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segunda-feira, 27 de maio de 2019

O voto Bolsonaro

O governo continua imerso em suas contradições. E o País já perdeu um ano!

Muita poeira tem sido lançada aos olhos dos cidadãos brasileiros, como se um grupo de predestinados operantes em redes sociais e ideólogos de tipo conspirativo tivessem sozinhos ganho as últimas eleições presidenciais. Nem Hércules teria tido a ousadia e a força de tal pretensão!

Não se trata de desmerecer a estratégia adotada nas redes sociais, mas de reconhecer uma realidade muito mais complexa. O voto bolsonarista foi essencialmente um voto do não, de tipo lulista, “contra tudo o que está aí”. Claro que o que estava aí se baseava em outra percepção da realidade, desta feita, a corrupção da experiência petista de governo, o descalabro econômico, seguido do aumento de desemprego, e os efeitos da Lava Jato enquanto fator de regeneração nacional. O não se estendia também ao politicamente correto, que foi imposto goela abaixo aos habitantes deste país, muitos de índole conservadora.

A corrupção petista havia se tornado visível graças à Lava Jato, ao expor o modo de exercício partidário do poder, com o PT se apropriando de recursos públicos com fins pessoais e políticos. Líderes partidários acabaram sendo condenados e remetidos à prisão, num espetáculo que não deixa de ser doloroso para o País, porém necessário do ponto de vista da punição exemplar. Outros partidos e políticos sofreram o mesmo destino, mostrando o caráter suprapartidário de tal operação. A classe política ficou maculada, o que foi muito bem aproveitado pelo candidato vencedor.

No supermercado as pessoas começaram a sentir os efeitos da inflação, ao que se acrescentavam a redução da renda familiar e o desemprego. Pessoas que tinham galgado uma posição social superior, principalmente durante parte dos mandatos do presidente Lula, sofreram o descalabro do governo Dilma, com recessão, juros altos e perda de emprego. Do ponto de vista da percepção pessoal, há enorme diferença entre uma pessoa voltar a uma posição social inferior e dela nunca ter saído. O carro comprado foi vendido, a educação privada dos filhos voltou para a pública e apartamentos foram devolvidos. O caminho estava aberto para o candidato que soubesse dizer não.

O apoio maciço dos evangélicos, que em muito contribuiu para a vitória, teve como uma das suas âncoras a linguagem conservadora do candidato, que soube fustigar sem pena os exageros e os excessos do chamado politicamente correto. As pessoas de índole familiar conservadora não mais aguentavam tal tipo de imposição, qualificada de “progressista”. Se isso era o “progresso”, preferiam não avançar. Diga-se de passagem que mudanças culturais, para serem bem-sucedidas, devem ser feitas homeopaticamente, salvo se pretenderem uma revolução, que, ao fazer economia de meios, produz resultados desastrosos.

Na esteira da crise de valores, a imagem de Jair Bolsonaro terminou por ser beneficiada pelo prestígio social das Forças Armadas. Os militares gozam de excelente reputação na opinião pública, pela retidão de seus membros e por sua defesa intransigente dos princípios nacionais. Em certo sentido, votar no então candidato veio a significar uma volta democrática dos militares ao poder, o que foi reconhecido pelo presidente na constituição de seu Ministério. Note-se, ademais, que é esse grupo que está sendo atacado pela ala ideológica do governo, como se fossem meros intrusos, quando são os mais responsáveis.

Um fator totalmente imprevisível terminou contribuindo decisivamente para a vitória: a facada. As imagens do candidato sofrendo e sua lenta e difícil recuperação o puseram como vítima da violência que prometia erradicar. Horas de televisão foram dedicadas ao ataque e às suas repercussões, criando uma ampla identificação social com a vítima. A simpatia pelo candidato tomou conta da sociedade. Páginas de jornais, rádios e redes sociais cobriam cotidianamente o que estava acontecendo. Nenhum candidato, por mais tempo de rádio e televisão que tivesse, podia equiparar-se a essa superexposição. Nesse período, a eleição se definiu, não tendo o candidato Jair Bolsonaro podido participar de nenhum debate. Apresentação de ideias e de programa de governo tornou-se prescindível.

Hoje se ouvem supostas análises e comentários de que a Câmara de Deputados – e por extensão o Senado – está se recusando a levar adiante a proposta de reforma da Previdência que foi eleita com o novo governo. Ora, o presidente não apresentou, quando candidato, nenhuma proposta de reforma da Previdência, nem, em geral, econômica, salvo pequenas exceções. Não espanta que haja reações. Que a reforma da Previdência é algo essencial, isso salta à vista, basta fazer as contas. Acontece que nem isso foi – e tampouco é – explicado adequadamente. O governo continua imerso em suas contradições.

Teria sido muito mais sensato retomar o projeto de reforma da Previdência do então presidente Michel Temer, que estava pronto para ser votado em plenário. Em vez disso, o governo Bolsonaro quis fazer a “sua” proposta, supostamente “nova”, contra a “velha”. Foi, de fato, a “velha” forma de fazer política, não querendo reconhecer a continuidade das reformas e propostas feitas no curto governo anterior. O resultado é que o País já perdeu um ano! [por falar em Temer: Rodrigo 'enganot' Janot ao acusar o então presidente Temer de vários crimes, atrapalhou em muito as medidas de correção da economia, a efetivação da reforma da Previdência e outras medidas adequadas;

e, até o presente momento, nada do que o 'enganot' acusou o ex-presidente foi provado, sendo aprova indiscutível da falta de sustentação das acusações, é que a principal delas, resultado da delação premiada dos açougueiros Batista, AINDA NÃO FOI homologado pelo Supremo.
Estranho! e foram tais acusações que quase derrubam um presidente, não conseguiram;
 mas,  tiveram êxito em boicotar o ex-presidente e as medidas que estavam sendo implantadas e seriam exitosas na redução da crise econômica, incluindo a queda do desemprego.
Acusar sem provas é crime - e se ao acusar prejudica o Brasil o crime é agravado.]
Por último, convém dizer uma verdade óbvia, que, no entanto, parece estar sendo esquecida. Não é só o presidente que tem legitimidade popular, a do voto, mas também os senadores e deputados. Todos eles foram eleitos conjuntamente num mesmo processo eleitoral. Logo, é uma falácia dizer que os deputados, por exemplo, estão se colocando contra o voto popular, na medida em que eles são, igualmente, o resultado do mesmo voto. A representatividade do presidente é a mesma dos parlamentares. Se não houver esse reconhecimento, o Brasil continuará imerso em conflitos insolúveis, com desfechos que podem ser institucionalmente nocivos.



Denis Lerrer Rosenfield,  professor de Filosofia na UFRGS - O Estado de S. Paulo
-  email: denisrosenfield@terra.com.br

 

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

A direita está pronta para o Lula que sairá do TRF4?

Para rebater a propaganda petista, liberais e conservadores devem ligar os crimes de Lula ao sofrimento que a crise causou ao povo brasileiro

Enquanto o dia 24 pode marcar a condenação de Lula na segunda instância, tal data encerra apenas um episódio jurídico dentro da disputa eleitoral que se dará em 2018. Enquanto a eleição não influencia o julgamento de Lula, o julgamento de Lula influencia a eleição. Do menor deputado estadual até o presidenciável do PT, todos esperam os votos dos desembargadores para definir e coordenar o discurso com que pretendem tomar de assalto o imaginário popular.

Esta estratégia é conhecida, se não pelo público geral,
ao menos pelos formadores de opinião do bloco que se contrapõe de forma mais firme ao projeto petista: a direita brasileira. No entanto, à medida que o grande momento chega, parece que apenas um lado se prepara para tomar a bola e marcar seus gols.

A extrema-esquerda sabe a importância de ter uma narrativa forte sobre o julgamento
Chega a hora da verdade para o chefe do petrolão, o ícone que a esquerda forjou e ao qual se atrelou desde a redemocratização. Mas liberais e conservadores dormem na tarefa de divulgar a verdade sobre os crimes de Lula. Há perigosa confiança num legalismo estéril, que sozinho causará pouca mudança de consciência e será rapidamente deixado de lado graças ao esforço da propaganda partidária petista. [a Justiça já tem conhecimento e provas dos crimes de Lula e o POVO também;

que a cachorrada petista perca tempo tentando encontrar justificativas contra o encarceramento do sentenciado Lula - até mesmo em demonstração de desespero pela falta de alternativas de salvar o condenado Lula - apesar de ser perder tempo é a opção que lhes resta.
A condenação de Lula, com provável majoração da pena, será feita com o material que o TFR-4 já tem e as condenações seguintes, ainda em primeira instância, serão aplicadas com base nos crimes cometidos por Lula.
Não há necessidade de divulgar os crimes de Lula - todos já foram divulgados, de forma ampla, verídica e geral.]
A tática do “deixar sangrar”, guiada pela ilusão de que as instituições farão aquilo que é dever daqueles que atuam na guerra política, mostrou ser um fracasso já no escândalo do mensalão, em 2005. Em vez de avançar o impeachment contra Lula, os tucanos apostaram que a mera exposição da corrupção petista bastaria para afundá-lo perante o povo. O resultado foi a reeleição de Lula, que ainda fez Dilma como sucessora, com um saldo final de mais 11 longos e desnecessários anos de PT no poder. [onze anos longos, tenebrosos, mas, necessários - serviu para consolidar junto ao povo (especialmente parte do eleitorado que tem uma certa dificuldade em entender as coisas) a certeza de que Lu,a o PT e a esquerda não prestam, certeza que fará que caso seja candidato - algo improvável - Lula perderá feito.

Não vale o percentual que ele obtém nas pesquisas e que o colocam em um segundo turno, com perspectiva de votos bem abaixo do necessário para ir ao segundo turno - o que realmente conta é o índice rejeição do demônio de Garanhuns,. mais que suficiente para impedir que ele fique sequer entre os dez primeiros colocados.]

Pode-se dizer que a direita teria feito diferente dos social-democratas caso tivesse, em 2005, a força política e organização civil que tem hoje, ambas ainda em crescimento  [a decisão de não cortar a cabeça da jararaca Lula ainda em 2005, foi tomada exclusivamente pela tucanada, que entre decidir e ficar em cima do muro, prefere o muro.

Até hoje o PSDB não mudou de nome ou mesmo implodiu, por falta de vontade de decidir.] Mas a história nos permite atuar tão somente no período que vivemos, e estamos perigosamente perto de mostrar frouxidão similar à que teve o PSDB ao lidar com a corrupção sistemática de seu irmão mais radical à esquerda. Há tempo para sair da inércia e preparar a direita para a disputa de narrativas. 

É preciso mostrar como os crimes de Lula traumatizaram o Brasil, como ele tirou dinheiro do povo para dar a ditadores amigos, como seus esquemas resultaram na destruição de nossa economia e, acima de tudo, como a volta dele ao poder nos levaria ao início do ciclo de miséria e censura que vemos hoje devastar a Venezuela. [cada brasileiro sabe disso - apesar de muitos preferirem fingir que não sabem ou até mesmo defender Lula; 
mas, na hora de votar o que vai pesar mesmo é estar desempregado ou ter alguém da família desempregado; 
sentir na pele a certeza de que continua miserável ou pobre, sua ascensão social foi apenas uma ilusão bem criada por Lula e seus asseclas;
saber que muitas coisas que compraram - até mesmo aquele carro 1.0, que o banco pegou de volta (ou quando o banco não tomou, o carro está parado, enferrujando, ou por falta de gasolina e/ou manutenção) - não conseguirão, mesmo Lula voltando, comprar novamente.]

Coube à Lava Jato trabalhar para mostrar à Justiça por que Lula devia ser condenado perante a lei. Cabe à direita trabalhar para mostrar ao povo por que Lula deve ser condenado perante a opinião pública. [mesmo assim, tudo funcionando a favor de Lula, ele conseguindo ter seu nome inserido na urna eletrônica, ainda resta na campanha divulgar seus crimes - é bem melhor o eleitor ir votar com a cabeça martelando que Lula e o PT são uma quadrilha e que milhões de brasileiros estão sofrendo devido Lula e sua corja, do que ouvir isto agora.

O povo esquece rápido, por isso é bom ser lembrado na véspera.]

Luiz Guilherme de Medeiros é diretor do Instituto Liberal do Centro-Oeste.
 
 

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Mentalidades

Corrupção petista, de caráter político revolucionário, inscreve-se na tradição patrimonialista para dela tirar proveito

O Brasil vive um processo particularmente complexo de transição de uma mentalidade patrimonialista, “aprimorada” em seu caráter bolchevique graças aos governos petistas, para uma mentalidade moderna, própria de um Estado em que começa a vigorar o império da lei. 

Ou seja, estamos presenciando uma difícil transição do governo de uma classe política acostumada a manipular leis e instituições, como se estas devessem estar a seu serviço e proveito, para um governo ancorado em instituições, cujo validade transcende à ação direta dos políticos.

As gravações do ex-senador Sérgio Machado com os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney são, neste sentido, particularmente ilustrativas. Com efeito, elas exibem intenções e tentativas de manipulação das leis e instituições, como se ações junto a ministros e juízes fossem de natureza, por si sós, a alterarem todo um processo judicial. De fato, estavam e estão acostumados a um tipo de comportamento que se espelha em uma concepção patrimonialista, como se a coisa pública não estivesse a serviço da coletividade, mas de seu proveito próprio e pessoal.

Não se trata, aqui, somente da questão de se tal comportamento configura ou não um crime determinado como obstrução de Justiça, mas de um tipo de atitude que se pauta, como se fosse seu direito próprio, em considerar leis e instituições como se pudessem ser modificadas a seu bel-prazer. Mais especificamente, habituaram-se à impunidade como se as leis a eles não se aplicassem. Espantam-se com o que está acontecendo, pois não perceberam que o país está mudando, e esta mudança está fortemente ancorada em uma sociedade que está dando um basta a esta mentalidade.

Caberia aqui uma observação relativa ao suposto “patrimonialismo” petista. Lê-se frequentemente, inclusive em intelectuais de esquerda, que o PT teria incorrido nas práticas dos partidos políticos tradicionais, como se, em sua pureza, ele tivesse sido seduzido pelo atraso. Os petistas procuram se desresponsabilizar do que fizeram, dizendo ter feito somente mais do mesmo. Igualam-se para se eximirem de sua própria culpa. Tal posicionamento tem ainda o objetivo de manter a pureza da ideia de esquerda, como se esta pudesse simplesmente ser recuperada sem nada reconhecer de feito próprio.

Ora, a corrupção petista é fruto do aparelhamento partidário do Estado, com o intuito de, progressivamente, levar a cabo uma transformação socialista da sociedade brasileira. Ela é bolchevique. Para eles, esse aparelhamento e a sua corrupção seriam meros meios de uma progressiva mudança revolucionária. Ou seja, a corrupção, para além dos benefícios pessoais, seria um instrumento de captura da sociedade e de controle, para isto, de seus meios de comunicação privados. Nesta perspectiva, a corrupção petista, de caráter político revolucionário, inscreve-se na tradição patrimonialista para dela tirar proveito. A corrupção e o aparelhamento partidário do Estado pertencem à própria ideia de esquerda, fazem parte de sua essência.

O que é particularmente interessante no cenário político atual é a clivagem estabelecida entre a sociedade e a classe política. A primeira se caracteriza por valores não patrimonialistas, exigindo de seus representantes um comportamento condizente com a proteção pública dos recursos públicos. Não mais admite que os recursos da saúde, da educação, do saneamento, da habitação, entre outros, sejam drenados pela corrupção, desviados de seus objetivos específicos.

Ela abomina o fisiologismo, a barganha de cargos e todo esse espetáculo explícito de negociação ou de negociatas de posições, emendas e outras benesses em detrimento do bem público. Para isto, foi às ruas e criou as condições do impeachment. A sociedade brasileira não se deixou corromper, e talvez seja este o nosso maior ativo, um patrimônio propriamente nacional. Ela clama, portanto, por um novo Estado, livre do patrimonialismo histórico brasileiro e de sua vertente petista. Ela já efetuou uma mudança de mentalidade, que não ocorreu ainda na classe política, que dela fica a reboque.

A operação Lava-Jato, por sua vez, é a expressão desta nova mentalidade que já opera no nível propriamente estatal. Ela começa a fazer valer o governo das leis e instituições, resgatando a ideia propriamente republicana de coisa pública. Sua tradução mais imediata é a punição de poderosos, daqueles que viviam à margem da lei, desrespeitando as instituições e considerando a coisa pública como se fosse privada. 

A impunidade, graças a ela, está sendo progressivamente abolida, trazendo agentes políticos e empresariais às suas respectivas culpas e responsabilidades. Tudo isto, evidentemente, surpreende, precisamente por revelar o surgimento de uma nova mentalidade em um setor da burocracia estatal, no caso no Judiciário, no Ministério Público e na Polícia Federal.

A sociedade se sente na Lava-Jato representada. Na verdade, esta não teria condições de ser bem-sucedida se não contasse com esse imenso apoio social. O país se modernizou socialmente. Goza de uma ampla liberdade de expressão, com jornais independentes, investigativos e de opinião, em linhas gerais em defesa do avanço da democracia. Para todos os efeitos, não se trata de um movimento social dirigido contra um partido determinado, mas de afirmação de novos valores e princípios, voltando-se contra qualquer partido que não seguir esses novos valores. Ontem o PT foi o foco principal, hoje é o PMDB, talvez amanhã seja o PSDB ou qualquer outro partido. A moralidade pública tornou-se um princípio da sociedade, e esta exige que a classe política se paute por este novo padrão político.

A ética na política é atualmente um bandeira social. Exige a prudência que a classe política e o novo governo entrem em sintonia com uma sociedade portadora de uma nova mentalidade.

Fonte: Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul