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quarta-feira, 20 de outubro de 2021

A ERVA DANINHA DO AUTORITARISMO - Percival Puggina

Os maus exemplos sufocam os bons exemplos como a erva daninha mata a planta boa
Temos assistido, nos últimos três anos, a sucessivos exemplos de autoritarismo.  Na minha percepção, o fenômeno iniciou no Supremo Tribunal Federal e se propagou rapidamente no Congresso Nacional. Em ambos os lados da praça, a Constituição é serventia da casa e servida ao gosto do patrão. 

Foi o autoritarismo que expediu ordens descabidas ao presidente da República por parte do STF. Foi ele que criou o inquérito do fim do mundo. É ele que fecha jornais, prende jornalistas, criou o flagrante eterno, estatizou verdades e impôs medo à liberdade de opinião.

Vê-se autoritarismo em atos cotidianos do presidente da Câmara dos Deputados no exercício de sua prerrogativa de elaborar a pauta de votações. Em três anos, a Casa não votou a PEC da prisão após condenação em segunda instância, nem o fim do foro privilegiado. Na democracia à brasileira, dane-se a opinião pública!  
É por causa do autoritarismo que custeamos 513 deputados federais para que uma dezena de líderes de bancada comandem os acontecimentos da Casa e conduzam todos os demais pelo nariz, segundo seu querer. 
Essa submissão se deve ao autoritarismo dos líderes na distribuição dos recursos públicos, sejam partidários, sejam do orçamento da União.

Houve longas sessões de autoritarismo na CPI da Covid-19. Foi o autoritarismo que levou ao “Pare de trabalhar e fique em casa!”. É o autoritarismo que leva juristas, políticos e jornalistas a regrarem o ato médico, formulem, com os próprios cotovelos, verdades “científicas” e imponham o passaporte sanitário.

Por puro autoritarismo, um único senador consegue tornar estéril a prerrogativa presidencial de indicar à aprovação do Senado um novo ministro do STF. Afirma o senador, e há quem concorde, ser sua a prerrogativa de marcar a data para a sabatina do indicado, podendo fazê-lo quando bem entender. Ou seja, o ato convocatório da sessão de sabatina poderia ocorrer no intervalo de tempo vai do já ao nunca. Passados cem dias da indicação, tudo leva a crer que o senador Alcolumbre pretende cumprir o que já li haver ele afirmado: enquanto for presidente da CCJ essa audiência não vai acontecer.

Examinemos em microscópio essa variante amapaense da síndrome autoritária que assusta a nação. 
O senador Davi Alcolumbre preside a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal do Brasil sem haver concluído sequer o curso de Ciências Econômicas cujas aulas um dia pretendeu frequentar. 
Na poltrona onde já sentaram figuras ilustres do direito brasileiro, senta-se agora um senador graduado no ensino médio, incapaz de compreender que o direito de marcar a data de um evento não se confunde com o direito de não marcar a data do mesmo evento.  
E mais, escapa-lhe a compreensão de que se assim fosse, os presidentes da CCJ teriam a prerrogativa de, ao longo dos anos, esvaziar por completo o plenário do STF. Bastaria, para isso, que a mesma “prerrogativa” fosse usada pelos titulares do posto ao longo do tempo necessário para todos os ministros se aposentarem. 
O senador nem imagina que o abuso de sua prerrogativa pontual derruba direito constitucional atribuído ao Presidente. Cabe a este indicar à CCJ quem ele quiser, para que a comissão, por deliberação colegiada de seus membros, verifique se o indicado atende às condições exigidas de um ministro do Supremo pela Carta da República.

Democracia e autoritarismo são antagônicos. Para usar palavra da moda, o autoritarismo é antidemocrático. Para se protegerem de seus fantasmas, o STF e o Congresso Nacional nos arrastam para um simulacro de democracia que a parcela mais bem informada da população não mais leva a sério.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 1 de outubro de 2021

LUCIANO HANG E OS MACACOS VELHOS DA CPI - Percival Puggina

Enquanto assistia à participação do dono da Havan na CPI, antevia que quando terminasse a sessão seria informado pela outrora grande mídia de que as coisas se passaram de outro modo. Há muito disso hoje. Você comparece, assiste, presta atenção e, mais tarde, fica sabendo em manchetes que foi enganado por seus olhos e ouvidos. Quem cometesse a imprudência de relatar conforme os sentidos lhe tornaram perceptível incorreria no crime hediondo de fake news.

Há um universo paralelo no qual tudo se desencaixa e a realidade se evade como sabonete foge das mãos em banho de cachoeira
É o universo onde vivem os mais destacados veículos de comunicação do país, partidos e organizações de esquerda, ministros do STF, o Congresso Nacional e, claro, a CPI da Covid-19 (cujo nome já é fake news porque seu objetivo é ferrar com a vida do presidente da República e ponto).

Assisti, então, boa parte da sessão em que a CPI inquiriu o dono da Havan. Quem perdeu ainda pode recuperar aqui. Valerá cada segundo. Os macacos velhos da política brasileira saltavam de um galho para outro tentando, inutilmente, capturar o empresário em pré-fabricadas narrativas. A todo instante, Luciano Hang os desconcertava com respostas corretas, surpreendentes, e uma descontraída insubmissão às pretensões autoritárias que caracterizam a conduta dos senadores oposicionistas.

De um lado, a fina ironia do inquirido, em sua expressiva fatiota verde e amarela; de outro, o deboche e a chacota, como única reação disponível no estoque de artimanhas da mesa dos trabalhos. Ora, a ironia é atributo dos espíritos livres, asas na porteira da liberdade (agauchando Vitor Hugo). O deboche é típico dos indivíduos rasteiros, aprisionados em si mesmos. Quanto mais tentavam aplicar ao inquirido seus próprios padrões, mais avultavam, mesmo não referidos, os apêndices caudais dos macacos velhos inquisidores.

Frequentemente, o senador Omar Azis, secundado pelo colega Renan Calheiros, sentindo que escorregavam de seus galhos, apelavam para restaurar as narrativas e as descarregavam sobre o empresário e todos os insubmissos como ele. Nesse momento, se erguia o vozerio do plenário para reforçar as imputações. Os ataques não correspondiam ao dito nem ao feito, mas era preciso contrapor algo para não ficar mais feio ainda.

Restou muito claro, durante todo o tempo, que a CPI tem um objetivo político e que sua preocupação passa longe da saúde pública e do contestável zelo de seus protagonistas pelo erário. 
Eles funcionam como metralhadora giratória, que dispara para qualquer lado onde possa servir ao objetivo dos viventes no universo paralelo. Essa metralhadora tem dois apoios retóricos: 
1º) no Brasil, quem mata não é o vírus, mas o presidente e o tratamento precoce; 
2º) conservadores, liberais, povo na rua, manifestações contra conduta de instituições de má conduta são antidemocráticos, exceto se forem para destituir o chefe do governo...

Absolutamente nada disso você vai encontrar em qualquer matéria da mídia militante sobre as seis horas de inquirição do dono da Havan.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quarta-feira, 18 de agosto de 2021

ESSA NÃO É A CASA DE RUY BARBOSA! - Percival Puggina

“Senhores, estamos em uma época em que passa como irritante o fiel cumprimento dos mais sagrados e imperiosos deveres da honra política pelos representantes do povo” (Ruy Barbosa, em discurso no Senado, 1911)

Que fique clara, desde logo, minha opinião. A maior parte de nossos senadores decaiu na confiança da sociedade.  
Os 81 membros da Câmara Alta da República não forneceram sequer as 27 assinaturas necessárias para instalar a CPI da Lava Toga, que já era vista como necessidade nacional no início desta legislatura! 
O Senado brasileiro, junto com a Câmara dos Deputados, não se mostrou capaz de atender ao audível clamor nacional a favor da prisão após condenação em 2ª instância!

Definitivamente, esse Senado não é mais a “Casa de Ruy Barbosa”.

Por muitas vozes, esse poder de Estado alegou que a Lava Toga “desestabilizaria as instituições republicanas” e por igual motivo travou a tramitação das várias acusações encaminhadas contra ministros do STF. Tratava-se, porém, de um falso zelo institucional. 
A absurda CPI da Covid-19 foi entregue à maioria oposicionista e a senadores de má reputação, em deliberado esforço para desestabilizar o governo. 
O Senado preserva, reitero, a regra da eterna impunidade, o melhor guarda-chuva de criminosos que o mundo já viu:  cumprimento de pena só iniciar após trânsito em julgado da sentença condenatória. 
Quem não sabe que o corporativismo da Casa e os problemas pessoais de tantos senadores com a justiça ocupam os primeiros lugares na lista de motivos dessa descomunal omissão?

O Senado silencia quando o STF, sob sua vigilância institucional, prende jornalista, prende deputado, censura meios de comunicação e transforma a Constituição em arma pessoal, de ataque, para uso ao gosto, como sal em batata frita. [sem exagerar: temos a convicção, em nossa modesta opinião, que só não prendeu o presidente da República, como habitual por decisão monocrática, devido, digamos, "problemas de logística".]

A sociedade se vê ao relento! Desprotegida e receosa. Teme o órgão máximo do Poder Judiciário e percebe que não pode contar com o Senado.

Eu sei que há eleições logo ali e que o voto popular é o poder mais alto que se levanta. Verdade? Tal poder nos é surrupiado a cada omissão de nossos representantes, invalidado quando o silêncio dos parlamentos nos leva ao grito das praças e também este, por fim, se dissipa no calculado silêncio dos parlamentos.

Sim, há eleições e, de momento, o jogo político é para profissionais. Pois é aí que a democracia desanda e vira farsa, enganação. É salve-se quem puder para derrotar adversário e preservar mandato. E dane-se a dignidade!

Até outubro do ano que vem, o dinheiro resolverá tudo. Mesmo? Comprará o passado e o futuro? A memória e o esquecimento? O bem não feito e o mal feito?

Antecipo minha convicção de que os senhores senadores não acolherão o pedido de impeachment de dois ministros do STF, se proposto pelo presidente da República. E o rejeitarão de modo furtivo, esquivo como de hábito, sem colocar o nome na tela. Numa atitude que, esta sim, tem nome e é bem coerente com o que observo.

Como reagirão os bons senadores que ainda restam nesse gulag das esperanças nacionais?

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

sábado, 24 de julho de 2021

Quando começam a dar explicações, não pedidas... estão indicando não acreditarem nas versões que divulgaram

 Jerônimo Teixeira 

Por que a CPI da Covid acertou ao criar esta semana uma frente para investigar declarações contrárias à ciência

Amparado em falsidades e distorções, sustentado por autoridades públicas e disseminado pelas redes sociais, o negacionismo é o vírus informativo que atrapalha o combate à Covid-19 

 [quando falamos a verdade e temos confiança no acerto dos nossos atos, ,  não temos a necessidade de explicar - quando começamos a justificar, explicar em demasia, o que apresentamos como fatos -  as 'nossas verdades' - ... . Que credibilidade pode ter uma CPI presidida por Omar Aziz (gangues do Amazonas) , relatada pelo senador Calheiros e tendo como vice o senador Rodrigues? ]
 
Mas o negacionismo científico assumiu formas mais insidiosas. Seus praticantes relativizam a gravidade da crise sanitária e atacam instrumentos de eficiência comprovada na sua contenção, como a máscara e o distanciamento social. E os negacionistas ainda colocam em dúvida a segurança e a eficiência de vacinas que seguiram todos os protocolos de pesquisa antes de chegar (com atraso) ao braço dos brasileiros. [somos favoráveis às vacinas - posição manifestada em vários Posts deste Blog Prontidão Total. Mas na criação e uso de qualquer medicamento, há aspectos que só o tempo esclarece. As vacinas estão demonstrando eficiência, mas até quando garantirão a imunidade? Pergunta que só o tempo pode responder. Temos que aguardar que cesse a imunidade dos primeiros vacinados - algumas vacinas são dose única para toda vida, torcemos para que os imunizantes contra o coronavírus  estejam entre elas; de quais cepas estamos protegidos? Resposta com o tempo. Possíveis efeitos colaterais? resposta também com o tempo.
Enquanto o tempo não responde, sugerimos aos ainda não imunizados que não percam tempo e se vacinem.]   tAmparado em falsidades e distorções, sustentado por autoridades públicas e disseminado pelas redes sociais, o negacionismo é o vírus informativo que atrapalha o combate à Covid-19.

O negacionismo agrupa boatos e fake news, companheiros históricos de todas as epidemias, em um sistema de crenças infundadas, abrangendo de medicações milagrosas comprovadamente ineficientes — como a cloroquina, que o presidente Jair Bolsonaro parece afinal ter abandonado em prol da proxalutamida, droga ainda em fase inicial de testes — a ideias conspiratórias sobre o “controle social” exercido por meio do lockdown. Alguns postulados negacionistas são besteiras folclóricas, como a ideia de que a vacina emite sinal de wi-fi. Em suas formas mais sofisticadas, porém, pretende se amparar naquilo que ele nega — a ciência. Negacionista é aquele que afirma uma hipótese sem evidências suficientes e sem métodos rigorosos — diz a cientista política Lorena Barberia, da Universidade de São Paulo (USP), coordenadora científica da Rede de Políticas Públicas e Sociedade, grupo interdisciplinar que estuda questões relacionadas à pandemia.

É ciência, “sqn”
Por vezes, o negacionista debruça-se sobre os mesmos dados brutos estudados por cientistas sérios, mas seleciona (e distorce) só aqueles que servem a sua visão particular. [a mídia militante, ou adestrada, é quem mais distorce os fatos, manipula, omite, faz narrativas  - a explicação veiculada na matéria sob comento é um exemplo de narrativa criativa. 
Outro exemplo: o Luis Miranda, irmãozinho dileto do deputado Luis Miranda, declarou na PF que esqueceu de gravar a conversa dele e do mano com o presidente Bolsonaro; quando instado a apresentar provas das pressões que diz ter sofrido para comprar a vacina 'covaxin', declarou que trocou de telefone e esqueceu de fazer backup dos dados do telefone que usava. 
A mídia amestrada divulgou os esquecimento do servidorzinho com o mínimo destaque possível.]  Foi o que se viu, por exemplo, nas fake news sobre Serrana, cidade paulista onde se realizou um estudo de grande escala sobre a eficiência da CoronaVac. Aproveitou-se um aumento de mortes por Covid-19, em março, para afirmar que a imunização havia fracassado. Na verdade, o programa de vacinação só foi concluído um mês depois. E com sucesso: a queda no número de mortes chegou a 95%.

A partir do chão da realidade, o negacionista dá saltos conspiratórios. É fato documentado que, no início da pandemia, em Wuhan, autoridades chinesas reprimiram e censuraram médicos que tentaram soar o alarme sobre o perigo da nova epidemia, o que retardou a resposta global à nova ameaça. Essas circunstâncias serviram de base para teorias delirantes sobre agentes patogênicos criados em laboratórios chineses e espalhados de forma intencional. A hostilidade em relação à China, por sua vez, alimentou a rejeição da CoronaVac, vacina que o Instituto Butantan desenvolveu, no Brasil, em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

O elemento político é nítido: o negacionismo tornou-se mais uma arma na “guerra cultural”, a disputa ideológica binária entre a extrema-direita e a centro-esquerda. Não é por acaso que o negacionismo vem sendo um tema central da CPI da Covid. Ainda que as suspeitas de corrupção na compra de vacinas tenham tomado o centro dos debates, um dos sete núcleos em que a CPI recentemente se dividiu será dedicado às “ações anticiência” do governo.

Em Época - continue lendo

 

segunda-feira, 24 de maio de 2021

'Até agora, CPI da Covid-19 não quis olhar para a corrupção', diz senador à CNN

Em entrevista à CNN, Eduardo Girão, titular da CPI da pandemia, destacou necessidade de investigação de desvios de verbas pelos estados

Em entrevista à CNN, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), titular da CPI da Pandemia, fez um balanço da terceira semana de depoimentos. "Foram três semanas esclarecedoras para cruzarmos dados, temos que investigar o governo federal, mas também estados e municípios. Até agora, por incrível que pareça, a CPI não quis olhar para a corrupção. Se você pegar CPI do mensalão, do petrolão, dos anões do orçamento, que foram símbolo de êxito e serviço prestado à população", disse.

O  senador disse ainda que é necessário verificar se houve algum desvio de verbas, devido à grande quantidade de recursos que foi enviada para estados e municípios. "Dinheiro não faltou no combate à pandemia, precisamos rastrear. Essa CPI está sendo omissa nesse momento de verificar esses recursos", diz.

Nesta semana, foram ouvidos dois ex-ministros do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido): Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e Eduardo Pazuello, da Saúde. Até agora, a comissão realizou dez reuniões, nas quais ouviu oito testemunhas e aprovou 235 requerimentos. O senador sugere que a Polícia Federal também seja incluída no processo. "Sou autor do requerimento que deu origem a essa CPI, que quer rastrear os bilhões de reais de verbas federais que foram para estados e municípios. A Polícia Federal é uma das instituições que eu gostaria de ouvir, que fez 61 operações. É muito importante buscar esse dinheiro que, muitas vezes, foi pago antecipadamente", disse.

O senador avalia que a CPI esteja perdendo a credibilidade pela opinião pública. "A começar pelo relator [Renan Calheiros] que tem um filho governador", disse, se referindo à ausência da investigação das verbas enviadas aos estados. [fosse só o Renan... tem o governador do Pará, filho de um senador integrante da CPI Covidão, envolvido com a compra de respiradores em uma loja de vinhos; o presidente da da CPI  teve a mulher e filhos presos por corrupção na área da saúde... 

e por aí vai -não querem investigar os ladrões, pensavam que iriam conseguir armando uma CPI derrubar o Bolsonaro. Erraram feio - eles é que tem que se cuidar, já que a investigação for para as autoridades locais...........]

Próximos passos
Segundo Girão, o depoimento da Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, agendado para a próxima terça-feira (25), é um dos mais aguardados. O dia decisivo, segundo ele, será na quarta-feira (26).

"O presidente da Comissão, Omar Aziz, já disse que vai votar todos os requerimentos. Vou pedir voto nominal, para que fique claro quem são os senadores, como estão pensando dentro da comissão e se querem, de alguma forma, blindar A, B ou C. Precisamos buscar de forma técnica e responsável toda a verdade", disse.

CNN - Política

 

terça-feira, 18 de maio de 2021

O golpe “homeopático” do STF em curso - Sérgio Alves de Oliveira

A palavra “golpe” é a que mais anda solta na boca dos políticos de esquerda, dos seus “capangas” togados dos tribunais, e da sua mídia “amestrada”, invariavelmente atribuindo a tentativa de golpe aos “outros”.
Qualquer pensamento ,sugestão, insinuação ou proposição, de quem quer que seja, que divirja das manobras obscuras do círculo esquerdista, e que possa, eventualmente, se afastar um só milímetro do projeto político de retomada total do poder traçado pelos chamados “progressistas”, apeados do poder em 64, imediatamente é acusado de estar propondo um “golpe”. É a palavra que mais se lê hoje nos jornais serviçais da esquerda .

Os progressistas brasileiros, e toda a sua “curriola” de colaboradores ,na verdade estão sendo absolutamente coerentes e fiéis à pregação de um dos maiores no mes mundiais do socialismo,Vladimir Lênin,líder “bolchevique” da Revolução Russa, que em outubro de 1917, a partir da viagem de trem que fez de Zurique à Estação Finlândia,planejou e executou o derrube violento do regime dos Czares. Dizia Lenin:”Acuse os adversários do que você faz,chameo-os do que você é”.

Mas esse bando de políticos esquerdistas brasileiros, e “outros” mentirosos de igual laia,na verdade simplesmente tentam “estigmatizar” a palavra “golpe”, a partir da conotação que querem emprestar ao movimento cívico-militar de 31 de março de 1964, que apeou do poder o Governo João Goulart, que comprovadamente tinha planos de efetivamente dar um“golpe”, de esquerda, inclusive fechando Congresso Nacional, com dia marcado, 1º de maio desse mesmo ano (1964),dia do “trabalho”. Portanto é preciso que se desestigmatize totalmente o que eles chamam de “golpe de1964”. [ESCLARECIMENTO:a denominação oficial do movimento corretivo de 31 de março de 1964 -  que entre os vários beneficios que propiciou ao Brasil, NOSSA PÁTRIA AMADA, está o desmonte dos planos da maldita esquerda -  é: REVOLUÇÃO - denominação que consta do Preâmbulo do  ATO INSTITUCIONAL Nº 1, DE 9 DE ABRIL DE 1964, que iniciou o processo de consolidação das medidas corretivas e foi assinado no em  Rio de Janeiro-GB, 9 de abril de 1964.

Gen. Ex. ARTHUR DA COSTA E SILVA 
Ten. Brig. FRANCISCO DE ASSIS CORREIA DE MELLO 
Vice-Alm. AUGUSTO HAMANN RADEMAKER GRUNEWALD .
]

firmado pelos de março de 1964 não foi um “golpe”, nem um “golpe militar”,porém o contrário, um “contragolpe”, que felizmente conseguiu fustrar a tempo a tentativa do “golpe comunista” que a esquerda acampada no Governo Goulart ´pretendia desencadear,com total apoio dos sindicatos,inclusive alguns cogitando da implantação de uma “república sindicalista”,a exemplo do que acontecera antes durante o “peronismo”argentino.  Mas mesmo que esse pessoal que acusa todos os outros do que eles mesmos são e querem ,fossem simples analfabetos funcionais políticos,o que não corresponde à realidade,pois eles são, de fato, golpistas por “natureza”,há que primeiramente se distinguir entre os vários tipos de “golpes” que existem.

Dentre outras espécies,tanto o “golpe”,quanto o “contragolpe”, podem ser FÍSICOS, ou POLÍTICOS. Os “físicos” podem ser o choque de um objeto contra outro,um impacto,uma batida,ou uma pancada,por exemplo. Já os golpes (ou contragolpes)“políticos” geralmente correspondem aos chamados “golpes de estado”,ou “contragolpes de estado”,à derrubada da ordem constitucional vigente. E podem ser violentos,ou não,corresponder aos interesses da maioria ou da minoria.

O “contragolpe político” de 31 de março de 1964 no Brasil sabidamente não usou de qualquer violência, física ou armada,tanto que os que estavam no poder e foram derrubados fugiram facilmente para o exílio. Não houve um só tiro. E o povo também não se opôs a 64. Mas a história acabará esclarecendo a contento se o contragolpe de 64 no Brasil se transformou com o tempo, ou não, numa REVOLUÇÃO. Apesar de não ter sido uma mobilização que tenha causado grande impacto na transformação do mundo,como aconteceu com a Revolução Francesa,de 1789,e a Revolução Russa,de 1917,no mínimo essas mudanças de 1964 a 1985,podem ser equiparadas,ou foram até superiores,às ocorridas na “Revolução de 1930”,que durou até 1945,liderada pelo então Presidente Getúlio Vargas. Se a primeira merecer o título de “revolução”,1964 certamente também fará jus a essa denominação.

Mas a verdade ´é que tanto o movimento de 1930, quanto o de 1964,causaram grande impacto no desenvolvimento e progresso do Brasil,contrastando com a estagnação econômica e de realização de obras públicas de infraestrutura, bem como a corrupção desenfreada que se instalou no Brasil após,de 1985 a 2018,garantindo alguns que teriam sido roubados do erário cerca de 10 trilhões de reais,mais que o valor do PIB brasileiro.

Mas o novo golpe planejado pela esquerda é de um tipo absolutamente inédito no mundo. É “jurisdicional”. Durante o tempo em que governou,de 1985 até 2018, a esquerda nomeou todos os ministros do Supremo Tribunal Federal, exceto um, nomeado recentemente pelo atual Presidente Jair Bolsonaro. Nessa condição,como “guardiões” da Constituição, esses “Supremos” Senhores tem trabalhado com muito afinco para defender os interesses da esquerda, por quem foram nomeados, e da corrupção desenfredada, sem paralelo no mundo.

Com total apoio de um “Congresso Nacional” que deixa muito a desejar,num processo de “toma lá-dá-cá” entre eles,  sem limites, de recíproca proteção, o STF ajuda a sabotar e boicotar a governabilidade do país, inviabilizando o mais possível o Governo Bolsonaro, apostando numa interrupção do mandato presidencial, seja por impeachment, ou cassação do seu mandato, a exemplo da tal ridícula “CPI da Covid-19”,ou ainda derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022, ”apostando” na suposta memória curta do povo, que não lembraria nas próximas eleições que o caos político, econômico e social hoje vividos no país foram todos,sem exceção,causados por essa mesma “gentalha”de esquerda que ainda tem a “cara de pau” de pretender a volta ao poder.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

sábado, 1 de maio de 2021

CPI da Covid-19 deve ser um marco histórico em matéria de safadeza por parte do Congresso - Jovem Pan

J. R. Guzzo

Comissão é uma trapaça que se manterá distante da principal questão: a inépcia e a malversação de dinheiro do erário por parte dos que foram encarregados de tratar da Covid-19

A aglomeração que o Senado Federal inventou com o título de “C.P.I.” e a função, no papel, de investigar atos de imperícia, de imprudência e de negligência — mais os de má-fé — cometidos em volta do governo federal em um ano de combate à Covid-19 é um conto do vigário gigante. “Comissões parlamentares de inquérito”, sejam as montadas na Câmara de Deputados ou as do Senado, são, há mais de 100 anos, um dos golpes preferidos dos políticos brasileiros.  
Não se destinam a fazer inquérito nenhum, nunca, nem apurar responsabilidade de ninguém e, muito menos, punir algum culpado. Servem, ao exato contrário, para proteger os criminosos de verdade com o imutável grito de “pega ladrão” que a bandidagem usa quando se vê ameaçada; 
além disso são empregadas para promover os interesses pessoais mais grosseiros da politicalha. Este golpe de agora, o da Covid-19, está com todo o jeito de ser um marco histórico em matéria de safadeza, hipocrisia, desperdício de dinheiro público e inutilidade, pura e simples, por parte do Congresso Nacional.
É um fato de conhecimento comum até nos jardins de infância que nunca se roubou tanto neste país, desde os incomparáveis governos Lula-Dilma, quanto se roubou agora por conta da Covid-19
A roubalheira do PT, na verdade, foi distribuída ao longo dos treze anos e meio de dois governos; 
a de agora está toda concentrada em pouco mais de um ano de atividade intensa
Como poderia ser diferente? As “autoridades locais”, ou seja, os 27 governadores e 5.500 prefeitos do Brasil, ganharam do STF a tarefa — e plena autonomia — para administrar como melhor entendessem o combate à epidemia. 
Como ficou claro desde o primeiro dia, nenhuma decisão “local” poderia ser modificada, e muito menos vetada, pelo governo federal; 
ao contrário, por ordem do STF, a União foi legalmente proibida de mexer uma palha em qualquer coisa que os governadores e prefeitos fizessem. 
Só estava obrigada a soltar verba — e pagar o “auxílio de emergência” para quem perdeu trabalho e renda por causa da repressão ao trabalho, à produção e à atividade econômica imposta pelas “autoridades locais”.  
É óbvio o que iria acontecer com todo esse poder distribuído — sem qualquer controle — a tão pouca gente: surtos de incompetência, desperdício em massa de dinheiro público e ladroagem explícita. Depois do “Mensalão” e do “Petrolão”, chegou a vez do “Covidão”.
Que tal parar de fingir por uns minutos? Todo mundo sabe desde criança que político brasileiro rouba; nem todos, é claro, mas a maioria mete a mão com o desespero de um homem-bomba muçulmano ou, então, se faz de bobo e deixa que roubem o que quiserem em volta de si. Por que diabo, então, seria diferente nesse caso? Só por que é uma doença? 
Não seja por isso; no governo Lula, por sinal, roubaram até sangue dos hospitais, naquele notável escândalo da máfia dos vampiros que deixou lembranças até hoje. [não esqueçam: 'drácula', ex-ministro da Saúde do presidente petista, é um dos encarregados das investigações da CPI da covid.] Dinheiro é dinheiro. Se vem com a Covid-19 ou com as empreiteiras de obra, com o vírus ou com o pré-sal, tanto faz — o que interessa é a “verba liberada” e o dinheiro depositado no banco. O resto é conversa de CPI e para analista de telejornal do horário nobre.

Governadores, prefeitos, seus familiares, os amigos e os amigos dos amigos não contaram apenas com essa decisão sagrada do STF, e com o apoio quase integral das “instituições”, do Brasil “que pensa” e dos meios de comunicação. Mais que isso, tiveram a bênção doestado de emergência”, um pé-de-cabra legal que permitiu aos gestores locais gastarem dinheiro público sem controle nenhum: sem concorrência pública, sem licitação, sem necessidade de prestar conta.

Se já é uma dificuldade extrema segurar a roubalheira com todas as regras e contrarregras que existem por aí, imagine-se, então, o que acontece quando praticamente não há controle algum. Mais: ninguém aqui está falando de uns trocados. As “autoridades locais” receberam ao longo do último ano, em verbas federais, cerca de R$60 bilhões para cuidar da epidemia — dinheiro que o Tesouro Nacional não tem, mas que sempre é fácil tirar dos impostos que a população paga todos os dias, a cada vez que acende a luz ou põe um litro de combustível no tanque. Hoje em dia, com essa história de se dizer um bilhão aqui, um bilhão ali, pode parecer banal, mas 60 bi é uma imensidão em termos de dinheiro. Para se ter um começo de ideia: o total dos gastos federais com a educação, em um ano, ficou em R$40 bilhões. A Covid-19 comeu uma vez e meia isso aí.


Aparecem agora os heróis da mídia no papel de resistentes ao “fascismo”

Para completar o seu sonho de consumo, as “autoridades locais” contaram com a ajuda vital do Ministério Público, da Polícia Federal e da mídia em geral, que estão de olhos praticamente fechados há mais de um ano, quando se trata de corrupção na Covid-19. Há exceções, claro: o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, foi posto para fora do palácio em agosto do ano passado, destituído e até preso, no meio de uma tempestade de acusações de roubo na gestão da epidemia. Mas Witzel, claramente, é um caso fora da curva. Num Estado que já teve um colosso na história da corrupção universal como o ex-governador Sergio Cabral, com mais de 200 anos de cadeia nas costas por roubar de tudo (para não falar de Anthony Garotinho e sua mulher Rosinha), conseguir ser demitido do governo, como ele foi, é realmente qualquer coisa de paranormal. Na vida mais normal, a ‘governadorzada’ e a ‘prefeitada’ deitaram e rolaram, sem que as denúncias apresentadas contra eles tenham atraído a real atenção do MP, da PF ou da imprensa; saiu alguma coisinha aqui, outra ali, mas absolutamente nada que lembrasse, nem de longe, a fúria moral de todos quando os acusados fazem parte da sua lista negra.

Diante de mais essa calamidade, o Senado faz o quê? Faz exatamente o que as “instituições democráticas” do Brasil sempre fizeram: enterra o problema real, salva os culpados e dá às piores figuras, mais uma vez, a oportunidade de virarem heróis da mídia no papel de resistentes ao “fascismo”, à “direita” e ao “genocídio”. A questão, se querem mesmo investigar alguém, é a inépcia e a malversação de dinheiro do Erário por parte dos que foram encarregados de tratar da Covid-19 — as “autoridades locais.” Em vez disso, investigam o governo federal — que não tem quem o defenda, dentro e fora do mundo político, e vai ficar apanhando quieto até os arquiduques da “Resistência” tirarem tudo o que podem da CPI e partirem para outra. É desastre com perda total.


Como acontece quase sempre na vida pública brasileira, a trapaça das “investigações” se repete como farsa, ou como espetáculo de humor macabro.
Nada revela tão bem o deboche de tudo isso quanto a lista de membros da CPI. O presidente é um senador do Amazonas envolvido até o talo na confusão: sua própria mulher, além de irmãos, já foram presos por ladroagem na área da saúde — da saúde, justamente, dentro de um escândalo que se arrasta há cinco anos no Estado e na capital, Manaus, e é objeto das operações Maus Caminhos e Cash Back, da Policia Federal. O representante titular do PT é o senador Humberto Costa ninguém menos que o “Drácula” da lista de políticos comprados pela construtora Odebrecht, codinome que recebeu por seu envolvimento junto à máfia que roubava sangue da rede pública de hospitais quando ele era ministro da Saúde de Lula. Há outra estrela da relação de salteadores da Odebrecht: o “Whiskey”, apelido do senador Jader Barbalho, do Pará. (Deu para entender a presença de Amazonas e Pará na CPI? Pois então: são exatamente os dois Estados, fora o Rio, onde mais se roubou neste ano de Covid-19.)
O ponto alto do show, entretanto, é o senador Renan Calheiros no papel de relator da CPI, nada menos que isso.  
Renan é um dos membros mais enrolados com o Código Penal que dão expediente nesse espantoso Senado brasileiro — não deve haver, aliás, caso igual ao dele em nenhum Senado do mundo. Ou seja: os políticos não apenas insultam a população com a sua CPI; também fizeram questão de pisar em cima, com a nomeação de Renan. É como se estivessem dizendo: “Isso aqui é o Senado Federal. Polícia, promotor e juiz, aqui dentro, são o Renan e a sua turma”. Não é nenhuma surpresa, por sinal, que o senador que foge da lei há 30 anos tenha se tornado um grande estadista aos olhos da mídia brasileira de hoje; é claro, ele se reinventou como marechal-de-campo da esquerda nacional, líder da oposição ao presidente da República e apóstolo intransigente da guerra ao “negacionismo”. É tratado, em consequência, como um gigante da nossa política. Suas declarações aparecem em todas as primeiras páginas, nos telejornais e nos programas de rádio. Seu passado, que está presente nos autos, foi “cancelado” do noticiário, como se diz hoje. Ele não fez nada de errado, nunca. É a estrela da CPI, dos editoriais e do “campo progressista”. Aboliu-se uma realidade; foi construída uma outra em seu lugar. Eis aí a política do Brasil, mais uma vez. É assim que funciona.
 
J. R. Guzzo, colunista  - Jovem Pan