O Correio percorreu UPAs e hospitais e ouviu relatos de
pacientes que sofrem com o caos nas unidades de atendimento do Distrito
Federal. Peregrinação chega a durar seis dias, como foi o caso de
Jéssica Sousa
[Temos a esperança que os eleitores do DF - que até as eleições de 2018, mostraram que possuem dedo podre para escolher governador, senadores e deputados federais e distritais do DF - desta vez não usem o dedo podre e não reelejam Ibaneis nem pelo menos 90% dos atuais senadores, deputados distritais e federais.
A situação atual do DF é:
SAÚDE FALIDA = "CAOS CAÓTICO"
SEGURANÇA PÚBLICA DESMONTADA = Polícia Civil e Polícia Militar COM EFETIVO REDUZIDO em relação ao necessário.
Por enquanto, vamos deixar EDUCAÇÃO, ASSISTÊNCIA SOCIAL e TRANSPORTES para depois, apenas antecipamos o óbvio = os CRAS's são um exemplo do CAOS "CAÓTICO" da ASSISTÊNCIA SOCIAL, além do NEPOTISMO da esposa do Ibaneis ser a diretora.
A propósito, o conceito de administração do Ibaneis é esquisito - ele constrói prédios para HOSPITAIS e ESCOLAS e não contrata médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem também não contrata professores para as escolas. Para ele as paredes fazem consultas, cirurgias e dão aulas.
Qual a razão de dar preferência a
construir imóveis e mantê-los sem funcionar?
O que motiva O GDF ser locatário
de imóveis com aluguéis, bem acima dos preços de mercado?]
“Eu não posso voltar para casa com a minha filha desse jeito. Ela chora a
noite toda, desde domingo, por conta de uma dor forte na barriga”,
relatou Mayara Santos da Silva, 26 anos, enquanto aguardava no Hospital
Materno Infantil de Brasília (Hmib), na tarde de ontem, sem saber quando
seria atendida. Esse é o cenário caótico que a rede pública de saúde do
Distrito Federal está enfrentando.
Há quatro dias, a mãe de Rayssa Santos, 4, tenta um
diagnóstico médico sobre o quadro de saúde da criança, mas tem voltado
para casa frustrada. “Já a levei na UPA do Jardim Ingá (no Entorno), e o
médico passou remédios para tirar a dor, mas ela não melhorou; por
isso, trouxe ela no Hmib. Na triagem, nem chegaram a encostar nela e
disseram que ela não está sentindo nada”, reclamou. O Correio percorreu hospitais e unidades de pronto-atendimento (UPA), e os relatos dos pacientes que aguardavam por um médico são parecidos com os de Mayara.
Gestão do Iges-DF é um dos maiores problemas [não funciona, não administra nada e é cabide de empregos.]
A nova diretora-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF),
Mariela Souza de Jesus, vai acatar uma decisão do Tribunal de Contas do
Distrito Federal (TCDF) e recalcular os valores pagos a título de
aluguel à empresa Cepe — Comércio Importação e Exportação de Alimentos
para locação de um galpão no Setor de Indústrias (SIA). Segundo a
assessoria de imprensa do Iges-DF, a empresa proprietária do imóvel já
foi notificada da decisão.
O negócio de locação é o foco da Operação Pomona,
deflagrada em 31 de maio pelos promotores do Grupo de Atuação Especial
de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios (MPDFT). Também é alvo de duas representações do
Ministério Público de Contas do DF (MPCDF). O órgão alertou o TCDF a
respeito de um suposto superfaturamento dos aluguéis pagos pelo uso do
imóvel onde foi instalada a Diretoria de Logística e Serviço do Iges-DF.
Segundo investigação do Gaeco, a Cepe é ligada ao
empresário Marcelo Perboni, que atua no comércio atacadista de
hortifrutigranjeiros. Eles foram alvo de buscas e apreensões autorizadas
pela 7ª Vara Criminal.
Uma auditoria do TCDF apontou que "o processo de
locação não atendeu aos requisitos legais". O corpo técnico do tribunal
considerou que a especificação do imóvel tem características superiores à
necessidade do Iges-DF. Além disso, o preço de locação é incompatível
com os de mercado.
Na representação do Ministério Público de Contas e no
pedido de busca e apreensão da Operação Pomona, há ainda um detalhe
considerado fundamental:
o imóvel foi adquirido pela Cepe com benefícios
do Pró-DF, desconto de 50%,
para ser utilizado no programa de
desenvolvimento econômico e geração de empregos no ramo atacadista. Por
isso,
há desvio de finalidade na locação do imóvel para o próprio
governo. Dor e indignação
No Hospital Regional de Taguatinga (HRT), Aline Garcia, 33, está com o avô Joaquim Lima, 83, internado desde terça-feira. Após sofrer um acidente doméstico, o idoso fraturou o fêmur e teve que ser levado com urgência à unidade. “Mas desde que ele chegou aqui, está do mesmo jeito. Não tiraram ele do lugar, não fizeram assepsia; o curativo, que deveria estar no cotovelo, foi parar no pulso”, detalhou a neta. Ela conta que até os materiais de higiene e alguns equipamentos, que deveriam ser disponibilizados pelo HRT, tiveram que ser comprados pela família.
Além disso, Aline denunciou que os funcionários não estão, ao menos,
asseando seu avô. “Quando falamos com o pessoal do setor, disseram que
era o acompanhante quem deveria limpar o paciente. Mas como eu vou fazer
isso? Não tenho condição e nem técnica para levantá-lo, ainda mais com o
fêmur quebrado”, comentou.
Outro questionamento feito por Aline foi em relação ao acompanhamento médico ou a falta dele.
“Falaram que, pela manhã, passou uma médica, que não teria localizado
meu avô, após uma ‘busca ativa’. Qual foi essa busca? Ele não mudou de
local desde que chegou. É um absurdo a desculpa que eles usam, como se
todo mundo fosse leigo”, frisou a familiar que, indignada com a
situação, decidiu recorrer ao Ministério Público (MPDFT), nesta
quinta-feira (23/6), em busca de amparo.
Acompanhando Aline, estava uma amiga da família Lidiane Maria, 47. Ela conta que é desesperador e revoltante
ver o problema — sem solução — de perto. “A gente sabe que dinheiro tem
(o GDF), não precisava ser assim. É humilhante. Você se sente mal ao
ver uma pessoa assim e não pode fazer nada”, revoltou-se Lidiane.
Dificuldade A reportagem também foi à UPA do Setor O, e a história se repetiu. Com
dengue hemorrágica, Jéssica Sousa, 23, estava à procura de um clínico médico na unidade, porém não teve sucesso. Acompanhada do namorado, João Victor Daher, 25, a moça relatou que
desde a última sexta-feira vive uma peregrinação que parece não ter fim. Com espaços lotados, profissionais ausentes e falta de
insumos para atender quem chega ao local, a unidade ofereceu a Jéssica
somente um soro e o exame para medir a quantidade de plaquetas. “Hoje
fala-se tanto que existe investimento na saúde pública, mas não vemos
isso. A gente chega no hospital e não consegue atendimento, internação,
não consegue nada. Se a pessoa não tiver dinheiro para pagar um hospital
particular, ela morre”, desabafou.
Questionada sobre o cenário encontrado nas unidades,
a Secretaria de Saúde (SES-DF) respondeu, por meio de nota, que
atualmente possui 32.556 servidores em seu quadro, e que desse total,
5.173 são médicos. "A atual gestão prioriza a contratação de
profissionais para diminuir o deficit da rede pública. Desde 2019, foram
nomeados 3.101 concursados, além da contratação temporária de 7.756
trabalhadores”, acrescentou a pasta.
A nota também ressaltou que existem dificuldades em
relação à contratação de novos médicos. “Nem todas as pessoas assumem os
cargos para os quais foram nomeadas, e, por este motivo, em março deste
ano, a secretaria publicou novo edital com oferta de 230 vagas para
médicos em diversas especialidades”, completou. Além disso, o Correio questionou o órgão sobre o problema enfrentado pelo paciente do HRT, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.
Cidades - Correio Braziliense