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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Barbaridades de Bolsonaro em entrevista pouco importam a muitos eleitores

Jair Bolsonaro falou uma montanha de barbaridades em sua entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda (30). [a verdade via bastidores da entrevista - leia aqui.] Mesmo assim, Jair Bolsonaro provou que sua competitividade pode ser maior do que a certeza dos que dizem que ele murchará assim que a campanha começar por conta de seus míseros sete segundos nos blocos de propaganda na TV.

Não importa que demonstre não dominar nenhuma proposta para as áreas de economia, educação, saúde, ciência e tecnologia… Aliás, as soluções que dá aos problemas do país não sobreviveriam a uma sessão de interrogatório do coronel Brilhante Ustra, o finado torturador-açougueiro da ditadura, autor do livro que repousa, segundo Bolsonaro, em sua cabeceira. [me orgulho de ter dois livros do coronel Ustra: A Verdade Sufocada e Rompendo o Silêncio e tenho a convicção que Bolsonaro também tem os dois e os lê com frequência.] Ele se esquiva de perguntas e inventa números. Mas sabe se comunicar. Fala para uma parte dos extremistas o que eles querem ouvir. E conversa da maneira que uma parte menos radical dos eleitores entende, mesmo que discorde. Com isso, vai preenchendo medos, ansiedades e sensação de vazio com essa conexão. O conteúdo, nesse caso, é menos importante que a forma.

(...)

Mais uma vez, é irresistível comparar a situação com a de Donald Trump. Uma parcela da imprensa e da classe política tinha grande dificuldade de imaginá-lo despachando no Salão Oval. Quando percebeu que o negócio era sério e tentou mostrar quem ele era e o que significava o seu discurso, já era tarde. Hoje, parcela considerável da imprensa e da classe política brasileira tem dificuldade de imaginar Bolsonaro sentado na cadeira do Palácio do Planalto. Dizem que ele não conta com tempo de TV, palanques em locais importantes e que isso é balão que se esvazia. Bolsonaro não é Trump e o PSL não é um Partido Republicano na democracia bipartidária norte-americana. Mas Trump não foi eleito por ser misógino e preconceituoso, mas por conseguir tocar eleitores de Estados-chave da federação norte-americana ressentidos por serem órfãos econômicos da globalização. Tocar os eleitores, essa é a chave.

No Brasil, os temas comportamentais e morais, apesar de fazerem sucesso nas redes sociais com a extrema-direita, não serão o fiel da balança do voto. São insuficientes para levar o centro do espectro político e eleger alguém. Para a massa, os dois principais temas da campanha serão os mais de 13 milhões de desempregados e os mais de 62 mil homicídios anuais.  Bolsonaro tem uma resposta para a segurança pública que passa por armar a população e apoiar a letalidade policial. Na geração de empregos, contudo, vai mostrando que a qualidade de vida do trabalhador é menos importante que o desenvolvimento econômico. Na entrevista, afirmou que a fiscalização do trabalho atrapalha a geração de emprego no campo. Fiscalização que libertou mais de 52 mil escravos desde 1995. Pelo visto, bom mesmo era antes da Lei Áurea, quando havia pleno emprego.

Mas ao falar de suas propostas, mesmo que de maneira vazia, de forma que o cidadão comum sinta que estabelece com um candidato um canal de comunicação sobre suas frustrações e dificuldades, conquista votos. Afinal, as pessoas querem alguém que fale para elas. Mesmo que não fale nada. A falta de resposta decente dos atuais governantes à necessidade de empregos e à garantia de segurança pública pode jogar o Brasil na mão de qualquer um no ano que vem. Um ''salvador da pátria'' que demonstra orgulho por não ter apreço pelas instituições, por exemplo. Bolsonaro sabe conversar com um público que quer saídas rápidas e fáceis para seus problemas e que precisa de alguém que lhe entregue uma narrativa – mesmo que inconsistente – para poder tocar sua vida. Narrativa que os partidos tradicionais solaparam em oferecer.

Matéria completa, Blog do Sakamoto

Barbaridades de Bolsonaro em entrevista pouco importam a muitos eleitores... - Veja mais em https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2018/07/31/bolsonaro-pode-falar-barbaridades-mas-ele-consegue-falar-ao-eleitor/?cmpid=copiaecola

segunda-feira, 3 de abril de 2017

O mau exemplo

Não há o que discutir sobre o conceito da autonomia de bancos centrais

Uma peculiaridade do Brasil é ter testado tantos modelos de política econômica que se tornou um laboratório à disposição de quem se dispuser a estudar a diversidade do poder de criação dos economistas nacionais. Sendo que muitos passam a vida em embates contra a racionalidade.

Entre inúmeros conceitos econômicos em torno dos quais especialistas e políticos se digladiam está a autonomia do Banco Central. A inevitável contaminação ideológica do debate produz bizarrices. Como a ideia de o BC ser capturado por interesses malévolos do capitalismo financeiro e, assim, preservar juros nas nuvens e espalhar miséria pelo país.  O ícone desta fantasia foram os filmetes da campanha à reeleição de Dilma Rousseff produzidos por João Santana e Mônica Moura, em que banqueiros faziam a comida desaparecer da mesa do pobre. Foi um grande estelionato eleitoral. No fim, Dilma perdeu o mandato e o casal foi preso.

Dilma, na campanha, centrou fogo contra qualquer autonomia do BC, política defendida pelo seu adversário mais forte, o tucano Aécio Neves. Entre vários argumentos, há o de que o manejo dos juros é tão importante que apenas quem for eleito tem legitimidade para tratar do assunto. O problema é que voto não dá conhecimento técnico, nem bom senso.
A própria Dilma Rousseff era, ela mesma, um forte argumento contrário à interferência na ação do BC. Pois foi o que fez, ao induzir a autoridade monetária, presidida por Alexandre Tombini, a reduzir os juros na base da canetada. Assim ocorreu e, de 2011 para 2012, as taxas caíram de 12,5% para 7,25%. Tudo faturado politicamente.

Como esperado, a inflação subiu de patamar — passou para a faixa dos 6%/6,5%, este o teto da meta de 4,5%. Depois, vitoriosa na campanha, Dilma não sobreviveu à mistura das criminosas fraudes contábeis, da recessão e da disparada do desemprego. Com um BC sem credibilidade — palavra-chave em política monetária —, a inflação atingiu a zona de extremo perigo dos dois dígitos.  Não há o que discutir sobre o conceito da autonomia de bancos centrais. Existe o exemplo mais citado de todos, o Federal Reserve, o BC americano, em que o diretor-geral tem mandato fixo, responde ao Senado, e a instituição tem longa história de bom funcionamento a favor da estabilidade econômica.

O curioso é que o próprio PT acumulava uma experiência bem-sucedida, no primeiro governo Lula, em que o presidente recém-empossado teve a sensatez de manter o modelo de autonomia do BC, com Henrique Meirelles, adotado por FH na gestão de Armínio Fraga. A dosagem de juros e aperto fiscal feita pela dupla Palocci, da Fazenda, e Meirelles trouxe a inflação de volta ao terreno do dígito único.  O mau exemplo foi o de Dilma. E, por força religiosa da fé ideológica, o partido não enxerga o que vê. É cego.

Fonte: Editorial - O Globo
 

terça-feira, 31 de maio de 2016

As mal-ajambradas explicações de Dilma

Em entrevista, Dilma repete a visão delirante do ‘golpe’ e ainda defende a ideia risível de que em 2014 era muito difícil perceber que o Brasil estava em crise. Não lia jornais

Antes de ser afastada da Presidência, no início da manhã de 12 de abril, Dilma Rousseff, entrincheirada no Planalto, cumpriu uma intensa agenda de comícios indoor, em que, inflamada, repetiu a tese ilusória de que estava sendo vítima de um “golpe”.
 
Não adiantou. O Senado acolheu o pedido de impeachment por crimes de responsabilidade, devido a infrações graves contra o princípio da responsabilidade fiscal e a lei orçamentária, passando a correr o prazo de até 180 dias para seu efetivo julgamento pela Casa, sob a presidência do ministro responsável pelo STF, Ricardo Lewandowski.

A presidente afastada guardou algum silêncio até este domingo, com a publicação de uma entrevista à “Folha de S.Paulo”, em que aproveitou para desdobrar a tese esperta do “golpe” comprada internamente por militantes, e, no exterior, por aliados, simpatizantes e desavisados —, colocando-se, mais uma vez, como vítima do deputado, também afastado, Eduardo Cunha. Convém apresentar-se como alvo de uma unanimidade nacional — negativa.

Dilma bate na tecla, também nada verossímil, de que o impeachment visa a desmontar a Lava-Jato, como se ela, Lula e o PT não houvessem tramado contra a Operação. O mais lógico, e menos custoso, seria eles reforçarem a aliança com certas parcelas do PMDB em torno deste objetivo comum. Outro falseamento da realidade — já explorado por Dilma — é culpar a oposição por criar obstáculos a tentativas de o governo enviar reformas ao Congresso. Ora, os governos do PT se notabilizaram por evitar e sabotar reformas. Com a exceção de mudanças no sistema previdenciário do servidor público, iniciadas no primeiro mandato de Lula e completadas apenas em fins de 2015, já no segundo mandato de Dilma. Demorou muito.


Mais dessintonizada ainda da realidade foi a resposta da presidente afastada quando questionada sobre o fato de ter defendido um programa de governo na campanha à reeleição e aplicado outro, um caso irretocável de estelionato eleitoral.  Na visão edulcorada de Dilma, o governo e nem ninguém perceberam que o Brasil havia entrado em crise. Ora, ora. 

No ano da campanha, 2014, o PIB já desacelerava, o emprego rateava. Numa interpretação benévola com Dilma, ela deixou de ler a imprensa profissional a partir de 2012/13, desde quando veículos como O GLOBO começaram a alertar para os erros de política econômica e os consequentes sinais, cada vez mais fortes, de que viria uma explosão fiscal. Se a presidente no aguardo do impeachment, assessores e seguidores esperavam melhorar de situação, com a entrevista, frustraram-se. Dilma continua a viver em um mundo próprio, em que a vida real se subordina à vontade política. Engano fatal, por certo.

Fonte: Opinião - O Globo


quinta-feira, 19 de maio de 2016

Temer quer fazer história



O mitológico líder peemedebista, Ulysses Guimarães, ao proclamar a nova constituição nos idos de 1988 foi profético no alerta: “o princípio inaugural da República é não roubar, não deixar roubar e colocar na cadeia quem rouba”. Eivada por esquemas de desvios sem fim, ferida nos seus princípios morais e curvada por uma crise econômica extenuante, decorrente em boa parte das ações delinquentes dos últimos mandatários, a sociedade brasileira experimenta mais uma transição de governo torcendo para que as coisas, finalmente, tomem jeito. No arco dessa trajetória, contados quase 30 anos, outro peemedebista desponta para assumir o manche. Michel Temer, o constitucionalista por convicção, ex-professor de direito, advogado e político curtido na arte da negociação, começa a escrever uma nova história para o País. De uma maneira ou de outra, nada será igual ao que passou. 

E as chances de melhora do ambiente são ao menos promissoras. Temer quer tomar como exemplo lições de dois estadistas de quatro costados. Winston Churchill, que pediu sangue, suor e lágrimas ao povo inglês antes da vitória na II Guerra. E Franklin Delano Roosevelt, o líder americano que anunciou um rigoroso programa de ajustes contra a grande depressão dos EUA. As biografias de ambos habitam de longa data a mesa de cabeceira do presidente empossado. E foi por elas embalado que Temer tomou o microfone na tarde da quinta-feira, 12, para proferir seu primeiro discurso como chefe de estado pedindo união nacional e apoio em torno de medidas necessárias (e sacrifícios) para o bem de todos. Como Churchill e Roosevelt, que enterneceram o coração do condestável da transição, ele também apelou ao patriotismo do povo e ao sustentáculo do Congresso. 

Agora no Brasil deve entrar em vigor o plano de estabilização, versão do “Ponte para o Futuro”, que pode assinalar o começo de um capítulo decisivo e alvissareiro da retomada. Existem, naturalmente, distâncias entre retóricas e práticas. O conjunto das propostas e ideias ainda precisa passar pelo crivo parlamentar em um acidentado percurso de articulações. Mas muitas delas induzem ao esperado caminho do reequilíbrio fiscal, das reformas estruturais e do estímulo aos investimentos e a geração de empregos que a maioria deseja. Temer aposta suas fichas e reputação nessa cruzada. Sonha escrever o nome no panteão dos salvadores da pátria. Sabe que terá curtíssimo prazo para mostrar a que veio e sabiamente previu dias difíceis pela frente. Ganhou pontos com a franqueza sobre as dificuldades e até engasgou ao recitá-lasquem não soçobraria diante de tamanho desafio? O Brasil não está hoje como a Inglaterra de Churchill no imediato pré-guerra, mas vive decerto a vigília de um cruento embate com a ordem econômica, tal qual a América de Roosevelt, devido às pedaladas e a outras lambanças mais que a deixaram débil.

Temer almeja retomar a institucionalização do Estado, garantindo que os poderes atuem de maneira livre e independente. Promete seguir a cartilha da “opinião pública”, longe dos acordos fisiológicos sem base programática. E garante não ter a menor pretensão a se candidatar em 2018. Apoiará, inclusive, qualquer proposta de fim do mecanismo da reeleição que parta do Congresso. Longe das digressões comuns àqueles políticos que temem ficar mal com seus correligionários, o novo ocupante do Planalto diz que tratará logo de romper com o continuísmo na ocupação da máquina pública, promovendo cortes dignos de nota. Fala em ao menos 10 mil contratados afastados numa primeira leva. Há dúvidas quanto à eficácia e, até, ao conteúdo moral dessa empreitada.  

Quem viu pela TV as cenas de pelegagem explícita em Brasília sabe como é difícil a um mandatário não se deixar seduzir pelos apelos dos bajuladores e partir direto para o sacrifício impopular de servidores,  [Os militontos petistas que estão pendurados nas tetas da viúva, apesar da notória incompetência e em quase sua totalidade nunca ter participado de um concurso público, não podem ser chamados de servidores públicos e não merecem a estabilidade.
E sendo  incompetentes devem ser sumariamente demitidos.] sem que no lugar desses não lance mão de outra leva de apadrinhados. Temer, com sua mirada de conciliador, cabelos lisos meticulosamente penteados para trás, cada fio em seu lugar como convém a um restaurador da ordem, garante que será firme no objetivo, embora cuidadoso. Há de se dar um crédito às intenções do postulante. Muitos dos que convivem com Temer dissertam caudalosamente sobre seu talento aglutinador. Sabem que ele não é um iluminado da práxis, nem possui a clarividência dos estrategistas de complexos planos de recuperação econômica. Mas defendem cegamente suas habilidades táticas.

Ao Brasil resta torcer. Acreditar que ele não dará sobrevida ao clientelismo e ao obscurantismo. Que reagirá a podridão dos subornos, à corrupção oficial e paralela, às negociatas promovidas pela burocracia estatal, ao conluio opressor de todas as máfias

Naturalmente, não é tributada unanimidade a gestão que se inicia. Mas pode-se dizer que Michel Temer, positivamente, quer fazer um governo em nada parecido com o de Dilma Rousseff. O substituto representa uma vasta aliança, uma frente transformadora para a qual convergem as esperanças de mudança da maioria, equivocadamente demonstradas em manifestações de rua e pesquisas de opinião. 

Já na afastada Dilma, a mistura de arrogância, desfaçatez e hipocrisia atinge a calibragem perfeita. A caricatura de uma presidente que só quer ficar, porque quer e faz qualquer negócio, incluindo aquele que cobra o preço do ridículo – só não é mais deprimente que a farsa montada para proteger aliados e apaniguados pilhados em flagrantes delitos. No entender dela e da turma que lhe acompanha, o futuro do País que se dane. Primeiro, há de se cumprir o interminável ciclo das ambições petistas com a sua peculiar capacidade de conceber a coisa pública como privada. Quer dizer, da sua exclusiva propriedade. Dilma ainda tem o respaldo de uma fatia exígua da sociedade que supõe ser a vida uma espécie de assalto diário contra os interesses da maioria. Mas não há de vingar.  

No discurso de despedida, ela realçou a pregação do golpe que nunca existiu. Disse se sentir traída e injustiçada. É indignante para os brasileiros que assistiram a clamorosa destruição do estado ouvir tamanha malversação da realidade. Traição e injustiça foram praticadas por ela e o PT contra a Nação, por anos a fio, em nome de um projeto de perpetuação no poder. Manipulando criminosamente recursos federais, pedalando, escamoteando o rombo com espertezas deploráveis, Dilma coroou sua passagem com um flagrante estelionato eleitoral em 2014, que ela teima em esquecer. 

Há qualquer coisa de monstruoso nessa ópera de embusteiros que vingará por anos na memória dos cidadãos de bem. Os petistas tomaram tudo, ou quase. Arruinaram as finanças nacionais. Corromperam as práticas republicanas e promoveram a ineficiência endêmica da máquina. Não foi esta, como querem fazer crer em suas falas enganosas, uma obra de ficção, um mero pesadelo ou acusação virtual de opositores. O desastre aconteceu de fato. Dilma e sua entourage deveriam aproveitar o momento para pedir desculpas. Mas hoje estão mais interessados em sabotar os planos de quem quer consertar tantos erros. A Revista ISTOÉ, de sua parte, segue na vigilância sistemática ao poder. Crítica nos momentos necessários, embora reconhecendo os acertos quando eles aparecem, sempre em defesa dos interesses do Brasil – no compromisso que mantém há 40 anos.

Fonte: IstoÉ – Editorial - Caco Alzugaray, Carlos José Marques e Mário Simas Filho



sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Lula, em decadência, e Dilma, no buraco, estarão fora do programa político do PT



Partido teme que novos panelaços aqueçam a luta em favor do impeachment e vai deixar suas duas estrelas cadentes longe da televisão
Lula, o homem mais honesto do mundo, segundo ele próprio, e Dilma, a governanta mais competente do mundo, segundo ela própria, não vão aparecer nos programas políticos do PT. 

É, crianças… Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas, como se diz lá em Dois Córregos, não é mesmo? Ou, se quiserem que eu escreva de outro modo, escrevo: quem tem Lula e Dilma tem medo!

Que coisa, né? Ainda me lembro de Gilberto Carvalho, com aquela modéstia aparente de coroinha de sacristia, a dizer que o PT era um partido privilegiado mesmo. Segundo ele, a legenda podia contar com um Pelé no banco — o Pelé, bem entendido, era Lula. Pois é… Bastaram cinco anos de governo Dilma para que o craque se revelasse um perna de pau.

E aqui quero que fique clara uma coisa: a dupla Dilma-Mantega fez besteira aos montes. Ali, como é sabido, a arrogância tornava a incompetência ousada, e a incompetência tornava a arrogância satisfeita de si. E o país foi para o buraco. Mas não fizeram isso tudo sozinhos. Dilma levou ao paroxismo problemas que herdou do governo Lula. Quem passou à atual presidente o destrambelhamento fiscal, não se enganem, foi o modelo erigido pelo Apedeuta, que não sabe se vai se candidatar a papa ou a presidente do Íbis, o pior time do mundo.

As inserções do PT, cujo formato ainda não foi definido, segundo a Folha, vão ao ar nos dias 2, 4, 6, 9 e 11 de fevereiro. O programa de 10 minutos está previsto para o dia 23. O conteúdo, consta, ainda vai depender dos humores do país.  E por que as duas maiores estrelas vão ficar fora da propaganda política? Bem, porque cadentes, não é? Eles caem, em vez de subir. O temor é que novos panelaços forneçam a liga necessária para esquentar o clima óbvio de descontentamento.

Não sei se perceberam: até agora, a economia do país só piora. E não há sinais no horizonte de que a coisa vá ser revertida tão cedo. Economistas os mais respeitados começam a prever para este ano uma recessão ainda maior do que a do ano passado. Não se enganem: a aparente calmaria que está por aí, para quem já navegou um pouco neste mundão, é prenúncio de tempestade.

Petistas, hoje, não conseguem ir a um restaurante, como todos sabemos. Não que eu estimule hostilidades. Muito pelo contrário. Mas os companheiros sabem que a censura pública que lhes faz a população tem motivos, não é mesmo? O PT traiu os compromissos que eram seus e aplica um estelionato eleitoral sem precedentes e traiu os compromissos que são da civilização: nunca se viu em ação um sistema tão organicamente corrupto como o que aí está.

Restou a Lula o quê? Bem, meus caros, restou a Lula conceder entrevistas para subjornalistas do nariz marrom, proclamar a própria honestidade uma vez que ela já não é tão facilmente reconhecida — e sair ameaçando geral: “Olhem que eu processo…”. Nem parece aquele antigo líder que subia no palanque, nos tempos da oposição, e vendia a honra alheia por dez tostões. Ao Lula da era do milhão e do bilhão sobrou acenar para os desafetos com o terror jurídico.

Mesmo os críticos mais duros do PT, e pretendo me incluir entre eles, não anteviram um fim tão melancólico e tão patético para o partido que pretendia ser diferente de tudo o que está aí. Em certa medida, foi mesmo! Os “companheiros” resolveram profissionalizar as artes em que outros, antes deles, como Paulo Maluf e Fernando Collor, se mostraram verdadeiros amadores.

O Brasil vai, claro!, sobreviver. Mas vamos pagar muito caro. Infelizmente.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo