João Santana desembarca em São Paulo e segue para
Curitiba em avião da PF
Ele e a
mulher, Mônica, tiveram a prisão temporária decretada nessa segunda pela Lava
Jato. Ambos são investigados em esquema de corrupção na Petrobras
O marqueteiro do PT nas últimas três eleições presidenciais João
Santana desembarcou
nesta terça-feira (23/2), no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por volta
das 9h25 do voo vindo de Punta Cana, na República Dominicana. Segundo a Polícia
Federal, o publicitário baiano aguardou na delegacia do
aeroporto a chegada da aeronave da própria PF que levou ele e a mulher para
Curitiba. O advogado de Santana, Fábio Toufic, também estava no voo.
De acordo com a PF, depois eles serão conduzidos ao Instituto Médico Legal de
Curitiba para exame de corpo de delito e, então, retornarão à Polícia Federal onde deverão prestar depoimento. João Santana é o alvo central das
investigações da 23ª fase da Operação Lava-Jato, denominada Acarajé, gíria
utilizada por alguns operadores para se referirem a dinheiro vivo. O baiano, que fez fortuna com o marketing político, aumentando o patrimônio de R$ 1 milhão
para R$ 78,6 milhões entre 2004 e 2014, teve a prisão temporária decretada nessa segunda-feira (22/2) para
explicar o suposto recebimento de pelo menos US$ 7,5 milhões no exterior. Com livre trânsito no Planalto, era um dos principais conselheiros da petista durante as
maiores turbulências, participava de decisões estratégicas do governo e
escrevia discursos.
Em sua defesa, Santana vai dizer que os valores
recebidos fora do país não são referentes a campanhas políticas realizadas no
Brasil e que o país vive um clima de “perseguição
política”. [alguns
tentam passar a imagem que a presteza do marqueteiro de Dilma em voltar ao Brasil
é prova de inocência = a famosa dedução: quem não deve, não teme. . NADA DISSO.
É
receio de ser extraditado, afinal, o
governo petista não extradita criminosos, mas os outros países extraditam.
O marqueteiro e esposa vão passar uma
péssima primeira noite no xadrez da PF em Curitiba, já que viajaram em
condições desconfortáveis.
Leiam o parágrafo adiante: “Alvos de mandados de prisão temporária na
"Acarajé", a mais nova etapa da Operação Lava Jato, o
marqueteiro do PT João Santana e sua mulher, Mônica Moura, chegarão ao
Brasil às 10h desta terça-feira (23), vindos da República Dominicana. Eles
tomarão o voo 7701 da Gol, que partirá de Punta Cana às 2h50 (horário de
Brasília), rumo ao aeroporto de Guarulhos. O
tempo de duração da viagem é de 7h10. O casal não gozará de conforto, pois o voo não dispõe de Primeira Classe ou
Classe Executiva.
Santana estava na República Dominicana
para cuidar da campanha eleitoral do presidente Danilo Medina, que tenta a
reeleição. Santana pediu dispensa
irrevogável do serviço ao dizer que "vê clima de
perseguição" no Brasil. E
hoje, enfrentarão as confortáveis dependências da carceragem da PF em
Curitiba.”]
Na
operação, que mobilizou 300 policiais nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo
e Bahia, foram presos o lobista polonês Zwi Skornicki,
responsável pela intermediação de contratos que somam R$ 6 bilhões na
petroleira; o administrador de empresas Vinícius Veiga Borin, ligado a
offshores controladas pela Odebrecht; Maria Lúcia
Guimarães, funcionária da empreiteira; e Marcelo Rodrigues, executivo da
estatal. Além de Santana e a mulher, até o fechamento desta edição, não
tinham sido cumpridos os mandados de prisão contra o diretor-presidente da
Odebrecht, Benedicto Barbosa, e Fernando Migliaccio, funcionário da empresa.
Os investigadores avaliaram que as
cifras recebidas na Suíça por Santana podem ser bem maiores. A Polícia Federal
investiga o destino de US$ 7,5 milhões. A maior parte dos recursos — 60% — teria sido remetida, em 2013 e
2014, ao exterior pelo lobista Zwi Skornicki, utilizando a empresa Shellbill
Finance S.A. A Lava-Jato já sabe que pelo menos US$ 3 milhões, depositados entre abril de 2012 e março de 2013,
foram repassados para um conta de Santana a partir de uma articulação de
offshores controladas pela construtora Norberto Odebrecht. Na Inovation, a Odebrecht teria repassado US$ 500 mil. A outra
parte, no valor de US$ 2,5 milhões, foi
encaminhada a Klienfield. As duas offshores transferiram os valores para a
Shellbill Finance S.A., que teria repassado a contas de Santana.
De acordo com os investigadores, os valores passaram por bancos em Londres e
Nova York antes de chegarem à Suíça. “É
importante ressaltar que se trata de informações parciais do Citibank de Nova
York. Ainda estamos esperando o recebimento de novas informações”, informou
o delegado Felipe Pace. A Polícia Federal ainda não tem provas de que os
recursos foram repassados para pagamento de serviços prestados por Santana
durante as campanhas presidenciais de Dilma. O delegado informou que chama a
atenção o fato de Santana ter declarado legalmente o recebimento de
aproximadamente R$ 170 milhões por serviços eleitorais prestados no Brasil
desde 2005 e ter escondido o recebimento de valores menores no exterior.
A investigação teve início durante a
nona fase da Lava-Jato, em fevereiro do ano passado, após policiais
federais encontrarem na casa de Zwi Skornicki uma carta escrita por Mônica
Moura. Ela encaminha dados de duas contas, uma que
recebia em euro e outra em dólar, no exterior. Na mesma carta, a mulher
de Santana diz que encaminhou o modelo de contrato e que apagou, por motivos óbvios,
o nome da empresa. Avisa também que, “por
motivos de segurança”, não tem uma cópia eletrônica da carta.
Fonte: O Globo