é só seu mascote, seu instrumento de “trabalho”, sua argila a ser moldada de forma a permitir o enriquecimento e o acúmulo de poder por parte da quadrilha. A quadrilha dos ricos que exploram os pobres, usando o socialismo, o discurso igualitário, o populismo, a retórica messiânica, como entorpecentes para garantir sua permanência no poder.

Usurpam a esperança dos incautos e abusam de sua estupidez para viverem como os nababos capitalistas que condenam nos discursos hipócritas. Agem como os piores coronéis nordestinos do passado – e do presente. Ladrões? Não são “apenas” ladrões. São muito mais do que isso. São muito piores!

Fonte: Rodrigo Constantino – Revista VEJA