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terça-feira, 18 de maio de 2021

O golpe “homeopático” do STF em curso - Sérgio Alves de Oliveira

A palavra “golpe” é a que mais anda solta na boca dos políticos de esquerda, dos seus “capangas” togados dos tribunais, e da sua mídia “amestrada”, invariavelmente atribuindo a tentativa de golpe aos “outros”.
Qualquer pensamento ,sugestão, insinuação ou proposição, de quem quer que seja, que divirja das manobras obscuras do círculo esquerdista, e que possa, eventualmente, se afastar um só milímetro do projeto político de retomada total do poder traçado pelos chamados “progressistas”, apeados do poder em 64, imediatamente é acusado de estar propondo um “golpe”. É a palavra que mais se lê hoje nos jornais serviçais da esquerda .

Os progressistas brasileiros, e toda a sua “curriola” de colaboradores ,na verdade estão sendo absolutamente coerentes e fiéis à pregação de um dos maiores no mes mundiais do socialismo,Vladimir Lênin,líder “bolchevique” da Revolução Russa, que em outubro de 1917, a partir da viagem de trem que fez de Zurique à Estação Finlândia,planejou e executou o derrube violento do regime dos Czares. Dizia Lenin:”Acuse os adversários do que você faz,chameo-os do que você é”.

Mas esse bando de políticos esquerdistas brasileiros, e “outros” mentirosos de igual laia,na verdade simplesmente tentam “estigmatizar” a palavra “golpe”, a partir da conotação que querem emprestar ao movimento cívico-militar de 31 de março de 1964, que apeou do poder o Governo João Goulart, que comprovadamente tinha planos de efetivamente dar um“golpe”, de esquerda, inclusive fechando Congresso Nacional, com dia marcado, 1º de maio desse mesmo ano (1964),dia do “trabalho”. Portanto é preciso que se desestigmatize totalmente o que eles chamam de “golpe de1964”. [ESCLARECIMENTO:a denominação oficial do movimento corretivo de 31 de março de 1964 -  que entre os vários beneficios que propiciou ao Brasil, NOSSA PÁTRIA AMADA, está o desmonte dos planos da maldita esquerda -  é: REVOLUÇÃO - denominação que consta do Preâmbulo do  ATO INSTITUCIONAL Nº 1, DE 9 DE ABRIL DE 1964, que iniciou o processo de consolidação das medidas corretivas e foi assinado no em  Rio de Janeiro-GB, 9 de abril de 1964.

Gen. Ex. ARTHUR DA COSTA E SILVA 
Ten. Brig. FRANCISCO DE ASSIS CORREIA DE MELLO 
Vice-Alm. AUGUSTO HAMANN RADEMAKER GRUNEWALD .
]

firmado pelos de março de 1964 não foi um “golpe”, nem um “golpe militar”,porém o contrário, um “contragolpe”, que felizmente conseguiu fustrar a tempo a tentativa do “golpe comunista” que a esquerda acampada no Governo Goulart ´pretendia desencadear,com total apoio dos sindicatos,inclusive alguns cogitando da implantação de uma “república sindicalista”,a exemplo do que acontecera antes durante o “peronismo”argentino.  Mas mesmo que esse pessoal que acusa todos os outros do que eles mesmos são e querem ,fossem simples analfabetos funcionais políticos,o que não corresponde à realidade,pois eles são, de fato, golpistas por “natureza”,há que primeiramente se distinguir entre os vários tipos de “golpes” que existem.

Dentre outras espécies,tanto o “golpe”,quanto o “contragolpe”, podem ser FÍSICOS, ou POLÍTICOS. Os “físicos” podem ser o choque de um objeto contra outro,um impacto,uma batida,ou uma pancada,por exemplo. Já os golpes (ou contragolpes)“políticos” geralmente correspondem aos chamados “golpes de estado”,ou “contragolpes de estado”,à derrubada da ordem constitucional vigente. E podem ser violentos,ou não,corresponder aos interesses da maioria ou da minoria.

O “contragolpe político” de 31 de março de 1964 no Brasil sabidamente não usou de qualquer violência, física ou armada,tanto que os que estavam no poder e foram derrubados fugiram facilmente para o exílio. Não houve um só tiro. E o povo também não se opôs a 64. Mas a história acabará esclarecendo a contento se o contragolpe de 64 no Brasil se transformou com o tempo, ou não, numa REVOLUÇÃO. Apesar de não ter sido uma mobilização que tenha causado grande impacto na transformação do mundo,como aconteceu com a Revolução Francesa,de 1789,e a Revolução Russa,de 1917,no mínimo essas mudanças de 1964 a 1985,podem ser equiparadas,ou foram até superiores,às ocorridas na “Revolução de 1930”,que durou até 1945,liderada pelo então Presidente Getúlio Vargas. Se a primeira merecer o título de “revolução”,1964 certamente também fará jus a essa denominação.

Mas a verdade ´é que tanto o movimento de 1930, quanto o de 1964,causaram grande impacto no desenvolvimento e progresso do Brasil,contrastando com a estagnação econômica e de realização de obras públicas de infraestrutura, bem como a corrupção desenfreada que se instalou no Brasil após,de 1985 a 2018,garantindo alguns que teriam sido roubados do erário cerca de 10 trilhões de reais,mais que o valor do PIB brasileiro.

Mas o novo golpe planejado pela esquerda é de um tipo absolutamente inédito no mundo. É “jurisdicional”. Durante o tempo em que governou,de 1985 até 2018, a esquerda nomeou todos os ministros do Supremo Tribunal Federal, exceto um, nomeado recentemente pelo atual Presidente Jair Bolsonaro. Nessa condição,como “guardiões” da Constituição, esses “Supremos” Senhores tem trabalhado com muito afinco para defender os interesses da esquerda, por quem foram nomeados, e da corrupção desenfredada, sem paralelo no mundo.

Com total apoio de um “Congresso Nacional” que deixa muito a desejar,num processo de “toma lá-dá-cá” entre eles,  sem limites, de recíproca proteção, o STF ajuda a sabotar e boicotar a governabilidade do país, inviabilizando o mais possível o Governo Bolsonaro, apostando numa interrupção do mandato presidencial, seja por impeachment, ou cassação do seu mandato, a exemplo da tal ridícula “CPI da Covid-19”,ou ainda derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022, ”apostando” na suposta memória curta do povo, que não lembraria nas próximas eleições que o caos político, econômico e social hoje vividos no país foram todos,sem exceção,causados por essa mesma “gentalha”de esquerda que ainda tem a “cara de pau” de pretender a volta ao poder.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

terça-feira, 27 de novembro de 2018

A Intentona coroada - Prestes era um covarde, cruel e sanguinário, mandava matar friamente e nisso se igualou ou mesmo superou o porco do Che Guevara = o fedido ou mijão

É digno de comemoração o aniversário de uma conspiração transnacional de tomada de poder através da violência armada, orquestrada por um governo que deixou em seu rastro dezenas de milhões de cadáveres?
Celebrar o aniversário da Intentona Comunista não é apenas um disparate: é um ultraje.
O dia 9 de novembro marca o aniversário da queda do Muro de Berlim. Por anos, esse muro foi a materialização de uma realidade que se tentava manter oculta para o resto do mundo – a adoção deliberada de repressão, patrulhamento, escassez, fome, perseguição e extermínio como políticas de Estado nos países comunistas. As notícias enviadas do outro lado da Cortina de Ferro eram aterradoras. Os vinte e seis anos da queda desse muro da vergonha deveriam ser motivo para manter viva a memória de todas as tragédias, coletivas e particulares, provocadas pelo comunismo. Mas há quem prefira, ao contrário, louvar a ideologia mais mortífera do século XX.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) promoverão, entre os dias 18 e 21 de novembro, um seminário de comemoração da Intentona Comunista. A Intentona, também conhecida como Revolução Vermelha de 1935, foi uma tentativa de golpe contra o presidente Getúlio Vargas levada a cabo pela Aliança Nacional Libertadora, organização de matiz socialista liderada por Luís Carlos Prestes – que havia, na década de 1920, liderado outra revolta, de caráter tenentista, conhecida como Coluna Prestes. De acordo com o portal da UFRN, a Intentona ensejou grande repressão por parte do governo Vargas e “o início de um anticomunismo ainda muito presente na sociedade brasileira”. A historiografia oficial nos conta que o objetivo desse movimento golpista era derrubar Vargas. No entanto, a Intentona começou a ser gestada muitos anos antes de Getúlio assumir o poder.

REVOLUÇÃO TIPO EXPORTAÇÃO
Com a vitória da Revolução Bolchevique de 1917, a liderança do Partido Comunista Russo, então liderado por Vladimir Lênin, enxergou a premente necessidade de organizar formalmente os esforços de todos os partidos comunistas do mundo para promover a revolução global. Desse modo, em 1919, foi criada a Internacional Comunista (Comintern) com o objetivo de concertar esforços, táticas e ações dos partidos comunistas de todo o mundo com o objetivo de tomar o poder em seus respectivos países e neles implantar a ditadura do proletariado. 

 Comintern, teoricamente, pautava-se pelo chamado “centralismo democrático”, onde questões programáticas eram objeto de discussão dos grupos internos da organização comunista. Na prática, esse princípio de organização leninista, que fingia ser uma espécie de fórum democrático em que debates abertos orientavam as diretrizes dos partidos comunistas, era falso: tudo era decidido pelo Partido Comunista da União Soviética (PCUS) – e, em última instância, por seus homens fortes.

Em 1922, entre os dias 5 de novembro e 5 de dezembro, ocorreu em Moscou o IV Congresso Mundial do Comintern. Partidos comunistas de 58 países enviaram delegados, sendo 343 o número de delegados votantes. Sob a presidência de Lênin e Leon Trotsky, o IV Congresso contou com a presença de personalidades comunistas importantíssimas, como o italiano Antonio Gramsci. No entanto, um dos destaques do congresso foi um ilustre desconhecido: Antônio Bernardo Canellas, delegado do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Canellas ficou famoso no contexto do IV Congresso por pedir um aparte no meio de um discurso Trotsky – o chefe do Exército vermelho chamaria o brasileiro de “o fenômeno sul-americano”.

O POTENCIAL COMUNISTA DOS TRÓPICOS
Durante o IV Congresso do Comintern, Canellas apontou a necessidade da criação de um órgão que tratasse especificamente da América Latina. A proposta foi submetida a votação, e contou com o entusiasmado apoio de Antonio Gramsci. Surgiu, assim, o Secretariado Latino do Comintern, submetido à autoridade do recém-criado Comitê Executivo da Internacional Comunista (CEIC). Em 1925, ocorreu o V Congresso do Comintern, do qual surgiu o Secretariado para a América do Sul, com sede em Buenos Aires. 

Seu principal órgão era o Escritório de Propaganda do Comintern para a América do Sul, chefiado por Abilio de Nequete, fundador e primeiro secretário-geral do PCB. Em 1927, saía a primeira edição do La Correspondencia Sudamericana, jornal do Secretariado para a América do Sul, cujo editor era o argentino Rodolfo Ghioldi. O VI Congresso do Comintern ocorreu em julho/agosto de 1928. Com o relato do sucesso das atividades do Secretariado para a América do Sul, foram eleitos sete membros latino-americanos para o CEIC – dentre eles, Rodolfo Ghioldi e o brasileiro Astrojildo Pereira, membro-fundador do PCB. Essa eleição dava proeminência considerável ao secretariado, o que representava a importância da América Latina para o Comintern e, portanto, para Moscou.

Nesse ínterim, Prestes havia liderado seu frustrado levante dos anos 1920 e, junto com outros revolucionários, exilou-se na Bolívia. Em 1928, conheceu Ghioldi, sendo recrutado pelo argentino para as fileiras do Comintern. A partir desse ano, passou a receber treinamentos específicos para a organização de uma revolução comunista no Brasil. Em 1930, retornou para o País, instalando-se clandestinamente em Porto Alegre. 

No ano seguinte, a convite do governo soviético, mudou-se para Moscou, onde sua formação ganhou profundidade e amplitude. Sua importância estratégica para o Comintern era tamanha que, ao voltar para o Brasil, em 1934, veio acompanhado de dois importantes agentes da Internacional Comunista: os alemães Olga Benário (que, depois, seria mulher de Prestes) e Arthur Ernest Ewert, oficial da NKVD (serviço secreto que precedeu a KGB).

O “CAVALEIRO DA ESPERANÇA” CONTRA-ATACA
Em agosto de 1935, ocorreu o VII Congresso do Comintern, o último antes de sua dissolução. Georgi Dimitrov, Secretário-Geral do CEIC, determinou, dentro da estratégia de “frentes populares” – organizações de massa de caráter teoricamente anti-fascista –, que o PCB apoiasse a criação da Aliança Nacional Libertadora (ANL) tendo, por presidente, Luís Carlos Prestes. O papel da ANL seria o de promover uma sublevação armada no Brasil que tinha por objetivo a implantação de uma ditadura do proletariado a soldo de Moscou. 


Para tanto, era necessário organizar um discurso de caráter nacionalista e anti-varguista que, em seu bojo, carregasse bandeiras sociais que pudessem ludibriar o povo brasileiro e atrair sua simpatia – reforma agrária, abolição da dívida externa, etc. No mesmo congresso, Prestes foi eleito membro efetivo do CEIC, e Ghioldi, chefe do Secretariado para a América do Sul.

A operação revolucionária a ser liderada por Prestes e encampada pelo PCB teria como principais pontos de apoio: o Secretariado para a América Latina; Iumtourg, uma falsa agência de turismo e casa de câmbio controlada pelo Comintern e sediada no Uruguai, por meio da qual se poderia criar uma ponte financeira entre Moscou e o Brasil; e os partidos comunistas de Argentina, Uruguai e Chile. 

Todos os agentes envolvidos haviam sido financiados pelo governo soviético e recebido treinamento militar especializado. O momento exato do início da revolta armada dependia diretamente do aval do Comintern. Os detalhes da Intentona Comunista tomam um livro inteiro – aliás, o jornalista William Waack escreveu o excelente “Camaradas”, com farta documentação comprobatória. Meu propósito não é apresentar uma análise profunda e exaustiva desse evento, que, para nossa sorte, não foi adiante. Almejo, ao traçar um breve histórico das origens da Intentona Comunista, duas coisas.

A primeira é expor esse movimento tal qual ele foiuma tentativa de golpe que tinha por objetivo a implantação, no Brasil, de uma ditadura do proletariado nos moldes soviéticos e consolidar um posto avançado da União Soviética no continente americano. A segunda é suscitar uma pergunta: o que merece ser comemorado, afinal de contas? É digno de comemoração o aniversário de uma conspiração transnacional de tomada de poder através da violência armada, orquestrada por um governo que deixou em seu rastro dezenas de milhões de cadáveres, e que, mesmo fracassada, foi capaz de exemplos detestáveis de barbarismo e crueldade – como a execução da garota Elza, uma menina semi-alfabetizada de 16 anos estrangulada à morte a mando de Prestes?

Celebrar o aniversário da Intentona Comunista não é apenas um disparate: é um ultraje. E fazê-lo por meio de instituições federais de ensino superior – o que praticamente confere à homenagem um caráter de oficialidade governamental é um ultraje além da medida. Se há algum exemplo claro e paradigmático de como as universidades federais brasileiras são ideologicamente orientadas para reproduzir o discurso hegemônico da esquerda, eis tal exemplo.

Fontes:
– Manuel Caballero, “Latin America and the Comintern 1919 – 1943”. Cambridge Latin American Studies, n. 60, Cambridge University Press, 2002. 213 p.

– John C. Clews, “As Técnicas da Propaganda Comunista”. Coleção Problemas Políticos da Atualidade, v. 1, O Cruzeiro, 1964. 283 p.
– Paul M. A. Linebarger, “Guerra Psicológica”. Editora Biblioteca do Exército, 1962. 541 p.
– William Waack, “Camaradas”. Companhia das Letras, 1993. 381 p.
– Sérgio Rodrigues, “Elza, a Garota”. Nova Fronteira, 2008. 236 p.
– Coletânea de documentos da Internacional Comunista (1919 – 1943), disponível em Marxists.org.

https://felipeoamelo.wordpress.com/

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Ódio, força motriz da mente revolucionária



A Revolução Francesa causou (e ainda causa) assombro em todo o mundo, e por diferentes motivos. O morticínio provocado pelos revolucionários deixou atrás de si um rastro de sangue inocente, e foi um divisor de águas na história do homem sobre a terra. Mais do que uma característica inerente aos processos revolucionários que se seguiram, o extermínio do inimigo e a destruição de tudo o que ele representa é um traço essencial da mentalidade revolucionária. De fato, a principal força motriz de todo revolucionário tem um nome: ódio – puro, cristalino, manifestado sobretudo no terror. 

 Uma análise objetiva dos fatos que se deram durante todos os processos revolucionários bastaria para revelar isso – desde a guilhotina dos jacobinos, passando pelos gulags soviéticos e campos de concentração nazistas, até os campos de trabalho e reeducação de Cuba, China e Coréia do Norte. Apesar de hoje a mentalidade revolucionária não ser uma exclusividade marxista – há diferentes ideologias que compartilham desse ódio, mesmo sem advogar uma revolução violenta –, ela foi profundamente influenciada pelo marxismo. Para que não haja dúvida, deixemos que os próprios revolucionários falem a esse respeito.

Maximilien de Robespierre, o mais virulento dos líderes da Revolução Francesa (aliás, profundamente admirado por Karl Marx), em seu discurso Sobre os princípios da moral política”, de 5 de fevereiro de 1794, disse: O terror não é outra coisa que a justiça expedita, severa, inflexível; é, pois, uma emancipação da virtude. É muito menos um princípio contingente do que uma conseqüência do princípio geral da democracia aplicada às necessidades mais urgentes da pátria.

Na mesma linha, Karl Marx defendia com ardor o ódio, plasmado através do terror, como princípio universal de atuação do revolucionário: Há apenas um caminho pelo qual os estertores agonizantes da velha sociedade e os sangrentos espasmos do nascimento da nova sociedade podem ser encurtados, simplificados e concentrados, e esse caminho é o terror revolucionário. (Karl Marx, “A Vitória da Contra-Revolução em Viena”. Neue Rheinische Zeitung, 7 nov. 1848)

Nós não temos compaixão, e não lhes pedimos compaixão. Quando nossa hora chegar, não haveremos de inventar desculpas para o terror. (Karl Marx, artigo da última edição do Neue Rheinische Zeitung, 18 maio 1849)

Vladimir Lênin, líder máximo da Revolução Bolchevique de 1917, não hesitava em defender e aplicar o terror. Um exemplo claríssimo disso foi a maneira como lidou com uma revolta de kulaks (proprietários rurais de médio porte que empregavam mão-de-obra em suas fazendas) na região de Penza Oblast em 1918. Ao orientar os líderes comunistas da região Vasily Kurayev, Yevgenia Bosch e Alexander Minkina como suprimir a revolta, em telegrama datado de 11 de agosto de 1918, Lênin assim ordenou:
Camaradas! A insurreição dos cinco distritos kulak deve ser impiedosamente suprimida. Os interesses de toda a revolução dependem disso, pois ‘a última batalha decisiva’ com os kulaks está acontecendo em toda parte. É preciso dar exemplo.
  1. Enforquem (e se certifiquem que os enforcamentos aconteçam aos olhos de todos) não menos do que cem proprietários conhecidos, homens ricos, sanguessugas.
  2. Divulguem seus nomes.
  3. Confisquem toda sua produção.
  4. Façam reféns de acordo com o telegrama de ontem.
Façam-no de tal forma que, num raio de centenas de quilômetros, o povo possa ver, tremer, saber, gritar: “eles estão sufocando, e vão sufocar até a morte, esses kulaks sanguessugas”.
         Seu, Lênin.
         Encontrem pessoas realmente duras.

Esse mesmo ódio assassino, manifestado pelo terror, é apaixonadamente defendido por Che Guevara admirado até mesmo por grupos LGBT, a despeito de ter defendido que a homossexualidade era uma doença da burguesia e ativamente perseguido gays. Em sua “Mensagem aos Povos do Mundo Através da Tricontinental”, de 16 de abril de 1967, escreveu:
O ódio como fator de luta: o ódio intransigente ao inimigo, que impulsiona mais além das limitações naturais do ser humano e o converte numa efetiva, violenta, seletiva e fria máquina de matar.

Mesmo a Nova Esquerda, que se apresenta de modo quase sempre tão romântica e inocente ao recusar a violência do marxismo-leninismo, enxerga a importância e a necessidade do ódio. Herbert Marcuse, um dos luminares da Escola de Frankfurt, declarou-o sem receio ao palestrar na Universidade Livre de Berlim Ocidental em julho de 1967: Não há dúvida de que, no curso de movimentos revolucionários, emerge o ódio, sem o qual a revolução é simplesmente impossível, sem o qual não há libertação. Nada é mais terrível do que o sermão “não odiais o vosso inimigo”.

Paulo Freire, que usava a própria aparência – longa barba branca, jeito manso de falar, linguajar hermético cheio de neologismos “poéticos”, a típica imagem de sábio presente no inconsciente coletivo – como arma de propaganda, defendia, em “Pedagogia do Oprimido”, que o ódio, manifestado na rebelião, era um gesto de amor dotado de superioridade moral ímpar: Na verdade, porém, por paradoxal que possa parecer, na resposta dos oprimidos à violência dos opressores é que vamos encontrar o gesto de amor. Consciente ou inconscientemente, o ato de rebelião dos oprimidos, que é sempre tão ou quase tão violento quanto a violência que os cria, este ato dos oprimidos, sim, pode inaugurar o amor. […] Um ato que proíbe a restauração deste regime [dos opressores] não pode ser comparado com o que o cria e o mantém.

Todo revolucionário alega que luta por um mundo melhor. Todo revolucionário atesta que, por enfrentar um inimigo violento, é preciso utilizar táticas violentas, ora de forma explícita, ora de forma sorrateira. E todo revolucionário acredita que a beleza de suas bandeiras justifica a baixeza de suas ações. No entanto, é cristalino que, sob tudo isso, o que age é o ódio – essa força poderosamente bestial que perverte a alma humana e nos desumaniza à condição de monstros.


Publicado no
Politburo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A Intentona coroada - Prestes era um covarde, cruel e sanguinário, mandava matar friamente e nisso se igualou ou mesmo superou o porco do Che Guevara = o fedido ou mijão



É digno de comemoração o aniversário de uma conspiração transnacional de tomada de poder através da violência armada, orquestrada por um governo que deixou em seu rastro dezenas de milhões de cadáveres?
Celebrar o aniversário da Intentona Comunista não é apenas um disparate: é um ultraje.

O dia 9 de novembro marca o aniversário da queda do Muro de Berlim. Por anos, esse muro foi a materialização de uma realidade que se tentava manter oculta para o resto do mundo – a adoção deliberada de repressão, patrulhamento, escassez, fome, perseguição e extermínio como políticas de Estado nos países comunistas. As notícias enviadas do outro lado da Cortina de Ferro eram aterradoras. Os vinte e seis anos da queda desse muro da vergonha deveriam ser motivo para manter viva a memória de todas as tragédias, coletivas e particulares, provocadas pelo comunismo. Mas há quem prefira, ao contrário, louvar a ideologia mais mortífera do século XX.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) promoverão, entre os dias 18 e 21 de novembro, um seminário de comemoração da Intentona Comunista. A Intentona, também conhecida como Revolução Vermelha de 1935, foi uma tentativa de golpe contra o presidente Getúlio Vargas levada a cabo pela Aliança Nacional Libertadora, organização de matiz socialista liderada por Luís Carlos Prestes – que havia, na década de 1920, liderado outra revolta, de caráter tenentista, conhecida como Coluna Prestes. De acordo com o portal da UFRN, a Intentona ensejou grande repressão por parte do governo Vargas e “o início de um anticomunismo ainda muito presente na sociedade brasileira”. A historiografia oficial nos conta que o objetivo desse movimento golpista era derrubar Vargas. No entanto, a Intentona começou a ser gestada muitos anos antes de Getúlio assumir o poder.

REVOLUÇÃO TIPO EXPORTAÇÃO
Com a vitória da Revolução Bolchevique de 1917, a liderança do Partido Comunista Russo, então liderado por Vladimir Lênin, enxergou a premente necessidade de organizar formalmente os esforços de todos os partidos comunistas do mundo para promover a revolução global. Desse modo, em 1919, foi criada a Internacional Comunista (Comintern) com o objetivo de concertar esforços, táticas e ações dos partidos comunistas de todo o mundo com o objetivo de tomar o poder em seus respectivos países e neles implantar a ditadura do proletariado. 

 Comintern, teoricamente, pautava-se pelo chamado “centralismo democrático”, onde questões programáticas eram objeto de discussão dos grupos internos da organização comunista. Na prática, esse princípio de organização leninista, que fingia ser uma espécie de fórum democrático em que debates abertos orientavam as diretrizes dos partidos comunistas, era falso: tudo era decidido pelo Partido Comunista da União Soviética (PCUS) – e, em última instância, por seus homens fortes.

Em 1922, entre os dias 5 de novembro e 5 de dezembro, ocorreu em Moscou o IV Congresso Mundial do Comintern. Partidos comunistas de 58 países enviaram delegados, sendo 343 o número de delegados votantes. Sob a presidência de Lênin e Leon Trotsky, o IV Congresso contou com a presença de personalidades comunistas importantíssimas, como o italiano Antonio Gramsci. No entanto, um dos destaques do congresso foi um ilustre desconhecido: Antônio Bernardo Canellas, delegado do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Canellas ficou famoso no contexto do IV Congresso por pedir um aparte no meio de um discurso Trotsky – o chefe do Exército vermelho chamaria o brasileiro de “o fenômeno sul-americano”.

O POTENCIAL COMUNISTA DOS TRÓPICOS
Durante o IV Congresso do Comintern, Canellas apontou a necessidade da criação de um órgão que tratasse especificamente da América Latina. A proposta foi submetida a votação, e contou com o entusiasmado apoio de Antonio Gramsci. Surgiu, assim, o Secretariado Latino do Comintern, submetido à autoridade do recém-criado Comitê Executivo da Internacional Comunista (CEIC). Em 1925, ocorreu o V Congresso do Comintern, do qual surgiu o Secretariado para a América do Sul, com sede em Buenos Aires. 

Seu principal órgão era o Escritório de Propaganda do Comintern para a América do Sul, chefiado por Abilio de Nequete, fundador e primeiro secretário-geral do PCB. Em 1927, saía a primeira edição do La Correspondencia Sudamericana, jornal do Secretariado para a América do Sul, cujo editor era o argentino Rodolfo Ghioldi. O VI Congresso do Comintern ocorreu em julho/agosto de 1928. Com o relato do sucesso das atividades do Secretariado para a América do Sul, foram eleitos sete membros latino-americanos para o CEIC – dentre eles, Rodolfo Ghioldi e o brasileiro Astrojildo Pereira, membro-fundador do PCB. Essa eleição dava proeminência considerável ao secretariado, o que representava a importância da América Latina para o Comintern e, portanto, para Moscou.

Nesse ínterim, Prestes havia liderado seu frustrado levante dos anos 1920 e, junto com outros revolucionários, exilou-se na Bolívia. Em 1928, conheceu Ghioldi, sendo recrutado pelo argentino para as fileiras do Comintern. A partir desse ano, passou a receber treinamentos específicos para a organização de uma revolução comunista no Brasil. Em 1930, retornou para o País, instalando-se clandestinamente em Porto Alegre. 

No ano seguinte, a convite do governo soviético, mudou-se para Moscou, onde sua formação ganhou profundidade e amplitude. Sua importância estratégica para o Comintern era tamanha que, ao voltar para o Brasil, em 1934, veio acompanhado de dois importantes agentes da Internacional Comunista: os alemães Olga Benário (que, depois, seria mulher de Prestes) e Arthur Ernest Ewert, oficial da NKVD (serviço secreto que precedeu a KGB).

O “CAVALEIRO DA ESPERANÇA” CONTRA-ATACA
Em agosto de 1935, ocorreu o VII Congresso do Comintern, o último antes de sua dissolução. Georgi Dimitrov, Secretário-Geral do CEIC, determinou, dentro da estratégia de “frentes populares” – organizações de massa de caráter teoricamente anti-fascista –, que o PCB apoiasse a criação da Aliança Nacional Libertadora (ANL) tendo, por presidente, Luís Carlos Prestes. O papel da ANL seria o de promover uma sublevação armada no Brasil que tinha por objetivo a implantação de uma ditadura do proletariado a soldo de Moscou. 


Para tanto, era necessário organizar um discurso de caráter nacionalista e anti-varguista que, em seu bojo, carregasse bandeiras sociais que pudessem ludibriar o povo brasileiro e atrair sua simpatia – reforma agrária, abolição da dívida externa, etc. No mesmo congresso, Prestes foi eleito membro efetivo do CEIC, e Ghioldi, chefe do Secretariado para a América do Sul.

A operação revolucionária a ser liderada por Prestes e encampada pelo PCB teria como principais pontos de apoio: o Secretariado para a América Latina; Iumtourg, uma falsa agência de turismo e casa de câmbio controlada pelo Comintern e sediada no Uruguai, por meio da qual se poderia criar uma ponte financeira entre Moscou e o Brasil; e os partidos comunistas de Argentina, Uruguai e Chile. 

Todos os agentes envolvidos haviam sido financiados pelo governo soviético e recebido treinamento militar especializado. O momento exato do início da revolta armada dependia diretamente do aval do Comintern. Os detalhes da Intentona Comunista tomam um livro inteiro – aliás, o jornalista William Waack escreveu o excelente “Camaradas”, com farta documentação comprobatória. Meu propósito não é apresentar uma análise profunda e exaustiva desse evento, que, para nossa sorte, não foi adiante. Almejo, ao traçar um breve histórico das origens da Intentona Comunista, duas coisas.

A primeira é expor esse movimento tal qual ele foiuma tentativa de golpe que tinha por objetivo a implantação, no Brasil, de uma ditadura do proletariado nos moldes soviéticos e consolidar um posto avançado da União Soviética no continente americano. A segunda é suscitar uma pergunta: o que merece ser comemorado, afinal de contas? É digno de comemoração o aniversário de uma conspiração transnacional de tomada de poder através da violência armada, orquestrada por um governo que deixou em seu rastro dezenas de milhões de cadáveres, e que, mesmo fracassada, foi capaz de exemplos detestáveis de barbarismo e crueldade – como a execução da garota Elza, uma menina semi-alfabetizada de 16 anos estrangulada à morte a mando de Prestes?

Celebrar o aniversário da Intentona Comunista não é apenas um disparate: é um ultraje. E fazê-lo por meio de instituições federais de ensino superior – o que praticamente confere à homenagem um caráter de oficialidade governamental é um ultraje além da medida. Se há algum exemplo claro e paradigmático de como as universidades federais brasileiras são ideologicamente orientadas para reproduzir o discurso hegemônico da esquerda, eis tal exemplo.

Fontes:
– Manuel Caballero, “Latin America and the Comintern 1919 – 1943”. Cambridge Latin American Studies, n. 60, Cambridge University Press, 2002. 213 p.

– John C. Clews, “As Técnicas da Propaganda Comunista”. Coleção Problemas Políticos da Atualidade, v. 1, O Cruzeiro, 1964. 283 p.
– Paul M. A. Linebarger, “Guerra Psicológica”. Editora Biblioteca do Exército, 1962. 541 p.
– William Waack, “Camaradas”. Companhia das Letras, 1993. 381 p.
– Sérgio Rodrigues, “Elza, a Garota”. Nova Fronteira, 2008. 236 p.
– Coletânea de documentos da Internacional Comunista (1919 – 1943), disponível em Marxists.org.

https://felipeoamelo.wordpress.com/