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domingo, 7 de agosto de 2022

Paraíso perdido - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Lula e o PT preferem a Petrobras que comprava micos como a refinaria de Pasadena

Uma das ideias fixas que o ex-presidente Lula exibe em sua campanha para a Presidência da República, junto com a volta do imposto sindical e a entrega de uma posição de “importância” para o MST no futuro governo petista, é “recuperar” a Petrobras. 
Na verdade, ele anuncia que vai “recuperar” todas as empresas estatais – que, segundo diz a cada cinco minutos, foram “destruídas” na presente administração. Como assim “recuperar”
À primeira vista não faz nexo. No seu tempo, Lula e a sua sucessora conseguiram um feito inédito na história mundial da indústria de combustíveis: quase quebraram uma empresa de petróleo e, pior ainda, uma empresa que tem o monopólio do setor no Brasil. 
Só não quebraram porque você e os demais pagadores de impostos deste país tiraram dinheiro do bolso para pagar os prejuízos e impedir a falência. À segunda vista, porém, é perfeitamente compreensível o projeto de fazer a Petrobras voltar “a ser o que era”.
 
A Petrobras de hoje dá lucro; em 2021, aliás, teve mais de R$ 100 bilhões de lucro, o maior dos seus quase 70 anos de história. Neste ano de 2022, só no primeiro semestre, já teve um lucro de quase outros R$ 100 bilhões – mais do que o dobro do que foi obtido no mesmo período do ano passado. O desagradável desta história, para quem quer voltar à Petrobras de antigamente, é que os lucros vão para os acionistas a começar pelo Tesouro Nacional, que é o maior acionista de todos. Qual é a graça disso? 
Lula, o PT e o “campo progressista” não estão interessados em estatal que dá dinheiro ao erário. 
 
Preferem, e estão dizendo isso em voz alta, a Petrobras que comprava micos de categoria mundial como o monte de ferro velho da refinaria americana de Pasadena
Querem voltar aos tempos da refinaria Abreu e Lima, que deveria ser construída por R$ 2 bilhões, já está custando mais de 20 e até hoje só opera parcialmente. 
Ou, ainda, estão com saudades de fornecedores como a empresa de sondas que recebia o preço das sondas, não entregava sonda nenhuma e acabou pedindo falência. 
Essa Petrobras era um desastre para o público pagante, mas uma bênção do céu para os amigos da diretoria, os amigos dos amigos e quem mais tirava proveito do prejuízo que ela tinha. 
É claro que essa gente está desesperada para recuperar o paraíso que perdeu.

As estatais da era petista deixaram um prejuízo de R$ 40 bilhões. 
Hoje é o contrário: só em 2021 o lucro ficou perto dos 190 bi, uma das razões pelas quais foi possível aumentar os gastos sociais, reduzir impostos e conseguir superávit das contas públicas. 
 A vontade de voltar ao passado é uma questão de aritmética.
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo 
 

terça-feira, 5 de julho de 2022

O Brasil ‘despiorou’ - Revista Oeste

Silvio Navarro

Dois anos depois de a velha imprensa ter inventado uma nova palavra para não elogiar o governo, a economia dá sinais concretos de melhora 

Foto: Shutterstock

Foto: Shutterstock

Na última segunda-feira, 27, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o pior momento da inflação havia passado. No dia seguinte, os números do Caged (banco de dados do Ministério do Trabalho) mostraram recorde de criação de empregos com carteira assinada. São novas notícias positivas para a economia do país, uma realidade muito diferente das retratadas nas manchetes da velha imprensa.                               

O verbo “despiora”, usado pela Folha de S.Paulo, virou piada. 
Mas o jornal gostou tanto que passou a repeti-lo, numa clara linha editorial que proíbe associar qualquer informação boa ao presidente. 
A moda pegou nas redações. Analistas passaram a anunciar uma hecatombe econômica para este ano, com recessão similar aos mais tenebrosos anos da gestão Dilma Rousseff. Pior: com a economia em ruínas, o número de desempregados superaria o da era petista.

Aconteceu exatamente o contrário. Mesmo num cenário de inflação global pelos efeitos da pandemia e de uma guerra em curso há quatro meses na Europa, os jornalistas, “infelizmente”, tiveram de repassar notícias boas.

A primeira delas foi a revisão do Produto Interno Bruto (PIB). Como disse Campos Neto nesta semana, durante evento em Portugal, o Brasil é um raro caso no mundo em que “as revisões estão sendo feitas para cima”. A última estimativa indica crescimento da economia de pelo menos 1,7% até o fim do ano alguns bancos de investimento falam em 2%. O prognóstico de melhora vai na contramão do rebaixamento que o Banco Mundial estima para o PIB global recuou de 4,1% para 2,9%.

“A guerra na Ucrânia, os lockdowns na China e as interrupções na cadeia de suprimentos prejudicam o crescimento”, disse nesta semana David Malpass, presidente do Banco Mundial. “Para muitos países, a recessão será difícil de evitar”

O desempenho brasileiro no exterior destoa do cenário global. “Em 2021, o Brasil atingiu uma corrente comercial de US$ 500 bilhões”, afirma Marcos Troyjo, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, o “Banco dos Brics” referência a cinco países emergentes: Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. Ele foi secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia no início do governo Bolsonaro.

“As exportações chegaram a US$ 280 bilhões”, conta Troyjo. “O superávit, num cenário de guerra comercial, foi de US$ 61 bilhões. Isso vai crescer mais neste ano, pela performance dos cinco primeiros meses. Mostra que, além do cenário interno, temos vocação para crescer no exterior.”

Emprego
Outro dado que deixou os articulistas em parafuso foi a queda no desemprego, um triste espólio do final da era petista. O volume de carteiras assinadas chegou a 280 mil em maio, num total de 42 milhões de vínculos formais de emprego. O mercado de trabalho venceu a covid.

A Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), permite uma análise mais apurada. Pela primeira vez em seis anos, o índice de desempregados ficou abaixo de dois dígitos (9,8%). O arranque foi puxado pelo setor de serviços, justamente o mais sacrificado durante a pandemia. Um dos exemplos citados pelo próprio instituto foi a reabertura dos salões de beleza e dos transportes. A média salarial mensal do brasileiro foi de R$ 1,9 mil. “Torcedores do caos [arautos do pessimismo, nas adequadas palavras do general Edson Pujol, ex-comendante do Exército.] se decepcionam: todos os índices de atividade econômica e de mercado de trabalho surpreendem positivamente”, diz Alan Ghani, economista-chefe do SaraInvest e professor do Insper. “De previsão negativa no início do ano, o PIB poderá crescer mais do que 2% em 2022.”

Também em maio, o Banco Central informou que as contas públicas estão em ordem. O superávit primário consolidado — União, Estados, municípios e estatais — chegou a R$ 40 bilhões em abril. Ou seja, a arrecadação com impostos foi maior do que as despesas.

Vilão do planeta
O fiasco das profecias caóticas forçou a oposição a Jair Bolsonaro — dentro e fora das redações — a buscar outro discurso. No ano eleitoral, a munição encontrada foi culpá-lo pela inflação, atualmente em 12%, e pelo preço dos combustíveis e do gás de cozinha.

A inflação, de fato, é um problema — mas um problema global. Números alarmantes têm sido registrados nos Estados Unidos, na Europa e na América Latina inteira. Na Turquia, bateu em 73%. A vizinha Argentina é um retrato do drama: a inflação bateu 60%, o que tem promovido cenas de remarcação de preços em gôndolas de supermercados de Buenos Aires semelhantes às registradas durante o governo José Sarney. O peso argentino segue em desvalorização acelerada, e os comerciantes oferecem descontos para pagamentos em dólar ou real.

“Somos a oitava economia do mundo. Vamos crescer 2% neste ano. Somos um dos cinco principais destinos de investimento direto. Temos a maior corrente comercial da história” (Marcos Troyjo)

A inflação dos alimentos abriu caminho para o consórcio da imprensa trocar o rótulo de presidente genocida por um de tirano que espalha fome. Imagens de pessoas em situação de miséria passaram a ser estampadas na primeira página de jornais e portais na internet. Bolsonaro reagiu lembrando o discurso da própria mídia e seus aliados políticos: “Fique em casa, a economia a gente vê depois”. Não foi o bastante.

A situação é semelhante com os combustíveis, uma commodity em alta mundial. Imagens com valores nas alturas de bombas de gasolina e diesel passaram a ser usadas ao lado de cobranças ao governo. [cobranças que estão cessando, já que medidas tomadas pelo presidente Bolsonaro já derrubaram os preços dos combustíveis em mais de 12% = em Brasília, chegou a R$ 7,99 e agora está por até R$ 6,29 = queda superior a 20%.] Bolsonaro respondeu que, ao contrário de outras petroleiras pelo mundo, a Petrobras não reduziu sua margem de lucro e derrubou os presidentes da estatal em série. 
O consórcio de mídia adorou e publicou uma avalanche de manchetes que fizeram lembrar o petrolão — quando os cofres da empresa foram pilhados nos governos Lula e Dilma.
Bolsonaro mais uma vez respondeu. Mandou um pacote de medidas ao Congresso para tentar amenizar o impacto da inflação na renda da população pobre e segurar o preço dos combustíveis. 
A primeira cartada foi fixar em 17% a cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis, o imposto de energia elétrica, combustíveis e transporte coletivo. Com isso, “dividiu a conta” com os governadores, que saíram da pandemia com os cofres cheios.
 
A segunda e mais ousada foi o envio de uma emenda à Constituição que amplia o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 até o fim do ano, inclui mais 1,6 milhão de famílias no programa e dobra o vale-gás — R$ 120 por bimestre
Os caminhoneiros autônomos passam a receber um voucher de R$ 1.000 para abastecimento. 
Para não incorrer em crime eleitoral, já que a legislação proíbe a criação de benefícios neste ano, foi decretado estado de emergência no país. Desde o anúncio da elaboração do texto, o consórcio da imprensa decretou que o presidente cometeu crime eleitoral.

O fato é que nunca se torceu tanto contra o Brasil nas páginas dos jornais. E ninguém imaginava que a recuperação econômica pós-pandemia fosse tão rápida. O Brasil “despiorou” mesmo.

Leia também “A economia desmente os pessimistas”

Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A sombra do lulismo

O lulismo é a transformação de estratégias sindicais em políticas de governo e projeto de Poder


O ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad, um dos cotados para ser candidato à Presidência da República pelo PT no lugar de Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o lulismo sobreviverá ao chefão petista. Ou seja, mesmo que o ex-presidente seja impedido de concorrer ao Palácio do Planalto, na provável hipótese de que a lei se cumpra e ele pague pelos crimes que cometeu e pelos quais foi julgado e condenado, o movimento político que leva seu nome permanecerá vivo, segundo seus seguidores e também na opinião de alguns especialistas.

Entre esses analistas, aliás, há quem considere o lulismo superior até mesmo ao varguismo. Trata-se de um evidente exagero em mais de um sentido, especialmente quando se comparam os efeitos duradouros das políticas econômica, trabalhista e industrial do ditador Getúlio Vargas com o caráter precário da “justiça social” promovida por Lula, cujos efeitos, festejados por seus adoradores como seu grande legado, cessaram mesmo antes do fim da era petista.

Ressaltados os evidentes limites do lulismo, contudo, não se pode deixar de reconhecer que o movimento político que se atribui a Lula certamente continuará a existir por um bom tempo mesmo depois que seu timoneiro já não estiver em condições de atuar politicamente. E isso acontecerá não somente porque Lula continuará tentando fazer política, mesmo que esteja atrás das grades, mas principalmente porque, como disse Haddad, “são 40 anos de Lula”, tempo mais que suficiente para consolidar o chefão petista como referência no universo político e no imaginário popular.


Sendo assim, diante da inegável força de Lula e considerando-se que seu movimento assombrará a eleição presidencial deste ano, obrigando os principais candidatos a se posicionarem a respeito dele, é preciso compreender do que se trata, afinal, o lulismo, e apontar seus efeitos nefastos para a vida nacional.  O lulismo é a transformação de estratégias sindicais em políticas de governo e projeto de poder. 


MATÉRIA COMPLETA, clique aqui


sexta-feira, 13 de maio de 2016

A missão de Temer



O que se espera de Michel Temer é que não corrompa os fins – as ideias – rendendo-se à prática de meios reprováveis
Após a decisão do Senado Federal de afastar temporariamente a presidente Dilma Rousseff do exercício da chefia do Executivo, coube a seu substituto constitucional, o vice-presidente Michel Temer, anunciar oficialmente o que pretende fazer para superar a intrincada crise em que o lulopetismo jogou o país e com a colaboração de quem contará para corresponder à enorme expectativa dos brasileiros. Caberá a ele e a essa equipe fazer com que o governo federal trabalhe com seriedade e competência na promoção dos genuínos interesses nacionais, resgatando o país do nefasto domínio do populismo irresponsável que provocou a maior crise política, econômica, social e moral da história republicana.

Michel Temer dedicou várias semanas à composição do novo governo e à definição das linhas gerais e das principais ações pontuais, algumas de evidente urgência, que pretende adotar a partir de sua investidura temporária na chefia do governo. Em editorial publicado neste espaço no último domingo, destacamos a decepção, por parte de quem vislumbra um futuro melhor para todos os brasileiros, com o fato de Temer, até então, ter-se “permitido associar seu nome a situações e arranjos que frustram, desde já, as expectativas a seu respeito”. De fato, especialmente no que diz respeito à composição de seu Ministério, Temer tendia a se render à lógica do fisiologismo exacerbado, ao toma lá dá cá que o PT consagrou como método para garantir apoio parlamentar. Tanto que, além de alimentar especulações sobre a nomeação de auxiliares envolvidos em investigações da Lava Jato, caminhava para abandonar seu projeto original de promover, como símbolo de novos tempos, uma significativa redução do número de Ministérios.

A repercussão negativa de muitas das especulações sobre as intenções de Temer parece tê-lo persuadido a ser mais rigoroso no cumprimento das diretrizes básicas inovadoras e saneadoras que anunciara inicialmente e retomar a decisão de reduzir o tamanho do Ministério. De qualquer modo, ele não teve condições de recrutar um grupo de “notáveis” para compor o primeiro escalão de seu governo. O que se explica pelo fato de não existirem tantos “notáveis”, seja porque a formação de líderes honestos, competentes e de reconhecida reputação foi comprometida pela mediocridade do populismo lulopetista, seja porque os existentes não desejam associar seus impolutos nomes a uma atividade que, ultimamente, só cobre de opróbrios quem a exerce.

Por tudo isso e muito mais, a expectativa da enorme maioria dos brasileiros que saíram às ruas contra o governo petista e acabaram criando as condições políticas para o impeachment de Dilma é de que seja promovida agora uma faxina na administração federal. Isso significa que não será suficiente afastar os quadros petistas coniventes com o fisiologismo. Do ponto de vista da recuperação da eficiência da máquina governamental, essa “limpeza” acabará se tornando inútil se os afastados forem substituídos por apaniguados políticos ávidos por uma “boquinha”.

O governo vai mudar, o país se livrará da nefasta hegemonia política do lulopetismo, mas é preciso levar em conta que o sistema político permanece o mesmo, com a mesma estrutura político-partidária comandada pelas mesmas figuras de alguma forma comprometidas com as mazelas da era petista. O próprio Michel Temer, não nos esqueçamos, foi o vice-presidente de Dilma Rousseff por duas vezes. Por isso mesmo, tendo aderido às correntes democráticas da sociedade brasileira que exigem o fim do ciclo petista, Temer precisa demonstrar que está inequivocamente determinado a inaugurar de fato uma nova fase da política brasileira. Para tanto, deve conquistar rapidamente a confiança da população. E isso só será possível se demonstrar, desde logo, sua disposição de resistir ao fisiologismo e a coragem de adotar medidas de emergência impopulares sem as quais será impossível o saneamento das contas públicas.

O que se espera de Michel Temer é que, partindo do princípio de que a política é a arte de aliar meios a fins, não corrompa os finsas ideiasrendendo-se à prática de meios reprováveis. Restaurada a moralidade e devolvida alguma eficiência ao governo, a nação brasileira fará o que sempre soube fazer: crescerá em paz e proverá em abundância.

Fonte: Editorial do Estadão