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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Renda per capita do brasileiro diminui e se distancia de países emergentes

Segundo estimativa do FMI: Renda per capita de brasileiros cai e país recua entre os emergentes 

O Brasil tem empobrecido em comparação com a média de seus pares.
Segundo estimativa do FMI, a renda per capita do brasileiro (medida em paridade do poder de compra) recuou de US$ 16,2 mil, em 2014, para US$ 15,7 mil, em 2015, o equivalente a 90% do rendimento médio dos 24 países considerados emergentes pela instituição. Esse o menor patamar registrado desde o inicio da série histórica do Fundo, em 1980. 

A paridade do poder de compra uma medida usada em comparações internacionais, por refletir melhor o custo de vida dos países. Mensurado dessa forma, o poder de compra do brasileiro esteve por muitos anos acima da média dos emergentes. Desde meados da década passada —com o forte avanço da renda em países como China e Índia— a situação do Brasil em relação ao grupo passou a ser de equiparação. 

Mas, com a forte desaceleração da economia brasileira nos últimos anos, o pais tem sido deixado para trás. O FMI espera que, em 2020, a renda per capita do Brasil (em PPC) atinja US$ 18 mil, o que representa pouco mais de 80% da média dos emergentes (US$ 21,6 mil), se o projeto se confirmar. 

Outra forma muito usada por economistas para medir o retrocesso ou o progresso relativo de países rumo ao desenvolvimento econômico comparar sua renda per capita (em PPC) com a de nações avançadas, como os Estados Unidos. Nessa comparação, o Brasil também retrocede. O poder de compra do brasileiro chegou a equivaler a quase 40% do americano no início dos anos 1980. Com a crise econômica, recuou bastante na década seguinte, para patamar inferior a 30%. Voltou a se recuperar no fim da década passada, mas essa tendência no se manteve. 

O FMI espera que a renda per capita do país fique estagnada ao redor de 27% da americana nos próximos anos. Coreia do Sul e Taiwan são exemplos de países que conseguiram se desenvolver. Com renda per capita equivalente a 65% e 85% da americana, respectivamente, so consideradas nações avançadas pelo FMI. O salto que tiveram nas últimas doadas foi expressivo. Em 1980, esses percentuais eram de 17% e 32%.

BEM-ESTAR
Apesar da estagnação do Brasil no processo de avanço de sua renda média, outros indicadores de bem-estar da população tiveram grande avanço nas últimas décadas. A desigualdade na distribuição dessa renda diminuiu, o número de pobres recuou, e o acesso educação e saúde aumentou. 

Mas, segundo economistas, o recuo do país em relação a seus pares na evolução de sua renda per capita um sinal preocupante.
“A renda do Brasil deveria estar se aproximando da de emergentes de alto desempenho. Mas os dados mostram um aumento na diferença entre o poder de compra médio dos cidadãos desses países e os do Brasil”, afirma Leonardo Fonseca, economista do Credit Suisse. 

De acordo com especialistas, caso o país demore a superar a atual crise econômica, outros indicadores de bem-estar tendem a retroceder.
*
ENTENDA O QUE PARIDADE DO PODER DE COMPRA
O cálculo da paridade do poder de compra (purchasing power parity, em inglês) permite comparações mais coerentes do tamanho das economias e do nível de renda dos países do que as converses feitas pela taxa de câmbio. 

Como o custo dos serviços e de alguns bens em países mais pobres menores que nos ricos, a comparação da renda per capita em dólar no reflete a diferença relativa de preços e dos custos de vida entre eles. Uma mesma quantidade de dólares, por exemplo, suficiente para pagar por mais bens e serviços no Brasil do que nos EUA.

O cálculo da paridade do poder de compra tenta eliminar essas distorções e criar uma taxa de conversão que reflita adequadamente o custo de vida de cada país. Por isso, mais recomendada para comparações internacionais.   Além disso, a renda per capita dos países expressa em dólares pode sofrer variações bruscas caso sua moeda tenha se valorizado ou depreciado muito. 

Fonte: Folha de São Paulo

 

 


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

"Quem foi?" Claro que a Dilma e os demais membros da trupe, incluindo o Levy, por covardia, medo de perder a boquinha, se calam

Quem disse para a presidente Dilma que não teria nada demais apresentar um orçamento com déficit?



Quase todo mundo concorda: enviar ao Congresso um Orçamento com déficit previsto para 2016 — no momento em que as agências de classificação de risco estavam de olho na capacidade do governo de controlar suas contas não foi apenas um erro. Foi monumental.
 
[para alguns vaidosos e outros aparelhados pelo PT, ser ministro mesmo que no Brasil e no desgoverno Dilma, ainda vale a pena. 

Até mesmo esconder as mancadas da chefona além, é claro, de levar esporros.]
 
Por causa dessa manobra infeliz, o Brasil perdeu o grau de investimento na Standard & Poor's e pode ser rebaixado também por outras agências. Ora, quanto tempo levaria para recuperar o grau de investimento? Três anos, se o país fizer tudo certinho, rápido e tiver bases econômicas boas; uma década se o rebaixamento o tiver apanhado em más condições gerais, inclusive políticas.
Tal é o resultado de pesquisa feita pela economista Julia Gottlieb, do departamento de estudos do Itaú.


O Brasil está no segundo grupo, pois cai no grau especulativo com dívida bruta passando dos 70% do PIB (deveria ser menos de 40%), inflação bem acima da meta e baixo nível de poupança. Assim, o governo e as empresas brasileiras poderão ficar muitos anos pagando juros mais caros para obter financiamento externo e tendo acesso limitado aos mercados. Logo, menos investimentos, menos negócios, menos empregos.

Esse o tamanho do erro. O próprio governo o reconheceu e saiu com um programa empacotado às pressas para anunciar um superávit (duvidoso) para o ano que vem. Ora, de quem foi a ideia original? Quem disse para a presidente Dilma que não teria nada demais apresentar um orçamento com déficit? Sim, é importante saber, pois esse gênio não poderia continuar no governo.
Reparem: há um problema de credibilidade. As agências, os mercados, as pessoas desconfiam da sinceridade e da capacidade do governo de fazer o ajuste das contas. Se no cérebro (?) da administração tem um quadro que pensou tão errado e continua lá está claro que se perde ainda mais credibilidade. Os primeiros suspeitos são os ministros Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e Nelson Barbosa, do Planejamento. Todo mundo sabe que o ministro Joaquim Levy lutou contra essa mancada até o último momento.
Mas permanece nos meios econômicos e políticos uma ponta, enorme ponta de dúvida. E se a desastrada ideia tiver sido da própria presidente Dilma? Dirão, que saia Dilma. Mas não é assim que cai uma presidente eleita. Mas ficando, por quanto tempo for, a presidente ao menos deveria tentar recuperar sua capacidade de administrar a política econômica. Nesse caso, já está devendo duas desculpas: uma pelos estragos do primeiro mandato; outra, pelo orçamento com déficit, mesmo que tenha sido ideia de outro. Ela pegou, não é mesmo?
Aliás, se ela não demitiu ninguém por causa disso, é um sinal. Talvez não tenha desejado cometer injustiças. E se foi um auxiliar, não seria razoável esperar algo como “Foi mal, desculpaí, já estou vazando?”

De um fim de semana na capital argentina:
Nos caixas automáticos, não se pode sacar em dólares, só em pesos. Nos hotéis e restaurantes, também não há mais preços em dólares, apenas em pesos. E o pessoal não aceita pagamento em dólares, pelo menos não nos estabelecimentos formais.
Em resumo: tanto pra pessoas como para empresas, é muito difícil comprar dólares, seja para pagar importações, seja para poupar — como antes faziam os argentinos. Depois de anos de moratória, há escassez de dólares no país. E tiveram mesmo que dificultar as compras de moeda estrangeira pelos residentes. “Se não fosse assim, ninguém ficaria com os pesos”, conta um amigo.
Por outro lado, nesses locais que recebem estrangeiros, o pessoal explica: a cotação oficial é de 9,80 pesos por dólar, mas se você no "blue market, troca o dólar por 15 pesos, 50% a mais! Isso barateia e muito a viagem.
Fui visitar uma loja de blue market numa galeria da Calle Posadas. Não tem placa na porta, mas todo mundo conhece. Um escritório pequeno, sala de espera apertada e outro cômodo estreito com o caixa — computadores e máquinas de contar dinheiro. Dólar a 15 pesos. 
Euro a 17,50. Rotatividade enorme. Entra gente a cada minuto — na maioria , estrangeiros, mas também muitos argentinos.
Bom, se todo mundo sabe onde é, claro que a Polícia Federal também sabe. Parece que deixam algumas dessas casas de câmbio para dar um certo alívio. Na famosa Feira de San Telmo, o dólar corre livre. Mas os negócios são desfavoráveis aos turistas. Os comerciantes recebem em dólar a 8,50 pesos e devolvem o troco em pesos. Baita negócio para eles, pois recebem o dólar abaixo da cotação oficial, a 8,50.
O ambiente é meio deprê. Muitas lojas e restaurantes fechados. As lojas de vinho continuam ótimas. Na venda para estrangeiros, dão o tíquete para você para receber os impostos de volta — já que venda externa é livre de impostos. Mas é preciso preencher um baita recibo e receber o dinheiro na loja da Receita no aeroporto. Avisam: vai com tempo que tem fila.
Chegamos domingo à noite — e não tinha fila. A Receita estava fechada. [fechada para não devolução dos impostos = calote oficial.]

Fonte: Carlos Alberto Sardenberg - O Globo

 

sábado, 12 de setembro de 2015

CPMF volta a ser considerada - Dilma tem a pretensão de conseguir aprovar a nova CPMF

Governo só aumentará tributos após reduzir gastos e nova CPMF volta a ser considerada

Expectativa é que as primeiras medidas saiam do papel no início da próxima semana

O governo federal decidiu que só anunciará aumento ou criação de impostos para reforçar a arrecadação após a divulgação de novos cortes de gastos em sua própria máquina. A expectativa é que as primeiras medidas saiam do papel no início da próxima semana. A decisão atende a um pleito de influentes congressistas, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que insistem que o governo só peça sacrifícios à população após “cortar na própria carne”. Do lado das receitas, voltou a crescer no governo a tese de que a melhor solução será a criação de um tributo sobre movimentação financeira nos mesmos moldes da CPMF. 
 A equipe econômica avalia que essa seria a melhor saída para fechar o rombo de R$ 30,5 bilhões no Orçamento de 2016 e tentar atingir a meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de bens e serviços produzidos no país) no ano que vem. 

Em relação aos cortes, os técnicos da área econômica afirmam que as ações envolverão o enxugamento da máquina pública e também uma revisão de programas e benefícios sociais. No Ministério da Fazenda, há estudos que mostram que, se o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez fossem corrigidos até chegar a padrões internacionais, [sem dúvida o corrigido equivale a reduzido.] haveria uma economia anual de R$ 24 bilhões. Esses dois itens respondem por 16% dos gastos da Previdência Social.

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Já a reforma administrativa, que acabará com ministérios, secretarias e cargos comissionados, terá efeito mais simbólico. A equipe responsável pelos cortes se reunirá neste fim de semana.[serão extintos ministérios e secretárias inúteis e os funcionários remanejados para outros órgãos - afinal, mentir e enganar são especialidades do governo Dilma.] — O governo vai fazer um gesto, com o corte de gastos de sua máquina, para abrir caminho para o início das negociações com o Congresso e com a sociedade em busca de fontes de receita — disse um auxiliar de Dilma.
  FAZENDA JÁ FAZ SIMULAÇÕES SOBRE CPMF
A criação de receitas é um assunto delicado nessas discussões. Um ministro que participa dos estudos diz que há duas frentes possíveis. Uma é obter uma arrecadação pulverizada por meio de diversos tributos, como Cide, Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Também poderia haver aumento do Imposto de Renda sobre ganhos de capital.

A outra preferida pela área econômica é a criação de um tributo que resolva boa parte do rombo. Nesse cenário, surge a CPMF. Embora a presidente Dilma Rousseff tenha recuado da ideia de propor essa medida ao Congresso, por temer uma derrota, os técnicos dizem que a proposta “nunca saiu do radar”. — O desejo continua, pois a CPMF seria tributação mais indolor para a sociedade. Não onera um setor especificamente, tem alíquota pequena e dá a maior arrecadação, além de ajudar na fiscalização — diz um integrante do governo.

No Ministério da Fazenda, circulam simulações sobre a nova CPMF. A ideia é que seja temporária — o prazo de vigência pode variar de dois a quatro anos. A alíquota seria gradualmente reduzida durante sua vigência. Outro aspecto delicado seria a divisão da arrecadação com estados e municípios. É provável que a partilha com os governadores tenha que ser maior do que o planejado inicialmente para que eles ajudem a aprovar a proposta no Legislativo. [os governadores do Nordeste só ajudam na aprovação se criar o Bolsa Família estadual e o Bolsa Família municipal. Serão três bolsas para as regiões Norte e Nordeste.] 

Nesta sexta-feira, em Teresina, em encontro com líderes dos movimentos sociais no evento Dialoga Brasil, Dilma afirmou que o Brasil precisa repudiar os que querem sempre a catástrofe e o desastre. — Vivemos em uma democracia. Muita gente considera o pior melhor. O pior é melhor para uma minoria. Temos que repudiar aqueles que querem sempre a catástrofe, o desastre — afirmou a presidente. — Vamos superar as dificuldades porque somos capazes. O Brasil tem uma imensa força porque somos a sétima economia do mundo; segundo, porque temos condições, temos uma estrutura forte, uma indústria forte, e, nos últimos 13 anos, nós mudamos bastante o Brasil. [exatamente por isso Dilma está sendo repudiada; ela não só quer a catástrofe, o desastre, como foi ela que causou a situação catatrófica e miserável em que o Brasil está.]

Em relação à recriação da CPMF, a presidente teme enviar a medida por conta própria e vê-la derrotada no Congresso, ainda mais após o desgaste provocado com a desistência de encaminhá-la com o Orçamento, após a repercussão negativa que a medida tomou. Por isso, a solução seria convencer os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, ou do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB, a encampar a ideia.

LEVY NÃO CONTOU A DILMA SOBRE REBAIXAMENTO
O anúncio de cortes e de medidas de recuperação de receitas se tornou mais urgente devido ao rebaixamento do Brasil e à perda do grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P). Na última quarta-feira, dia do anúncio da S&P, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi avisado à tarde de que a agência rebaixaria o país. Porém, ele só comunicou Dilma três horas depois.

Levy temia que a informação vazasse antes de o mercado fechar. Também queria tempo para preparar o discurso do governo. A ação de Levy foi reprovada por interlocutores do Planalto, pois deixou Dilma e o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Edinho Silva, “vendidos” quando a imprensa passou a repercutir o rebaixamento.

No Congresso, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), [mais conhecido como 'capitão cueca' no submundo dos dólares na cueca] peregrina pelos gabinetes dos demais deputados para convencê-los a ressuscitar o imposto. Ele conta com a ajuda dos prefeitos para pressionar a Câmara. O petista disse a aliados que tem recebido representantes de municípios com pedidos para que o governo apresente a proposta, com parcela maior destinada aos entes federativos. O esboço inicial fixava a alíquota em 0,38% e destinava 0,01 ponto percentual a municípios e 0,02 a estados. Guimarães disse a prefeitos que o governo está disposto a alterar essa divisão.

No Senado, o líder do governo, Delcídio Amaral (PT-MS), disse que a maior preocupação do governo é escolher tributos que não tenham impacto expressivo sobre a inflação. Ele admitiu a volta da CPMF: — Tem muita gente que não pode nem ouvir falar em CPMF, mas tem outro tanto apaixonada pela ideia — afirmou Delcídio.

Fonte: O Globo

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O começo do fim de Eduardo Cunha


A meteórica ascensão política do carioca Eduardo Consentino Cunha, 57 anos, economista, ex-radialista, será dividida daqui para frente entre AD e DD. Antes da Denúncia do Procurador Geral da República que o alvejará hoje, e Depois da Denúncia. Antes dela, Eduardo era o todo poderoso presidente da Câmara dos Deputados e um dos caciques do seu partido, o PMDB. Cortejado pelos líderes dos demais partidos, tinha a força para abrir um processo de impeachment contra a presidente da República. [Denúncia não é julgamento; menos ainda sentença. A delação premiada precisa de provas que a completem.
Qual a razão de tantos desejarem destruir o Cunha?
Enquanto Cunha for presidente da Câmara ele tem o poder de dar andamento a qualquer pedido de impeachment contra Dilma e sendo o pedido apoiado por 342 deputados segue para o Senado e lá, sobre a presidência do presidente do Supremo Tribunal Federal,  segue um rito específico e que não está sujeito à vontade do presidente do STF, ainda que presidindo o Senado, nem do procurador-geral da república.
E, não esqueçamos, aceita a denúncia pela Câmara a presidente é imediatamente afastada das usas funções.]  Depois da denúncia, e por mais que proclame sua inocência e que finja tranquilidade, durante algum tempo ele se debaterá como um náufrago que tenta não morrer afogado. Até a ocasião em que assistiremos ao início do seu longo e excitante velório político.

O pernambucano Severino Cavalcanti renunciou à presidência da Câmara e, em seguida, ao mandato por ter recebido um mensalinho de R$ 10 mil pago pelo concessionário de um restaurante. Depois sequer conseguiu se eleger prefeito de João Alfredo, sua cidade. Eduardo é muito diferente do bronco Severino, eu sei, embora os dois tenham alcançado o terceiro posto mais importante da República como legítimas expressões dos deputados que integram o chamado “baixo clero” da Câmara.

Ocorre que, além do momento político ser outro, a acusação contra Eduardo nada tem a ver com um inocente mensalinho, a levarmos em conta as cifras espantosas desenterradas pela Lava Jato. Eduardo será denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. [acusado – denunciado    julgado = condenado.] 

Segundo Rodrigo Janot, procurador-geral da República, ele recebeu 5 milhões de dólares em propina paga pelo empresário Júlio Camargo. É o primeiro de uma longa lista de quase 50 políticos cujos destinos ficarão por conta dos 11 ministros do STF. Ao saber, ontem, o que o espera, Eduardo garantiu do alto de sua soberba: - Eu não farei afastamento de nenhuma natureza. Vou continuar no exercício para o qual fui eleito pela maioria da Casa. Estou absolutamente tranquilo e sereno em relação a isso.

Como bom ator, procurou transmitir serenidade. Falou, de preferência, para seu público interno, que ainda não o abandonou, mas também mandou recado para os outros dois especiais endereços da Praça dos Três Poderes, em Brasília – o Planalto e o Supremo.  Por ora, era o que ele poderia fazer. A consistência da denúncia do procurador dará uma ideia da sobrevida a que Eduardo terá direito. Se ela impressionar pelas  provas citadas, Eduardo será, pouco a pouco, largado de mão pelos que sempre o apoiaram.

E ao fim e ao cabo, só lhe restará a renúncia.

Fonte: Blog do Noblat

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Diretor da Globo defende impeachment de Dilma



A defesa de um impeachment da presidente Dilma Rousseff está saindo do campo editorial dos veículos da Globo e ganha agora manifestações pessoais de membros do primeiro escalão do jornalismo das empresas da família Marinho; diretor de Mídias Digitais da Globo, Erick Bretas, anunciou no Facebook que estará na manifestação pelo impeachment da presidente, marcada para o dia 15 de março, no Rio; "Só a pressão popular pode salvar o Brasil de mais um assalto — agora, às instituições", disse Bretas; 

O diretor criticou também o fato da presidente Dilma ter afirmado em entrevista que os indícios de corrupção na Petrobras deveriam ter sido investigados ainda na década de 1990, durante o governo FHC; "Jogar a corrupção na Petrobras no colo dos tucanos é diversionismo, é tentar criar uma cortina de fumaça para que o cidadão mais pobre e menos informado se confunda", afirmou; campanha pró-impeachment terá outros adesistas da Globo?

IMPEACHMENT DA DILMA

247 - A Rede Globo há tempos não esconde seu desejo de retirar a presidente da República, Dilma Rousseff do poder. Tática principal do grupo dos irmãos Marinho é o noticiário direcionado para o caos.

Segundo o Manchetômetro da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj), na semana passada foram 14 matérias negativas contra o governo federal e nenhuma neutra. No jornal O Globo, dirigido por João Roberto Marinho, não é muito diferente. Seis matérias negativas do governo, contra uma neutra.

A novidade na insatisfação da Rede Globo contra o governo do PT agora é a bandeira do impeachment de Dilma sendo empunhada abertamente por integrantes do primeiro escalão do império midiático.  O Diretor de Mídias Digitais da Globo, Erick Bretas, anunciou no Facebook que no dia 15 de março estará na manifestação pelo impeachment da presidente Dilma Roussef, no Posto 5, em Copacabana, às 9:30h.  "Não defendo quartelada nem intervenção militar. Não me alinho com a direita hidrófoba e obscurantista de Bolsonaros e Felicianos. Mas também não sou omisso diante do que está acontecendo no país. Os fatos dos últimos dias me fizeram ter certeza de que só a pressão popular pode salvar o Brasil de mais um assalto — agora, às instituições", disse Bretas.

O diretor da Globo criticou o fato da presidente Dilma ter afirmado em entrevista que os indícios de corrupção na Petrobras deveriam ter sido investigados ainda na década de 1990, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).  "Quando vem a público e diz uma coisa dessas, a presidente está sendo desonesta e não há passado que sustente o que lhe restava de respeito junto a brasileiros minimamente informados. (...) Mas ela sabe que tentar jogar a corrupção na Petrobras no colo dos tucanos é diversionismo, é tentar criar uma cortina de fumaça para que o cidadão mais pobre e menos informado se confunda", afirmou.

Leia na íntegra o post do diretor da Globo pelo impeachment de Dilma Rousseff, reproduzido pelo Diário do Centro do Mundo.
Sua nota-conclamação: O carnaval, a conclusão do MBA e alguns afazeres domésticos me fizeram andar meio afastado aqui do Facebook, ao menos das conversas sobre política. Confesso que gostaria de continuar falando sobre amenidades, mas não dá.
Decidi que no dia 15 de março, um domingo, estarei mesmo na manifestação pelo impeachment da presidente Dilma Roussef, no Posto 5, em Copacabana, às 9:30h.

Não defendo quartelada nem intervenção militar. Não me alinho com a direita hidrófoba e obscurantista de Bolsonaros e Felicianos. Mas também não sou omisso diante do que está acontecendo no país. Os fatos dos últimos dias me fizeram ter certeza de que só a pressão popular pode salvar o Brasil de mais um assalto — agora, às instituições.

Para quem não acompanhou o noticiário, um resumo:
1 – O ministro da Justiça (e candidato ao STF) José Eduardo Cardozo recebeu advogados da empreiteira Odebrecht em seu gabinete para discutir a Lava-Jato. Isto é o que ele reconhece ter feito.

Segundo vários veículos de imprensa, o que dizem participantes deste e de outro encontro com advogados de empreiteiras é que o ministro da Justiça tem assegurado à defesa dos barões das construtoras que a chegada da Lava-Jato ao Supremo vai representar uma reviravolta no processo.

Num país que não seja uma república bananeira, o encontro do ministro da Justiça com advogados de empreiteiros investigados pela polícia subordinada ao ministro já seria motivo para sua demissão. Essa é a opinião do ex-presidente do Supremo, Joaquim Barbosa. E minha também.

Pior: a Veja desta semana diz que Cardozo teria pedido à defesa de Sergio Pessoa, presidente da UTC e chefe do chamado "Clube do Bilhão" para não assinar um acordo de delação premiada.

2 – O presidente do Instituto Lula admitiu ter recebido representantes das empreiteiras implicadas na Lava-Jato para discutir as "dificuldades" provocadas pela investigação policial.

A simples reunião em uma mesma sentença das expressões "Instituto Lula", "empreiteiros" e "policial" já soa estranha.
O Instituto Lula não foi criado para preservar o acervo e a memória do ex-presidente? Não era para ser tipo assim, um think tank, uma biblioteca, um centro de debates sobre o país, que nem os institutos dos ex-presidentes americanos? O que faz o presidente de uma instituição com este perfil dialogar com representantes de empreiteiros presos por corrupção?

3 – Depois de passar dois meses sem conceder entrevistas, a presidente da República saiu-se com essa: "Se um funcionário da Petrobras tivesse sido investigado no governo FHC, ele não teria desviado milhões mais tarde".

Eu nunca toquei na banda dos que se horrorizam com a presidente, que a chamam de terrorista, que espalham boatos infundados sobre sua honestidade. Na verdade, a história pessoal da presidente sempre me inspirou uma certa simpatia. Uma mulher que combateu a ditadura, foi torturada, parecia ter firmeza de propósitos. Essas coisas que falam ao coração de quem já foi de esquerda, sabem?

Mas quando vem a público e diz uma coisa dessas, a presidente está sendo desonesta e não há passado que sustente o que lhe restava de respeito junto a brasileiros minimamente informados. Aliás, o que Dilma conseguiu com isso foi provocar memes hilariantes.
A presidente não acredita no que diz, tenho certeza disso. Se está reproduzindo algo a mando de João Santanna ou de Lula, não importa. Mas ela sabe que tentar jogar a corrupção na Petrobras no colo dos tucanos é diversionismo, é tentar criar uma cortina de fumaça para que o cidadão mais pobre e menos informado se confunda.

E aí reforça minha convicção de que não dá mais para ela.
Já não dava para ela se sair com o "Eu não sabia" que salvou Lula da degola no Mensalão. Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando aconteceu tudo o que vem a público agora. Deveria ser a brasileira mais interessada nas práticas de governança da empresa pelos anos em que lá esteve.

Ainda que por negligência se não por má-fé –, paira sobre ela a responsabilidade pelo desvio de centenas de milhões de dólares dos cofres da Petrobras.

E é de responsabilidade que trata o impeachment. A análise objetiva desta questão cabe aos constitucionalistas. Eu não entendo disso e não vou me arriscar no tema. Mas o impeachment é também um processo político. Ele reflete a visão do parlamento sobre as condições de um presidente permanecer no cargo. E o parlamento se deixa influenciar pelo barulho que vem das ruas. E é na rua que estarei no dia 15 de março.

Fonte: Brasil 247